Route 117 - Conhecendo um novo líder

 
Rota 117. Manhã, local pacífico, pelo menos era o que diziam. Minha passagem até Verdanturf foi, na verdade, estratégica. Enquanto Marcella ainda estava em LaRousse, preparando-se para se encontrar comigo em Mauville, eu decidi voar para a pequena cidadezinha para seguir caminhando na rota 117 até a cidade de Mauville. De certo eu queria um pouco de privacidade com o recém-membro do meu time, Absol, afinal, parecia que , desde o seu nascimento, ele havia me estranhado.

Tudo bem que nos últimos dias ele ficava mais com Marcella do que comigo, afinal, eu estava na copa e tinha que me concentrar, mas isso era quando ele estava no ovo misterioso. Agora, o Pokémon havia nascido. Era apático, sem demonstrar qualquer emoção. Bem sério. Sua capacidade da espécie era de prever alguns desastres, o que para um Ranger era bem requerido tal habilidade. Mas parecia que ele não gostava de mim, ou era impressão minha?

- E é isso que um ranger faz!

Após detalhar um pouco de como minha vida funciona, Absol permanecia com a cabeça baixa, olhando para o caminho. Não estava triste. Nem feliz. Animado ou entediado. Parecia simplesmente me ignorar, sabe-se lá o porquê... Talvez a condição que nos uniu tivesse algum efeito. Achar um ovo em uma floresta de Viridian, amaldiçoado por uma bruxa espírito não era algo que se encontrava todo dia. Na verdade, tentava esquecer-se desses episódios sobrenaturais que seguiam a minha vida. O mesmo para a tumba de Pewter, no qual Togekiss estava. Suspirava um pouco agoniado. Queria que o Absol reagisse. Falasse comigo, mas até então, nada...

- Bem, você é bem saudável, não é? – tentava puxar conversa com ele, mas em nada ele reagia. – Bem, vou ligar para o quartel Ranger... Quem sabe não há alguém nessa rota para ajudar? É isso que fazemos... – dizia para ele, sendo ignorado e tentava ligar, via RangerGear

    A ligação continuava muda. Eu olhava para Absol, envergonhado. O Pokémon, pela primeira vez olhava para mim, mas sua face não esbanjava alguma reação sequer. Aquilo era uma preocupação. O que será que Absol tinha? Saudável ele era, Joy-san fez todo e qualquer avaliação, mas o Pokémon permanecia indiferente com tudo. Azumarill, quando era um Azurill recém-nascido, era bem animado e curioso. Seria se metia em confusão por conta da sua determinação de sair caminhando sozinho. Pelo menos desse mal não sofreria com o dark...

O campo florido da rota 117 era o lugar perfeito para poder aproveitar o clima ensolarado, embora fraco, e me aproximar do Pokémon. Mas absol não dava abertura, o que deixava as coisas bem mais difíceis. Desligava o aparelho e suspirava, tentando saber como puxar conversa. Ambipom foi mais carismática em nosso primeiro encontro. Embora sempre discutíssemos, mas tudo bem... Em minha frente, Absol voltava a encarar ou o chão ou a paisagem alegre. Talvez se eu colocasse o Pokémon junto dos outros...

Antes mesmo de chamar um Pokémon para fora, um grito feminino chamava a minha atenção. Vinha da mesma rota, no campo mais florido. Seria uma boa chance de mostrar ao Pokémon recém-nascido como era que se agia como um ranger. Da minha cintura, abria a esfera e lançava para cima, chamando Togekiss. O Pokémon fairy aparecia de modo feliz e já cumprimentava Absol, que apenas acenava a cabeça. Não sabia se aquilo era bom ou ruim.

- Togekiss, alguém precisa de ajuda. Nos dê cobertura pelos céus. – dizia para o Pokémon e imediatamente ele abria as asas voando. – Absol, fique junto comigo, iremos vê se podemos ajudar, ok? Vamos! – Parecia que as ordens eram acatadas com sucesso. Embora não tivesse muitos sentimentos, Absol obedecia em tudo, enquanto eu corria até a origem do grito.

Como todo e qualquer Ranger, eu partia para ajudar aquela pessoa que gritava. Togekiss do alto daria apoio aéreo, além de nos guiar até o local. Fora isso, tinha a estranha lenda de que trazia sorte. Por certo ponto de vista, era verdadeiro. Absol me seguia calado, sério, sem esbanjar qualquer tipo de reação sobre o que poderia estar acontecendo ou não. Eu fiquei um pouco confuso... Por um lado, ele não queria contato comigo, pelo visto, mas por outro, ele me seguia, compreendia o que eu falava e ainda obedecia!

O corpo magro de Absol seguia na frente. Era menor do que os demais de sua espécie, afinal, havia acabado de nascer. No alto, Togekiss tentava deixá-lo confortável, dando espaço e eu descia fazer o mesmo. Ao chegar mais ou menos no local do pedido, percebia que não tinha ninguém ali para ajudar. Na verdade, a rota estava até movimentada, com várias pessoas caminhando de um lado para o outro, enquanto um menino cutucava a barra da saia de sua mãe e me chamava. Como não tinha nada a fazer, restava perguntar para a senhora.

- Bom dia, senhora. Chamo-me Ayzen Kitshomo, National Guard. Eu acabei de ouvi um barulho, um pedido de ajuda, não sei bem, mas ao chegar aqui não encontrei nada... Será que você poderia me ajudar a esclarecer?

Togekiss pousava ao meu lado, assim que me aproximei. O Pokémon, fofo que ele era, tentava deixar a mulher e a criança mais calmo, enquanto Absol continuava ao meu lado, encarando o nada...

  Parecia que o grito no campo não foi algo sobrenatural (ainda bem!). Parecia que havia um mistério ali, e como adorava investigação, não poderia deixar de ajudar. Pelo menos, a mulher estava disposta a ajudar. Togekiss brincava com a criança, abrindo suas asas como de anjo e deixando que ele tocasse as pontas dessas. Absol permanecia quieto, sem demonstrar alguma coisa. Era um Pokémon bem esquivo. Ouvindo atentamente o relato, parecia que algo havia acontecido.

- Sr. Blanc, preciso de mais informações para poder analisar o fato. Quem é essa garota? Como ela é? Qual o Pokémon estava com ela. – fazia as perguntas – Entendo que pode parecer um pouco de um interrogatório, mas se eu tiver mais informações, posso ajudá-la melhor.

De fato, quanto mais informações, melhor. Erguia a minha esfera e dela saia um raio luminoso, que formava Azumarill. O Pokémon coelho de água erguia a sua personalidade de cópia. Imitava a forma meiga de Togekiss e brincava com o garoto. Ele era um artista!

- Azu, preciso que use a sua audição perfeita para localizar uma garota desaparecia e um Pokémon que essa senhora irá indicar. Pode nos ajudar? – Azumarill logo entrava em modo de missão. Batia continência e baixava a personalidade de Ambipom mesclada com Nydon. Agora era um Pokémon sério (pelo menos tentava ser sério) e parecia até responsável. Se eu não conhecesse o Pokémon, diria que era mesmo.

  Parecia que o mistério na rota 117 permanecia. Eu estava diante de uma situação delicada. Se por um lado eu queria ajudar, por outro não poderia fazer alarmes com possíveis questões, afinal estava claro que era uma situação de seqüestro, mas nada provado até então. Togekiss, Azumarill e... e absol estariam ali para ajudar. Eu apenas ouvia atentamente e aquela situação de roube era comum em Kanto e Johto por serem obras de Rockets, mas em Hoenn, em um continente tão longe? Achava difícil os rockets estiverem ali... Mas se não forem os rockets, quem seriam?

- Pancham e Chespin? São Pokémons que eu conheço, mas sei pouco. Vejamos. – dizia pegando a Pokédex.

Pancham
Yancham

Dá o seu melhor para ser levado a sério por seus inimigos, mas seu olhar não é muito intimidador. Por mais que tente fazer uma cara assustadora, não pode deixar de sorrir se alguém lhe dá um tapinha na cabeça.

Chespin
Harimaron

Os espinhos de sua cabeça geralmente são moles. Quando ele os flexiona, as pontas ficam tão duras e agudas que são capazes de perfurar pedras. Sua casca grossa de madeira suporta até uma batida de caminhão.

Com a ajuda da Pokédex, conseguia identificar os Pokémons facilmente. Moça falava como era a menina que sumira e agora tinha a minha parte do plano. Azumarill já erguia as suas orelhas procurando algum sinal de socorro, enquanto togekiss sobrevoava os céus. Absol fechava os olhos e tentava pressentir algum desastre (muito inteligente da parte dele).

- Obrigado pelas informações. Irei começar a investigação. Por segurança, sugiro que a senhora volte para o seu grupo de excursão.