Caminho pelas estrelas

Embora desejasse chegar até Fuchsia para visitar a grande safari de lá rapidamente, a criadora preferiu trilhar um caminho por terra invés de recorrer ao serviço aéreo, o empecilho chamado falta de dinheiro não permitia tamanho capricho, logo, Armonia tinha que percorrer o caminho de Pewter até Cerulean, a cidade das águas sedeava a escola de criação de Kanto, lá ela poderia conseguir alguma tarefa e assim obter algum dinheiro extra. "Talvez eu possa desafiar a líder Misty." imaginou Armonia, ela tinha um bom time com vantagem, mas isso seria muito otimismo de sua parte.

Andando quase que parando, Armonia desfrutava da paisagem da terceira rota de Kanto, um local com alta atividade de meteoritos e aparições de Clefairies. O terreno rochoso e desnivelado era difícil de percorrer, sem falar na vegetação logo a sua frente. Uma ideia surgiu, Armonia tinha uma ótima desbravadora para aquele terreno com ela. Logo, a criadora liberou sua pequena brilhante Skiddo, a pokemon reluzia a luz do solo forte, sua coloração era linda e chamativa.

_Skiddo, poderia por favor me... Skiddo! _ Armonia teve que falar alto para chamar atenção da pequna cabra que estava saltando pelas elavações de terra ao redor, ela devia estar se sentido em casa ali. _ Como uma criatura da terra e das plantas, você adora locais assim, não é? Pan é um nome adequado á você. Pan, você pode agora me escutar, eu preciso muito que me ajude a...! Armonia tinha apenas tocado nos chifres da Skiddo, mas ao leve toque, a pokemon se equilíbrio nas patas traseiras, assustando a jovem que pensou que levaria um coice, no entanto para sua surpresa, Skiddo se abaixo para que a criadora subisse.

Aquilo era incrivel, era como se Pan soubesse da ideia de Armonia. Timidamente, a criadora montou na pokemon, segurou firme em seus chifres, ela temeu que fosse cair quando Pan se levantou. A sensação era demais, um misto de poder e alegria tomou conta de Armonia quando a pokémon cabra começou a andar pelo terreno, passando por cada elevação, relevo e vegetação como se estivesse numa pista reta. Curiosa para saber se havia mais sobre Pan para descubrir, com muito cuidade, Armonia pegou sua pokedex.

Devido à sua estreita relação com os seres humanos, Skiddo desenvolveu a capacidade de ler os sentimentos de quem o monta através do controle sobre os seus chifres. Skiddo tem uma natureza gentil e dizem que foi o primeiro Pokémon a viver ao lado de seres humanos. Devido a esta relação, Skiddo não se importa de transportar pessoas ou suprimentos em suas costas.

_Você é sensacional, Pan! Tudo isso apenas por toque. _ Armonia exclamou, o que pareceu deixar a pokemon contente, pois ela berrou alto e começou a acelerar, acelelar um pouco demais para a jovem. _ Tudo bem, mais devagar, por favor. Devagar, devagar! Pan!

Logo, os gritos assutados e agudos de Armonia tomaram conta da rota 3, Pan havia se animado demais e agora passeava como se não estivesse carregando alguém. A pokemon montanhês trotava e corria como uma alma livre sem rumo, passou reto duas vezes pela entrada da próxima rota. Armonia sentia-se tonta, mas se recusava a soltar os chifres, temia que fosse perder totalmente o controle e acabaria estatelada na grama se o fizesse, sendo assim, passou muito tempo até que Pan percebesse que estava passando do limite com sua "carga" e parasse. Quando Armonia tocou o solo de novo, ela não o sentiu, suas pernas estavam dormentes como o seu quadril, ela desabou no chão e ficou imovel por minutos, preocupando Skiddo.

_Estou bem, eu imagino que eu estou. Obrigada pelo passeio, Pan. _ Disse ela baixinho e com voz tremula.

Como não conseguia se mover direito, Armonia observou o local ao redor, estavam numa área cheia de rochas e crateras, não havia grama ou vegetação abundante ali. "Deve ser a área de meteoros" imaginou a criadora temendo estarem muito longe do caminho principal da rota. Armonia tinha deixado Pewter no horário da tarde, pois tinha esperança de realizar uma travessia rápida com Skiddo, mas agora se arrependia, pois devido ao passeio descontrolado em sua primeira montaria, perdeu muito tempo e agora não sabia direito que horas eram, mas julgando pelo céu, logo iria anoitecer, tinham que se apressar e chegar ao centro pokemon que viram durante o passeio. Com isso em mente, Armonia forçou-se a montar em Pan outra vez, desta vez a pequena pareceu temerosa em voltar a andar com a criadora em suas costas.

_ Não se preocupe, só vá de devagar agora, por favor.

Prosseguindo cuidadosamente pelo terreno rochoso e irregular, Pan se movia com calma para não derrubar sua cavaleira enquanto que esta por sua vez tentava não cair por descuido próprio. Logo tinham saído da área de meteoritos e voltada a trilha principal da rota, pela qual seguiram noite a dentro mesmo com a escuridão se tornando mais profunda e dificultando a caminhada. A criadora ansiava por chegarem logo até a entrada do monte lunar, onde deveria haver um centro pokémon no qual poderiam pernoitar. Levou algum tempo até alcançarem a entrada da caverna, o centro esta a metros de distancia, mas Armonia já conseguia ver as luzes dele ao longe, estavam quase lá.

Mas tinha algo maior do o escuro preocupando a criadora, Pan estava começando a cansar, fazia sentido, afinal ela tinha se exaltado antes e andando um bom caminho agora. Com um pequeno afrouxar nos chifres da pequena, Armonia a fez parar, lhe possibilitando descer dela.

_Você precisa descansar, eu prossigo daqui. _ Falou ela com calma, tentando passar uma imagem corajosa de si mesma para a pokémon que não pareceu acreditar. _ Você pode descansar tranquila, eu realmente consigo me guiar pelas luzes daquele lugar lá.

A contra gosto, Skiddo voltou para sua pokebola, assim Armonia ficou só no caminho da rota. Isso não a deixou contente e logo vinha a liberar Hotaru para lhe acompanhar. Assim que a pequena fada surgiu diante da jovem, foi abraçada por esta.

_Hotaru, precisamos chegar até aquele lugar iluminado. _ Disse Armonia apontando para um ponto iluminado longe. _ Me acompanhe, por favor.

Kirlia fez um simples aceno de cabeça e, antes que a criadora pudesse dar um passo, segurou a mão dela. Um pouco menos instante, Armonia e Kirlia sumiram e reapareceram mais perto do centro pokémon, uns poucos metros e já estariam num quarto quentinho. Armonia estava surpresa, mas lembrou que sua parceira podia se teleportar, um orgulho surgiu no peito da criadora que abraçou a fada com gosto.

_Vamos, só alguns minutos e estaremos seguras.

Não tinha como confirmar se aquele vulto que viu era um pokemon, estava muito escuro para a pokedex escanear o bendito e lhe dar alguma informação, no entanto, isso não era um grande problema para a criadora que contava com uma parceira fenomenal para lhe auxiliar.

_Hotaru, pode usar sua habilidade e descobrir quem nos ronda? Diga que não queremos problemas a esta hora.

Esperançosa de que não teriam empecilhos maiores causados por selvagens, Armonia andou lentamente com Hotaru. Embora estivesse amedrontada, não conseguia conter certa curiosidade por saber o que tinha visto antes.

_Uma cleffa sozinha por aqui? Não há mais ninguém por perto, Hotaru? _ Perguntou a criadora preocupada com o bebê pokémon.

Felizmente, não estavam muito longe do centro, qualquer imprevisto ou ferimento que a pequena fada pudesse ter poderia ser tratado o mais rápido possível, no entanto, era estranho que um bebê estar andando sozinho mesmo estando em seu ambiente, aonde estariam seus pais?

_Hotaru, traga Cleffa para cá usando seu teleport, por favor. Se seus pais estiverem por perto irão aparecer para saber o que esta havendo, de qualquer forma não podemos deixa-la assim assustada.

A surpresa foi tamanha quando tantas cleffas e clefairys surgiram diante delas, Armonia hesitou, uma expressão mista entre animação e temor tomou conta de sua face, ela não sabia o que fazer agora. Estava pronta para lidar com uma pequena e então recebeu varias, todas com medo e confusas, demorou para que enfim se concentrasse em Armonia e Hotaru.

_O-olá.

Tão rápido quanto surgiram, as fadas se foram, correndo e flutuando de maneira desalinhada e engraçada, fugiram de volta para a escuridão, seus gritinhos ecoando pela vegetação foi tudo que restou. Era natural, clefairys não se revelam para humanos normalmente, aquela situação foi um choque esperado, mas não tornava a decepção da criadora menor.

Antes que pudesse se virar e seguir com seu caminho, Armonia foi detida por Hotaru que puxou sua mão. A pokémon bailarina mostrou-lhe que havia uma das pokémon ainda ali, imóvel e chorando, devia estar muito apavorada para se mover. Devido a pouco claridade, não houve como saber se era uma das cleffas ou clefairys imediatamente, Armonia teve que se aproximar e ajuda-la para distingui-la.

_Tudo bem, não precisa temer mais, não somos inimigos. Nos deixe te ajudar.