Capítulo 7 - Resgate nas trevas!

Era perigoso juntar esses três golpes sem afetar ninguém da própria equipe, principalmente o Gust, que normalmente, afeta todo o contorno, mas ainda assim ninguém pensou nisso na hora, Butterfree obedeceu as ordens recebidas e conseguiu fazer sua parte com sucesso, porém, quando chegou o tempo de Skylar, algo inesperado começou a ocorrer, quando o pequeno pássaro, ou não tão pequeno assim, começou seu bater de asas, o vento não ficou controlável, e o pó que estava focalizado em apenas duas árvores, começou a se espalhar, o pokemon borboleta fora o primeiro a sentir efeito, este caíra nas redes deitado, em sono forçado, além de paralisado e com o dano do Gust, que tirara o dobro do que devia, graças a sua vantagem de tipo. Os outros dois humanos não estavam agora no seu melhor estado, sentiam-se dopados , mas não ao ponto de cair em sono ou se paralisar, apenas mais pesados e mais lerdos. Adelimar, que estava mais longe que o resto no momento, sofreu bem menos esse efeito que o treinador, ele olhou aquela situação, e no momento, a única coisa que conseguiu fazer foi abrir uma boca em O e exclamar algum barulho de surpresa, depois assobiou em um ritmo irônico, aproximou-se de Blake e deu um leve tapinha nas costas repentino no garoto, que poderia ter tomado um susto e tanto se estivesse desatento, e falou:
- Olhei pelo lado bom, você teve um pokemon afetado, eles tiveram um exército - comentou, tentando justificar o dano, mesmo sabendo que não tinha como consolar aquilo - Bem, acho que ta limpo, né? Skylar consegue fazer sozinho, acho melhor botar Butter na pokebola.

O guarda, se sentindo bem culpado mas tentando não transparecer isso, continuou andando em direção a torre de rádio, ela já não estava mais longe, mas para poder entender melhor a situação, é melhor reprisarmos um pouco.
Blake, em sua aventura na Illex Forest, já andou no nível plano, logo no início da floresta, desceu um barranco enlameado enorme, que o fizera ficar bem mais baixo que a grande maioria das árvore, porém entre as raízes das maiores. Depois disso, escalou por um longuíssimo tempo uma árvore dessas gigantes, ficando próximo do ponto mais alto possível da floresta, a região que estava, era cercada pelas maiores árvores. Fazendo um breve resumo do que isso significa, cada árvore tem cerca de 12 metros, Blake parara na faixa dos 9, não escalara tudo, mas esses dois números são contados partindo de onde eles saíram, isto é, abaixo do nível da planície local, em uma depressão enlameada que tinha cerca de 2 metros abaixo de puro desnível. Concluindo o pensamento confuso, estava cerca de 7 metros acima do relevo padrão, mas sua queda seria de um impacto de 9 metros. Por que estou falando isso? Bem, é para que entenda, a antena fora montada no ponto mais baixo e chegara ao ponto mais alto da floresta, ela tinha o tamanho de uma dessas árvores, talvez um pouco menos, e se escondia entre elas, anoite não havia muita distinção de cor, apenas forma, então se olhasse batido, de uma visão aérea, provavelmente não repararia na presença da construção ali, e para os dois aventureiro, tinha mais uma dificuldade, se quisessem chegar ao topo, teriam que subir mais 2 metros de antena de rádio, porém escalar não seria mais necessário, havia uma escada de fácil acesso para casos especiais, como limpar excesso de teia mutante para achar sua amada.

Lohan ajeitou sua postura e roupa, deu um segundo tapinha nas costas do biólogo e foi na frente, encarando aquilo não mais como um "quero sumir daqui", e sim como "já vai acabar". Se posicionou e começou a subir as escadas tão rápido quanto conseguia, limitado pelo pó que inalara instantes atrás, mas era como se chegar ao topo lhe tiraria todas as dores e fome que passava no momento.

AAAAH, posso marcar quarta que vem essa maratona? É que eu costumo trabalhar pelo menos um mês nas férias, e quarta é minha folga :c Eu vou tentar postar esse fim de semana também, prometo me esforçar mais na sua rota.

A cada minutos, Lohan agradecia mais a deus por não ter aquela mochila nas costas, já teria morrido muito antes se tivesse que carregá-la, nesse momento, em meio as suas rezas superficiais e da boca-pra-fora, ele realmente chegou a pensar que deus podia estar ali em cima, olhando pelos dois, e protegendo-o do problema, mas depois logo descartou a ideia com um simples pensamento: Essa dor na coluna me deixa mais perto do inferno do que do céu, por mais que eu esteja a 12 metros do chão. Pensando de maneira agnóstica agora, prosseguiu a subida e logo chegou onde devia, o topo, a questão é que, quem chegara primeiro não fora ele e sim Skylar, que já estava no alto, apenas esperando as ordens.

Já com todos na altura máxima da estrutura, era claro, muito claro, um acumulo de teia que tinha formato esférico, esta dava suporte a todo o resto da rede, este acumulo era gigante, para um amontoado de teia, e bem feito, quase que uma bola maciça de seda, não parecia haver ar ali dentro, apenas um emaranhado de teias que, de tão bem feito, parecia ser soldado como uma peça única, dali, saiam muitos fios, analisando a construção toda, aquilo dali daria duas opções para os meninos, cortar todas as ligações, ou remover o ponto fraco da engenharia aracnídea, a questão é que, por mais que mais fácil, a primeira opção seria bem chata de se fazer, enquanto a segunda, no pensamento de Adelimar, seria apenas tacar fogo na peça esférica. De qualquer forma, o guarda resolveu ficar com a primeira ideia, começou a pedir para que o voador, com seu bico, se livrasse das ligações de teia grudenta e fina, e assim fez, o problema era que, a medida que cortava um fio, duas pontas prendiam o seu bico, a cada movimento, ele se enroscava e se limitava mais, chegou um ponto que, soltando muitos fios, acabou por prender seu próprio maxilar, na mandíbula, não conseguindo mais abrir o bico para fazer a tarefa designada, foi então que o guarda resolveu colocar a mão na massa, e não conseguiu puxar mais de dois fios sem se "sujar" todo do material grudento, pois é, parece que esqueceram o principal papel de uma teia de aranha: Pegar desavisados. Não estavam presos na estrutura, mas tanto Skylar quando Lohan estavam cobertos por teias grudentas, se fossem crianças pequenas, aquilo daria uma ótima brincadeira, porém esta não era a hora.

Cinquenta porcento das conexões já haviam sido retiradas, e era complicado livrar Pidgeotto do grude sem piorar a situação, poderiam colocar outro pokemon para ajudar, mas este teria espaço para ficar em pé na antena? Blake podia tentar ser útil com as mãos também, porém, se ele tivesse alguma ideia melhor, todos ali estavam de ouvidos bem calorosos para ela.

Uma lâmpada acendeu na cabeça do cientista, dava até para sentir o cheiro de cabelo queimada, Adelimar podia ser um bom guarda, mas parecia não ter tomado a melhor decisão nessa problemática, foi então que deu a deixa para Blake pensar, e como um bom estudante, mostrou que tinha talento em tal ato e bolou um plano infalível, mas que lhe custaria um de seus Full Heal's guardados, o velho então deu um sorriso, que até então estava escondido em meio de tanta dos e cansaço, e falou em resposta:
- Brilhante! Vamos lá - assentiu o plano.

Com a ideia apoiada, o treinador desceu até as teias, abaixou-se, pegou a mochila presa no pé e movimentou-se tão rápido quanto um Ninjask, abriu o ziper e começou a procurar cegamente o Spray necessário, fora na primeira tentativa que pegou o item certo, aproveitou que já estava abaixado e fora engatinhando até Carter, que dormia como um criança, fora necessário espremer o vidro todo para que ela voltasse a atividade, erguendo voo e indo em direção as teias. Blake então ordenou sua original ideia e seu pokemon obedeceu, uma aura brilhante e branca surgiu ao seu redor, e ,ainda a distância da antena telefônica, manipulou esse brilho para que tornassem-se ondas psíquicas, tão finas, materializadas e afiadas quanto uma lâmina de faca, estas passarem por toda a superfície do alvo de metal, libertando-a completamente das teias e deixando poucos machucados. Este sim fora um bom trabalho, Carter estava mais do que de parabéns.

Quando toda a teia saiu do ponto central, a rede que McBride se encontrava começou a perder tensão, afrouxar, não parecia aguentar muito mais, o garoto teve pouco tempo para correr e se jogar em cima dos galhos de alguma árvore próxima, por sorte, ou talvez não, conseguiu cair em uma das duas angiospermas que envolviam a torre de rádio, neste momento o celular do garoto apitava incessantemente, uma mensagem vinha atrás da outra, se fossem contar, chegara em torno de 15 mensagens, mas ninguém ali estava contando isso agora, a situação do protagonista era séria demais para isso, ele se encontrava pendurado em uma árvore, com um celular gritando e, bem a sua frente, o ariados gigante que vira momentos atrás, despertava levemente, tendo um Spinarak pequeno bem ao seu lado acomodadamente dorminhoco, como um bebe, estes dois demoraram perceber a situação, estavam em um sono profundo demais para acordar de vez, mas depois de alguns segundos, quando perceberam, mudaram sua postura quase que totalmente, de livre e despreocupados, para uma atitude bem mais defensiva e alerta, estavam prestes a pular em cima do treinador sem pensar duas vezes, mas então Lohan gritou e os afastou por alguns segundos:
- Pula para o galho de baixo! - disse, sua posição permitia uma visão muito mais privilegiada que Blake, porém qualquer passo em falso, o menino poderia não ver mais a luz do dia.
Enquanto decidia se obedecia ou não o ordem do guarda, o Carter e Skylar já se posicionavam para uma luta contra o Ariados gigante e seu companheiro Spinarak, enquanto os dois aracnídeos voltavam a posição de ataque.

Já esteve pendura em uma árvore, cercado por animais selvagens, a onze metros do chão? Blake pode dizer que sim, agora imagine comigo, o coração do garoto acelerara tantas vezes nesse capitulo, que achei até inviável narrar todas, mas nessa parte, principalmente nessa parte, devemos descrever totalmente o estado do garoto. Além de sujo, cansa e com sono por ser uma aventura noturna, o garoto se mantinha acordado a base de adrenalina, o papel do seus sistemas autônomos estavam valendo mais que um milhão de Red Bull, eufórico, seu corpo parecia abstente de descanso, apático a calma, parecia puxar toda a encrenca do ar e jogar em si mesmo, isso alguns poderiam chamar de azar, pois bem, eu diria, que devida as condições do garoto, cansado, preocupado, sofrendo o risco que sofre por amor e em companhia do (ou de um) desconhecido total, qualquer passo em falso é aceitável e compreensível, esta é a história de um jovem que teve que reaver energias infantis que usara em seus esportes favoritos, na cidade onde cresceu, e não só fora a energia que resgatou! Precisou de muita coisa que seu corpo não disponibilizava mais. É ai que reforço, o corpo humano pode fazer muito mais do que acham, hormônios, apenas comunicando e manipulando reações, podem fazer milagres.
Pupila mais dilatada do que nunca, tendo quase que uma super-visão momentânea, Blake nem precisou confiar 100% em Adelimar para ver o galho abaixo dele, fora apenas mover a íris totalmente para baixo, e dobrar o pescoço em trinta e cinco graus, que viu o formato rechonchudo de um gordo galho firme logo em baixo. Ordenou e pulou. Dois verbos, simples e diretos, não tem maneira melhor de descrever o comportamento do garoto do que com dois verbos corridos, seus movimentos eram apressados e sem jeito, se parasse para pensar no que estava fazendo, ali, agora, no presente momento, provavelmente se faria de estátua, prendendo-se no medo de mármore.

Com os olhos fechados, pousou o pé com majestosidade e leveza de uma Aggron confuso, deslizou o pé direito para a direita e o esquerdo para a esquerda, até cair de bunda no galho, que agora podemos noema-lo tronco, visto que aquilo era grande demais para ser considerado um ramo. Suspirou aliviado, aproveitou a sensação de estar respirando e finalmente voltou a abrir os olhos, agora era possível ver duas coisas importantes: Skylar tinha se libertado quase que totalmente das teias, seu bico ainda se encontrava colado, porém suas asas estavam quase que livres, limitando a velocidade de seu movimento, mas permitindo-o voar, enquanto Butter ia na frente afastar os dois aracnídeos e guiando-os ao todo da árvore.

Fora ai que a batalha começou, com Butter na frente, vale lembrar que outrora, os dois pokemons do treinador usaram golpes que afetaram quase que todo o campo de batalha, então três de quatro já estavam machucados, a questão era, quem iria cair primeiro. Nenhum pokemon começou aquilo no cem porcento, mesmo o voador, sem dano, estava limitado a alguns movimentos, mas ainda assim tentava fazer seu melhor. Carter já brilhava intensamente de novo, sua aura rosa-roxo ecoava e moldava uma forma redonda, que segundos depois se desprendia em ondas e atacava o Spinarak pequeno, que já muito ferido, não suportou nem tomar o golpe todo, deitou-se nocauteado bem rápido, agora a batalha se tornava um dois contra um, dando muita, se não toda, a vantagem a Blake, que tinha um território muito mais amplo, vantagem de número e de tipo.

Skylar levantava voo já a um tempo atrás, seu ataque seria prioridade no grupo, se não fosse sua asa que o atrasava bastante no processo, mas assim que fez, encarou o alvo bem a distância, com seu olhar de foco absurdamente evoluído, e desceu, com toda a velocidade, tentando acertar a aranha solitária que não tinha muito para onde fugiu. Em posição de mergulho, entrou dentro das folhas e, com toda a precisão possível, acertou, de bico cerrado, bem no corpo da Ariados perdida, ela cambaleou por alguns segundos, andou para trás com suas patas delicadas e visualizou o local do pouso da Pidgeotto, foi tempo suficiente para carregar uma enorme energia, para utilizar em um Night Shade, e joga-la contra o pokemon, causando um dano e formando uma fumaça após o impacto. Não contente e começar por último o primeiro turno, no segundo resolveu tomar rédeas, tentando um Shadow Sneak apressado, a questão era, com dois golpes de prioridade um, o mais rápido sairia na frente, este seria Pidgeotto, se não estivesse com tantos problemas para levantar voo e pegar impulso para um novo ataque rápido, a aranha então se movimentou, ordenou para que sua sombra, mais rápida que qualquer outro pokemon ali presente, corresse e desse um leve susto na voadora, que tentava, com um pouco de dificuldade, voar entre aquele emaranhado de folhas, sua sombra levantou-se e perdeu a forma original, tornando-se apenas um vulto sem forma, que agarrou bem forte o pássaro, sofrendo não apenas o dano, mas sim um susto horrendo, esto logo se recuperou um pouco e se libertou, subindo eufórico e assustado com o que acabara de sofrer.

Simultâneo a isso, Butterfree já brilhava e moldava sua aura para acertar o alvo único, este estava mais para dentro da árvore, o que dificultava o acertar do golpe, mas ainda assim, com todo o talento de tiro-ao-alvo desse inseto, todos ali confiavam na sua mira. O golpe foi soltado ao mesmo tempo que Pidgeotto, agora lá no alto, caia para acertar a inimiga, o golpe psíquico chegara primeiro, mas por uma mínima diferença de tempo, não chegaram os dois juntos.


Com a batalha sendo feita em cima das árvores, ninguém ali conseguia ver nada do acontecido, mas Blake tinha espaço, mais que suficiente, para se aconchegar onde quisesse, enquanto Lohan ficava em posição incomoda, se segurando na escada da torre.

Já seguro, o treinador aceitou sua posição e entendeu que não poderia ver bem o que estava acontecendo, mas partindo do princípio da imaginação, criou uma estratégia diferente, usaria a boa mira de Butterfree para usar golpes de status, enquanto Skylar tomasse conta do dano necessário, além do mais, era dois contra um, nada mais justo que dividir os papeis da equipe.

Um pouco mais livre das teias, porém com uma ordem mais defensiva, Pidgeotto manteve-se no ar, porém perto do alvo, mais precisamente bem acima, enquanto Carter levantava voo. No meio de tanta movimentação, Ariados foi esperta e resolveu tomar a prioridade na rodada novamente, usando então Shadow Sneak. A animação de sua sombra fora avançando em direção ao alvo, correndo e acertando novamente a fêmea que, mais uma vez, sofreu um gigante dano com um agarro surpresa, e um susto maior ainda. Skylar já estava quase que debilitada, não aguentaria muito mais, um pouco além daquilo a faria cair desmaiada, porém, com os poucos pontos de vida que ainda lhe restava, apoiou-se no galho que a aracnídea se encontrava, e jogou-se contra o pokemon, acertando-o em cheio. Após a colisão, pegou o pouco de tempo que lhe sobrava para sair do local, por que instantes depois, Cartes soltaria seu pó sonífero por toda a árvore e selaria o local.

A bagunça do pó criou um nuvem transparente, porém fosca, momentaneamente ao redor da árvore, deixando ali uma cortina que isolava o lugar quase que totalmente, era difícil ver o resultado do golpe, mas depois que, literalmente, a poeira baixou, um silêncio mórbido ecoou durante a batalha: Não havia nenhuma ação por entre as folhas. Será que tinha funcionado? Sem paciência para esperar uma reação ao meio do silencio, Pidgeotto entrou em modo de mergulho mais uma vez e foi atrás do galho que a aranha se encontrava outrora, acertou-a em cheio sem que ela esboçasse reação, é, aparentemente deu certo.
Por mais que parecesse uma sequência de ataques efetivos, Ariados continuava em seu sono profundo, como se ainda estivesse com energia o suficiente para não se preocupar. Sem muita dificuldade nem nenhum intervalo ou pausa necessária, Carte começou a brilhar, moldar sua aura, e sem mais cerimônias, jogou suas ondas psíquicas para cima do alvo, que agora estava mais visível que antes por conta do espaço entre folhas que a voadora abriu na última mergulhada. Finalmente a expressão de Ariados, por mais que sonambula, mudou, uma gota de suor frio cortava sua cabeça ao meio e pingava no galho, sua careta de dor era visível, ela estava bastante debilitada, e provavelmente, seu futuro seria decidido ali e agora, sem mais nenhuma chance de resistência.