O Cemitério de Hoenn!

- Não precisa garoto, vai logo! - O homem mais velho gritou para que Dexony se apressasse, já começando a ficar vermelho por segurar o sobrinho...

A escadaria para o terceiro andar já não estava longe e rapidamente o jovem treinador alcançou o terceiro andar, que apesar de ser uma cópia dos dois anteriores, era muito mais sombrio. Existiam pouquíssimos holofotes em apenas algumas áreas, iluminando apenas pontos estratégicos, e dessa vez, Dexony notou que não havia uma alma viva naquele andar. O que o treinador faria?

A escadaria para o quarto andar estava a uns 20 metros de distância, bem próximo da borda de onde a luz alcançava. Os degraus da escadaria eram mal iluminados e a parte superior era uma escuridão quase palpável.

O som da risada infantil voltou a soar no ar, foi de repente, quando Dexony já não acreditava encontrar nada. Estava a quase 10 minutos procurando em todos os pontos onde a luz artificial alcançava, então a gargalhada alegre chamou a sua atenção.

Seguindo o som do riso que não cessava, Dexony chegou até o limite de onde um holofote iluminava, e ali, encontrou um tumulo solitário, bem próximo a escuridão. Já não era possível ver o nome na lápide pois a fraca luz dificultava tal tarefa. Mas quem estaria rindo? Foi então que uma criança saiu do escuro, ela era muito parecida com Dexony, quase um irmão gêmeo com alguns traços diferentes. Além disso, o seu tom de pele era mais pálido e ela parecia espectral.

- Você veio! – disse a criança misteriosa. – Sabia que conseguia me ouvir!

- Eu não posso. – Disse a aparição de modo direto. – Quanto mais longe vou de meu túmulo, mais a minha forma muda, dependendo da distância não passo de uma sombra. Custou-me muito apenas atraí-lo aqui... – A criança espectral parecia abatida, cansada. Ela constantemente olhava para todos os lados como se estivesse procurando por alguma coisa.

O garoto então se aproximou mais um pouco, passando os seus pés pela lápide no chão. Seu corpo simplesmente atravessou a matéria. E se restava alguma dúvida do que ele era, essa acabou. – Preciso de ajuda, quando o vi no andar de baixo, tive certeza que Arceus o enviou a mim. Nossa semelhança foi o sinal... Ele respondeu as minhas orações. Você precisa salvar o meu Pokémon! – A criança estava perturbada, mas por que seria?

Dexony acabava de encontrar um fantasma de verdade, e não era um Pokémon. A entidade parecida com ele precisava de ajuda, o que o treinador faria?  

- Ele não corre perigo imediato, mas não consigo “descansar”, ao saber que ele ainda sofre a minha perda. – O fantasma parecia ainda mais triste ao falar do assunto, mas esforçando-se ele continuou. - Na verdade se trata de uma fêmea, uma Meditite. Desde minha morte, ela se culpa por ter sido fraca e se isola do mundo, come mal, se tornou agressiva. O que eu mais temia para ela, aconteceu. Ela se tornou solitária.

O fantasma tentou tocar Dexony com suas mãos, mas ao notar que os pelos do braço do treinador se erriçaram devido ao frio que ele emitia, recuou. – Por favor, traga-a até aqui para que eu possa aconselha-la. Ela está lá fora na montanha e eu não consigo alcança-la, apenas senti-la, no máximo ouvi-la chorando. Diga-a que o seu antigo treinador, Tylan Hill a chama. Por favor!

A imagem do fantasma começou a tremeluzir e como se suas forças tivessem se esgotado, ele desapareceu, talvez retornando ao “plano espiritual”, apenas entendedores do assunto saberiam dizer ao certo.

Com um novo objetivo Dexony seguia para o quarto andar, convicto de que encontraria a Meditite que estava sofrendo a perda de seu treinador. Já nos degraus para o quarto andar, Dexony encontrou a escuridão já na parte superior da escadaria. Naquele andar o treinador mal conseguia ver um metro a sua frente. Teve que aguardar um tempo nas escadas até conseguir se acostumar um pouco com a escuridão. Para sua sorte, ele conseguia ver feixes de luzes que entravam naquela área por alguns buracos na montanha, iluminando mal e porcamente alguns trechos das catacumbas. Era como andar 20 metros no escuro para alcançar uma área de 3 metros de diâmetro iluminada pela luz do exterior.

Essas “áreas de luzes” estavam bem espaçadas, mas nenhuma delas indicava a escadaria que o levaria para o quinto andar da catacumba. O que Dexony poderia fazer?