Centro Pokémon - LaRousse

Vincent nunca esteve em uma cidade tão tecnológica quanto La Rouse. Ao mesmo tempo em que ele se via fascinado com o cenário ao seu redor, se sentia um tanto acuado ao se lembrar do estilo de vida rural e pacato que era a sua realidade meses atrás. Nunca imaginei que chegaria aqui..., pensou, diante da porta do Centro Pokémon.

Talvez aquele fosse o primeiro dia, desde que começou a sua viagem, em que o monotreinador sentiu falta de sua cidade natal, provavelmente devido a distância que estava da mesma no momento. O Centro Pokémon estava cheio de treinadores e Vincent, vez ou outra, pegava-se encarando alguns deles, imaginando se havia algum dos seus adversários entre os mesmos.

Após confirmar a sua presença, o rapaz foi até o storage para alterar drasticamente o seu time. Queria ter com ele os pokémons que não conseguiu ter muito contato. O sistema do navio em que viajou não estava funcionando e, por tanto, desde que saiu de Vermilion, continuou com o mesmo time com ele. E suas últimas horas em Kanto lhe renderam novos companheiros, além de uma troca recente no dia anterior.

Feito isso, o rapaz resolveu ir dormir. Naquela noite sonhou com Victoria. A mesma corria desesperada, fugindo de alguma coisa que no sonho não ficou muito claro. “Victoria, corra!”, lembra-se de ter gritado, acordando-se com o coração pulsando no peito. Olhou pro pokégear para saber se havia chegado alguma noticia da companheira de viagem, mas nada. Frustrado, foi até o banheiro para se ajeitar e descer para o refeitório.

A comida daquele centro não era muito boa, mas, faminto, o loiro comeu tudo que tinha no prato. Depois foi até a área de recreação do centro pokémon, uma espécie de campo de batalha e liberou os seus monstrinhos.

Ekans e Stunky eram os veteranos da vez. A dupla foi liberada primeiro, para que o rapaz explicasse a situação e pedisse sua ajuda para “conversar” com os demais parceiros. Ekans era fria, mas madura. Vincent podia ver certo instinto materno e de liderança na mesma, embora ele não tivesse nenhuma certeza quanto a isso. E Stunky estava ali porque o mesmo acabou esquecendo de trocá-lo ao realizar a transição no storage.

Ao sair da pokébola, Shieldon farejou o chão e seguiu até os pés do treinador, pulando sobre o sapato do mesmo. O peso era grande para alguém daquele tamanho, obrigando Vincent a se agachar e fazer um carinho em sua cabeça:

– Hey Shieldon, quanto tempo... Fico feliz em revê-lo. Acredito que a enfermeira Joy tenha cuidado muito bem de você. – Ele falou, com uma voz mansa, como se falasse com uma criança.

Enquanto isso, a Golbat voava ao redor de todo o grupo, irritada com a luz solar. Nidorino acompanhava o voador com o olhar, virando a cabeça para onde quer que ela fosse. O venenoso quadrupede parecia confuso com o lugar em que estava. Charmander, por sua vez, ignorou o resto do grupo e começou a marchar em direção da porta, sendo detida por Ekans que se colocou em sua frente, verticalizando seu corpo até que ficasse maior que a réptil flamejante.

– Pessoal! – O rapaz exclamou, ainda afagando o pokémon pré-histórico. – Alguns de vocês foram capturados há algum tempo e outros vieram de circunstâncias delicadas, por isso, queria dar boas vindas ao nosso grupo e dizer que serei o treinador de vocês a partir de agora.

O som do bater das asas do voador era bem atordoante, Vincent se sentiu aliviado quando a mesma resolveu pousar, levando os seus dois pés ao chão próximo ao Stunky, que resolveu ignorar a todos e tirar uma soneca.

– Charmander, eu sei que você veio de um lugar terrível, mas saiba que, se depender de mim, tudo ficará muito bem a partir de agora. – A pokémon de fogo lhe lançou um olhar curioso, mas logo o desviou, olhando para o chão. Vincent sabia que palavras não bastariam para fazer com que ela passasse a confiar nele.

Sem ter o que fazer até que o torneio começasse, o rapaz tirou o dia para interagir com os seus parceiros, além de alimentá-los e pedir para que uma enfermeira checasse a saúde dos mesmos.