Copa Hoenn - Quartas de Final: Luta D

Entrei em quadra esperançosa, não por achar que podia ganhar, era óbvio para mim que não seria simples, mas por achar que dali tiraria muito. Caminhei rápido pelos corredores e assim que cheguei a arena dei de cara com Nicholas, do outro lado do campo já posicionado. Oh, acho que estou um pouco atrasada, né? Seria bom adiantar. Cheguei no campo já acenando e respondendo o garoto com um sorriso social, gritando um educado "o prazer é todo meu!" como resposta.

Andei até a beira do campo e de lá apertei o botão central da Pokebola, liberando Furfrou como combinado e revelando minha aposta inicial. Mais uma vez eu não tinha muita certeza do que usar, então apenas selecionei pokemons que me pareceriam úteis e minha Vili sempre era uma boa opção! Fur Coat raramente não viria a calhar. A medida que a canina era materializada, sentava no chão, encarando Infernape de cima a baixo e depois Nico, analisando os dois de forma óbvia. Era claro que aquela dupla era bem mais forte que eu, mas fazer o que? Perder não é um problema desde que nenhum dos meus amigos sofram danos excessivos. Revirei os olhos, parando de encarar meus inimigos diretamente e falei, ainda sentada no chão:
- Não sei se será uma boa luta - duvidei - Mas vamos tentar fazer ser.

Guardei a esfera vazia que estava ocupando minhas mãos e apontei para Vili, minhas ordens seriam simples, o mapa era o mais neutro possível, as estratégias não dependeriam de muito pensamento, ponto positivo para mim, que de idealista não tenho nada. Enchi os pulmões e contei com a sorte, gritando as ordens quase de olhos fechados:
- Vamos usar Swagger e depois Headbutt.
Sim, eu estava colocando minha confiança nos golpes de controle, talvez um Confusion e um Flinch me ajudem a garantir uma vantagem!

OFF: Hey Kaze <3 Hey Cris <3

Arregalei os olhos e vi o quanto não tive chance de fazer nada; um golpe e nocaute. Apesar de tudo, me acalmava ver que Furfrou caiu avançando, isso significava que sua saúde estava bem, não havia sido tão machucada e nenhum dano seria levado para o resto da sua vida. Vili, se recupere, tentaremos de novo no futuro. Peguei em mãos a pokebola da canina e tirei-a de campo, minha próxima jogada seria, sem dúvidas, Gliscor, que entraria em campo com a mesma indiferença de sempre.

Peguei a segunda esfera em mãos e joguei no ar, materializando o gigante morcego cinza, que caia no chão com leveza e olhando em volta. Este era, sem dúvidas, um dos meus pokemons mais fortes, mas ainda não acho que seja páreo para Infernape, não só pela diferença de level, mas pelos tantos golpes fortes que o primata tem. Engoli seco e botei as mãos no chão, dando apoio ao meu corpo que, ainda, estava sentado no chão. Cruzei as pernas em forma de borboleta e, com a pouco flexibilidade que tenho, me alonguei um pouco, tentando esquecer os pensamentos negativos que rodearam minha mente neste último momento. Ao fim das atividades bizarrar, suspirei e olhei para cima, tendo foco no teto do estágio, e a medida que ia descendo a vista, ia falando as ordens gradativamente:
- Vamos atacar primeiro de novo, né? - indaguei - Dois Earthquake! Vamos tentar dar danos nesse macaco, se é que ele vai continuar em campo, claro.

Bufei, minha esperança para aquela batalha era próxima de zero, mas isso não mudava o fato de que eu, como treinadora, não deveria passar isso para meus pokemons, até porque, no final das contas, são eles que estão lutando, não eu, seria egocentrismo meu dizer que não teríamos chance nenhuma apenas porque o treinador está anos luz na minha frente.

O segundo havia caído, passei a mão na testa limpando o suor e tentando esconder o cenho franzido, a ansiedade começava a aumentar e as pernas, ainda cruzadas em borboleta, balançavam quase como asas, levantando voo. Quem me dera pudesse sair dali sem terminar aquilo e, ao mesmo tempo, manter a amizade e a honra básica do treinador. Ok, se já estamos aqui, vamos acabar logo isso. Joguei no ar a última pokebola e dela saia Frillish e, paralelo a isso, Infernape voltava a campo, para meu terror. Enchi o pulmão e, repleta de dúvidas e negações, gritei a minha Freya que, incrivelmente, não tinha nenhuma experiência de batalha:
- Dois Surfs! Daremos um bom dano nele - disse, não tão esperançosa, porém sem passar essa impressão.

Ainda sentada no chão, voltei os braços para baixo, indo com a palma da mão no chão, sem dar a mínima se aquilo fora limpado outrora, usei os membros como suporte para a cabeça e, nessa posição mesmo fiquei, esperando para ver o resultado desse turno. A confusão poderia me ajudar desta vez, não é?