Exploradores de Hoenn - A busca pela evolução

O trem mantinha-se em silêncio, ninguém conversava ou fofocava os assuntos do dia, porém, era um fato que aquele menino ao lado daquele pokemon, eram a atração do momentos, todos os olhares daquele vagão eram poucos para descrever a observação e julgamento que aquela criança devia estar sofrendo, corado de vergonha, o menino se virou e olhou para o vidro, tentando ignorar todos ao redor, o pokemon continuava torto e desengonçado no canto, sem muitas possibilidades de movimento, o clima ficava cada vez mais pesado, até que o garoto espirrou, uma, duas, três, quatro, cinco, seis vezes seguidas! Batera quase o recorde de espirros seguidos, e ao final dessa sequência, olhou para a própria mão, que usou para evitar a dispersão da saliva durante o espirro, ao ve-las, arregalou os olhos assustado e desmaiou. O pokemon gigante ao lado, sem muita capacidade de locomoção, acabou se virando para segurar o menino com os braços, ficou em posição mais estranha e incomoda ainda, provavelmente não aguentaria por muito mais tempo, porém, conseguiu cumprir sua missão com êxito, ficou ali por alguns minutos, esperando que alguém o ajudasse em algum momento, mas ninguém do vagão tinha se prontificado até então.

O gigante emitia sons característico de sua espécie para chamar atenção, porém, ele não precisava atrair atenção para mais nada, até por que, todos ali tinham visto o acontecido e interpretado muito bem, apenas precisavam ajudar, a dissipação da responsabilidade fazia a multidão esperar o primeiro a agir, provavelmente depois disso, todos ali se movimentariam, mas o primeiro, o que tomaria a maior responsabilidade pelo acontecido, ainda estava por vir, ninguém se prontificara para tomar frente e ajudar o garoto. A pose do pokemon ficava cada vez mais amórfica, já não dava para entender a anatomia de seu corpo, interpreta-lo como um humanoide muito menos, estava com os joelhos semi inclinados, cabeça para trás e braços esticados para frente, tremendo, prestes a cair com o garoto se o menino não levantasse logo ou alguém fizesse uma intervenção rápida e necessária.

OFF: Desculpa, não tinha visto seu post, por isso demorei Ç.Ç Então, eu esqueci UM POUCO, o plot que eu ia dar para essa rota, devia ter anotado D:, vou tentar não deixar ela tão sem graça na base do improviso.

O garoto então adentrou a multidão com sua parceira para chegar até a criança esvaída de qualquer sinal de consciência, quando os dois chegaram, o pokemon pode finalmente consertar-se e sentir sua coluna novamente, relaxou todos os músculos do seu corpo e emitiu um "ufa" simbólico. O menino era bem leve, não era difícil para Flora aguentá-lo, seria bom se Tyrant aproveitasse esse tempo para ter certeza de que Amarílis estaria intacta, sem nenhuma tentativa de furto da pokemon, até por que, o garoto deve lembrar que a espécie de sua inicial era extremamente rara e cobiçada por aquele continente.

O Trem manteve-se em silêncio durante algum tempo, ninguém havia emitido mais nenhuma reação além de encarar o garoto desacordado, que manteve-se assim por toda a viagem, fora só após trinta minutos que a sirene anunciou: Estação Suldoeste chegará em cinco minutos, após essa temos o centro-sul e por fim a Suldeste. Sem entender muito o que isso significava, o pokemon humanoide fez uma cara de desentendido, parecia que dependia da orientação do garoto para saber onde ir, o grandão então olhou em volta desesperado e eufórico, até que um velho senhor que tudo observara até então, calado, resolveu dar, de graça, um conselho, vendo o desespero do estranho:
- Nessa estação, logo na saída, a um hospital infantil - disse, tentando ajudar sem gastar tanta energia.
A criatura então sorriu de orelha a orelha e agradeceu da sua forma desengonçada, acenando pulando e assentindo com a cabeça, puxou os dois jovens pela blusa pedindo para que descessem com ele na próxima estação, querendo ou não, ele era dependente de um humano para comunicação, qualquer ajuda era muito bem vinda.

A dupla então correu metro a cima, procurando desesperadamente a saída do local. Como todo centro de transporte público no horário da manhã, este estava tão lotado e tumultuado quanto qualquer outro, o que dificultava mais ainda a locomoção no local, foi então que o pokemon humanoide, já explodindo de agitação e stress, pegou o menino das mãos de Flora e correu gritando com ele na direção que as setas vermelhas apontavam fazendo o casal correr ofegante juntos, fora apenas assim que conseguiram chamar atenção, no meio de tanta gente, dos seguranças locais, que deviam cuidar de acidentes ou casos assim.
Dois homens vestidos como bombeiros, que mal deviam saber mais que os processos de salva-vida básicos, correram em direção ao grupo desamparado, encararam os humanos e perguntaram:
- O que aconteceu? - falaram juntos, sincronizados, deviam treinar para essas situações - Alguém pode explicar?

O primeiro homem era mulato, sem pelo nenhum no rosto, baixo e magro, seu chapéu escondia seu rosto quase todo, e por mais que tivesse estatura e voz de uma criança, suas rugas entregavam seus 50 anos vividos, o outro já era bem mais jovem, alto e musculoso, também mulato, porém com um rosto muito enquadrado, sobrancelhas grossas, maxilar grande e espetado por muito pelo, seu nariz e orelhas tinham traços fortes e a única coisa que não salientava em seu conjunto de expressões faciais, era sua bochecha nula, inexistente. Este aqui devia ter em torno dos dois metros, e cento e vinte quilo só nos músculos, conseguia bater de frente com o pokemon desesperado, o estereótipo do bombeiro.
Enquanto o pequeno media pressão, batimento cardíaco e temperatura do garoto, o maior pegava a criança dos braços do pokemon, este andava em direção a garagem carregando-o como se fosse uma folha de papel, não parecia estar usando força alguma.
- Precisaremos levar ele ao hospital, venham para ambulância - disse.
- A temperatura dele está normal, porém ele está com uma arritmia cardíaca estranha, alguma ideia do que é? - perguntou o menor.
O humanoide deu de ombros, mostrando-se desentendido do assunto, não fazia ideia do que aquele homem acabou de dizer e muito menos aplicar ao caso do garoto.