Rumo para o mar!

_Mantenha distancia então. _ Foi tudo que a cordenadora falou ao velho, seu jeito de responder afirmativamente á sugestão dele de revistarem aquele lugar juntos. _ Vamos ver se achamos algo decente por aqui, com sorte, tem mais algum pokémon raro aqui ou um bom...

Ame andou até a saída mais próxima, com Rolland de acompanhante, logo, estava de volta ao inicio de onde partiu, não sabia o que mais poderia fazer naquele local, sentia uma estranheza por não ter nenhum sinal daquela ranger de antes e mais ainda por ter tido sorte. "Será este um bom dia mesmo?" se questionava enquanto Champion vasculhava os arredores, ele parecia tão curioso agora.

Surpresa em achar um local secreto - mais por não te-lo visto antes do que por ser algo "secreto" - Ame não hesitou em entrar no laboratório, já havia passado por poucas e boas nesse dia, o viesse agora poderia ser superado. "Champion esta pronto pra briga!" pensou ela sorrindo por seu bulbasaur enfim ter virado um Ivysaur.

Uma vez dentro do lugar, a cordenadora começou a vasculhar tudo que pode.

_Não fica só olhando, ajuda também! _ Falou para o velho Rolland enquanto movia alguns objetos. _ Procure por algo interessante ou uma saída daqui, temos uma base rocket com vários mistérios, ou seja, deve ter algo valioso por aqui ou talvez algum TM esquecido.

Aquela atitude imperativa era tipica de uma Sakigami, em particular da matriarca, mas isso já era algo que qualquer empregado da família esperava, ainda mais da herdeira que sempre ganhou tudo nas mãos. Seria interessante para os pais de Ame a verem naquele estado tão diferente do que conheciam: a cordenadora estava de livre e espontânea vontade mexendo em objetos sujos e virando lugares para obter o que queria, sem ajuda de empregados ou reclamando (o tempo todo) de estar com as mãos sujas.

Champion tentava ajudar sua dona com suas vinhas, usando-as para agarrar objetos caídos ou altos, mexer aqui e ali ou apenas segurar algo que Ame lhe entregava por um tempo. Logo mais, Ame se cansou e sentou em algum destroço.

_Será que é melhor mesmo sair daqui? _ Resmungava ela colocando Champion de volta na ball.

_Antes de tudo, eu não ligo nem um pouco para esse teste que o meu pai quis, se você não quer ficar aqui, então pode ir embora, eu estou aqui porque eu quero! _ Mais clara não tinha como ser, Ame já não ligava para o velho, ela tinha algo para se centrar agora.

Ame pegou a ball de Amber e a liberou já dando uma ordem.

_Amber, use electro ball naquela direção para iluminar o lugar, vejamos o que esta havendo aqui.

_Não 'to sozinha! Tenho meus pokémon comigo, não preciso de babá.

Ame não continuou, o cheiro de queimado roubou sua atenção e depois o vulto repentino a atraiu. A surpresa e decepção era evidente no rosto da garota ao ver quem era que estava chorando e depois de um suspiro longo, Ame tentou se aproximar do pokémon sem deixa-lo acuado ou com medo.

_Ok, esta tudo bem, nós não vamos te machucar se não nos ameaçar, entendeu? Vem cá. Champion tente falar que não somos inimigos.

Ivysaur assentiu e tentou interagir com o Venonat, Amber também tentou conversar com o pokémon inseto, tentando faze-lo se animar com seu jeito animado. Enquanto o trio interagia, a cordenadora usou sua pokedex para saber mais sobre Venonat.

_Viu? Esta tudo sob controle. _ Disse ela para Rolland atrás de si.

Um grito ficou preso na garganta da cordenadora que encarava o corpo imovel totalmente surpreendida, não sabia como reagir. Champion e Amber correram até sua dona, o pokémon flor mordeu o pulso da garota para desperta-la, funcionou.

Ame colocou a gola da blusa sobre seu rosto, até cobrir o nariz e a boca, respirou fundo, colocou Champion em sua pokeball e Amber no seu ombro com um ordem clara -"Fique alerta e ataque o que se mexer"- antes de tentar procurar uma saída da sala. Ame se deteve um momento para olhar o cadáver de Rolland, um pensamento assombrava a garota e um dilema pendia em sua mente. "Ele esta morto mesmo, não é?" pensou ela antes de se aproximar e revirar os bolsos do cadáver.

"Você é um treinador, então deve ter algo útil para casos de emergência." A cordenadora buscou por qualquer item de cura ou algo assim, não teve qualquer hesitação em verificar a carteira também, aonde viu a identidade do homem e um antigo cartão de visita da confeitaria, de fato, ele era um ex empregado da família. Ame não ficou muito tempo vendo os dados de Rolland, ela se focou na busca por qualquer item que a ajudasse, precisava de qualquer ajuda numa situação desesperadora como a que estava por isso não podia abrir mão de pegar medicamentos para sua equipe, já que tinham passado por lutas recentemente.

Nessa busca, ela acabou achando a pokeball de galvantula, Ame lembrou-se da luta que teve contra a aranha, de como foi dificil e em como ficou encantada pelo jeito do pokémon aracnídeo. "Se deixa-lo aqui, vai acabar como o dono, ou talvez seja recolhido por quem me atacou..." Sem tempo para refletir mais, Ame colocou a pokeball na sua bolsa. Num ultimo ato, ela, com um tanto de nojo e medo, fechou os olhos do cadáver.

Assim ela deixou o lugar pelo caminho que veio, não valia mais a pena ficar ali com tamanho risco de vida.