~> Trocar contatos com
@Tielo.
E, independente do quão espalhafatosas pudessem ser os trajes do cigano que tão pacientemente havia adentrado o estabelecimento curandeiro, admitia que em momento algum a moça esperou pelo exagero teatral incrustado também nas palavras e gestos do belíssimo rapaz, que apresentava-se tal qual um poeta à sua musa - que, naquele momento, fosse por ironia do destino ou acaso inesperado, aparentemente o era.
— A-Ah? — Deixou escapar, o rosto avermelhando-se diante não só da reverência repentina do rapaz de madeixas claras, mas também pelo inesperado selar que fez formigar o dorso de sua mão. Também foi pega desprevenida, admitia, pela maneira extremamente rebuscada com a qual o bardo se expressava, Além disso, completando o retrato daquela sobremesa não tão desajeitada, o rapaz também ofereceu-lhe uma brilhante pedra azulada que, para sua surpresa, veio praticamente como uma troca em relação à lembrancinha que havia acabado de conceder-lhe.
— Q-Que é isso! Você não precisa, não, e-... — A insistência, porém, fê-la ceder, tomando entre os dedos o frígido mineral e roçando as pontas dos dígitos sobre sua superfície irregular, a timidez pulsando pelas veias e passeando por todo o seu ser.
— ...Obrigada. — Disse, em baixo tom, um sorriso desajeitado brincando no rosto. Em breve teria de se retirar para encontrar com sua companhia do lado de fora, então tinha a consciência de que não poderia demorar-se por ali.
O bufão, porém, parecia interessado em estender o contato - não no mesmo dia, talvez, mas certamente em um período futuro. Surpresa, surpresa - como poderia esperar? Ora, mas era um verdadeiro amante de odes, aquele gentil poeta viajante.
— ...Ah... Quem sabe a gente não se esbarra pela base da sociedade, algum dia? — Comentou, gentil, franzindo a ponte do nariz em um gesto de graça.
— Também tem o pokézap, se quiser conversar... — Acrescentou, num encolher de ombros manso, suave.
— Acho que quase sempre estou por lá, mas também acho que você não gosta muito de aparecer, pelo que percebi! — Brincou, o olhar se esquivando rapidamente na direção do relógio da parede antes de se volver, discreto, na direção do cigano mais uma vez - não por pressa em se mandar dali, oh, não entenda errado! Era só que, huh, esperava mais alguém, sabe? Não queria ter de deixar Luch plantado do lado de fora...
— Mas foi um prazer te conhecer pessoalmente, pra variar! Já faz tanto tempo que eu vejo seu nome nos membros, mas nunca consegui te encontrar... — Comentou, amena. Era fato que gostava de se apresentar aos outros companheiros de sociedade; Até então, todos eles haviam sido uma surpresa extremamente agradável de se confabular!
...Enfim.
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O amanhã é efeito de seus atos. Se você se arrepender de tudo que fez hoje, como viverá o amanhã?