[RUAS DE VIRIDIAN] Work hard, play hard.

O pokémon de Liza estava sofrendo a maioria dos ataques de Magnemite e isso me preocupava; não queria que a garota visse seu touro desmaiar. Queria trocar de lugar com o bovino, fazer Febo avançar enquanto seu parceiro de batalha recuava, para proteger-se; temia, contudo, que meu pequeno lagarto não suportasse os danos e acabasse por ser obrigado a retornar. Nada fiz, se não manter a posição que ambos já estavam assumindo.

Também queria mudar os ataques de Febo, a sequência headbutt-ember já estava batida, mas, infelizmente, não havia muitas opções para alternância, então teria que manter a “estratégia”. - Ok, garoto, vamos arriscar. Quero que corre em direção de Magnemite, se necessário, pegue uma carona no dorço de Torão. Não, não vamos fazer qualquer movimento ofensivo agora. Charmander assentia, não importando o que eu dizia. - Agarre o pokémon elétrico com suas garras e faça apenas isso.

Mudei de ouvinte, queria agora que Liza prestasse atenção no que eu dizia. - Liza, presta atenção: Torão já está bem ferido, recue-o e faça apenas movimentos que diminua o status do adversário; nada de ataques ofensivos. A garota assentiu, mesmo aparentando um tanto quanto contrariada. - Torão, bora fazer o que o Marc disse, vai prá tras e fica agitando a cauda, utilizando o Tail Whip. Faz duas vezes isso aí. O touro bateu com um dos cascos dianteiros no chão e recuou, assim como sua treinadora havia mandado.

Voltei a falar com charmander, agora comandando-o pontualmente para um ataque. - Febo, aproveite que você agarrou o Magnemite e utilize Ember no centro do corpo do seu adversário. Não se segure, mande a chama mais forte que conseguir. Em seguida, acerte-o com headbutt, num sentido que ele seja mandado para o chão - ou seja, acerte-o de cima para baixo, mesmo que com alguma inclinação Cerrei o punho e esperei a cena desenrolar-se.

OFF: "estratégia" mais WTF do mundo, mas foi só pra diferenciar as sequência dos posts que estavam começando a ficar repetitiva.

OFF: Sessão da Tarde feelings com esse “ entrar em uma fria maior ainda”


Magnemite jazia no chão assim que charmander finalizou seus ataques; por um momento, pensei ser o fim de nossos problemas, mas não nos restou tempo para tomar qualquer atitude e logo uma nuvem negra cobria o ambiente. E agora, o que seria? Tentei aproximar-me de Liza, tateando o espaço vazio ao meu redor, mas parecia que a garota não estava assim tão perto - e nem mesmo a chama de meu pokémon conseguia ultrapassar completamente a escuridão.

Corri para onde um brilho fraco insistia em sobreviver - tinha que ser Febo; só poderia ser. - Char! O grunhido assustado encontrou minhas pernas e as abraçaram forte, quase cravando suas garras. Ajoelhei para ficar na mesma altura que o pequeno lagarto e sussurrei para que só ele escutasse - Pequeno, acalme-se, eu estou aqui. Pode me fazer um favor? Agite sua cauda traçando um semicírculo, assim podemos nos proteger, mesmo que minimamente. E, aconteça o que acontecer, não me solte. Senti as garras adentrarem ainda mais o tecido de minha calça, furando-a, quem sabe, normalmente, teria reclamado de uma leve dor, mas na situação que estávamos, não era uma opção. Sentia-me até mesmo feliz com a sensação de uma garra cravando-o se em minhas pernas, pelo mesmo assim tinha a certeza que Febo estava comigo. Mas, o que estava acontecendo com Liza?

Aquela inesperada situação ficava cada vez pior, cada vez mais perigosa; eu era apenas um garoto que sonhava com pokémons, mas que agora lutava contra mal feitores; só esperava que tudo acabasse bem.

OFF: Joul, se quiseres narrar alguma ação de Liza, sinta-se a vontade, já que não o fiz no post por não ter uma visão de Marc.. Aliás, teria como informar o XP ganho em batalha? E um último pedido, queria mudar a trama de minha personagem para que ficasse mais coerente com o perfil de um Rocket, então, se quiseres aproveitar-se da narração para começar essa mudança, a vontade para encaminhar um motivo para que o Marc se torne "o cara mau”.

De repente, um grito quebrou o silêncio que todo o ambiente parecia criar, cortando a barreira de fumaça; Liza e Tauros pareciam em alguma encrenca - mas, afinal, qual de nós dois não estava encrencado? Preocupei-me, obviamente com minha companheira; por ora, infelizmente, nada conseguia fazer para ajuda-la, uma vez que minha visão ainda estava neutralizada devido à fumaça do local.

Logo o som de passos espalharam-se ao meu redor, não conseguia identificar uma origem, parecia que vinha de todos os locais - seriam produzidos por mais de uma pessoa? Desejava, intimiamente, que tudo aqui pudesse acabar num piscar de olhos, como um despertar depois de um pesadelo, contudo, também sabia que aquilo era real e não uma peça de meu inconsciênte.

Inesperadamente, um objeto cruzou os ares e atingiu meu pequeno pokémon; temia porque sabia que logo aquilo teria um fim e iniciariamos um cena ainda mais assustadora que a atual - eu, apenas uma criança, um treinar em inicio de jornada, deparava-me com um desafio que parecia grande demais para mim; queria que meu pai estivesse por perto, ele saberia o que fazer, saberia como se livrar daquela encrenca. Febo estava agora desmaiado em meus braços. Eu estava sozinho - e o pior: três outros seres estavam sobre minha responsabilidade; e eu não pude protegê-los. Havia falhado?

Queria cair em prantos, mas a tensão não me deixava agir, nem mesmo suspirar. Não podia ser uma criança chorona, não agora; a situação obrigava-me a crescer. Imediatamente.

Um grupo de encapuzados - não pude reconhecer a qual organização pertenciam; se eram amigos ou inimigos, mesmo que a primeira opção fosse tão possivel quanto eu sair dali ileso - segurava-me com força, impedindo qualquer movimento, eles estavam por todos os lados e suas más intenções pareciam formar uma aurea ao redor deles. A agonia e a vontade de lutar mesclavam-se dentro de meu pequeno corpo, já não conseguia pensar, quisá agir; foi então que todas as possibilidades de reação foram anuladas - minha visão agora foi completamente tomada de mim, algo cobria meu rosto e eu não conseguia saber o que acontecia ao meu redor.

Segui o rumo que aquelas pessoas desconhecidas me conduziram; não possuia ideia alguma para onde estava indo e tudo que eu queria era ser beliscado e acordar de um sonho ruim ao lado de meu charmander - mas eu sabia que não era possivel.

Fui sentado em alguma superfície e rapidamente amarrado em seguida; não tinha nenhum movimento livre, se não minha cabeça - todos os membros estavam imobilizados. De repente meus olhos foram invadidos por luz, o que me deixou momentaneamente “cego”, até que minha visão de acostumasse com a iluminaçao do local.

Cinco pessoas rodeavam-me e não reconhecia ninguém, a não ser por uma silhueta que demorei a reconhecer; alguém estava ao meu lado e, pela sua posiçao, achava que estava desmaiado. O medo começava a superar qualquer outra emoção.

Antes sequer que eu pudesse protestar a respeito de toda aquela situação, a porta escancarou-se e toda a atenção foi desviada para a figura que adentrava o ambiente - o homem gordo retornara; agora, porém, ainda mais sombrio do que antes e eu tinha quase certeza de que sua presença transformava ainda mais o estado para algo mais crítico. Digeri todas as suas palavras, pareciam amargas e me causariam indigestão futuramente - estava de olhos fechados, tremendo numa mescla de raiva e medo. Quando o silêncio fez-se convidado, abri a boca para falar, inicialmente as sílabas saiam trêmulas e incertas, mas assim que fui desenvolvendo a fala, tornaram-se firmes e convincentes. - Eu. Não. Sei. De. Nada. Cuspi cada palavra, pacientemente, com um tom de quem implora levemente escondido entre uma e outra; não me dando por satisfeito, continuei. - Eu não vi nada. Absolutamente nada! Há muito minha fala perdeu a calma e agora via-me gritando e me debatendo para tenar afrouxar os nós que me prendiam.