A mulher parecia ter levado um choque, sua expressão, tanto facial, quanto corporal, ia de neutra a estarrecida em uma fração de segundos. Ela fitava o jovem treinador com olhos indignados. Como poderia um rapaz que acabara de iniciar sua jornada, que acabara de "sair das fraldas", lhe dizer tais palavras. Uma veia sobressaltava, pulsante, agora sobre sua pele, com uma coloração levemente arroxeada e sua pele morena parecia ganhar uma coloração mais avermelhada em suas orelhas e bochechas. Seus olhos pareciam saltados e sua boca parcialmente aberta. A mão que segurava a prancheta estava baixa enquanto observou o rapaz virar-se e dar alguns passos para a distância.
Mas, na mesma velocidade em que a expressão de incredulidade lhe atingira, esta foi substituída por um olhar furioso. A têmpora ainda mais saltada, e o tom avermelhado agora cobria todo seu rosto. À passos largos e pesados, que causaram mais uma vez aquele som de seus saltos altos batendo sobre o concreto, a mulher o alcançou, e com um rápido gesto, alcançou o pulso do rapaz com sua mão direita e o segurou firme, seus olhos se encontravam mais uma vez com os do rapaz, e com uma voz ligeiramente mais rouca que antes, ela disse.
- Ora! - Seu tom de voz aparentava estar um tanto alterado, mais firme e sério.
- Como pode dizer ser minha falta? Minha culpa? - Ela mais uma vez fitava o rapaz em seu olhar, mas num gesto brusco, liberou o pulso deste, e mais uma vez voltou a liberar algumas palavras dirigidas ao mesmo.
- Quer saber... Tudo bem! Vá! Fique com este pokémon! - E ao final de suas palavras, ela se virou, seus passos agora mais lentos, mas um pouco mais desengonçado de início, e com eles se afastou, voltando ao laboratório sozinha, sussurrando coisas para si mesma.
Sozinho, mais uma vez Shinruya também se via, agora caminhando pelas calçadas da rua de Littlerott, uma vez mais. Diversas casinhas se erguiam no caminho a que seguiram. Algumas crianças ainda brincavam na rua da cidade, outras, já haviam sido chamadas por suas mães e agora brincavam apenas no quintal de suas casas. Alguns pássaros sobrevoavam a região em bando, cruzando o céu alaranjado que aos poucos começava a escurecer. Entretanto, algo lhe chamara a atenção em meio àquela movimentação de crianças. Uma mãe acabara de chamar por seu filho, um alto grito que fizera cabeça de meia dúzia de crianças na rua virar a cabeça em busca de saber de que casa viera ao grito, no entanto, uma delas reagira de forma diferente, com um aceno, e algumas palavras, se afastou do grupo e correu para a casa de onde saíra o grito... Para a sua casa... Mas, naquele exato momento em que o garotinho corria na direção de sua casa, a tal coisa inesperada aconteceu. Pequenos objetos voaram na direção do garotinho, em suas pernas. Assemelhavam-se a pequenos grãos, sementes, que ardiam chamas. O garotinho, com salto para trás, conseguira se esquivar daquelas coisas, e agora encarava um arbusto próximo a ele, de onde haviam vindo tais coisas... O que poderiam ser? E o que o jovem Shinruya faria a seguir? As outras crianças logo também se aproximavam do arbusto, curiosas para descobrir o que fizera aquilo.
ROTA TRANCADA POR INATIVIDADE
Se quiser reabrir me contacte via MP ou utilize o SAM! ~