Esta será minha Fanfic. Bla Bla Bla. Sinopse será feita em breve. ^^ Apenas adianto que se trata de uma cidade, tomada pela corrupção e talz, mas temos nosso heroi, e uma figura misteriosa... Enfim. Esperem e verão. ^^
Episódio 1 - Yellow Eyes :
Yellow Eyes!
Nossa história começa em uma noite fria de inverno, o céu decorado por um grande número de estrelas que acompanhavam a lua, resplandecente, cheia, que iluminava a paisagem central desta trama inicial. O porto St. Court, principal ponto de chegada de recursos que abasteciam Coven City, além, é claro, visitantes vindos de outras partes do país. O farol emitia sua típica, e intensa, luz usada para guiar os navios que se aventuravam naquelas águas escuras da baía. No horizonte, onde mar e céu se tocavam, misturando-se em meio à noite sombria, surgia uma embarcação, um grande navio, que, logo, guiado pelo farol, se aproximava da cidade, deslizando pela água, cortando-a. Enquanto isso, uma figura surgia no porto. Era um homem de cabelo negro, porém já demonstrando alguns fios grisalhos, e sua silhueta era visível sobre o piso do porto por conta de pequenas luzes postas pelo cais. Trajava-se elegantemente, calça social e terno de corte perfeito, feito sobre medida, tinha em sua cabeça um fedora que, com sua aba levemente inclinada para baixo, impedia que sua face fosse identificada por hora. Em suas mãos trazia uma bengala de cabo curvo, apesar de não precisar de tal objeto, uma vez que suas pernas moviam-se perfeitamente bem.
Finalmente o navio parou, onde desceu sua pesada ancora que rapidamente chegou até o fundo da baía. O misterioso homem se aproximou, e logo pôde notar a movimentação que se formara no deque da embarcação. Vários homens caminhavam apressadamente de um lado para o outro, apesar de se manterem em silencio, até que finalmente a rampa do navio foi descida, com um forte baque que cortava o silencio daquela noite. Uma segunda figura surgiu ali, um homem consideravelmente maior e mais robusto que o que o esperava, já anteriormente descrito. Este, também trajava terno, elegante, cinzento, com riscas de giz. Este estilo parecia ser costume pela região, ou não, afinal, os demais tripulantes vestiam-se de modo simples, calças negras, com suas barras desfiadas e camisas nas cores azul marinho, cinza ou preto. O homem encarou quem o esperava por alguns instantes, como se estivesse analisando-o, mas por fim, liberou um largo sorriso e começou a descer a rampa que seguia ao porto. Atrás dele, caminhavam outros dois homens, ambos de expressões violentas e braços cruzados.
As duas figuras ficaram cara a cara. O mais robusto, cuja face tinha um corte feio, já cicatrizado, logo abaixo de seu olho direito, estendeu sua grande mão ao senhor da bengala, enquanto dizia algumas palavras com sua voz rouca:
- Finalmente... Coven City...
- Como já deve ter percebido... Sou o Senhor Hill. - Pronunciou-se o homem de cabelos grisalhos, levantando sua face, revelando que seus olhos eram de um negro profundo, quase sem brilho e expressão facial ríspida. Também estendeu sua mão, soltando a bengala por alguns instantes, e apertou a mão do primeiro - Espero que tenha trazido tudo.
- Ora, senhor. E por qual outro motivo teria contratado meus serviços, se não por minha fama? - Respondeu-lhe, com uma gargalhada sinistra e um sorriso torto em sua face, alias, seu lábio era naturalmente torto.
- Sendo assim, seja bem-vindo à Coven. Sabe como proceder. - E assim, enquanto os tripulantes, com o comando de seu líder, começavam a deslizar caixotes e mais caixotes pela rampa, o senhor Hills continuava sua caminhada, seguindo rumo ao centro da cidade, que apesar do horário, já passava da meia noite, era sempre muito movimentada e enérgica. Mal sabiam os cidadãos de Coven dos desdobramentos que a chegada deste navio teria no futuro.
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Hill caminhava tranquilamente pela noite, cantarolando uma de suas sinfonias favoritas sobre a calçada precária, repleta de rachaduras e abaixo das luzes, aquelas que não estavam quebradas, vítimas de vândalos, penduradas em grandes postes que iluminavam os bairros residenciais de Coven. Aquele bairro em especial não parecia ter nada de tão especial, era um simples bairro aos arredores de Coven, já que a área mais desenvolvida da cidade ficava ao centro desta, onde edifícios disputavam entre si uma competição para saber quem seria o maior da região; porém tal posição ficava à cargo da corporação Hill, uma industria que atuava em muitas outras áreas, praticamente comandando boa parte de Coven. O vento frio da noite tocava a face do senhor Hill, contornando-a, seus passos eram lentos e leves, parecia conhecer bem sua cidade. Enquanto caminhava, passou em frente a uma casa simples, agora já velha, mas que em tempos antigos, era muito mais bela, sua pintura estava descascando, e as grades que a cercavam enferrujadas. O homem nem se preocupou com tal imóvel, e assim, desapareceu entre a escuridão. Não o seguiremos por hora, ficaremos aqui, nesta mesma casa antiga.
Em seu interior, um homem dormia em frente à luz da tv, que por sua vez transmitia uma fita cassete de um jogo de baseball qualquer. O homem possuía 23 anos, e dormia sobre um sofá roto, de coloração castanha, repleto de rasgos e remendos. Sobre seu peito, coberto por uma simples camisa sem manga, branca, estava o controle da tv, que caiu rolando pelo chão com o susto que o jovem levara ao ouvir o telefone tocar ao seu ouvido, em uma mesinha próxima ao sofá. Caminhou até o telefone, e o atendeu.
- Perdão, senhor Thomas... Seu pai... - Começou a dizer a voz ao telefone enquanto Thomas bocejava ao mesmo.
- Certo, certo... Estou indo. - Respondeu, passando a mão em seu queixo, roçando os dedos sobre sua barba, que estava por fazer.
O homem do telefone nem precisou completar sua frase, simplesmente desligou o telefone ao ouvir a resposta do rapaz, que já sabia sobre oque se tratava a ligação, como se isso ocorresse costumeiramente. Caminhou até seu quarto, com seus pés descalços tocando o piso frio, vestiu uma calça qualquer e um grande sobretudo, pesadíssimo e provavelmente quente o suficiente para protege-lo do vento frio lá fora. Pegou as chaves de um Cadillac Eldorado, preto, e saiu da casa, dirigindo o mesmo.
Thomas dirigia tranquilamente pelas ruas estreitas de seu bairro, não mantinha muita atenção ao seu redor, afinal, já conhecia aquele lugar perfeitamente. Algumas pessoas podiam ser vistas se refugiando em becos escuros, em grupos, mas oque ele poderia fazer? Não estava nem mesmo à serviço, se desejavam acabar suas vidas se afogando em drogas ou qualquer coisa do tipo, isso não lhe interessava. Mas algo lhe chamou a atenção enquanto dirigia, oque o fez encostar o carro imediatamente. Um grito abafado ecoou em seus ouvidos, seguido por três baques. Olhou pela janela do automóvel, e viu um senhor caído sobre a calçada, com dois homens próximos deste, então, esticou sua mão até o porta-luvas e dali tirou uma pistola.
- Ei! - Bradou pouco após abrir a porta do automóvel e sair deste, correndo até os criminosos com a pistola em mãos. - Polícia de Coven City! Parados! - E com isso, os dois começaram a correr na direção oposta, desaparecendo em meio à escuridão, mas não antes de Thomas disparar algumas vezes contra os alvos, que infelizmente não foram atingidos. Poderia ter corrido atrás dos criminosos, mas preferiu ficar, abaixou-se até o senhor, que era corcunda, e a julgar por sua aparência, realmente velho. Sua pele era enrugada, e já não havia mais cor em seus finos lábios. Seu cabelo era quase prateado, desgrenhado, cumprido, caindo até pouco abaixo de seus ombros.
- O senhor está bem? - Disse Thomas, virando o corpo do senhor, que agora emitia alguns grunhidos de dor, mas em momento algum abrira seus olhos. Talvez fosse cego, pensou o rapaz. O idoso não o respondeu, então, perguntou-lhe outra vez. - Senhor! Tudo bem com o senhor?!
Então, a mão do senhor se moveu, agarrou o braço de Thomas, que neste instante sentiu um calafrio em sua espinha, com o susto que levara. Para um senhor daquela idade, ele tinha muita força em sua mão. Eis então que seus lábios também se moveram lentamente. - Obrigado... - Sussurrou - É aliviante saber que Coven não está completamente perdida. - Continuou, mas então, sentou-se no chão, ainda agarrado ao braço do rapaz. - Tome cuidado, coisas horríveis aguardam esta cidade. – Neste instante, porém, o homem pode notar outra coisa acontecer ao seu redor, a luz do poste que iluminava seus corpos começou a piscar... Uma vez... Duas vezes... A terceira vez chegou, e com ela, a mesma explodiu seus estilhaços caindo sobre a calçada, oque o fez virar sua face para encarar os cacos caídos, mas quando o fez, pôde sentir um alivio em seu pulso. A mão do senhor não mais o segurara, e quando voltou sua face para onde o mesmo deveria estar, este também não estava mais lá.
Thomas tentou esforçar sua visão para os lados ou o beco atrás de si, mas o senhor não estava em lugar algum. Levantou-se, um tanto assustado com as palavras do homem, mas preferiu pensar que se tratava de algum louco qualquer, esquizofrênico ou algo do gênero, já estava acostumado a encontrar pessoas assim a trabalho da polícia de Coven. Guardou sua pistola na cintura da calça, e voltou a caminhar até seu carro, sussurrando coisas como “Louco. Esta cidade só tem loucos...” De volta ao carro, dirigiu por mais algumas quadras, com seus olhos percorrendo brevemente a calçada, em busca do senhor, mas nenhum sinal.
Finalmente chegou onde desejava ao sair de casa. Desligou o carro, e dali saiu, cruzando seus braços e abaixando a face para que não tomasse vento direto na face. Caminhou até a frente de um estabelecimento qualquer, cuja placa velha e suja ainda era possível de se ler “Chen’s”. Encostado na parede, caído, estava um homem, um tanto semelhante a Thomas, mas bem mais velho, e com o nariz esfolado, e ao seu lado, em pé, um segundo homem, com um crachá escrito “Ron”. Ron, o dono do estabelecimento ao lado, um bar, ao ver Thomas se aproximar, sussurrou algumas palavras de aborrecimento ao homem caído, mas em seguida, virou-se e voltou para seu bar.
- Venha, pai... – Disse Thomas, curvando-se até o homem, que alias, estava bêbado, tanto que mal conseguia manter-se de pé. Nosso herói carregou-o, passando o braço de seu pai por sua nuca, caminhou até o automóvel, com certa dificuldade abriu a porta, e o posicionou ali, apesar do homem não parar de resmungar coisas como. “Ele acabou com minha vida”, “Culpa dele que aquela... Aquela... Sua mãe, nos abandonou” - Thomas não se importou com o discurso, já ouvira aquilo várias e várias vezes, mas nunca conseguira entender sobre quem ele culpa por toda sua vida. Caminhou silenciosamente até o caminho de casa, e quando chegou, carregou seu pai até o interior da casa, jogando-o sobre sua cama.
Voltou até a porta de sua casa para tranca-la, mas, naquele dia, fora de seu costume, abriu-a mais uma vez e encarou a sua volta. Do outro lado da rua, algo chamou sua atenção, duas pequenas esferas, olhos, de coloração amarela vibrante, cintilavam no beco escuro, mas com a velocidade de um piscar de olhos, os dois pontos distantes desapareceram. Thomas imaginou ter sido apenas um gato, e como desejava ser apenas um gato, então, com este pensamento, voltou a fechar a porta, trancando-a. Jogou-se no sofá, para seu então merecido descanso... Mas como seria quando acordasse? Seria apenas mais um tediante dia na delegacia atendendo caso de violência domestica? Quem sabe...