#003 - Pewter, cade você?

E para o garoto o destino daqueles Pokémons não lhe parecia dos melhores. Teriam que passar por todo um processo de readaptação, algo que seria cansativo e difícil, e se por ventura não conseguissem passar por esse estagio estariam fadados a passar o resto da vida por entre as grades. Mas, infelizmente, parecia ser a única alternativa.
Raiko assustou-se a perceber que a Nidorina se debatia nos braços daquele senhor, mas tudo se resumia ao Sudowoodo. Logo, ela saltou e foi correndo em direção ao companheiro que ainda tremia, deixando o garoto e seus pokémons a sós com o Ranger. Esse que lhe pedia a sua versão da história.
Então relatou desde o principio. Contando sobre o descanso interrompido, o acordo que tentou fazer com o aquele estranho homem para que desistisse de sua vingança, o caminho que percorreu com a venenosa até aquele local e o breve confronto contra os Woopers. Tentava descrever com precisão cada detalhe da história, às vezes, atrapalhava-se, e voltava alguns acontecimentos para que pudesse abordá-los de forma mais clara.

-... Então, foi isso que aconteceu. - Suspirou e deixou-se olhar para a Nidorina e o Sudowoodo. Eles pareciam estar se dando muito bem, a seu ver. – Seria errado separar aqueles dois... Acho que ela irá se juntar a mim, algo que quero muito, porém, o Sudowoodo terá que ir com vocês, não é?

A situação parecia simples, porém, não queria dizer que seria fácil.
Apenas um aceno de cabeça foi à resposta que o garoto deu ao Ranger, assim fazendo aquele pequeno caminho em direção aos outros dois pokémons, e claro, com seus companheiros em seu encalço. Observava os dois com certa curiosidade, a Nidorina tinha os olhos suplicantes para ele, como se quisesse que o garoto fizesse algo para resolver aquela situação, já o Sudowoodo parecia estar como antes, amedrontado. Então, só restava a Raiko agachar-se em frente a eles e tentar apresentar calma diante de tudo para amenizar as emoções do Pokémon árvore.

- Sudowoodo? Eu sei que está com medo, mas eu prometo que ele não irá fazer mais nenhum mal a você, entende? Além de se ver livre dele você não gostaria também de ficar com a Nidorina e comigo? Nós poderemos viajar juntos, até onde pudermos, e você não precisará mais ter medo de que alguém possa maltratá-lo por que nós não iremos deixar.

Dita aquelas palavras o Treinador deixou que seus companheiros também tomassem espaço para tentar convencê-lo. Kiko e Cameron já se aproximavam tentando fazer algum tipo de comunicação, além de tentar animá-lo, fazendo-o deixar a tristeza para trás.

Mesmo com os esforços de seus companheiros, convencer o Sudowoodo ainda permanecia sendo uma tarefa difícil. E o tempo só continuava a correr.
Vendo que suas palavras não haviam conseguido retirar o Pokémon pedra daquele estado, Raiko decidiu tentar algo diferente. Levemente levou a mão à pele do Sudowoodo, sentindo uma sensação diferente da qual estava acostumado ao sentir quando tinha contato físico com outros monstrinhos. Era um toque mais frio, porém, retinha uma sensação mais aconchegante em circunstância do clima.

- Ei, não precisa mais temer nada. Não sei se garante algo, mas eu estou aqui com você, nós estamos. E queremos que você venha conosco, que venha viver aventuras, que venha dar risadas e, principalmente, que enfrente sua jornada sempre de cabeça erguida. – O garoto deu um leve suspiro e continuou. – Não adiantaria de nada dizer que sei o que você está passando, pois nunca senti algo do tipo, sei que deve doer e te deixar muito triste, mas se nos der a chance, podemos tentar consertar isso, juntos. Só depende de você...

Dita aquelas suas últimas palavras, também deixou que os outros se aconchegassem perto dele, assim transmitindo o calor deles a ele, mostrando que estavam ali por ele e que não iriam abandoná-lo.

Quem dissesse que não viu os olhos do garoto brilharem naquela situação com certeza estaria mentindo.
Raiko segurou a pokébola nas mãos como se fosse feita de vidro, a olhava até um pouco incrédulo, pois há instantes atrás achava que iria perder aqueles dois.

- Obrigado, com certeza irei cuidar muito bem dele. – Sorriu o garoto em agradecimento. – Então, estou liberado?

Ditas aquelas palavras Raiko transferiu o Sudowoodo para pokébola junto dos outros pokémons. E agora se encontrava a sós com Kiko, a Nidorina e o oficial. Mais tarde teria tempo para conversar melhor com o novo companheiro e explicar-lhe o que havia ocorrido.

E com um simples aperto de mãos o garoto se despediu do oficial agradecendo mais uma vez pela confiança que havia recebido. Agora, teria que retomar sua caminhada a Pewter. Pôs as mãos nos bolsos e chamou os outros dois para andarem ao seu lado.

- Nidorina? Então, minha proposta ainda está de pé. – Olhou em seus olhos rubros e depois tornou a falar. – Digamos que aceita ela, iria querer batalhar comigo para ser capturada?