— — excertos de demian hasse
— — excertos de demian hasse
Há pouco recebi esta piada de designação e a ficha que veio com ela. Não há muito aqui além do que é universalmente conhecido: que o garoto foi criado pela mãe, que tinha uma irmã, mas que esta desaparecera
Tenho uma foto dele aqui em algum lugar, a colarei junto com esses excertos assim que terminar de escrevê-los. Eu não o daria mais que vinte anos. Parece uma criança cuja vida tenha torturado e, hah, não é isso uma piada? O rosto dele lembra o meu, marcado. Um rosto de que as pessoas têm medo, um rosto que as faz desviar os olhos nas ruas. Johann é tão monstruoso quanto eu. Agora, onde deixei meus cigarros?
Fico me perguntando porque querem justo este moleque para suceder à famiglia. É o único filho de Franny, que vá, mas daí a herdar todo esse império? Não é inaudito que em casos assim algum consigliere tenha ascendido no passado: são casos para se contar nos dedos de uma só mão, mas não é como se jamais tenha acontecido. O que me leva a pensar: o que há de especial sobre essa criança?
Encaro seus olhos, gravados para sempre nessa foto e, na escuridão, me pergunto quais são os segredos que carregam. O que é que este sorriso inquietante não me conta? Volto às palavras que me fazem perder o sono — condição especial, condição especial — fecho os olhos e deixo que elas finquem em mim suas garras, que se enterrem fundo em meu peito e, quando respiro, tento sentir-lhes o peso, tanger-lhes uma forma. Tento imputar-lhes significado, mas, na calada da noite, estão mortas de sentido para mim.
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