Úrsula "Dentinho"

Sexo: Feminino.

Nascimento: Não sabe sua data de aniversário, nem quando nasceu.

Idade: Acredita que tem 13 anos.

Altura: 1,43 metros.

Peso: 32 quilos.

Classe: Treinadora.

Descrição física:
   Seus olhos amendoados possuem a tonalidade de um âmbar iluminado, sua expressão que antigamente sempre passava desconfiança e receio começou a se alterar para uma mais vívida e alegre com suas novas vivências. Sua pele negra possui um lindo brilho natural que transpassa vitalidade e energia. Seus lábios rosados e grandes se entreabrem quando está nervosa mostrando seus dentes de coelhinho, o que foi o suficiente para lhe apelidarem nas ruas de “Dentinho”, o que passou a ser seu sobrenome, já que ela nunca soube o seu verdadeiro. Mesmo visivelmente magra sua capacidade física e agilidade são de se causar inveja, suas mãos já são levemente ásperas devido à vida nas ruas que teve, seus pés ainda calejados e grandes lutam para se adaptarem com a utilização da sapatilha com o delicado laço que obtivera há pouco tempo, já que antes vivia descalça por calçados serem um artigo de luxo nas ruas. Em seu cabelo Black Power (agora bem hidratado e com cachos perfeitos e quase desenhados) a faixa azul bebê que possuía foi substituída por uma flor branca. Sua vestimenta é simples, mas não mais o vestidinho azul bebê com flores rosas sujo e desgastado que utilizava, muito menos a jaqueta grande demais para seu tamanho que possuía vários bolsos internos, nem mais o longo cachecol que caía até o chão, agora ela se encontra em um belo e delicado vestido branco com um tom perolado que lhe cai perfeitamente contrastando com a sua pele, dando-lhe assim um ar elegante e puro.

Personalidade:
   Por mais que sua vida foi difícil e precária, Úrsula costuma não gostar de tirar vantagem dos outros a não ser quando necessário (lembrando que tirar vantagem não é o mesmo que roubar para ela), mesmo tímida e desconfiada possui a malandragem das ruas e quando preciso usa de sua aparência infantil e doce para seus objetivos. Introspectiva é uma palavra que a classifica bem, fala pouco e evita se relacionar com estranhos o máximo possível, sua coragem por muitas vezes foi testada em sua vida e com isto a transformou em um tanto quanto inconseqüente. Seu maior sonho é reencontrar sua mãe e poder saber o que é realmente uma família e não só mais as meras lembranças que ela possui. Por mais que seja fechada ela nada mais quer o que qualquer outra criança deseja, um lar, carinho e amor, fato este que a fez agarrar uma falsa (ou não) esperança que sua mãe está realmente viva, a fazendo dar uma grande reviravolta em sua vida!

Biografia:

Úrsula “Dentinho”.

   Seu coração batia acelerado, sentia o sangue pulsar nas veias que passavam por seu fino braço esquerdo enquanto o prendia com sua mão direita ossuda contra a tremedeira. Uma gota de suor frio escorria por sua testa dando um brilho à sua pele marrom, seus lábios carnudos estavam entreabertos mostrando seus incisivos levemente pronunciados, tal qual o dos coelhos, dos olhos cor de âmbar se via uma expressão insegura e de expectativas, era claramente uma garota simples e maltratada, de poucas riquezas, mas existia algo nela que a tornava bela como a luzdo luar: misteriosa, simplória, mística e pura. Com tamanho passo que tomaria a seguir pensamentos inundaram sua mente.
   Estava com seus 3 anos de idade, a última lembrança que tinha de sua mãe, ambas passeavam de mãos dadas, ela não lembrava aonde, não sabia o motivo, mas lembrava da felicidade estampada nos olhos de sua matriarca, olhos grandes, vivos e contentes! A visão de seu rosto era tudo o que mantinha ela quente nas noites frias que vieram nos anos seguintes, uma doce mulher com cabelosnegros que caiam em uma longa trança rastafári, em seu pescoço uma corrente prateada com um pingente também prateado em forma de Dragonair estava em contraste com sua pele marrom,seu grande sorriso destacava os lábios carnudos tingidos de vermelho pelo batom, existia ali carinho e amor, provavelmente o último ato deste sentimento que viu em sua juventude.
   Sua mente era embaralhada e perdida, não lembrava exatamente como aconteceu e o que aconteceu, se lembrava apenas de uma grande confusão, gritos, gente, bagunça e claramente sua mãe clamando seu nome “ÚRSULA, ÚRSULA, MINHA FILHA! NÃO, MINHA FILHA NÃO! POR FAVOR!”. Depois disso um grande clarão existe em sua mente, não consegue se recordar de um bom tempo, provavelmente o choque do que viveu foi tão grande que sua mente se apagou por completo, suas lembranças dão um salto do que seriam os 3 anos aos aproximadamente 7 anos de idade, sim, a partir disto sua mente já é mais clara e ao mesmo tempo pesada, já estava nas ruas, vivendo de migalhas, fugindo de agentes do governo que recolhiam crianças e as levavam sabe-se lá para onde, eles ofereciam proteção, mas depois que as mesmas iam com eles, nunca mais eram vistas.Com isto o medo à fez ser impedida de ser ajudada também, o que sofrera não era algo que quaisquer pessoa passasse comumente, passou a se tornar desconfiada, arredia e descrente.
   Sua vida passou a se basear em apenas uma palavra: SOBREVIVÊNCIA!!!
   Com o decorrer do tempo a menina se juntou a um pequeno grupo de meninos de rua mais velhos, ela era usada como chamariz para conseguir alimentos melhores, por ser bem mais nova do que a maioria dos integrantes os jovens mais velhos se utilizavam de sua inocência e aparência gentil para que conseguissem maiores doações, porém a pobre Úrsula nunca se aproveitava destes mesmos alimentos que conseguia! A jovem que apenas se lembrava do primeiro nome aceitava isto calada, mas mesmo sem moradia, sem dinheiro, sem amigos e sem a criação adequada sua índole era boa e honesta, nunca aceitou roubos, furtos, ataques ou quaisquer tipo de coisa que ferisse outro, se ela sofria com isto, outros também sofreriam e ninguém merecia o que ela passava, este mesmo pensamento a fez entrar em desacordo com sua “gangue”.
   Luquinha, o mais velho dos meninos e também líder do bando resolveu que eles deveriam mudar de tática, apenas “mendigar” migalhas era muito pouco pra ele, seus planos eram outros, queria começar a ter dinheiro fácil e assim todos ficariam “melhor”, mas a pequena “Dentinho”, como a chamavam entre eles na mesma hora se posicionou contra, disse que isso era errado, que não poderiam fazer isto, ela já tinha 11 anos nesta época e já se mostrava mais madura e consciente que aqueles pobres perdidos! Como esperado a pequena foi ignorada e nem a levaram a sério, o que causou uma grande tristeza nela, ainda mais quando a mesma tentou segurar Luquinha e pediu com lágrimas nos olhos que ele não fizesse isto, a resposta foi rápida e cruel como a vida que ela levava.
   O pequeno marginal a lançou ao chão com uma força gigante, ela ainda se lembra da ardência dos arranhões e do gosto de metal que invadiu sua boca, lágrimas escorriam de seus olhos fortemente, apesar de tudo, aquela era a família que ela conhecera, que ela vivera, podia não ser feliz, mas pelo menos não havia solidão ao lado deles. Com ela ao chão o menino quis se impor sobre ela, mas algo o deteve, um rosnado veio de trás dos lixos do beco que estavam, logo um cão negro com um grande corte na orelha direita pulou na frente da pequena Úrsula, era Cicatriz, o cão de rua ao qual a pequena sempre dividia suas migalhas, o cão nunca mostrara muito afeto ou mesmo alguma consideração, mas ele teve seu modo de retribuir o tempo de preocupação da pequena menina, não precisou atacar nenhum dos meninos, eles apenas viraram e foram embora para nunca mais serem vistos por nossa pequena!
   Ela então se arrastou por um canto, dormindo junto de seu salvador atrás de uma grande lixeira. Os dias voltaram a se seguir, porém não mais sozinha, mesmo que não muito carinhoso ou amigável o cão negro de aspectos ferais seguiu a jovem, onde quer que ela fosse ele virou seu fiel segurança, a vida acabou voltando ao “normal”, viver de esmolas e dormir em lugares desprotegidos.
   Mas logo um novo animo em sua vida apareceu, estava caminhando pelas ruas de Slateport City aos seus 13 anos, procurando doações e esmolas do dia a dia quando viu algo que prendeu sua mente e olhos, imediatamente suas memórias passadas do ocorrido voltaram em sua mente, há muito acreditava que sua mãe estivera morta, mas não, aquilo só podia ser um sinal! Em uma das mesinhas da feira que sempre tinha ali vendendo itens, alimentos e de tudo um pouco viu a corrente que sua mãe usava, a corrente de prata com o pingente em forma de Dragonair estava lá colocada como mercadoria qualquer.
   Por momentos acreditou ser um sonho, seus olhos marejaram ao pensar na possibilidade, aquilo não era uma pista real, mas, bem, qualquer um sem esperanças nenhuma se prenderia a qualquer fio dela que aparecesse e aquele fio era o que ela necessitava. A jovem então tentou comprar, mas como de costume antes mesmo de abrir aboca foi expulsa pelo dono do local!
   Ela não podia deixar aquilo lhe escapar entre os dedos, ela necessitava daquilo, ela precisava ter algo que lhe mostrasse que ela era mais que um mero pedaço de carne vagante sem rumo, com isso ela esperou, esperou muito até que o dono se distraísse, ela realmente não era uma ladra, nunca fora e nunca iria ser, faria então uma troca: por algo precioso como aquilo ela daria o seu bem mais valioso e necessário, seus únicos sapatos, aquilo que mais lhe custou conseguir e que mantinha seus pés sem ferimentos para as enormes andanças que se vinham.Assim ela deixou ali enquanto puxava a corrente.
   Tentem entender a jovem, sua noção de importância e de valor era muito diferente do que para a maioria das pessoas, para quem não tinha luxo e casa o mais valoroso é aquilo que te mantém vivo e não aquilo que lhe dá regalias ou aparência, para a pobre pequena não foi um roubo, mas sim uma troca justa, onde seu sacrifício a levaria para um sentimento há muito esquecido.
   Com isto a jovem correu, correu tanto fugindo e se escondendo em um dos vários becos da cidade, lá sentou e começou a chorar compulsivamente, chorou como se não houvesse hoje ou mesmo amanhã, ali se aconchegou em Cicatriz, que mesmo não entendendo em si o que ocorria ficou calmo e aguentando tudo.
   O dia seguinte foi o dia da decisão, ela não mais esperaria a vida passar em uma rua, ela não mais ficaria distante das pessoas, se existia agora uma chance de encontrar sua mãe ela o faria, ela daria um jeito! Ela perderia o medo da sociedade e usaria toda sua valentia, ela tomaria um passo atrás de ir viver realmente!
   Foi com isto que ela tomou a ação, sabia que andar sem segurança pelas estradas e florestas que existiam no continente não era a mesma coisa que viver na cidade, com estes perigos urbanos e com os monstros sociopatas ela estava acostumada, mas com as feras da floresta não, talvez eles fossem até mais fáceis de lidar, afinal, a não ser comida e proteção eles não queriam mais nada, diferente dos humanos que sempre queriam ganhar algo em troca, porém ela sabia também o que todo ser era capaz por comida e proteção, ela mesma vivenciou muito disto e agora mais do que nunca sua vida lhe era preciosa! Uma idéia então lhe passou na cabeça para ter proteção em todos os caminhos, se tornaria uma TREINADORA!  
   Sim, ela acharia sua mãe com a proteção dos Pokémon, mas será que realmente o ser treinador era para todos como prometiam os comerciais? Não importa ela se tornaria uma, seu companheiro ela já possuía, ela sabia que precisava ir atrás de conseguir agora suas outras “coisas de treinador”, mas onde conseguir isto não sabia, decidiu então procurar o local onde ela sempre via eles entrando e saindo aos montes, um tal de “Centro Pokémon”.
   Foi isso o que ela fez, se encaminhou até o Centro Pokémon de Slateport City, o que a fez se lembrar novamente na frente de onde estava, de sua tremedeira, seu suor frio, sua boca entreaberta e seu reflexo na frente da porta, sim ela entraria, sim ela se tornaria uma treinadora, sim ELA ACHARIA A SUA MÃE!!!


OBS: Sua vida foi totalmente urbana e sem vivência com o mundo Pokémon, por isto mesmo não coloquei o nome do Pokémon cachorro que a acompanha já que ela mesma não sabe (Houndour). Suas preocupações foram outras das de uma criança de família tradicional, tentei passar isto na história, espero que gostem da personagem e que com ela venham ótimas narrativas ^^.