Holi Park 2016 # Forina

Assim que a mesma voz me respondeu ao telefone, meu primeiro reflexo fora olhar para trás; era impossível localizar Matthew naquela situação. Olhei no rosto de qualquer um e, mesmo procurando uma postura específica (alguém conversando no celular), era inútil. Dei-me conta da perda de tempo que seria tentar encontrá-lo aqui de novo e, junto a isso, reparei o quão grossa havia sido com o menino que, apesar de tudo, tinha tentado. Segurei firme no celular e, depois de muito pensar em minhas palavras, botei a segunda mão no cabelo, como quem passa a mão na cabeça para um erro bobo e disse:
- Eu sabia que era você! - Comentei, como seo episódio anterior não houvesse acontecido - Não da para voltar, até nos encontrarmos perderei o Contest. Me encontra em Verdanturf se for realmente passar por lá? - Convidei.

Ao fim, ligar para o menino me fazia me sentir mais leve; ouvi-lo pedir para voltar me tirava um grande peso das costas, aquela pesada culpa e arrependimento de, provavelmente, não ter lidado do melhor jeito com a situação. Sobre Laerte, provavelmente nos encontraremos, mas precisarei ser delicada com a situação, ele realmente me ofendera com seu modo de agir. Ainda com o celular na mão, agora parando de olhar em volta, chegava ao guichê que entrei, entregando meus documento e pegando de volta o que me pertence.

A resposta do menino era determinada, não esperava nem um pouco aquilo; será que concretizarei minha primeira amizade enquanto treinadora? Sentia falta de alguém próximo. Ao som de sua proposição ruborizei, meu rosto esquentava e, ao mesmo tempo, combinava com minhas madeixas, esperei o efeito passar para então respondê-lo com mais racionalidade, não que isso fosse mudar alguma coisa, mas me sentia menos idiota.
- Não tinha pensado nisso - Pausei ao meio do pensamento - mas, porque não, né? - Completei.

Dito isso, despedi e desliguei o celular, esperando que Matthew não tivesse nada muito importante a falar, já que eu precisava dar atenção ao moço do Guichê, que me chamava a atenção desde que eu apresentei minha identidade, agora de orelhas livres, dei-lhe a atenção. Meio apressado e sem jeito, ele me entregara as coisas e com muito cuidado o ovo do Elekid, dizendo bastante animado que ele havia se mexido um pouco. Perdi isso! Pensei entristecida, mas logo o sentimento passara, me dando um ar de renovação, lidar com um dois novos laços, um nascimento próximo e mais um Contest - agora, deixando bem claro, que irei sabendo o que estou fazendo - estavam renovando alguns dos meus antigos ânimos desaparecidos. Agradeci ao atendente e fui, bastante satisfeita com o dia de hoje.

OFF: Desculpa os postes fracos de modo geral gente OFF²: Sckar, pode trancar a rota ♥ Desculpa dar uma de deus nesse final, mas é que é pra contextualizar e lembrar do meu EGG de Elekid ♥
OFF³: Aparentemente o plot deu um reboliço louco, mas ainda pretendo criar Laerte como NPC assim que chegar na cidade.

Já na porta de saída, com Elekid no colo e mochila nas costas, traçando alguns planos para o evento que vinha a seguir, tomei meu rumo. Andei alguns passos e fui parada pelo primeiro empecilho; meu irmão estava atrasado. Sentei no meio fio e, cantarolando ainda a música do digimon, esperei Vicent pelos arredores do evento.
- Chega logo - Reclamei para mim mesma, no máximo o ovo escutaria - Quero ir embora.
Com a perna balançando incessantemente, boca seca, respiração veloz e uma ansiedade a nível máximo, fiquei ali, inquieta e incomodada com a espera. Normalmente não ligo de esperar, mas fora um dia cheio demais para simplesmente querer curtir. Quero apenas entrar naquele ônibus e viajar em um delicioso silêncio em uma noite bastante escura. Respirei aborrecida, fazendo alguns barulhos com a boca, deixando bem claro meu mau humor para quem passava ali perto; nem parecia a menina risonha que falava no telefone a momentos atrás. Claro! Ficam me dando dias instáveis, porque meu humor não estaria tão louco quanto o momento que passei? Sem me importar com o intervalo e o portão que se abriu, prossegui minha espera, que fora esquisitamente interrompida por uma voz. Não reconheci de início, já que nunca havia ouvido Laerte cantar, mas também não significava que teria soado como estranha pra mim. Um déjàvu tomava conta da minha percepção, mais uma vez aquele sentimento de "conheço isto de algum lugar mas não sei de onde", porém desta vez o mistério fora completamente revelado poucos segundos depois.

De alguma forma estranha Laerte conseguiu não só me achar, mas sair do palco e ir até meu encontro durante o som, o pouquíssimo tempo que tive para pensar acabara em um completo susto; o menino cantava para mim. De início achara fofo, pensei que estava fazendo algum tipo de encenação que alguém lá em cima, ainda no palco, cantava; não caíra a ficha que era ele no microfone. Depois de muitos minutos de música, uma certa reparada mais específica e, a dica mais óbvia, as palavras ditas, entendi tudo. Meu coração começou a acelerar demais, minha cabeça doía, tudo no meu corpo pulsava em um incomodo intrínseco; falta de ar, tonteira e uma imensa vontade de gritar, chorar, espernear. Pânico. Não precisava me conhecer muito bem para reconhecer minha fobia de atenção, imaginar que todos estavam ouvindo aquilo me fazia surtar. Infelizmente Laerte não me conhecia suficientemente bem, eu sempre evito essas situações antes que o terror chegue. Era tarde demais? Parece que sim.

Uma lágrima desabou do meu olho, grossa, veloz e solitária, porém logo atrás vinha outra, que trouxe mais uma, junto de outro bocado delas. Eu sabia que o menino não havia feito por mal, mas não conseguiria esconder o quão doente isso me deixou; eu tinha certeza que o ápice do ataque de pânico chegaria se eu não obedecesse meu desejo de sair dali. O que eu faria? Magoaria o menino para sempre ou surtaria ali mesmo? Pois é, não fora difícil escolher a segunda opção. Meus olhos se encharcaram de lágrimas, abracei o não-nascido Elekid com toda a força, como quem usava-o de urso de pelúcia após pesadelo.
Logo caíam dos meus olhos cachoeiras, minha vista fora ficando completamente embaçada e eu já abria a boca para gritar quando, finalmente, vi o momento de correr. Virei a cara e emiti um baixinho pedido de desculpas, monótono e sem graça, sem nem saber (ou me importar) se ele realmente tinha ouvido, feito isso, corri. Fui rua a frente, sem saber se Vicent estava vindo ou não, encontraria ele na rodoviária e explicaria tudo, isto é claro, se ele não tivesse visto ainda.

OFF: O Matt já foi pra rota dele e já até voou para Verdanturf ): nem esperou a conclusão hahahaha, enfim, pode lockar agora, só não esquece de att o egg pls ♥
OFF²: Essa música que você colocou tem tipo MTMTMTMTMTMTMTMTMTMTMT história na minha vida, muitos momentos felizes, foi muito difícil narrar Winnie tendo um ataque de pânico ouvindo ela Ç.Ç Ela é bem especial pra mim.
OFF³: Essa rota foi muito divertido HDUIHWUIDHQWUIHD gostei <3 nos vemos mais vezes.