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| 1,60 metros - 47 quilos - Jovem Adulta |
Corpo magro e baixo, média de 47 KG e 1,60 de altura. Não é tão baixa em relação às meninas da sua idade mas seu rosto e curvas corporais deixam uma imagem bastante infantil em sua entidade. Pele lisa, livre de falhas ou problemas da idade, sem espinhas, marcas ou cicatrizes, rosto arredondado e bem marcado por bochechas magras que apenas delineiam o conjunto. Seus olhos são rosados como seu cabelo, característica puxada da sua mãe. Lábios finos, pequenos e bem claros, corpo livre de curvas e volumosidade, estrutura óssea pequena e mais fragilizada formando cintura, quadril e ombros finos, assim como pés e mãos pequenos.Sofre por não poder carregar muitas opções na bolsa de viagem. Preocupa-se mais com tonalidade do que com a peça em si; paira entre vestidos leves e frescos de tons quentes até tons pastéis quebrados por seus shorts jeans, sobreposições escuras ou calças de tons neutro: preto, branco e terrosos. A medida que fora passando o tempo Winnie foi perdendo o gosto por sua aparência infantil. A característica rosada de seus traços e delicadeza de seu esqueleto pouco ajudam na vida de treinadora; a necessidade de fortaleza e firmeza na estrada a torna em geral suscetível a acontecimentos desnecessários. Sua aparência muito infantil também não contribui em nada para sua sensação de segurança, sendo assim, tem optado por roupas mais adultas e uma postura mais ereta. Se antes não se incomodava com sua roupa hoje já se pega pensando nas opções que consegue carregar em sua mochila; preza bastante por acessórios como brincos, cachecóis ou pulseiras por achar que isso ajuda na resolução do problema.
| Prêt-à-Porter |
Assim como qualquer ser humano normal Winnie difere. De modo geral sua força de vontade não é tão alta, não se anima para passeios e nem se esforça para fazer algo que não sente vontade. Ainda que isso pareça pertinente o quadro muda quando a moral entra em jogo; tanto a sua quanto a de outrem. Quando vê algo que julga injusto, perigoso ou relativamente errado Winnie não tem preguiça de entrar em ação; não gosta de ver vítimas e definiria qualquer esquema prejudicial como maligno se conseguisse o compreender. Mesmo com esse senso ingênuo de justiça passa longe de ser uma heroína ou tentar ser; seus feitos são tão impactantes quanto o proletário das formiga e ela sabe disso. Ora ou outra Winnie discorre sobre a inevitabilidade dos danos e ignora, releva e/ou perdoa alguns casos… o famoso passar pano é inevitável e sempre chega com um misto de confusões.Ainda generalizando: demonstra delicadeza e simpatia, vive com um leve brilho e sorriso no rosto mas, mais uma vez, o quadro muda numa condicional comum; cansaço. Winnie definitivamente não consegue ficar feliz quando o cansaço chega e não me refiro tanto ao físico ou mental; o foco principal é o psicológico. Quando sua vida começa a ficar monótona e rotineira ela até aguenta mas... quando se dedica a uma só atividade ou quando sente seu tempo curto demais… é onde surge o maior cansaço de Winnie. É isto que pesa as laterais dos lábios da garota e os fazem cair: frustrações com rotinas de evento e preparos monótonos.
Numa quebra de generalizações chegamos a três pontos um pouco menos flexíveis de Winnie: a paciência , a empatia e a timidez.
A paciência torna-se a maior virtude de Winnie; é raro se irritar e explodir em surtos de stress, choro ou ansiedade, sabe que tudo que acontece a si é reflexo de seus próprios atos e por isso não tende a culpar ninguém a ação alguma que sofre. Existem duas pessoas que lhe tiram deste estado e seus nomes são Nicholas e Vicent. Cada um por um motivo particular da interação; para além disso, a única razão pela qual Winnie sai desse estado é o tal do medo. Quando está com medo Winnie se torna uma porta de tão áspera. Diferente do comum não reage com fuga, ansiedade ou mal-estar; reage com ódio ao sentimento. Este é o sentimento que mais altera a atmosfera da menina; lhe surge uma sensação de impotência e sua auto-estima é dissolvida por completo e a resposta é sempre grosserias.
A empatia fora o ponto mais problemático para a garota. Quando somou-se ao desejo de justiça lhe fizera sentir-se suja por um bom tempo; a hipocrisia não lhe era aceitável e a todo o momento vivia em conflito interno. Foi a empatia que lhe fez mergulhar em uma crise de lamúrias. Foi a mesma empatia que a fez entender que viver errando é algo inevitável. Este mesmo pilar lhe tirou da fossa que a mergulhou: hoje entende que ser empática também é ser egoísta visto que é sentir em si o que o outro sente. Ser empática é, por definição, impossível, não há como sentir o que o outro sente. Foi assim que Winnie aprendeu que não compreenderá o mundo na base da empatia e do julgamento moral, aceitou que a hipocrisia pode ser nada mais que um questão que ela não conseguiu compreender por hora e, acima de tudo, não há como ser bom para todos e, tão pouco, o tempo todo. Agora a empatia anda de mãos dados com uma Winnie egóica, que compreende com mais malícia e fluidez os fatos.
O último aspecto estável – a timidez – já não mais se manifesta como algo comum. Outrora Winnie tinha dificuldade de falar com qualquer um mas sua história com as ruas a fez mudar. A necessidade deu-lhe forças e a única coisa que lhe restou sobre sua antiga timidez foi um curto vestígio fóbico, a presenteando com lapsos de incômodos com multidões ou holofotes. O que continua é o comum: não sabe lidar com elogios, não gosta de plateia, odeia ser celebrada ou lembrada em datas comemorativas e/ou ser o centro das atenções.
| Iris |
A história de Winnie é sua trajetória no mundo Pokémon; antes de resolver ser nômade levava uma vida monótona e pouco importante e talvez por isso muito pouco constitutiva. Antes se enxergava como uma garota pouco engajada que se julgava desinteressada e entediada... hoje? Não há como ser! A história de Winnie é a estória da mudança, do grande abismo entre a vida enraizada em Violet City à movimentada e andarilha rotina de treinadora Pokémon. Sua história é a História; tem começo, meio e projeção de fim, tudo isso presentificado e distorcido numa interpretação própria.Nunca houve uma tragédia em seu lar, nenhum fato se agrupa em um drama; a vida da menina era completamente normal. Filha do meio de uma família classe média em ascensão morava cada ano em um bairro melhor de Violet. A menina das madeixas rosas se apresentava como uma qualquer no meio da população local, ia diariamente à escola, se prendia a duas ou três garotas, fofocava enquanto deveria estudar, perdia horas no banho, ouvia música pop e gastava sua mesada toda em lanche. Tinha o privilégio da estabilidade financeira e familiar; pais vivos, família que almoça junto e um restaurante que garantia todo mês o sustento dos cinco. Seus conflitos limitavam-se à coalizões com o irmão e embates de interesse com os pais mas nunca fora lá muito regrada ou podada: podia escolher a faculdade que quisesse mas teria que fazê-la até o fim.
Antes de tudo não tinha contato algum com o mundo Pokémon e nunca achou que o teria. Seu marco histórico foi a saída de Vincent que, depois de muito brigar com seus pais, decidiu ser nômade. Sem dúvida o irmão era o laço que Winnie mais tinha apego, primeiro porque cresceram juntos, segundo por ver nele uma relação de parceria sincronizada: reclamavam das mesmas coisas nas mesmas intensidades, tanto das falhas miseráveis nas projeções paternas quanto das metas individuais. No fim ser refém do restaurante era morte para Vicent e morte para Vicent era morte para Winnie. Morte figurativa; morte dramática. Sem ele Winnie se via num ambiente insípido e não havia tempero de restaurante algum que conseguia dar sabor.
Talvez pelo seu privilégio da estabilidade não conseguiu resistir a única cisão familiar que passara mas, se formos aprofundar mais no acontecimento, a saída de Vicent não pareceria só um marco familiar: era uma realocação do lugar de Winnie dentro de sua própria casa. Se antes ela era a menina que estudava, a filha nova demais para trabalhar ou ainda a que menos era cobrada, sem seu irmão ali, se tornou a emergente. Emergirá mesmo; boiando num mar que não pediu para estar.
Foi esse caldo que resultou no que todos já sabem; a única parte conhecida e óbvia da história de Winnie, sua opção pela vida nômade. Talvez inspirada pelo irmão, talvez por desenhos, filmes, livros e relatos; ora por um, ora por todos. Não há como saber da onde a garota tirara essa ideia maluca. Ninguém acreditou que fosse durar o suficiente para que ela se convencesse de que esse seria seu futuro. Saiu de New Bark com uma Chikorita e chegou à Copa União com um time de quatro integrantes. Talvez esse fora seu primeiro período de transformação; antes não tinha projeção de futuro, sempre viu o treinador Pokémon muito ligado a uma maternidade compulsória e completamente ilusória. Tratava Tyr, Skoll, Hati e Balder como filhos extremamente poderosos que ora ou outra podiam a defender. Até então não se consideraria uma treinadora, estava mais para uma aventureira que usava da tecnologia das pokébolas para facilitar sua vida, seja para defesa ou fuga. Atacar jamais! Bem, ao menos até Copa União, que a demandou uma postura outra.
Sem projeção de futuro Winnie acabou caindo no famoso redemoinho do “topo tudo”. Isso que levou a iniciante até uma sequência de batalhas; este foi o início de uma cisão e uma mudança na forma como enxerga os Pokémons. Sua ideologia “humanitária” ao se encontrar com monstrinhos não bastava mais, deu-se conta que a lógica humana não pode habitar todas as espécies, ainda assim, era cruel o que decidiam fazer com eles; até então ela não conseguia diferenciar nada entre uma rinha de galos e uma batalha Pokémon.
Para piorar cometeu o seu famoso deslize que lhe assombra até hoje. Foi Gabriel Paiva que trouxe sua primeira decepção como pessoa e como treinadora: aquela batalha ainda dói o estômago de Winnie.
Falhando miseravelmente como ser humano e como treinadora Winnie pairou por muito tempo num conflito ético; convencia-se de que fazia bem a todos - dissolvendo alguns problemas e capturando outros - mas a própria lógica da captura por si só já era problemática. Sempre parava para pensar se devia ou não usar seus pequenos para batalhar e até optara por tentar meios menos destrutivos como concursos e apresentações mas... não funcionou tão bem. Talvez seu segundo maior ato seja de Santalume à Copa Hoenn: no primeiro polo descobriu finalmente o exótico e o exterior; no segundo confirmou algo que era completamente paradoxal à seu moralismo: Winnie gosta de conquistar. Infelizmente no mundo Pokémon conquistar e competir são quase que sinônimos.
A exoticidade do planeta lhe tornara cada vez mais deliciosa e a vontade de conhecer mais tomava-lhe de alegria. Alegria que vinha junto de angústia já que para viajar, competir, conhecer e navegar, precisava previamente batalhar, explorar e capturar. Junto dessa época, para piorar, Winnie acabou entrando num marcante embate com caçadores: conheceu Pokémons cruéis e pessoas piores ainda. Reconheceu o espaço da maldade humana no ecossistema e (re)conheceu que a exploração de pokemons pode levar o mundo a um desequilíbrio apocalíptico.
Tudo isso ensaiava um pessimismo inevitável que, somado a um niilismo, fez Winnie parar um pouco. Parar de que? Bem, de se envolver; não vê mais o irmão a tempos e cortou laços com sua família. Tratou de esquecer os laços que são tão chamados de “essenciais” e que foram só ser relembrados quando as enchentes vieram à tona. Foi um tempo de solidão bastante auto-reflexivo. Nunca respondeu nenhuma de suas perguntas e muito menos quebrou algum paradoxo, ainda assim, entendeu que não o faria nunca. Se o ser humano tivesse de fato uma essência, essa seria a hipocrisia e Winnie aprendeu isso. Não por ser de fato inerente mas por ser impossível viver sem culpa e a culpa por si só é hipócrita: arrepender-se do que fez e arrepender-se de se arrepender. Para a jovem culpa virou não mas o sentimento de quem pede desculpas mas sim o de quem pede desculpas porque continuará fazendo.
A solidão lhe fizera bem; não por transformá-la numa pessoa melhor mas por entender por a + b que algumas coisas seriam inevitáveis e o que podia fazer com isso era nada, ao mesmo tempo que tudo. Não era seu papel exterminar sua culpa, num estilo de vida budista e nú, mas também não era seu papel ignorá-la; teria que viver com ela em tudo que fizesse e, assim, procurar meios menos destrutivos de conseguir o que quer.
Usou esse tempo para se conhecer e reconhecer-se na imensidão de possibilidades. Seu time cresceu; entendeu que não conseguiria ser amiga íntima de todos os seus Pokémons e aceitou que suas capturas e resgates, as vezes, teriam mais laços entre os outros Pokémons que com ela, a treinadora. Entendeu que não conseguiria - e nem precisava - ser maternal e que muito de seus pecados eram por excesso de infantilização. Conheceu Pokémons que gostam de batalhas e alguns que a temem mas entendeu o óbvio: raramente alguém não gosta de vencer. Sendo assim, viu crescer seu time e decidiu nunca mais repetir o erro da Copa União. Estudou, aprendeu e ensinou. Conquistou, viajou, perdeu-ganhando. Evoluiu e sentiu-se realmente uma treinadora; evita batalhas mas sabe que elas são inevitáveis para que se torne alguém forte e, melhor ainda, torne seus Pokémons fortes. “Se for uma boa experiência, não tem porque pedir desculpas”.
Talvez isso tornou Winnie um pouco mais ambiciosa, ainda que este não seja lá um traço muito marcante: se esforça para ser alguém forte e não a melhor das treinadoras. Quer nunca mais falhar como antes; aprender e crescer. Chegar a essa conclusão foi de suma importância para vida da garota porque, só assim, conseguiu realmente se afirmar como treinadora: entrar em uma sociedade, treinar seus Pokémons, batalhar em ginásio e enfrentar copas sem surtar ao meio de cada ordenação de golpe. Essa é a história de Winnie, uma garota que saíra de casa para brincar e terminou como treinadora. Não tem o sonho de ser a melhor em nada mas, ainda assim, tenta dar o melhor em tudo. Sabe que o tempo foi, é e será primordial para seu crescimento. Reconhece o lado ruim de toda essa história mas agora consegue manter laços ativos, gostar da companhia de pessoas, apaixonar-se, viver em conjunto e conquistar sem dar para trás.