Capítulo 7 - Resgate nas trevas!

Noite escura e floresta densa, um cenário perfeito para um filme de terror clichê que ninguém gosta mas vê mesmo assim, apenas por ser divertido. Sendo assim, era o lugar perfeito para se assustar a mulher-alvo inocente e surpreender com sua coragem a dama indefesa, mas afirmo, e precisa ter apenas dois neurônios para saber disso, que não é o lugar ideal para se procurar a amada desaparecida. Ao por o pé na divisão cidade-floresta, um guarda alertou o menino do problema sério de cognição, tudo aquilo poderia sair do controle, e como um bom humano, Blake tinha seu lado intuitivo - pouco desenvolvido, porém tinha -, e esse gritava por sentimentos ruins. Qualquer pessoa em seu lugar sentiria-se mal por ter que ignorar as ordens do guarda que muito provavelmente sabe mais que ele, mas ainda assim, como em todos os filmes de romance, terror e drama, o amor supera o medo e o receio.
O garoto deu a primeira dupla de passos que finalizava um processo curto e oficializava sua saída do lugar violento, porém mais seguro, que era a cidade grande anoite e a chegada ao desconhecido repleto de mosquitos. Foi nesses primeiros passos também que o oficial fez uma segundo indagação:
- Como um guarda florestal que sente-se zelador da proteção - mudou a ordem das orações coordenadas, usando uma explicativa anterior a uma oração principal de carácter afirmativo - Irei com você! - Finalizou, e sem esperar resposta saiu da cabine a foi até o garoto.

Antes de sair, o guarda, bordado em seu uniforme como Sr. Lohan O+, lembrou de sua mochila de utilidades e correu até ela, na cabine onde estava a segundo atrás, quites de primeiro socorros, lanternas e baterias, quites de sobrevivência e essas coisas, eram básicas para um bom profissional de defesa, porém não querendo atrasar muito, não abriu e nem selecionou objetos que levaria ou não, apenas pôs a bolsa nas costas e começou a trilhar, retirando da lateral, no bolso fácil-acesso, uma lanterna portátil de LED, que iluminava muito mais que a nova, porém simples, lanterna do cientista. Não demorou nem ao menos três passos para o guarda começar a pensar no motivo do garoto estar fazendo aquilo, seria inocência de Blake achar que não seria bombardeado de perguntas pelo ajudante, foi então no quinto passo que ele finalmente perguntou a coisa que mais o incomodava:
- Bem, senhor, devo perguntar por que está fazendo isso, eu como guarda posso saber de algo que nos ajude - afirmou - Então, o que houve? E a propósito, qual seu nome? Me chamo Adelimar - perguntou, e disse um nome diferente do esperado.

Outra afirmação que julgo importante, era que desde que entraram naquela floresta, o sinal da PokeGear do menino estava pequeno, porém existente, então talvez, deveriam procurar por locais de menos sinais, era uma analogia simples, dois aparelhos da mesma marca e de mesma terceirização deveriam ter o mesmo sinal em mesmos lugares, ou minimamente parecidos, agora, não ter sinal e ter mais 1% do total era uma coisa bem diferente, de duas uma, ou o aparelho estava quebrado, ou ela estava em um lugar mais afastado de alguma torre, mas estas últimas citadas não podiam ser vistas dali onde estavam para saber qual o lado contrário, talvez o guarda saiba de algo.

OFF:

Por mais que, para Lohan, o garoto não tivesse opção em aceitar sua companhia ou não, Blake ainda necessitou concordar com tudo aquilo mentalmente para poder ir, julgando mais útil o homem ao seu lado, e seus apetrechos provavam isso de forma bem óbvia. O homem então atentou-se a explicação do jovem desesperado e deu uma gargalhada curta, mostrando seus dentes amarelados e demonstrando a experiência que já tinha sobre o assunto:
- Calma meu jovem, donzelas se perdem por aqui todos os dias - comentou pós gargalhar - E se algo de ruim tivesse acontecendo, ou acontecido, já teria sido me passado por rádio - Finalizou dando leves tapinhas no bolso esquerdo da calça, mostrando a localização do seu aparelho, parecia não larga-lo nem fora do trabalho.
Adelimar Lohan, O+, guarda florestal. Ele não havia muito o que opinar sobre o assunto, até por que, era visível a ansiedade do garoto, aquilo não passaria com simples afirmações e frases de um velho estranho, e sim só após encontrar a amada perdida. Motivado pela frustração alheia, continuou a dar passos grandes avançando perante a trilha e fazendo sinal para que o garoto viesse logo atrás. Agora era a hora que melhor podia se reparar na estatura do altruísta, talvez o cientista não reparara antes por estarem em desnivelamento do terreno, mas o guarda tinha uma altura muito próxima da dele, cerca de um metro e noventa e cinco, um pouco maior talvez, mas de fato era parecido e tão raro quanto 1,92m. Suas costas eram elegantes, espichadas e moldadas em postura, seus passos eram dados com o calcanhar, o que fazia parecer que suas pernas só iam para frente e nunca se pegava impulso de trás, estas longas pernas, que o tornava quase uma Ana Hickmann, andavam se jogando para frente, como em um desfile. O homem então não parou por um segundo, apenas modificando a sequência de comportamentos para ajeitar seu chapéu, que de vez em sempre caia mais para frente do que já usava, por falar nisso, era esse o empecilho que não nos permitia ver seu rosto direito, só sua barba de pelos grisalhos, curtos e grossos, que por mais que aparentassem ser pertencentes a um homem de idade, era tão cheia de falhas quanto a de um adolescente.

Depois de tal descrição feita por mim em minutos e que no cérebro de Blake foi associada em milissegundos, o menino pegou o aparelho multiuso nas mãos e mandou uma mensagem, preferiu deixa-lo no bolso por um motivo bem óbvio: Ele não era obrigado. Mentira, era apenas por que ficar com algo na mão desnecessário, naquele momento, o tiraria o foco. O guarda que agora assumia o papel de guia manteve-se seguinte da trilha, mudo, sem mudar muito o rumo até que chegassem a uma curva do 90º, ali o homem parou e disse:
- Jovem, daqui para frente, o território ficará problemático, existem alguns vestígios do Halloween ainda, se é que me entende, e teremos que apagar as luzes para não chamar atenção.
Falando isso, o homem apertou o botão vermelho da lanterna, apagando-a, e guardou no bolso que antes pegara. Do mesmo bolso pegou também um frasco contendo um líquido verde e estranho escrito Repelente, apertou um botão que estava em cima do vidro, centralizado, e borrifou duas vezes, uma no busto e outra nas costas superior, chacoalhou mais um pouco - aparentemente esqueceu de fazer isso nas duas vezes anteriores - e, por último, borrifou em suas pernas, acabado o ritual, estendeu o frasco com o líquido de cheiro absurdamente forte para o menino e falou:
- Sua vez - gesticulou para que ele usasse - Vamos economizar, isso não durará por muito tempo, e evitaremos batalhas desnecessárias já que não sabemos o quanto iremos andar, ok?
De fato uma atitude estranha, mas era melhor pensar que era apenas precaução e não necessidade, por que pelo que o homem falara minutos antes, Blake deveria ficar relaxado, coisas assim são normal, e agora, segundos antes, forçou-o a usar um repelente contra pokemons? Tudo bem, olhando pelo tamanho da bolsa, ele é uma pessoa prevenida, então deve ser apenas isso, Miranda não deve estar em problemas por conta disso, né? Bem, assim eu, sua narradora nada imparcial, espero.

Assim feito o procedimento pontuado, os meninos virariam na curva fechada e dariam de cara com uma ingrime decida, que era constituída por um terreno arenoso, passível de escorregões. Um ambiente mais escuro, onde a medida que desciam deixava de ser iluminado pela lua absoluta, esta estava localizada em angulo reto quando a referência dos três pontos ligados eram ela, eles e o último ponto de planície que estavam. Foram então descendo, e dentro dos bolsos das duas calças haviam aparelhos comunicativos que perdiam sinal cada vez mais, porém o rádio só ficava mais chiado, não pararia de receber informações tão cedo.

OFF: DEVO NARRAR, BLZ.

Enquanto passava o repelente, Lohan encucou-se com algo, era melhor que o menino passasse por cima da roupa também, isso não funciona como um afastador de insetos, a pele estar a mostra ou não, não era tão relevante assim, mas no fim deu de ombros, o cheiro parecia estar forte o suficiente para afastar problemas desnecessários. Os dois então continuaram pela descida ingrime, tomando muito cuidado com aonde pisavam e certificando assim que não cairiam. Moveram-se lentamente até chegar á um relevo nivelado, que mostrava um bloco de paisagem bem diferente do anterior, agora o ar era muito mais úmido e puro, livre da poluição da cidade vizinha, era como se ali algo limpasse o ar, ou simplesmente a parte ruim dele apenas não descia. Muitas folhas cobriam o chão, não secas, mas derrubadas por ventos, pokemons, batalhas locais, elas não caiam por simplesmente não ter mais utilidade de fotossíntese ou transpiração, nada ali era seco na realidade, mesmo que fosse altas horas da noite, era possível sentir a transpiração das plantas que estavam logo acima, o orvalho certamente deve ser intenso e importante naquele lugar. Outra coisa que bem podia se reparar, era que as árvores, que antes só foram vistas de outros ângulos, eram muito mais compridas do que a maioria imaginava ser, e para sustentar todo aquele peso, tinham raízes grandes, altas e bem grossas.  Lohan parecia acostumado com a ideia, mas era inesperado para qualquer visitante ver tais tamanhos e grossuras de troncos.

O cheiro de terra molhada só não conseguia ser mais forte que o repelente dos dois, mas era uma boa distração para quem não curtia sentir a tal urina de Skitty que fizera Adelimar dar risadas nos minutos anteriores. Agora, no bolso da calça de Blake o seu celular vibrava, ele ainda tinha cerca de 20% do sinal total, porém a mensagem em sua tela dizia:


Tal feito era totalmente ilógico, não chegar ao destino tudo bem, mas não enviar a central enquanto você estava com mais de 20% do sinal máximo? Isso significava que o garoto estava tão sem condições de comunicação quanto a menina, e isso aparentemente era desde que entrara aqui, além disso, para o alerta ter chegado a essa hora, o celular deve ter tentado bastante enviar a mensagem. Lohan encarando a vibração do celular sem entender muito, andava desatento ao caminho, porém interessado na informação que chegara ao aparelho alheio, e mesmo sabendo que Blake provavelmente iria falar o resultado de sua tentativa, não hesitou em perguntar para adiantar a informação:
- Você obteve uma resposta ou é impressão minha? - indagou.
O homem que andava olhando para trás, certificando-se sempre que seu acompanhante estava bem, agora tropeçara em uma das sub-raízes perdidas pelo campo, caia de joelhos, exclamando um leve "ai" com a boca e um gemido de dor compreensível, porém saiu sem nenhum arranhão, sua calça grossa o protegera de qualquer machucado mais problemático. A posição que caíra o obrigou a olhar para cima, e lá vira, além de muitas árvores tampando o céu, uma teia enorme, que por mais que seguisse com o olho até o máximo que um humano conseguiria, não achava o fim. O homem então sentiu um calafrio e deu graças a deus por ter aquele repelente por perto, teias assim não são feitas por aracnídeos normais.

O homem então  se levantou em um pulo, como um jovem explorador, e não como um guarda velho. Quebrando os tabus sobre sua vitalidade, ele se limpou e prosseguiu nas suas falas, ainda não muito confortável com os emaranhados de teias logo em cima de sua cabeça. Estranhando aquilo tudo, principalmente a resposta do garoto, sua ideia fora lógica, se informar é o primeiro passo para bolar um plano, pegou um rádio do bolso da calça, esta que denunciava sua posição de guarda florestal, era camurçado em tom de camufla, com bolsos gigantes e fáceis para guardar itens úteis. Fora do bolso direito que tirara o aparelho, ergueu-o até o queixo, apertou o botão central, e assim iniciou um chiado perturbador, porém não tão alto, este o fez recuar a mão por um breve momento, mas depois voltou a proximidade com o aparelho e disse:

- Guarda 04 na escuta, alguém na guarita? - perguntou porém sem resposta, Lohan decidiu repetir - Alguém na guarita? - dessa vez esperando um tempo de resposta.
- Guarda 01 na escuta - falou uma voz extremamente chiada, cerca de três minutos depois da segunda chamada, era difícil entender cem por cento o que dizia - O que foi?
- O que está havendo com os sinais das PokeGears? - indagou.
- Bem, me parece que é um problema que está ocorrendo por toda a região metropolitana - comentou - Deve ser problema nas operadoras - falou, fazendo Adelimar bufar de alívio.
- E sabe algo sobre as teias de aranhas? - prosseguiu
- Provavelmente só o mesmo que você - comentou - Nada.
- Ok! Cambio desligo - finalizou.

Ao fim da conversa, o guarda apacificou sua expressão e encarou o seu amigo, esperando ver um rosto aliviado. Depois de encara-lo por um bom tempo tentando entender suas reações, o homem piscou algumas vezes e procurou abrir um sorriso positivo, comentando:
- Deve estar tudo bem com ela, é um problema geral - informou - Podemos continuar?

Agora com todos informados e aliviados, o homem pode continuar, a não-resposta de Blake fez com que Lohan tomasse como um Sim, até por que, quem cala consente, não? Porém, mesmo que não tenha recebido resposta sobre seu "podemos continua?", recebera uma pergunta que o incomodara, mas preferiu responder mesmo assim:
- Eu era um bom treinador, porém perdi minha licença - soluçou no meio da fala, se recompôs e prosseguiu - Exilo político, essas coisas. Não sabes o quanto a ditadura fez-me mal, jovem.

O homem então continuou a andar, forçando-se a não lembrar do assunto e continuar animado, desbravando a floresta densa sem olhar para trás, esperava fielmente que o cientista estivesse atrás dele, mas não voltaria para verificar, parecia eufórico demais com sua exploração noturna, sem contar que o medo, adrenalina e todos os recursos do sistema nervoso simpático o faziam impedir de olhar para trás, por pura anatomia o menino preferia continuar em frente, a assim como a física disserta, ele parecia não pretender parar até que algo o tirasse desse estado. Contiuou ali, caminhando por pura inercia, quando algo o fizesse, iria parar, mas dificilmente desbravar o que estava atrás dele, a retaguarda é o lugar mais temido pelo homem paranoico, porque ali, além de ser seu ponto cego, é também o caminho que já passou, e se não havia problemas antes, não deveria haver agora.

A caminhada continuou intensa e normal durante um bom tempo, aquele repelente parecia funcionar muito bem, por mais que houvesse teias por todos os lugares, todos os seres vivos dali pareciam ter se recolhido para seus ninhos, repudiando o cheiro daquele negocio. Lembrando que agora, o cheiro estava muito mais fraco que antes, mas aparentemente, não era algo que Adelimar vá perceber. O homem então finalmente parou, nenhum dos dois sentiam as pernas do tanto que fora andado, mas ai vem a pergunta, porque parou?

OFF: Então, eu fui postar essa porra e editei o texto anterior, olha como eu sou esperta, puta que pariu. Enfim, eu darei um jeito nisso mais tarde -QQQ