BLAKE MC BRIDE VS MAX MAZZONO
[...] E então ele percebera estar entre os Top 08. Todo seu esforço não havia sido em vão, e aquilo era realmente visível no momento que seu nome fora gritado nos altos falantes que rodeavam o estádio. “Blake McBride”. Neste momento, toda sua jornada começava a aparecer diante de seus olhos, desde os momentos iniciais até...
Aquele garoto era... Ele não era um garoto. Era um homem. Um bondoso homem que não levava em sua face a expressão de mau. Aquela face levava consigo uma aparência bondosa, como se lutasse por brincadeira, sem querer vencer. Com aquela expressão de bom homem... Não entendia aquilo.
Ali de onde eu assistia o duelo, tudo era bem visível. Um bom garoto lutando contra uma criança levada. O que me surpreendia era tamanha falta de educação do garoto, que começava o duelo fazendo um gesto obsceno para a câmera que gravava tudo. Aquilo havia me deixado furioso, mas eu não podia fazer nada.
- Olha aqui, titio – disse Max Mazzono, assim como o levado garoto se apresentava -, eu treinei muito para chegar aqui, e não será agora que sairei sem vencer.
- Olha só, temos um baixinho revoltado! Hehehe! Tenha calma, isso é só um duelo, não é uma disputa de vida ou morte.
- Haha, poupe-me – dizia, com um tom debochado -. Se não é de vida ou morte, é do que? Viemos aqui para vencer, verme nojento.
- Olha a boca, hehehe!
Aqueles dois ficaram se bicando durante alguns minutos. O narrador do duelo já havia até esquecido que sua função era narrar, assistindo o confronto de palavras atentamente. Um absurdo! Como que o pessoal que organiza a Liga Pokémon não escolhe alguém mais responsável?
- Enfim... Drapion, vamos começar. – Blake falava, retirando seu Pokémon escorpião – Se posicione em forma defensiva, utilizando seus braços para se defender e atacar com a perna. Será algo simples, mas não tenho certeza se você conseguirá. Não podemos subestimar nosso inimigo, disto você sabe bem.
- É bom não nos subestimar mesmo, Pidgeotto sabe o que faz. Vamos! – completou o pequeno garoto, resmungando. – Vamos começar com um teste de leve. Enquanto Drapion fica em forma defensiva, voe ao redor do campo para ter uma conclusão do que irá nos auxiliar. Depois disso, use o ataque de areia.
O campo do duelo era totalmente favorável a Pidgeotto. Um campo aberto, arenoso. Sem muita ajuda para o escorpião. Do lado direito do campo – do lado onde eu estava –, uma grande rocha. Do lado esquerdo – onde meu amigo Oliver estava –, nada. Drapion estava em dupla desvantagem, e ficava me perguntando como resultaria aquele confronto.
Uma garota que estava do meu lado gritava com raiva. Ela era estranha, talvez obscura. Seus cabelos pretos com lilás me davam medo. Aquela voz, aquele olhar. Ela estava realmente furiosa com aquele homem que estava no campo. Ficava me perguntando por qual razão ela estaria brava, mas resolvi ignorar tal questão para continuar prestando atenção no duelo. Havia perdido uma parte do confronto, mas acho que não havia sido muita coisa. Quando olhei, Pidgeotto já estava pousada na grande rocha, batendo as asas para levar um pouco de areia com o auxílio do vento. Drapion ficava lá, encarando a tempestade de areia, como se nada tivesse acontecido.
Blake ficava imóvel, observando com uma cara atenção a estratégia do oponente, boquiaberto. Não era bem uma estratégia, mas aquela “leve” tempestade já havia deixado Drapion com os olhos formigando. Para Blake, aquilo era impressionante. Se o primeiro golpe já havia tamanho poder, o que viria dos outros?
- Ficou surpreso, titio? – provocava Max – Vejamos o que lhe aguarda... Faça com que o vento circule por dentro do campo, para que a tempestade continue sempre. Vamos com o Wing Attack primeiro, depois podemos nos recompor com o Roost.
- Hum... Drapion, quando a ave se aproximar, prenda-a com seus braços. Depois use sua cauda para atacar com algum golpe venenoso. Tente envenená-la, assim o Roost não vai causar tanto dano para nossa equipe.
Pidgeotto voava pelas laterais do campo, nos limites pintados de branco. A plataforma na qual o narrador estava sentado já era praticamente invisível, perante ao grande número de areia que voava ao lado de Pidgeotto, causando uma tremenda poeira para todos os lados.
Blake estava nervoso, percebera que mesmo lutando com uma simples ave, estava numa pior. Era possível ver suas gotas de suor, devido ao medo de perder. Era muito treino para ser jogado no lixo, segundo ele.
Havia muita poeira no campo. Drapion já não conseguia mais localizar Pidgeotto naquela nuvem de fumaça, sentido somente as asas da ave encostar em suas costas, dando uma chance para tal Pokémon ser capturado pela cauda de Drapion. O veneno era transmitido no momento em que Drapion fincava sua cauda em Pidgeotto.
A ave, gemendo de dor, assustava o pequeno garotinho, que apenas aparentava ser todo corajoso. A ave, na tentativa de se recuperar, soltava algumas penas, como se fosse um ritual, mas foi impedido quando o Pokémon lançava-o para longe, contra alguma coisa que causou um barulho.
Da plataforma de onde eu assistia, não era possível enxergar o que era, devido as grandes nuvens de areia que estavam no local, mas pelo barulho liberado pela ave, devia ser alguma rocha ou alguma coisa dura, talvez até a parede.
- Pidgeotto, você está bem? – indagava o garotinho.
Blake, mesmo tendo virado a rodada, ficava preocupado quanto a saúde de Pidgeotto, que gemia de dor por causa do veneno que se espalhava pelo seu corpo. Os gritos do Pokémon assustavam o garotinho, mas como era uma luta, tinha de ter um final.
- Sinto muito, menino. O “titio” aqui vai ter que fazer o que é certo. – finalizava Blake, num soar de deboche.
Drapion gritava com um tom de raiva, correndo em direção a ave, que estava fora do campo de visão do Pokémon. Ao entrar na nuvem de fumaça, não foi ouvido sequer um barulho. Do alto do céu, Pidgeotto aparecia, intacto, somente com uma marca da cauda de Drapion.
A ave descia rumo a nuvem, batendo as asas para liberar a fumaça, atingindo fortemente Drapion com seu golpe de asas. O escorpião caía, sendo seguido por muitas bicadas da ave. O escorpião tentava se defender utilizando os braços, mas não conseguia. Os golpes repetitivos da ave causava uma maravilha: uma luz branca envolvera o corpo de tal, criando uma nova forma. Os cabelos, bico, asas. Tudo crescia! Era o ato da evolução!
- Pidgeotto?
A ave batia as asas, mostrando seu novo tamanho, praticamente igual ao de Drapion. O garoto ficava encantado, mas tanta alegria resultava em desastre. Na brecha que deu, Drapion atacava novamente a ave com sua cauda, mas dessa vez, lançando um golpe poderoso do tipo venenoso. Novamente, a ave gemia de dor, mas de tanta dor, ficava imcapasitada de voar. Muitos golpes consecutivos do escorpião resultavam na “morte” da ave, dando a vitória para Blake McBride.
- E temos um vencedor! – anunciara o senhor narrador, batendo numa espécie de prato gigante, causando um grande impacto no campo!
Com toda certeza, havia sido uma grande batalha!