002 — As belezas do subterrâneo

Algo cai no lago. Jamie levantou num salto. O som de queda é seguido por outros. Jaime ficou assustado ao ver as estalactites caindo. Logo pôs a calça, jogou a camiseta e a jaqueta na mochila, colocou a mochila nas costas, pegou a camêra com uma mão e as botas com a outra e correu.

— NATE! NATE!! VEM CÁ!!! VAMBORA!!!!!

Nate saiu saltando atrás. Ele estava longe, mas se assustara com os gritos de seu treinador e foi rápido atrás dele. Ambos fugiram daquela câmara  por onde entraram, esperando chegar em um lugar seguro.

CLICK. Mais uma foto. CLICK. CLICK. Varias. Jaime não sabia se a paisagem se manteria a mesma por muito tempo. Com cuidado ele avançou pelo corredor, mas já nos primeiros passos ele machucou o pé numa pedra. "Ai"! Se dando conta que ainda não tinha terminado de se vestir, o treinador senta no chão, calça as botas, põe a camiseta e a jaqueta. Nate salta para sua cabeça, mas sai logo em seguida. O cabelo de Jaime continuava molhado, não era mais o ninho agradável que o pokémon pássaro gostava.

Conferindo a memória da câmera, para garantir que as fotos estavam com boa qualidade, o garoto seguiu com cuidado pelo corredor. Olhava pelas paredes, chão e teto. Qualquer ranhura ou inscrição que pudesse encontrar nelas seria fotografada. A ideia era chegar no pedestal, tirar mais umas fotos, tentar olhar de onde vinha a luz do sol, talvez outra foto. E então ai pegar o item e sair correndo.

Jaime estava achando tudo aquilo muito suspeito, mas as oportunidades fotográficas e a curiosidade eram mais fortes. Nate estava atento ao seu lado, igualmente desconfiado, mas mantendo a mesma expressão neutra de sempre.

Jaime desce as escadarias. Nate o segue de perto.

Usando a lanterna que lhe foi dada para iluminar o caminho. Sempre que dava alguns passos, ele olhava para trás para ver se Nate estava bem. Fez isso tantas vezes que Nate decidiu ir na frente, com medo que Jaime tropeçasse.

Em um dado momento, Jaime apoia a lanterna em um degrau e começa a tirar fotos com sua camera. CLICK. CLICK. CLCIK. Não era preciso dizer que a iluminação era inexistente. O flash da camera não ajudava muito. Nenhuma foto prestava. Logo o garoto desistiu, largando a camera no peito e pegando a lanterna do degrau.

Menino e pokémon seguem curiosos escadaria abaixo.

Aquilo era curioso. Uma escadaria que levava a lugar nenhum, a uma parede. Havia uma abertura na mesma, mas pequena de mais para Jaime passar. Ele não gostaria de arriscar Nate, mas já era tarde de mais. O pokémon que ia na frente não parou de pular e quando se deu por conta já estava na câmara e seu treinador, ainda no pé da escadaria.

— Nate, cuidado! Essas são ruínas muito antigas, a construção pode estar instável.

Nate olhou para os lados e averiguou a situação com os próprios olhos. Ele não tinha nenhuma noção de engenharia ou edificações, mas em sua ignorância atestou para si mesmo que o lugar era estável e não tinha o que ter medo. Contudo ele voltaria para Jaime se ele o chama-se. Esperou por alguns instantes, mas ele não falara nada. Jaime estava tão curioso quanto seu amigo, mas também se preocupava. Estava dividido entre chamar o seu pokémon de volta ou permitir que continua-se a explorar. Não conseguia fazer a escolha, mas ao se calar ele acabara escolhendo.

Nate foi em direção ao altares e começou a observar o que repousava em cada prato.

Nate deu pequenos saltos balançando as assas par sinalizar para Jaime que ele tinha achado algo interessante. Obviamente o seu treinador não entendeu absolutamente nada. Então ele foi até ele e ficou puxando a barra de sua calça.

— O que foi, Nate? Eu não consigo passar por essa abertura. — Nate voltou e começou a gesticular para o pilar. — Achou algo? Tem como me trazer? — O pássaro só gesticula negativamente com o corpo. — Vem cá então.

Jaime pegou um lenço do bolso e uma pedra do chão. Então mostrou para Nate como rolar a pedra para cima do lencinho e como usa-lo para carregar a pedra. Tinha grandes chances de Nate derrubar do lenço seja lá o que ele tinha encontrado enquanto o carregava, mas se isso acontecesse, ao menos conseguiria ver caído no chão o que fora encontrado.