UMA ROTA MT LOKA

Desci do trem e já pisava numa nova cidade: Aztlán. Eis o local que não sabia nem pronunciar o nome, mas fazer o que? O lugar parecia mais que agradável, quase beirando o utópico, era incrível como, em primeira momento, eu já via a organização das ruas e expressão imaculada nos rostos das pessoas, e era exatamente isso que esperava encontrar, até porque, em uma breve busca online, de todos os comentários que li na internet, não havia um sequer pejorativo sobre este mini-reino. É impressão minha ou estou no lugar perfeito? A cidadela dominada pelo absoluto dizia que sim, mas darei uma nova opinião depois de explora-la. Sendo assim, arregacei as mangas, livrando-me um pouco do calor, ajeitei a calça legging e fui, esta era minha deixa para começar.

Fora finalmente aqui que aquietei o passo, sem corrida nem euforia, querendo ou não, eu já estava no meu destino desejado, não há mais motivo para presa. Correr e treinar não são variáveis diretamente proporcionais, elas nem sequer tem ligação. Comecei a andar reto, sem rumo, pleno meio-dia e meia, com o sol forte em minha cabeça. Andava pelos cantos procurando sombra, assim como algo ou alguém que parecesse útil, para identificá-los melhor, soltei um dos meus monstrinhos, querendo passar a imagem de treinadora pokemon. Peguei a pokebola de Tyr, mantendo a caminhada ao lado do Gramíneo saudável. Com minha Meganium do lado, observaria a alteração de expressões dos outros para ver se alguém interessante cruza meu caminho. Procurei me atentar também para beeps de PokeDex alheias.

Minha caminhada resultara em, nada mais nada menos, que o Centro Pokemon, e isto me lembrou algo mais que maravilhoso: Gligar ainda estava no PC. Se eu realmente pretendia treinar ele, esta era a hora perfeita. Corri para o local e procurei o primeiro computador vazio, mas infelizmente, o número de eletrônicos desocupados era zero. Esperei um tempo na pequena fila, impaciente, roendo unhas e mexendo a perna, os poucos minutos que aquilo me tomou parecia ter virado horas, e quando finalmente consegui, digitei rapidamente o Login e Senha, o que me fez errar no mínimo três vezes. Na quarta tentativa consegui. Inseri a pokebola de Frillish rapidamente e troquei por Gligar.

Assim que substituidas as esferas, arrastei Tyr pelas pétalas, trazendo-o para fora do recinto, enquanto isso pensava um novo plano, reparando que andando por caminhos aleatórios, não encontraria nada além de aleatoriedade.
- Vamos para uma praça! - Falei para Tyr, porém sem esperar resposta - Lá terá alguns campos de batalhas, logo, treinadores.
Assim segui as placas, agradecendo pela organização bizarramente perfeita daquele lugar.

Parei por um segundo e olhei em volta, o local estava realmente cheio de treinadores, mas nenhum me interessava muito, ou pelo menos, não de longe. Virei o pescoço quase que 360º, como quem procura uma presa, mas ao invés disso, ouvi um diálogo, bem baixinho, a distância. Era um guri, próximo da minha idade, conversando com um mais alto, o problema era que eles estavam muito longe, como diabos prestei atenção nisso? Encarei a cena por alguns segundos e andei em direção aquilo, sem um motivo específico, o brilho da Butterfree apenas havia me atraído de forma estranha. Vou lá ver o que está acontecendo.

A cena era comporta por dois homens e um pokemon, um levemente mais velho que o outro, parecendo se portar muito mais experiente e sério também. Eles se conhecem? Foi uma abordagem aleatória? O que diabos está acontecendo ali? Não consegui identificar o que era dito no ruido, mas se for do meu interesse, por favor me deixem participar. Andei em direção a dupla, porém eu demoraria um pouco para chegar, nesse meio tempo acariciei Meganium, que caminhava calmo e sereno ao meu lado.
- Vai ser divertido, Tyr - comentei - Eu acho - evitei afirmar o desconhecido.

Ao chegar próxima, sem ter certeza se havia sido notada, arranhei a garganta e esbocei uma apresentação, torta, sem graça e sem sentido.
- Eer... licensa, tudo bem com vocês? - falei, com medo de estar atrapalhando.
O que diabos deu em você Winnie? Sua mãe não te deu educação?