All the Way Forth and Back

back and forth

I make my way

Acariciar a esfera metalizada que servia de pingente para o colar havia se tornado um hábito para Maghnus ao longo dos anos. Era a forma que ele encontrava para filosofar quando se encontrava sozinho ou perdido em pensamentos, como se possuísse uma conexão mental com o Pokémon e acariciar a Poké Ball transferisse seus pensamentos para o monstrinho e esse pudesse respondê-lo, aconselhando-o no que era possível. Besteira, é claro; o jovem sabia que aqueles eram apenas seus pensamentos e que, se Sneasel fosse realmente respondê-lo, o faria de uma forma direta, um pouco desinteressada e que demonstrasse seu orgulho e complexo de superioridade. Aquilo o fazia sorrir.

O calor do sol e o frio da brisa que batia em seu rosto traziam uma mistura agridoce ao menino, que balançava as pernas, ostentando um meio-sorriso em seus lábios. Naquele momento, sentia-se livre, mesmo que estivesse preso ao Pokémon Dirigível do pai que o carregava pelo continente. O pai guiava o Pokémon e sentia orgulho do filho, mesmo com o pesar da saudade que já batia à porta de seu coração antes mesmo de os caminhos se separarem.

Maghnus achou estranho quando o Pokémon começou a descer, a sensação era como a de um elevador como os de parques de diversão, apenas um pouco mais lenta, e seu pai avisava que já estavam chegando ao seu destino. A pequena cidade de Littleroot não era uma visão que trazia brilho aos olhos do garoto como Mossdeep fora à primeira vista ao chegar na região.

"Bem, acho que aqui nossos caminhos se separam", disse o pai com um sorriso que Maghnus sabia ser triste, porém orgulhoso. Era o mesmo sorriso que dava quando soltava um Pokémon selvagem que ficava sob seus cuidados quando estavam doentes. "Vai ficar tudo bem, pai. Eu sei me virar, aprendi com vocês". Um abraço apertado entre os homens foi tudo que fizeram antes de trocar as tão comuns palavras que todos os pais falavam para os filhos quando saíam de casa. "Eu sei, eu vou ligar. Tá bom...", mesmo um pouco impaciente, o garoto assentia e os dois terminaram a conversa com um "eu te amo" antes do pai alçar voo no Drifiblim, de volta a Mossdeep.

Littleroot era uma cidade pequena, mas Maghnus não fazia ideia de como chegar no laboratório. Precisou perguntar para algumas pessoas e olhar praticamente todas as placas na rua, mas se localizou com o tempo. Inseguro, não sabia o que fazer lá dentro. O laboratório do Professor Birch era muito diferente do centro de pesquisas onde sua mãe trabalhava, praticamente nada funcionava da mesma forma ali. Por sorte, os cientistas e pesquisadores de lá eram tão atenciosos quanto em sua casa e indicaram a sala onde o garoto precisava ir. "O professor estará aqui em instantes. Pode ficar a vontade".

Mostrando Sneasel e contando sua história, desde a invasão do Pokémon até o momento em que se tornaram amigos, o garoto e a criatura fizeram o professor rir e se divertir bastante com o relato. Ele tinha motivos para acreditar que os dois se dariam muito bem como companheiros de jornada, e falou isso mais de uma vez para a dupla.

Uma Pokédex, algumas Poké Balls e um desejo de boa sorte. O professor manteria contato com Maghnus, como fazia com todos os seus pupilos. A jornada havia começado. Agora, Maghnus seguia seu caminho em frente, retornando para Mossdeep, sabendo que no meio-tempo iria ter muito trabalho pela frente.