A menina então deu um sorriso lateral, meigo, em sinal de "ok", não estava correspondendo o flerte perfeitamente, mas estava sim acompanhando e deixando o garoto ir, Anne era realmente uma menina que adorava uma animação no seu dia. Virou a cabeça para a tela do computador e começou a digitar bem devagar, ela não parecia ser muito boa nisso, mas pelo menos estava tentando. O que, para uma pessoa normal, levaria poucos segundos, acabou em minutos, talvez deixando Dandy impaciente ou nervoso com a lerdeza da garota, parecia até proposital. Depois do tempo de espera, a menina saiu da cabine - desaparecendo e surgindo de repente de novo - e foi ao encontro do menino-topete, olhou-o de cima à baixo e falou:
- Pronto? - Não esperou a resposta e o pegou pelo braço, com gentileza e doçura
- Vou te mostrar sua mesa.•••
Os dois deram quatro passos curtos até chegar ao fim do corredor preto, que revelava uma sala com luz opaca, paredes verdes-dinheiro e teto branco, piso quadriculado preto e branco, garçonetes lindas de vestidos curto andando por todo o canto, e cerca de 30 mesas diferente, 10 se jogava
21, 5 se jogava dados e 15 se jogava poker. A vestimenta dos homens eram bem diferentes, das mesas de Poker mais a esquerda, ficavam os homens desarrumados, rasgados, que pareciam não ter mais que aquelas fichas, mais a direita, os homens-charuto, com suas mil fichas empilhadas que pareciam até tampar o rosto. Não era muito fácil ver o fundo da sala, a fumaça proveniente de cigarros e charutos fazia a visão ficar nebulosa, e a coitada da saída de ar não era tão útil para aquela quantidade. A garota então puxou o cliente para dentro daquele ambiente enfumaçado, o cheiro era de misturas de ervas, não de tabaco em si, mas ainda assim incomodava Anne, que tossia de vez em quando. Chegando a antepenúltima mesa da esquerda para direita, a fumaça afinara, a garota então parou, se posicionado ao lado de Dandy e encarando os homens que, por algum milagre, não estavam fumando, e eram apenas dois. Anne então falou:
- Olá Paul e Joe! Dandy vai entrar na mesa de vocês - Sorriu simpática e indicou uma cadeira para o novato sentar
- Sente ali, já traco suas fichas.- Já estava ficando chato jogar entre nós dois - Falou o homem à cabeceira esquerda da mesa, que era retangular, enquanto brincava com suas fichas, fazendo um barulho rítmico
- Sou Joe e aquele é Paul.Paul, o tão esperado, estava a direita rindo da situação, seu olhar preconceituoso caíra sobre o menino estranho e a crise de risos foi inevitável, o homem não falou nada no início, era incrível como alguém tão barrigudo podia ter fôlego para rir por tanto tempo. Quando parou, jogou para trás seu cabelo
meio-grisalho meio-não e tomou a palavra.
- Vejo que vou recuperar as fichas que perdi - Cessou o riso, falou, pausou por um breve momento e então bateu forte na mesa
- Mais uma rodada, Suzany! - Gritou a segunda frase.
Suzany aparentemente era a
croupier tímida que estava na cabeceira oposta a Joe, ela então pegou as cartas com a mão e embaralhou, sem jeito. Paul, parecendo saber o que estava fazendo, pegou uma das suas fichas que estava na mesa, levantou e foi até a menina, quando já estava bem perto, ergueu a ficha entre os dedos da mão e sorriu cinicamente, passou com delicadeza o objeto no rosto da garota e foi descendo até seu pescoço, a garota então engoliu seco, preferiu não se mexer para não levar a pior, mas o movimento de sua garganta foi nítido. O maluco então desceu mais ainda sua mão e finalmente soltou a ficha entre o decote do vestido preto com branco da
dealer, deixando assim cair entre seus peitos pequenos mas charmosos.
- Para dar sorte - Riu e voltou para o lugar.
O estranho no ato dele era que, por mais que Dandy não soubesse o verdadeiro valor das fichas, Paul tinha muito menos do que Joe, ele realmente podia gastar assim? Bom, não importa, a ficha é dele, certo? E as do novato já estavam chegando em uma bandeja regida por Anne, que abaixava, sem medo de esfregar seus peitos na cara da sociedade, e colocava o que antes segurara com toda a graça, na mesa á frente do dono.
- Bom jogo - Sorriu e se foi, mas enquanto andava gritou adicionado
- Se precisar de mim, doutor Paluwski, só grite - riu e saiu mais rápido ainda de cena, Paul ficara um pouco revoltado com isso, mas apenas bufara sem arranjar problemas.
Suzany então viu sua deixa e começou a entregar as cartas, duas para cada um e cinco na mesa, viradas de cabeça para baixo ainda, quem começava a rodada era Joe, que colocou a aposta obrigatória do iniciante na mesa: Uma ficha de 25. Depois era a vez de Paul, que pagava o valor mínimo: Uma ficha de 50. Nenhuma carta ainda era mostrada, era a vez do novato jogar, ele podia olhar sua mão que veria um ás e um dez de espadas, esta era realmente muito boa, talvez fosse sorte de principiante. Ele tinha três opções: Correr da rodada e não gastar nenhuma ficha, pagar o valor mínimo (25) ou apostar mais (de 26 à 500).
Mão de Dandy
Cartas na mesa
E agora depende apenas do menino novato e de sua sorte para conseguir o dinheiro e o que necessitava.