Sem destino.

Talvez prevendo que o resultado de um possível desafio ao líder de Pewter naquele momento não teria o melhor dos resultados o jovem Raikk decidiu adentrar na Rota 03 tendo claros objetivos. Fortalecer seus companheiros.

O terreno por onde andava, aparentemente sem rumo, demonstrava ser bastante íngreme em relação às planícies que se estendiam à direita e a frente do garoto, e não era para menos já que aquele local é base de uma extensa cadeia de montanhas que ainda se mostrava imponente diante da paisagem abalada pelas fortes tempestades dos últimos dias.

E ali, na base da serra um pequeno caminho se revelava sobre a pedra. Caminho esse que apesar de estreito e perigoso parecia levar ao topo da montanha, mas era algo incerto. E quanto às planícies? Apresentavam um extenso tapete verde detentor de focos de grama alta, de alguns arbustos, assim como de raras árvores baixas e espaçosas em pontos enlameados pela chuva.

Diante dos caminhos que eram apresentados a frente, jovem preferiu seguir por aquele que era mais arriscado. A estreita passagem que parecia levar ao topo da montanha.

À medida que andava, o chão pedroso ia demonstrando ter leves inclinações paralelas as paredes da serra a sua esquerda, assim como pequenas curvas, enquanto que a direta não existia nada, nenhum ponto de apoio, apenas a paisagem.

Diante dos céus nublados e da altura que lentamente ia se tornado maior, os ventos começavam a surgir mais fortes, por vezes zumbindo sobre os ouvidos do garoto. Já o chão qual pisava apresentava pequenos indícios de lama.

Se passado alguns minutos de caminhada, mais a frente Raikk pode observar uma estranha abertura na rocha sólida que se assemelhava a um portal, e era justamente para ali que aquele caminho seguia. Entrou pelo portal e deparou-se com um estreito túnel, seguiu por ele por mais uns cinco metros, virando bruscamente à direita logo em seguida para atravessar a saída.

O que via era uma longa plataforma em formato retangular, plana e feita puramente de rocha. A esquerda um alto paredão residia há seis metros de distância, à direita, após sete metros de piso, a paisagem das planícies se revelavam lá em baixo há uma altura de trinta metros. Já muito a frente outra montanha se colava a plataforma, assim como era visto atrás de si. E quanto o teto? Era preenchido de estalactites esburacadas que produziam um som estranho quando o vento arrematava-se sobre elas. E, por fim, no centro um homem barbado estava sentado como se meditasse.

Logo, ao ver aquele desconhecido senhor de barbas prateadas, o jovem não perdeu tempo e balbuciou algumas palavras em sua direção, se desculpando pela interrupção, assim como lhe indagando diante de seu temor de não estar mais na trilha da Rota 03.

O senhor, como que em resposta, abriu seus olhos de tons esmeralda lentamente e ficou a fitar o jovem Raikk como se analise o garoto minuciosamente. Passado alguns instantes, ele abriu a boca e despejou algumas palavras.

- Ora... É raro ver pessoas por aqui... – Começou com sua voz calma e rouca. – Sim, você continua na rota três, garoto... Mas... Se tem uma pokédex, significa que é um treinador, estou certo? E o que um treinador procuraria em um confim como esse?

O senhor de barba prateada, novamente, se mostrou pensativo ao escutar a palavras que o jovem despejava sobre ele. Assim, por alguns instantes, ficou a balançar a cabeça de um lado para o outro lentamente, como se apreciasse algum tipo de canção, dessa forma, do nada, começou a cantarolar uma estranha que canção. Canção essa, que por mais que o jovem se esforçasse para compreendê-la, não conseguia, parecia ser um idioma diferente.

E do mesmo modo que começara a cantar, parara.

- Ora, treinar para desafiar o líder de Pewter? É algo louvável... – Disse erguendo-se enquanto fitava intensamente o jovem. – Acertou, eu era um treinador... Acho que esses velhos ossos não são mais fortes como antigamente, mas seria bom relembrar aqueles tempos.

Entendendo perfeitamente o que o senhor de barbas prateadas queria dizer com aquelas palavras, o jovem logo anunciou animosamente que adoraria de partilhar das emoções de uma batalha com aquele desconhecido, tendo fé de que ele teria bastante experiência. Assim, fazendo com que o senhor exibisse um longo sorriso.

- Aliás, meu jovem... Antes de começarmos, importaria de se apresentar ao velho Joe aqui? – Anunciou com a voz rouca.

Em seguida, enfiou uma das mãos nos bolsos e retirou uma pequena esfera bicolor que se expandia ao seu toque, a segurou firmemente e fez com que se abrisse, revelando uma estranha rocha com braços. Por fim, o homem cruzou os braços e ficou a esperar os primeiros movimentos do garoto.