Ponny Lane

Oh deus, esqueci o quão valiosa esta moeda era para um Meowth, o que eu fiz? Com o surto que o pokemon dera após o toque na própria medalha, até me esqueci da presença de Jangmo-o e dei atenção somente e Skoll; eu estava preocupada o suficiente para ignorar tudo e todos apenas para pedir desculpa:
- Me perdoa meu amor, desculpa mesmo!! Eu sou burra, não desiste de mim - Pedi - Prometo que isso não vai se repetir, eu nunca mais te pedirei isso!!! Eu não sabia que acabaria assim!!

Meu pedido de desculpa fora tão longo que até deu tempo do pokemon se acalmar, deixei que o tempo passasse e procurei o dragão novamente, por sorte, ele estava no exato mesmo lugar! Continuei encarando-o perplexa que, depois dessa cena toda, o pokemon continuava a lamber e dar atenção gratuitamente ao felino. Que diabos está acontecendo aqui? Meowth usou o carinho do selvagem para se acalmar e, depois de acalmar sua respiração, passou a mão sobre as escamas de Jangmo-o, acariciando em sinal de agradecimento.

A cena seguinte foi uma explosão de fofura; não só Jangmo-o se relacionou muito bem com Skoll, como também se permitira deixar levar! Ficou ali por muito tempo curtindo o carinho, completamente alienado da situação presente, me lembrara muito o toque por debaixo do queixo que Meowth tanto gostava e pedia quando mais novo. Oh deus, ele realmente parece estar feliz! O ciúme cessara, agora a dupla se dava bem e eu, junto de Elekid, apenas observava a demonstração de carinho extensa que, uma hora, acabou.

Nada dura pra sempre, muito menos a paz e a felicidade, a fofura então? Nem se fala. Como já era esperado, Skoll parou com o ato, talvez por cansaço ou por pura preguiça, o importante é que aquilo parou! Foram apenas segundos até Jangmo-o retornar a alma ao corpo e virar-se para mim, o pequenino parecia estar em um dilema interno enorme; estava apaixonado por Meowth, mas não queria abrir mão de sua liberdade tão facilmente. Se uma batalha acontecesse, ela não seria boa para ninguém, este triângulo amoroso entre eu, Skoll e Jangmo-o já estava ficando levemente patológico. Engoli a seco e propus para o selvagem:
- Ok, faremos assim, iremos batalhas e, no fim, tentarei te levar para casa. Se de fato não quiser, te libero ainda em Alola, ok?

Dei a ideia arriscada, porém achara difícil ele não querer continuar comigo, ali no parque ele seria constantemente caçado, viraria preza de treinadores muito piores e, de quebra, continuaria sozinho. Não há porque ele preferir ficar aqui, temos que lembrar que esta não é uma floresta ou um ambiente natural e protegido para ele, além de está sem seu grupo, era jovem, sem treino e, ainda por cima, de valor econômico altíssimo! Certamente ele já passara por coisa pior.

A proposta fora dada, caso ele aceitasse, iria manter meus golpes como fizera com os caranguejos, ordenaria Fake Out e Shadow Ball como movimentos iniciais.

- Vamos terminar com 2 Shadow Balls, depois disso, capturamos e vamos correndo ao centro pokemon! - Pedi ao felino - Não exagere, Skoll.
Diferente que lutar contra caranguejos e lagostas, atacar Jangmo-o era de partir o coração; ficara claro pra mim que seu orgulho não o deixaria ir sem lutar, mas tal batalha era completamente unilateral, sem chances de vitória. Botar logo Meowth contra ele era uma faca de dois gumes também, ao mesmo tempo que ele sentia já uma empatia forte pelo pokemon inimigo, ele também não gostava de estar nessa posição. Tentei ao máximo fazer com que a experiência não fosse traumática para nenhuma das três pessoas; incluindo eu, é claro.

Agachei, peguei Elekid no colo e a acariciei por um tempo. A pequena parecia tão assustada quanto a gente, não só por ver tudo aquilo, como também por não entender nada da situação. A pokemon nunca batalho e nem havia presenciado este tipo de evento; uma captura, aos seus olhos, não parecia ruim, mas ela nunca havia sido livre para saber. Voltei a prestar atenção na batalha e disse aos dois competidores:
- Vai ficar tudo bem, já acaba - Exclamei, acalentando os dois.

Terminei e, assim como imaginado, ganhei. Joguei a primeira esfera premiada visando uma captura simples, até porque, Jangmo-o estava nocauteado, não era pra ser difícil, não é? Errado! Pela primeira vez, uma esfera minha quebrou. Uma Sportball ainda! Oh deus, porque tanta relutância? Skoll foi o primeiro a se preocupar, andando em direção ao dragão nocauteado e acariciando suas escamas mais uma vez; meu gato estava tão preocupado quando eu.

Com os olhos semi-cerrados, joguei uma segunda esfera, mas não sem antes pedir para Meowth se afastar. Andamos para mais perto, para ter a falsa sensação de segurança.

O click final me trouxara um abismo de emoções. Eu realmente consegui? Só agora caíra a ficha que, entre milhões de treinadores, aquele Jangmo-o iria, a partir de agora, caminha comigo. Cerrei completamente os olhos, como quem não queria deixar as lágrimas escapara. Acho que Vicent ficará orgulhoso de mim, não é? Não há como não ficar. Reabri os olhos depois de muito tempo e me deparei com Skoll, segurando a esfera e me entregando, seus olhos tão marejados quanto os meus mostravam que a emoção não era só minha. Apertei elekid com mais força e depois a coloquei no chão, era hora de abraçar o herói do dia, meu gatinho Meowth.

Peguei o felino nos braços e, lidando com todo aquele peso, o ergui por alguns segundos, abracei-o na altura dos peitos e lhe soltei. Oh, mas você está cada vez mais pesado! Ou está crescendo, ou está engordando! Não acredito que haja outra opção. Encarei-o olho no olho, como a tempos não fazia antes, e lhe disse com muito carinho:
- Eu estava com muitas saudades de você - lhe disse, passando a mão em sua cabeça - Meu gatinho.
Fora com esse apalpar de pelos que reparei o quão esquisita estava a postura de Meowth. Pisquei uma, duas, três vezes e só na quarta reparei num brilho fraco dentro de seus olhos que, instantes seguintes, ia o tomar por completo. Mas o que está acontecendo? Perguntava-me; de todas as vezes que vi uma evolução, nenhuma fora de tão perto. O calor de seu corpo, o crescer de seus pelos e, o mais impressionante, o seu aumento de altura! Se antes eu estava agachada para passar a mão na cabeça de um bichinho de quarenta centímetros, agora me erguia para sentir a pele de algo de um metro e dez, um metro e vinte. É isso mesmo que aconteceu? Agora? Depois de tantos meses, era a vez de Meowth evoluir.

O brilho cessara, mas não por completo, ele ainda se mantinha acesso nos olhos do gato que, agora, era o mais novo quadrupede do grupo. Não é que Hati iria sofrer de agora em diante? Não seria mais tão fácil alcançar o felino agora, brigarão de igual pra igual!
Ao fim, abracei meu Persian com delicadeza, agradecendo-o por tudo que fez por mim até então, e também, o que irá de fazer. Ao seu lado, me encaminhei para saída do parque, com um gato maior, um bebê elétrico e um pequeno dragão.

OFF: YEEEEY