01 - Primeira cidade e o primeiro pokemon.

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Ensolarada e pouco árida. Essa era a cidade de Pallet, não só naquele como em todos os outros dias. O pequeno vilarejo era quente e o vento nele não era uma coisa constante. As roupas nos varais das senhoras sequer balançava, mas com certeza, estariam secas até o fim do dia. Alguns Pokémon eram vistos nos jardins das casas, cercados por portões e cercas de ferro e madeira, respectivamente, dando à cidade um ar rústico e bonito.

E era ali que o jovem de doze anos, Kyo, se encontrava. Seu Charmander regojizava-se com a energia solar que tocava sua já quente pele. O calor era bom para ele. Repetia seu nome um par de vezes, e passava a seguir o rapaz de gorro, que escondia seu bagunçado e emaranhado cabelo.

Charmander ficava muito contente com os adjetivos que o futuro lhe reservava. Imbatível era realmente um sonho para qualquer treinador Pokémon, e pra ele não seria diferente. Kyo queria dar um passeio em direção à Rota 1, a primeira rota naquele enorme continente de Kanto, mas um grito vindo de algum lugar chamava sua atenção. Charmander ficava atento e tentava identificar de onde o som vinha. Perto dali, em algum lugar, alguém tinha caído e se machucado. Uma moça, logo à frente, e ela precisava de ajuda.

Charmander ficou confuso por um instante, mas não hesitou em obedecer seu treinador, apesar de ter ficado realmente um pouco sentido com o último grito para irem auxiliar quem quer que fosse que tivesse caído, se é que realmente alguém tinha caído. Aparentemente, o lugar estava vazio. Não havia ninguém ali, e o grito tinha sido um tanto quanto assustador. Kyo olhava de um lado para o outro. Charmander, por sua vez, puxava a barra da calça do rapaz e apontava para baixo com suas pequenas e afiadas garras. Lá embaixo, em um buraco cavado sabe-se lá como, estava uma garota.

Ela precisava de ajuda para sair dali. As Pokéball da jovem estavam ainda do lado superior, mas não por muito tempo. Uma rede caía sobre as três pequenas esferas de duas cores e puxavam-nas para a direita. Um homem usando uma boina preta, uma roupa escura com um R marcado em vermelho diretamente no seu peito, calças pretas e botas e luvas brancas, com uma pá nas costas e uma rede nas mãos, sorria na direção de Kyo. Era um Rocket menor, que havia acabado de ser contratado.

A moça ali embaixo precisava de ajuda. Mas o que Kyo faria? Se ajudasse a moça, ela perderia os Pokémon. Se atacasse o ladrão, a moça continuaria lá, no buraco cavado pelo Rocket.

— Não o deixe levar meus Pokémon, por favor!

Suplicou a moça, segurando o joelho machucado. O buraco era um tanto quanto fundo e estava escuro, quase não dava pra vê-la lá embaixo, mas ela claramente estava sentindo dor. Talvez ela mesma tivesse um monstrinho de bolso que pudesse tirá-la dali, mas a escolha era totalmente de Kyo.

Enquanto Kyo se abaixava para tentar salvar a garota, o Rocket tomava a dianteira e passava a correr, assim como já era previsto fazer. O Charmander ajudava a tirar a garota de dentro daquele buraco. Ela se apoiava na borda do buraco, sentada no chão. Agradecia ofegante, mas seus olhos estavam cheios de lágrimas, e ela estava se odiando por ter deixado os Pokémon serem levados daquele jeito. Todos os seus Pokémon já acompanhavam-na há três anos, e ela estava visitando sua cidade natal para ver a família quando foi atacada e assaltada pelo Rocket.

— O-obrigado por me salvar, mas... Parece que perdi meus Pokémon...

A garota abria a própria bolsa e usava os itens de primeiros socorros que tinha para fazer um ágil curativo em sua própria perna, enquanto enxugava os olhos sem dizer mais nada. Agora, com a claridade dando plena imagem de como ela era, era possível ver que os fios ruivos que saíam de sua raiz eram naturais, e as sardas em seu rosto apenas acentuavam sua beleza única. Era um tanto quanto magra e falava com um sotaque carregado de francês. Havia sido discípula de Fantina um dia, e morou em Kalos por algum tempo, mas tempo o suficiente para largar o sotaque caipira de Pallet e consigo levar o sotaque chique de Hearthome e Kalos.

Ela só tinha mais um Pokémon que não havia sido levado, mas era um Pokémon ainda fraco e recém-capturado por ela, logo que chegara em Kanto. Talvez pudesse ajudar na busca, se é que encontrariam o ladrão, que estava com uma boa distância deles.

— Me ajude a procurá-lo!

Uma esfera cor-de-rosa ia aos céus. De dentro da Love Ball, grandes e brancas asas abriam-se, mostrando um padrão bonito dentro delas, com duas manchas escuras na parte superior. As antenas eram levemente caídas, e grandes olhos vermelhos compunham seu corpo arroxeado e suas pequenas mãos e pés médios, coloridos em roxo. Freeee! Gritava, ao agitar as asas e se aproximar de sua treinadora, que parecia em apuros.

— Freya, precisamos encontrar nossos amigos... Um cara mal os levou. Esse aqui é o... Ahn, qual  o seu nome? — A garota ruiva estava em pânico demais para ter pensado nisso antes, e realmente não estava com muito tempo para apresentações, ainda mais por estar nutrindo uma curta raiva pelo garoto, por não ter feito o que ela pediu logo no começo. — Eu sou Tannia. E essa é Freya, minha Butterfree. Agradeceria se você pudesse me ajudar a recuperá-los.

A ruiva fechava o punho, sem esperar o rapaz. Ordenava que a Butterfree aguçasse os sentidos de suas narinas de inseto e tentasse farejar o perfume do Rocket. Ao fazê-lo, a borboleta passava a voar em direção a algum lugar, e Tannia corria atrás dela.

Tannia continuava seguindo em frente, com sua velocidade extremamente reduzida. A garota era uma treinadora de Pokémon de mãos cheias, e seus Pokémon eram treinados para ter velocidade e poder especial, infelizmente, ela mesma estava com a velocidade diminuída e por isso não conseguia acompanhar Butterfree em sua busca incessante pelo Rocket. O lugar era pacato e vazio, só haviam quatro seres nas ruas naquele momento, que eram exatamente Tannia, Freya, Kyo e Charmander.

A garota se abaixava e apoiava as mãos nas coxas, ofegante. Estava pensando que tinha perdido seus Pokémon para sempre... Kyo e Charmander tentavam procurar. Ela não permitiria que o rapaz fosse embora, não agora que ele decidiu ajudá-la a procurar. Mas a busca ficava cada vez mais difícil. O paradeiro do Rocket era complicado de se identificar.Olhando a vitrine de uma loja, uma repórter dizia que próximo ao laboratório do professor Oak, uma figura suspeita fora vista. A garota teve a ideia de ir atrás.

— Kyo, vamos para as redondezas o laboratório!

Andando devagar, a garota se dirigia até o local onde o professor Oak entregava Pokémon para iniciantes. Estava determinada a trazes seus Pokémon de volta.