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Um diagnóstico desagradável...

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Bom... Eu fui. Apesar de ter sido estranhado pelo enfermeiro que estava em seu serviço, eu era a única pessoa próxima dela naquela situação, me sentia obrigado à ajudar e estar ali. Afinal, isso não era muito difícil de se notar, mas eu realmente tinha algum afeto pela mesma, vendo as coisas que eu já fiz durante esse relativamente curto período de tempo.

Então, comecei a andar naquele corredor, e não consegui deixar de notar os pacientes ali dormindo ou já acordados e seus familiares os consolando, dando palavras de melhora, ou simplesmente os abraçando e chorando... Isso era bem complicado, pois no meu caso, eu era um. Era eu e ela. Não havia mais ninguém que poderia nos ajudar ali, eu estava sozinho naquilo e teria que fazer algo decente para melhorar o estado da jovem, caso ela viesse à se sentir mal pelo que ocorreu.

Enfim, chegamos até a porta do recinto. Eu ouvi atentamente as palavras do homem antes de entrar, mas não era difícil notar sua perda... E a jovem, ainda em repouso, sem exprimir uma única palavra ou emoção. Afinal, ela não possuia atenção do ocorrido até então... Mas eu tinha. Mesmo com sua perda relativamente ter deixado uma cicatriz feia, eu não podia deixar de notar sua face tranquila dormindo, seus cabelos radiantes sem reação alguma...

Sem mais delongas, adentrei ao recinto, após o enfermeiro já ter deixado o local há alguns minutos. Adentrei e me sentei em uma cadeira próxima, da mesma forma à qual eu falei com ela após a constatação de que a situação de seu membro não estava tão bem. Então, comecei a pensar enquanto ela não acordava, contorci minha boca um pouco, segurei minhas emoções, para que as mesmas não à assustassem logo de cara. Eu devia ser homem e me manter como já estava pelo menos por enquanto, até porque como um certo sábio disse, homem não chora...

Chora...? Creio eu que chora. Enfim..

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Tema da narração :


 Observando Marianne, serena em seu providencial sono de ignorância, Timothy permanece ao seu lado tentando lutar contra suas emoções, uma batalha onde ele obviamente perderia e como que sentindo sua presença a jovem acorda, lerda, dopada, seus olhos verdes correndo o lugar e estacionando no rosto de Timmy, perguntando com uma voz de bêbada:

- O que houve?

 O que Timmy faria? Como passar força em um momento tão difícil para a jovem? Ela mexia seu corpo devagar e sendo vítima da "sindrome do membro fantasma", diz:

- Meu pé está doendo, estranho...

 A questão era: Não havia mais pé ali.

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"Bom... Como me portar...? Gah... Eu não posso simplesmente falar pra ela que vai ficar tudo bem, eu tenho que dizer o que aconteceu primeiramente... Enfim... Seja o que for. Eu vou fazer isso... Ou tentar fazer." Pensei comigo mesmo, eu realmente não sabia muito o que fazer, ela precisava de uma explicação, parecia não ter ciência nem de que a cirurgia ocorreu...

Enfim, suspirei por um momento, e comecei a olhar para a jovem, tentando mostrar um sorriso - Olá, Mary... - Fiz uma breve pausa - Então, aquele dia na Viridian Forest... - Eu não conseguia falar. Minha garganta simplesmente se deu um nó, eu provavelmente cairia aos prantos sem muita demora... Mas não. Eu precisava falar. Engoli aquele nó na garganta por um curto momento, e voltei à falar - Sua perna acabou sendo... Esmagada. Eles tentaram fazer o possível, mas... Não foi o suficiente...

Ok, eu falei. Mas... O que eu faria depois disso? Simplesmente me mantive quieto, como que esperando uma reação dela. Aquele nó na garganta, antes "engolido", voltou com tudo. Apesar de me segurar, de tentar ser forte, de não assustar ela... Eu não resisti. E então, uma única lágrima caiu de meu rosto, por um breve momento. Tentei disfarçar o curto pranto, mas acho que ela ia perceber, de uma maneira ou de outra.

De qualquer forma, eu precisava dela de volta à consciência para falar com a mesma... E agora, eu deveria fazer direito. Precisava ser o ombro amigo que ela possa precisar... Engoli o choro por um momento, e resolvi continuar olhando para Marianne.

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 Os olhos verdes de Mary estavam tão grandes quanto um personagem de um Anime, ao ouvir o que Timmy dizia entredentes ela não podia acreditar e tentando mostrar que tudo era uma brincadeira, sorriu, gargalhou, gargalhou como uma vilã louca de novela mexicana e tranquilizando Timothy, diz:

- Acho que você não está bem, Timmy é claro que está tudo bem!

 Não estava.

 E ela percebeu isso ao tentar se levantar da cama, girando seu corpo e deixando suas pernas próximas ao chão, viu a cicatriz e percebeu a falta de uma de suas pernas.

- NÃOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

 O grito era pura dor e nervosa e descontrolada, começava a arrancar os curativos, mostrando partes de sua carne ainda vermelha e mal cicatrizada.

 O que fazer?

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Mary parecia bem... Pelo menos até o momento. Foi bom ver ela sorrindo por uma última vez, por enquanto... Aquele sorriso revigorou de certa forma minha mente, se não fosse pelo que veio depois. Após finalmente notar a falta de seu membro inferior esquerdo, a reação dela... Não foi bem a que eu esperava.

Ver aquela cena, da mesma tirando seus curativos que ainda mostravam as cicatrizes ainda não finalizadas da cirurgia, vendo a dor dela com o que tinha ocorrido, vendo seu desespero... Ok, eu não aguentei.

Ao ver o desespero da jovem, minha reação não foi outra que não também cair aos prantos... E depois, enxugando-os levemente, ir rapidamente na direção da jovem, como que tentando fazê-la parar. Simplesmente corri frente à ela, tentei segurar seus braços e, ainda chorando, falar com a mesma.

- Não, por favor... Não faz piorar tudo... - Bah. Não consegui deixar de chorar, o tempo me segurando definitivamente não fez bem... Simplesmente chorei na frente dela, como uma criança que perdeu algo importante. Não que não tenha perdido...

Enfim, não só a tristeza como a vergonha de ter cedido me tomou, frente à ela. De qualquer forma, eu continuava olhando fixamente para sua face. Eu precisava me recompor...

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 A cena era forte, dolorida e diante disso, Timothy cedeu e as lágrimas marcaram sua presença, tentando parar Mary, a jovem não queria parar, tinha vontade de acabar com aquilo de uma vez, morrer, destruir a si própria.

 Por sorte, um enfermeiro passando viu o que acontecia e rapidamente colocou Marianne para dormir com uma das injeções que carregava no seu carrinho de curativos.

 Sorte.

 A jovem voltava a dormir, serena enquanto o enfermeiro dizia:

- Fica lá na sala de espera, ela tirou os curativos, precisaremos refazer! SAI!

 Antes que o jovem pudesse retrucar ou bater o pé querendo ficar, dois homens o pegavam e a força o levavam para fora, permanecendo como dois peões na entrada para o corredor dos quartos.

 O que fazer?

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Depois daquela cena lamentável, felizmente havia um enfermeiro próximo, e logo ele me ajudou... Apagou Mary, novamente. Por algum motivo, vendo a sua face eu vi a tristeza e desespero dela, eu via algo de estranho, e isso me entristecia igualmente... Quer dizer, até o homem me ordenar sair, e eu ser... expulso de lá? Não, certo?

Foi o que pareceu.

Então, de volta à aquela sala, coloquei a mão em meu rosto, enxuguei o resto das lágrimas que restaram, suspirei por um momento, tentei me recompor. E então, tornei a me sentar no mesmo banco o qual eu estava antes de ir ver Marianne. Não via problema em ficar ali, voltar e tentar driblar aqueles homens seria pura insistência desnecessária, eu iria ver ela de novo, certo..? ... Certo?

Não sabia. Então, simplesmente continuei sentado, passei mais uma vez a mão no rosto, cruzei meus braços e tentei descansar um pouco... Meu coração estava muito acelerado. Não sabia muito bem como proceder...

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 Com os parrudos impedindo seu avanço, o jovem Timothy retorna a seu local na sala de espera, enxugando suas lágrimas e aguardando.

 Aguardando...

 Aguardando...

 Até um homem de jaleco tentar aparecer atrás dos dois, pedindo licença com um toque no ombro de cada um deles, aproxima-se de Timothy e pega uma cadeira, sentando-se a frente dele.

- Me chamo Pablo e sou o médico que fez a cirurgia de retirada de membro da Marianne, você parece bem abalado, mas preciso de sua ajuda nesse momento, acredito que depois da forte negação que ela apresentou vá ficar revoltada com a vida e ai que você entra, preciso que a ajuda e entender sua situação, já falamos com ela, mas um conhecido tem mais poder nessa seara. Me ajuda?

 O homem com óculos finos aguarda uma resposta do abalado Timothy. O que faria?

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Bom, o que eu tinha à fazer era simplesmente esperar. Mas claro, a bateria de testes com os meus sentimentos não ia acabar tão cedo... Finalmente, eu me sentia um pouco mais calmo. Respirando um pouco, enquanto meus batimentos voltavam ao normal, mesmo que meu psicológico se mantivesse o mesmo. De qualquer forma, mais tranquilo eu poderia focar mais na espera.

Não durou muito até que os homens dessem espaço à um homem, que se aproximou de mim com um jaleco branco, e se apresentava como o responsável pela operação da jovem. Bom, pelo menos ele estava interessado em ajudar... Fiquei um tempo quieto, hesitei em falar, mas não durou muito para minha resposta vir à tona...

- C-claro, doutor... O que eu poderia fazer?

Falei, um pouco envergonhado. Afinal, levando em conta o atual estado dela, seria complicado ajudar, principalmente quando você não passa de um garoto, mas... Eu deveria fazê-lo, e foi o que eu fiz. Me oferecendo para ajudar, eu só mostrava um pouco mais de minha consideração por ela e por seus aliados.

Mas afinal, no quê eu poderia ajudar?

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- Pense que está em uma batalha Pokémon e precisa vencer e ajudar sua parceira de dupla, acredito que é uma boa comparação - dizia Pablo calmamente - Fique ao lado dela, entenda que está sensível e pode agir de forma estranha, não demonstre muita pena, mas não seja duro, indiferente a dor... Quando ela acordar eu te chamo, não deve demorar, Marianne tem uma resistência a tranquilizantes assustadora.

 Com um tapinha no ombro, Pablo retorna para o corredor, cantarolando algo com uma voz meio ruim, Timothy teria que esperar mais um pouco, mas como conseguiria seguir os conselhos de Pablo?

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