Once Again

- FALE SEU NOME!

Zoe abria seus acanhados olhos, que entravam em contraste com um ambiente altamente iluminado por uma estrela incandescente enorme, o Sol, porém sentia mais frio que antes, estava deitada em pedras de ladrilho como antes de adormecer, sentia uma insuportável agonia em sua barriga, avistando uma enorme ferida que rasgara seu vestido, por outro lado, a injúria parecia estar regredindo, permitindo que ela vivesse mais.

Ao lado da moça estava sua Pokémon, ela sentia isso, apesar de não possuir qualquer desejo de virar-se para tal direção, sentia o cheiro da morte emanando do local onde supostamente estaria Hlin.

“Droga Hlin, como um fantasma pode morrer?”

Praguejava mentalmente, tentando de todas as formas ignorar um jovem claramente mais novo que ela, entretanto mais forte, com uma altura quase igualada a que a moça possuía quando não estava erguida em cima de seus extravagantes saltos altos, mas esse interrogador demonstrava um interesse soberbo em conhecer a origem de sua visitante.

Agachado o homem apertava o maxilar de Zoe com força quase assombrosa para em seguida pressionar a cabeça dela contra os ladrilhos desajeitados do local e esfregando-os contra as macias bochechas de sua vítima, para começar a emitir sons estranhos, que assemelhavam a gemidos ou lamentos.

- Eis uma história, cadela, esta merda é Aurora de Ransei, ou você faz ou você morre. Vou repetir: FALE SEU MALDITO NOME!

Zoe queria engolir em seco tudo, mas aquilo combinado com o ataque, a morte de Hlin, sua provável alucinação com luzes e estar em “Aurora” era simplesmente algo impossível de dar a volta e continuar a seguir um caminho, então fechava os olhos, deixando que transbordasse tudo que queria dizer, em forma de lágrimas salgadas que ardiam ao tocar os ferimentos recentes em sua face e causavam que mais da mesma natureza caíssem de suas orbes azuladas.

Um ciclo sem fim.

Vendo tal cena o homem repetia seu processo, limpando novamente o chão repleto de imundices com a cara de Zoe, que agora não se importava em parecer fraca ao negar seu direito de permanecer intocável como uma deusa e desmoronava em lágrimas, praticamente derretendo como uma bruxa ao tocar em água.

“Maldições Hlin, você ai morta desfrutando o paraíso e eu aqui, sendo uma tábua de lavar roupas, porém no estilo de pedras.”

As lagrimas apenas aumentava o status lastimável da condição inumana que a moça se encontrava, o jovem parecia cada vez mais propenso a repetir tais atos até que a sofredora criatura clame por um perdão desnecessário e resolvesse contar o que ele desejava, porém ambos sabiam que Zoe, após o que passara na sua noite passada, preferia morrer a contar ao homem seu nome.

Seu corpo era virado, forçando ela a olhar nos profundos e vazios olhos de seu agressor, ele subia em cima de sua barriga, pressionando o ferimento e fitando as mágicas orbes que a dama vestida em trapos possuía, então enfiava seus dedos no ventre de Zoe, removendo-os totalmente inundados de sangue e fazendo com que o ferimento de punhal voltasse a jorrar litros do avermelhado líquido, como num filme de terror onde um serial killer vence o dominador levava os dedos melados a boca e os chupava, retirando todo plasma que antes lá estava, porém logo mais desse fluído escorria de sua boca, caindo em quantidades mais avassaladoras e mortais que a fresta em Zoe.

- Você está bem?

Atrás do jovem e com um pequeno punhal torto envolto em sangue na mão havia uma criança com no máximo sete anos de idade, mas brutal, capaz de tirar vidas tão rapidamente, para completos estranhos e apesar de tudo isso Zoe sentia-se segura com o pequeno moleque.

- Desculpe-nos sobre isso!

Gritava uma mulher que assemelhava-se ao menino, ambos eram loiros com cachos até os ombros, enquanto ela possuía uma franja para a direita ele era dono de uma para esquerda, também tinham olhos castanhos em tons claros, com corpos avantajados, sejam o busto e as ancas da moça ou a barriga da criança.

A loira abaixava-se, erguendo a morena e apoiando-a sobre si, com a ajuda do rechonchudo gordo andavam pelas ruas abandonadas do local, enquanto o corpo do jovem agressor permanecia ao chão, ignorado por todos os negligentes cidadãos de Aurora, que deixavam-no para morrer assim como deixariam Zoe na mesma situação, caso o desfecho fosse diferente.

Andaram por alguns intermináveis minutos, que percorriam na velocidade de horas de um dia entediante de verão, onde o tempo era medido pela velocidade das gotas de suor escorrendo pela sua testa.

Entravam em um casebre simples, normal de todas as formas, feito de barro e folhas de palmeira, com chão de terra pisada, havia um ou dois copos de metal sobre uma mesa de madeira quase engolida por cupins e um vaso de barro contendo água fresca.

- Venha, vou te levar até um quarto onde você dormirá enquanto eu e Liam cuidaremos de suas feridas. Ah, sou Selena, desculpe por tamanha falta de educação.

Selena indicava para Zoe onde ela dormiria. As camas eram sacos estufados de feno, porém eram um atrativo tão grande que Zoe largou-se dos apoios e foi até a primeira que viu, caindo lá, novamente em um sono profundo.

Em um sonho Zoe voava nas estrelas, como um espectro luminoso, na frente dela estava o mesmo ser verde que ela havia visto, porém agora ele emitia uma aura igualmente verde, destoando a rosa que existira anteriormente.

“Zoe.”

“Salve Ransei.”

“Você é a esperança.”

“Não morra!”

Quatro frases eram frequentemente montadas em constelações que brilhavam em verde como o Pokémon e apesar de todas serem inúteis separadas um significado maior estava nas entrelinhas dessa conversa estrelar.

A moça acordava banhada em suor, segurando palha e apertando-a contra a mão, sentia-se melhor. Direcionava seu olhar ao ventre e via que sua ferida estava costurada e quase sarada, também notava que os ralados na face já haviam se tornado cascas e que Selena e Liam estavam de mãos dadas noutra cama adjacente a de Zoe.

- Bem, parece que vamos poupar tempo agora que você sabe sua missão.

A mais velha disse, enquanto o pequeno deitava ao lado de sua convidada, fazendo com que ela acariciasse seu macio cabelo.

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Notas: Trouxe Liam e Selena homenageando Tenshi e Ehlena. Além do carinha que morreu ser baseado no personagem do Yuki.

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Resposta dos Comentários

Tenshi escreveu:

Amei o enredo e a história, principalmente o docinho, sem valar na linguagem vulgar típica. É bom ter uma fic diferente assim diferente da maioria.
Continue com ele e tenha a primeira fic terminada do rpg.

Oi 10, que bom que curtiu a fic e não pretendo largar Once Again nem tão cedo.

-Ord escreveu:

Gostei muito da Fic, Hunter. Zoe é muito carismática, realmente é uma ótima personagem! Fiquei curioso para saber o que vem por aí :3

Pera, Zoe carismática me fez rir. Louca, talvez. Insana, quem sabe. Carismática passa longe. -q

Ehlena escreveu:

OMG, mataram a Bitch do meu filho? -qqqqq

Continue )O)

Mama, essa frase de bitch do filho ficou com um sentido duplo.

JV. escreveu:

Ok, you got me no "viagem no tempo" u-u

Sim, viagem no tempo é legal.

'Chris escreveu:

Curti. -v-

Nossa, mais flood só o post de baixo ↓

The Cookie escreveu:

Bom.

Nossa, floodou mais que o post de cima ↑

Panda.Hero escreveu:

Gostei do enredo da fic, é misteriosa e parece que vai render um bom divertimento! Espero que continue logo u-u estou louca pra ver oq acontecerá com a Zoe! <3

Panchaaaaaaaaaaaaaaam!!! Zoe vai ferrar o povo mais que vai ser ferrada, acho.

Nerkon escreveu:

Vamos ver no que dá, né. Períodos históricos diferentes podem sempre ser interessantes para fanfics de Pokémon, em minha opinião, já que a maioria anda de mãos dadas com o clichê.

Post grande \o/
Vou fazer Zoe te matar na fic, ok?

Pi escreveu:

Curti. Gostei da linguagem urbana e grotesca. E a violência apresentada tira essa história da mesmice que a nós sempre vemos em fics de Pokémon. Parabéns, continue...

Amo violência e xingamentos <3

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Vou deixar pra vocês algo legal. O próximo episódio será chamado Bliding e introduzirá Agatha, outra de minhas parceiras, com um passageiro papel decisivo... Aguardem.