{Prologo} O destino começa aqui

Eu havia ido para Pallet com meu pai para receber meu primeiro pokemon e estava quase surtando de ansiedade. Era muito comum adolescentes e pré-adolescentes tornarem-se treinadores e monotreinadores, uma vez que era quase uma oportunidade única de ter uma vida diferente, uma vida cheia de glamour. Eu havia escolhido aquela vida por admiração ao meu pai e, também, por tanto gostar aquelas pequenas criaturinhas que - literalmente - cabiam no bolso. Durante toda minha infância e juventude, havia aguardado por ter idade para aquilo. Havia esperado por minha vida inteira para ter a chance de ganhar meu primeiro pokemon e agora era hora de decidir meu futuro.
Agora, de frente ao professor, meu coração palpitava mais forte. Quando ligou o painel, as silhuetas chamaram-me a atenção e reconheci algumas, que já havia visto com treinadores ou em pokemons selvagens no caminho até a cidade. Com certa dificuldade, obriguei-me a olhar para o pesquisador e realmente ouvir o que ele falava. Ouvi pacientemente, afinal não adiantava ter um completo ataque agora e pedir para ser mais ágil. Além do mais, isto seria uma completa falta de respeito com o homem, não é? Quando, por fim, o assistente entrou e deixou a mesinha ali, me adiantei até ela, olhando-a mais de perto e abaixei-me de modo a ficar na mesma altura. Parecia que meu coração ia explodir a qualquer momento e a simples presença daqueles itens davam-me a sensação que independente do que acontecesse a partir dali, eu ficaria bem.
Quando finalmente o professor encerrou sua fala, eu recuei um pouco para dar espaço aos monstrinhos de bolso que em breve seriam retirados de suas pokebolas para serem selecionados. Quando apareceram, eu me ajoelhei e levei as mãos a face, com olhos cheios de lagrimas. Bulbasour, o pequeno pokemon grama saltitante; charmander, o gentil pokemon fogo; squirtle, o pokemon de água. Todos tão fofos, parecendo tão necessitados de alguém que lhes levasse embora dali. As lagrimas rolaram. Apenas poderia decidir-me por um, mas aquilo parecia ser um abandono com os demais. A indecisão crescia em meu peito e havia até esquecido-me como se falar. Quando, finalmente, recuperei a voz, murmurei para os pokemons.
- É uma pena que apenas possa escolher um, pois eu gostaria de levar vocês três. Todos são ótimos e me doí deixar dois aqui... Entretanto, como sabem, sou obrigada a escolher... - A fala foi interrompida por um soluço e eu sequei as lagrimas, tentando controlar o impulso de abraçar os três e ficar chorando por longos períodos de tempo. - Professor, eu quero o Charmander.
Após pegar os itens, guarda-los em minha mochila e sair dali com meu pequeno parceiro mantido fora da pokebola, olhei-o e dei um sorriso afetado. O pokemon parecia animado em sair do laboratório e questionei-me como os outros estavam lá dentro. Afaguei a cabeça de meu parceiro e ele olhou, curioso, falando comigo em sua língua.
- Ainda estou um pouco chateada por não poder levar todos vocês, o mundo lá fora é incrível e não sei quando os outros poderão ver isto. Eu tenho algumas ideias de como chama-lo, o que acha de ouvi-las? - Com a concordância animada do pokemon, comecei a caminhar com ele para onde meu pai aguardava-me antes de partirmos e comecei a citar-lhe os nomes. - Para uma fêmea, eu considerei o nome Ísis. Para um macho, eu colocaria Horus. O que acha? Como devo te chamar?
Estávamos animadamente conversando e brincando quando chegamos onde papai estava e, após comer e fazer as devidas apresentações, partimos. Papai para casa e eu em busca de minha primeira rota.