Rogue Time - Reunion

Lysander lia a mensagem apresentada pela tela luminosa do aparelho celular em silencio, sabia que o conteúdo da mensagem não poderia ser tão positivo, então, para não atormentar o já atormentado Treecko, fez tal escolha. - Algo o atacou... Algo que brincava com argolas... - Pensou consigo mesmo, foi quando lembrou-se de que ao ser teleportado para a fábrica, notou algo semelhante a uma argola, fora aquilo que o trouxera para tal lugar. - Mas... Oque isso tem a ver? ... De qualquer modo, não é seguro ficar por aqui. - E rompeu seu pensamento enquanto encarava o pequeno Treecko, estendendo-lhe a mão com o dispositivo agora desligado.

- É seu... Guarde-o bem... E... Ah sim, tem algo para você ai... Diz sentir muito por não continuar com você, que só deseja o melhor para seu amigo... E que não é seguro ficar aqui. - Distorcia um bocado a história, mas, se o perigo estava por ali, não poderia deixar Treecko naquele lugar... Tinha de convencê-lo a cooperar para todos saírem dali. - Então... Também não estou afim de ficar aqui por muito mais tempo, você vem comigo? Me ajuda? - Desviou rapidamente um ultimo olhar para o fundo do barracão, na direção em que o rapaz se encontrava, então voltou o olhar para Treecko, em busca de uma resposta.

Lysander não obtinha resposta alguma da lagartixa que simplesmente parava por alguns instantes encarando o objeto. De repente, parecia mais uma vez determinado a fazer com que o jovem seguisse caminho até o corpo em putrefação, oque já estava frustrando Lysander. Por hora, Lysander decidira mais uma vez segui-lo, simplesmente pelo olhar que ele o dera, mas, não que estivesse feliz por mais uma vez permitir que aquele odor nojento se infiltrasse em seu olfato. - Lá vamos nós... De novo. - Disse o jovem para Cacnea com um fino sorriso estampado em sua face.

Lysander o via se aproximar do corpo de seu treinador, e ali depositar em suas mãos o celular que do mesmo retirara. Revirando mais o corpo já em decomposição se é isso era possível, afinal, Treecko já havia revirado-o completamente ao tentar reanimá-lo. De sua ultima revista, a lagartixa retirou do bolso de seu mestre uma bandana azul, e o amarrou em seu próprio pescoço como um lenço, uma memória de seu antigo treinador, e ao apontar para a pokéball e então para Lys, o jovem entendera.

O jovem então enfiara uma de suas mãos no interior da mochila pesada que carregara consigo, contendo várias pokéballs, afinal, ali também se encontravam os monstrinhos de Mick e Alex, mas, vazias, não haviam muitas, de Lys, eram apenas duas. Pegou uma das esferas vazias e a deixou sobre a palma de sua mão e disse. - Se tem certeza... É sua... Eu o protegerei apartir de agora. - E abaixou-se, na altura do pequeno, estendendo-lhe a mão com a esfera. Enquanto isso, Cacnea mantinha em sua face um largo sorriso, não contendo a animação em ter um novo amigo para a equipe, saltitava em seus espinhos icônicos.

O jovem treinador estranhava o fato da pokéball de Treecko não ter desaparecido de sua mão assim que a captura concretizou-se, afinal, já mantinha consigo outros 6 pokémons, o limite máximo. Então, levantou a esfera até a altura dos olhos e a examinou, não havia nada demais ali, era uma simples pokéball. Foi quando um som ecoou pela fábrica e também por seus ouvidos, era um riso esganiçado, e pouco tempo depois, um anel surgiu no ar, e dali surgiu uma criatura sombria, com um sorriso macabro. Oque isso significava? Mais uma vez aquele anel surgia a sua frente, e Lys sabia que aquilo poderia não ser um bom sinal, então, com a tentativa de não assustar ou perturbar o ser, curvou sua coluna em uma tensa e rápida reverencia, seu nervosismo era portanto notável, e logo disse. - Olá... Já estou de saída... Então... Poderia ajudar-me?

Lysander surpreende-se ao ver a esfera arroxeada ser lançada em sua direção, e, diante do medo, fica imóvel, não conseguira mover um músculo sequer. Por sorte, a esfera toca o chão antes de lhe alcançar, talvez, pela própria vontade do monstrinho. Com o toque da esfera sobre o piso da fábrica, uma certa explosão ocorre, liberando alguns lampejos sombrios pelo local, fazendo com que então Lysander recue alguns passos. Quando notou, viu o pequeno corpo mover-se para o interior de uma das argolas e assim desaparecer.

Um tanto espantado girou seus calcanhares, observando tudo ao seu redor, temendo que mais uma vez o monstrinho aparecesse. - Ótimo... Ataque e suma... Mas que bela atitude. - Sussurrou o jovem para si mesmo, mal movendo seus lábios. - Ceres, fique atenta, certa? Se ele surgir, não o ataque... Mas, se lançar aquela esfera novamente, só certifique-se que não nos atinja. Seu Dark Pulse deve ser o suficiente para afastar esta esfera. De qualquer forma... Temos que dar o fora deste lugar... Este pequeno pode ter sido quem fez aquilo com o garoto, então, sem dúvidas não queremos irritá-lo. - A pequena cactácea então agitou seu corpo em um gesto positivo e Lysander pôs-se mais uma vez a encarar tudo ao seu redor, buscando por algo que o retornasse à realidade.