Desistir jamais!

Após uma memória que mais parecia um pesadelo, Kamus volta a cena atônito, era incrível como pisar no local te remetia tantos sentimentos diferentes. Tirou Mareep da esfera bicolor e, assim que o pokemon tocou o chão, o ambiente ficou muito mais iluminado. A verdade era que, talvez por ser mais cedo, o local não estava tão escuro assim, a areia refletia qualquer luz que batesse nela, criando um chão reluzente e um efeito magnífico quando o quadrúpede surgiu.

Agora, se o menino olhasse bem, ele enxergaria até mesmo o brilho do rio a esquerda, que cortava o local. Por outro lado, se fechasse os olhos e reparasse no invisível, com o esforço necessário, ouviria uma cachoeira bem distante, que aos poucos se tornaria ouvível. O silêncio daquele lugar era estranhamente agradável e agoniante ao mesmo tempo, Kamus provavelmente nunca sofrerá de um vácuo sonoro tão intenso quanto aquele.
Caso resolvesse caminhar, repararia que a areia estava quente e bastante seca, tornando seus sapatos como fornos e seus pés repletos de suor, extremamente escorregadios. Os calçados escapuliam de vez em sempre. Para acrescentar, se tentasse perceber a movimentação local, ainda reparando no chão, veria que nenhum rastro ressente (relativo ao tempo de o vento apagar, que deve ser próximo a trinta minutos) fora feito ali, nenhuma trilha. Nenhum treinador. A primeira vista, estavam só o moreno e seu Mareep na área, talvez tivesse que explorar mais um pouco.

Dali teria a opção de subir as dunas ou descer, sem fazer ideia do que realmente o esperava em nenhuma das opções. O som da cachoeira era longínquo demais para discernir sua origem, talvez com alguns anos de treino, mas com sua capacidade normal auditiva, não conseguiria saber ao certo, poderia apenas chutar um vetor.
Caso escolhesse descer, uma ponte que cortava o lago mais próximo estava a sua esquerda, lhe esperando vazia, desembocando em uma escada enorme. A sua direita haviam paredes de pedras arenosas, tocar nelas significava ficar totalmente sujo de uma areia fina que, quase como cola, grudava nos pelos. A frente havia uma inclinação, bem no meio do monte arenoso, e era para lá que iria se quisesse relembrar os fatos passados, era ali que Bagon fora pego e injustiçado.

O garoto então resolveu subir um pouco a pequena duna e encarou, era incrível como tudo aquilo acontecera tão escurecido e, agora com o claro, nem parecia mais o mesmo ambiente. Talvez por isso, possa decidir melhor por onde andaria.

OFF: HELLOW <3 Serei sua nova narradora, acho que tem um ano que não trabalho na narração, então paciência comigo, please!!! Muitas coisas novas para uma guria só. Como eu não entendi muito bem a anatomia que o Perriraz deu ao local na sua antiga rota, tomei liberdade de recriá-la, para ficar mais fácil de narrar e organizado para mim, encaixarei aos poucos na sua historinha. No mais, espero que goste! ♥

Mesmo passando por um episódio traumático, o sonho de Kamus era muito mais forte que seu medo, por isso, continuaria subindo as escadas, pois sabia muito bem que se não fizesse, não conseguiria realizações. Continuou andando. De vez em quando uma lembrança causava calafrios em Mareep e a luz falhava, mas nada muito preocupante, era incrível como a beleza do local se estendia pela imensidão e, aos poucos, confortava o treinador e o pokemon, afinal, como se identificar com um filme de terror em um local tão bonito? Pense assim, será mais fácil de seguir se tiver pensamentos bons.

O curioso continuou subindo a duna, quase que morto de cansaço, se perguntava de vez em quando como subira aquilo com tanto folego da última vez. Esforçava-se cada vez mais e, mesmo que conseguisse ver o topo próximo, duvidava de sua capacidade de chegar até lá. Foram mais alguns minutos ofegantes que ao fim chegou ao nivelado planalto. Em terras firmes novamente, aqui não havia escorregões nem uma areia tão seca, o chão era um pouco mais sólido e poderia parar e descansar sem afundar os pés no chão. O calor já não emanava mais do solo, ali era bem mais fresco, uma brisa surgia de algum lugar e, sem reparar nisso enquanto subia, agora era possível ouvir a cachoeira bem mais próxima. Estavam cada vez mais próximos da entrada do rio.

Continuou avançando, procurando a entrada de onde achara o Baby Bagon, mas ao invés de achá-la livre como antigamente, viu uma pequena faixa a sua frente. O primeiro sinal de presença humana recente no local. A faixa era amarela e tinha algumas escritas, mas estava longe demais para ler o que era.

OFF: Obrigada ♥ nem acho grande coisa, mas valeu ♥
OFF²: A gente pode dar Bagons sim na real, só que com permissão, e quem garante a permissão é você, então é importante que se esforce, narre bem, e vença alguns desafios para que olhem esta rota com bons olhos <3 O que posso fazer é me esforçar no plot e fazer com que essa rota fique bem feita. Além disso, pedir a permissão, né. Vamos tentar?!

Como um menino esperto, Kamus reparou que aquelas faixas amarelas provavelmente significariam polícia, mas dificilmente teriam pego Jonas e seu Alakazam. Por mais que isso fosse só uma dedução, era uma boa linha de raciocínio, talvez estivesse quente, no caminho certo de entender o que aquilo realmente significaria, mas que seja! O treinador era tão esperto para saber que aquilo significava "mantenha distância" quanto para manter distancia. Por mais que isso contradissesse sua curiosidade natural.

Desviou da entrada e fora em direção ao lago e, a medida que pisava mais próximo, o reflexo dos dois começava a se mostrar no espelho d'água. Mareep ficou ali, encarando sua imagem e reparando no quanto seu pelo estava sujo, balançando cada vez mais, incomodado. O jovem ameaçou podá-lo, coitado do pokemon ovelha, por um segundo seu coração disparou, pensamentos e projeções de memórias que envolviam bullying e solidão surgiram em sua cabeça. As ideias traumáticas que envolviam toda só foram interrompidas por um som, que chamara atenção tanto de Mareep quanto de Kamus, que agora olhavam em direção ao centro do lago. A sonoridade era como algo espreitando rapidamente mas logo submergindo, um som de movimento aquático leve, porém perceptível. Talvez tal coisa apenas fora ver se estava tudo bem e voltara para o fundo, ou não.

OFF: Acho a sua bem acima da média :c Você está indo bem!! E Sry a narrativa bosta agora, to com fome, odeio fazer coisa com fome.

Por mais que apreensivos, nada acontecera. Mareep ficou em posição esperando algo aparecer, mas nada, nenhum sinal. A ansiedade aumentava e a atenção aquele lago era cada vez maior, porém nada acontecia. Será que era algo da cabeça deles? Como narradora nada imparcial, eu diria que não, mas vai saber, né?

O jovem curioso tomara uma posição defensiva quanto ao acontecido, contudo se defender de nada era apenas perda de tempo. Passou minutos e o silêncio mórbido se perpetuou, a paz do lago era quebrada por alguns borbulhares pouco perceptíveis, mas rapidamente era restaurada. Parecia que a falta de movimentação do local estava começando a engolir a dupla na homeostase, pois nada fizeram.

E após mais alguns minutos de silêncio, Mareep sinalizou para que seu treinador fizesse alguma coisa. Obediente, tentou. Pegou uma pedra arenosa no chão e jogou na água. Um "ploft" fora ouvido. A pedra nada fizera além de agitar a água uma vez e depois virar areia molhada, afundando e sumindo. Encararam alguns segundos e o silêncio continuava, nenhuma consequência tinha ocorrido até o presente momento, em que finalmente algo mudara: Bem lentamente, algo subira até a superfície. Inicialmente o topo da cabeça, escondida por touca sintética, depois os olhos protegidos por algo transparente e, por final, aparecera a boca, nariz e queixo de vez, tomados por uma maquinaria que mais parecia ser um aparelho respiratório. O Ser então olhou a dupla fixamente - tendo apenas os olhos amostra dentro daquela aparelhagem toda - e assim ficou por longos minutos, que pareciam horas para a dupla sem reação. Só depois de toda essa falta de movimento ele resolveu chegar mais perto, tão lento quanto emergirá a cabeça segundos atrás, e se mostrou de pé. Era um humano, certamente era um humano.
Com alguma dificuldade, o mergulhador tirou seu aparelho da face e a touca, o que levou mais um longo tempo de mais silêncio, revelando seus cabelos loiros molhados e sua boca volumosa. Seu nariz estava completamente vermelho e marcado - por conta da pressão que o respirador exercia -, bem mais que seu rosto, que também estava bastante marcado pelos acessórios. Em suas costas havia um cilindro de gás oxigênio e seu corpo todo era coberto por uma roupa em lycra extremamente apertada.

Mesmo com essa sequência de acontecimentos, o silêncio se perpetuava mais uma vez, os três personagens só se encaravam por muito tempo sem nada dizer, até que finalmente o homem, enchendo o peito e jogando os ombros largos para trás, resolveu falar alguma coisa:
- Pare de agitar a água, pirralho - comentou, sem justificar o pedido e nem fazer mais nada, apenas continuou encarando-o esperando uma confirmação do ato.
A fala ecoou pelo local, por mais que não gritara, a voz do homem era grossa e forte, fazendo o som ir bem longe e bater nas paredes da caverna. A frase se repetiu por algum tempo, se tornando um incomodo. O homem então se desculpou, dessa vez em voz baixa, não queria incomodá-los e nem perturbar o estado mórbido local.