Act 1 - A vontade do Fogo

Meu estômago ainda embrulhava por causa da tortuosa viagem marinha. Sob meus pés, de alguma forma, ainda sentia o chão se mexer, como se ondas os carregassem para infinitas direções, me deixando sem equilíbrio. Passei a mão carinhosamente nas penas da cabeça de Pidgeot, o agradecendo pela carona e pelo resgate. Se eu ficasse mais alguns segundos naquele navio, talvez não sobreviveria para me tornar nem ao mens um treinador de quinta.

Sentei-me por alguns segundos no chão, enquanto o Pokémon pássaro partia ao encontro de seu dono. Puxei de minhas costas a preta e desgastada mochila, que fora me dada para guardar meus itens iniciais, e de dentro dela retirei um pequeno sinto com compartimentos para Pokeballs. Coloquei na extrema direita do cinto, as Pokeballs vazias, e afivelei o em minha cintura. Do bolço esquerdo da mochila, tirei a Pokeball com o Pokémon me dado por Aignel. Olhei a esfera reluzente por alguns segundos, na expectativa e a lancei aos céus.

-Seja quem for, e por falta de opção...eu escolho você! –Disse dando um pequeno sorriso.

Ao chocar com o chão, a esfera se abriu, liberando de seu interior uma pequena raposinha que me olhava com olhos curiosos e atentos. Não me movi, apenas fiquei sorrindo olhando-a, enquanto ela, com passos lentos se caminhava em minha direção. Suas orelhas estão postas para cima, em estado de vigília, enquanto sua calda se movia em pequenos círculos. Ao chegar perto o bastante de meu braço, o ergui lentamente e passei minha mão por sua cabeça, enquanto ela se aconchegava.

-Bem, meu nome é Ryuu. –Ela olhou para mim. – E você é minha nova companheira de jornada.

Ficamos por alguns minutos naquele local, até o meu corpo melhorar. Assim que tudo se normalizou, coloquei minha mochila nas costas e trouxe Fennekin para o interior de sua pokebola e adentrei à cidade, à procura de um lugar para passar o resto da tarde e comer alguma coisa.

Confesso que não senti vergonha pelo acontecido. Um leve rubor, ainda aquecia minhas bochechas, se não fosse pela dor e incomodo do tapa, eu poderia estar sorrindo.
Ao chegar no centro Pokémon, o qual me senti grato por tê-lo encontrado, sentei-me em um dos bancos e dei uma leve espreguiçada. Relembrei rapidamente do Pokémon de fogo que havia visto logo ao entrar na cidade, e tal lembrança, me reanimou, cobrindo-me com novas energias e felicidade.

Caminhei em direção do balcão, onde ficava a enfermeira. Coloquei minha Pokeball na mochila, a qual Fennekin se encontrava e me dirigi a palavra a moça:

-Hey, sou novo na cidade. Tem como me arranjar um mapa, ou pelo menos me dizer os principais locais? Há, recupere e alimente esta raposinha e me arranje um lugar para dormir. - Disse sorrindo.

Off:

O frio era um pouco incômodo. Olhei em volta, admirando aquela cidade. Desde que cheguei, aquela era a primeira vez que olhava atento as ruas de Petalburg. Um sentimento alegre percorria meu corpo, aquecendo-me aos poucos, na medida que, lentamente, começava a caminhar pela cidade.

- O que você esconde, Petalburg? - perguntei para mim mesmo.

Queria ver cada ponto, cada local da cidade. Queria aproveitar ao máximo a minha estadia ali, e ir para as rotas, agora não era mais importante.

Act 1

A vontade do Fogo!

 

Sem ter muito o que fazer, caminhei lentamente em direção à praça, único local pelas redondezas que captou minha atenção. Minha ansiedade transbordava em meu ser. A cada passo, a cada esquina, uma vontade intensa e calorosa, aquecia meu coração como se uma dama, coberta apenas por finos lençóis transparentes me tomasse em seus braços. Tal sentimento, devia de estar ali para me lembrar que finalmente estava caminhando, sobre a estrada árdua de pedras pontiagudas, que me levava em direção ao meu sonho, à minha ambição. Como dizia meu velho pai: “Quanto estiveres no caminho certo, as chamas lhe indicaram o sucesso. Eis o poder das chamas”.
 
  Quando ouvi essas palavras pela primeira vez, confesso que delas não pude tirar muito aproveito. Será que fogo agora é bússola? Não, duvidava disso. Mas naquele momento, eu descobri a verdade. O sabor e a sensação de ter a vontade do fogo percorrer suas entranhas, com a fúria de mil dragões. Se eu liberasse Fennekin agora, aposto que de mim, sairia chamas mais fortes.
 
  E falando dela, minhas mãos desceram em direção ao cinto e com um pequeno toque, bati meu polegar em direção à esfera bicolor. Tê-la ali comigo, me dava uma sensação de segurança e poder, algo que nunca havia experimentado antes.
 
  Estava tão perdido em devaneios, que acabei por não reparar que finalmente estava posto diante a praça. Meu ser queria uma batalha, e eu apenas a vitória.

Off:

Queime-o!

@Lilah