Capítulo 3 - Inócuo [Tielo]

Amanda enxugou o stress do rosto e voltou a observar o trovador; ele dera uma pausa relativamente curta para pensar no que dizer e, quando decidiu, resolveu usar uma história vivida por seu amigo. Será? Bem, ao ouvir o final da história, Amanda duvidou muito de que fosse esse o caso; chegou ate a esboçar um sorriso com a história nojenta, mas não riu, até porque, já conhecia esta.

As crianças em contra partida responderam de forma dualista; enquanto umas riam desesperadamente e zuavam o garoto, outras gritava em auto e bom som "que nojento, moço!". Todas acreditaram que aquela história era de fato real; inclusive, adoraram-a mais por isso. Alguns ainda não tiveram a sagacidade para entendê-la de primeira; ou matutaram a ideia por mais um tempo, ou perguntaram ao colega do lado. Claro que a reação adversa das pessoas dificultavam o entendimento da piada comum para aqueles que não pegaram de primeira, porém uma vez pega a essência, a criança sempre reagiria de uma das duas formas; nojo ou graça.

Por mais que a história houvesse provocado uma divisão de opiniões, nada além de um debate sadio saiu disso. Nenhuma das professoras interpretou o caso como propício a intervenção e as crianças pediram por mais. Não por sentirem prazer e felicidade ouvindo tais experiências, porém pelo simples fato de aquilo proporcionar uma interação e um forte sentimento de empatia. As crianças adoravam isso!

OFF: tudo bem moço, toma seu tempo!!!

A história era contada e as crianças finalmente faziam silêncio; completo silêncio na plateia! Todos curiosos, querendo saber qual a moral da tal história e, no fim, nenhuma delas entendeu! Nenhumazinha; mas não ficaram quietas. Metade da plateia levantou a mão para perguntar algo e, quando a primeira perguntou, todas as outras abaixaram, parece que todos ali tinham a mesma dúvida:
- O que o refrigerante de laranja tem haver com a história? - Perguntou um dos meninos mais pra frente da plateia, representando o grupo.

De fato nenhum ali entendeu o que aconteceu; se Mike jogou o catarro nojento no refrigerante de laranja, como diabos a história foi parar no abacaxi? Bem, talvez nenhuma delas tenha associado com o catarro ser um dos ingredientes da bebida favorita de Franklin, por ser um caso tão situacional. Ok, talvez um ou outro pensou nesta resposta, mas ninguém de fato conseguiu achar a lógica por trás da história. O menino sempre gostou de refrigerante de abacaxi e Mike só jogou o catarro naquele passeio! A imaginação das crianças estava a mil; muitas perguntas, muitas confusões. A história pouco clara fez com que os pequenos devaneassem sobre, até então fazer uma segunda pergunta:
- Ninguém vigiava esses meninos no passeio?? - Perguntou uma segunda representante - Aqui não podemos sair de perto das professoras.

Desta vez não havia dúvida da veracidade da história; eles nem sequer entenderam, porque duvidariam da palavra do apresentador? Todas estavam levando como verdadeiro e tentando entender como diabos aquilo foi acontecer.

OFF: Perdão pela demora, to em prova final @_@

Oh, parece que não foi desta vez que Tielo foi pontul; errara um ponto principal de sua piada e estragara-a toda. Claro que as crianças não se importaram muito, pelo contrário, riram mais! Adultos também erram, aparentemente. Claro que poderíamos aqui abrir uma discussão sobre Tielo ser um adulto ou não, mas não acho que venha ser útil. Para as crianças, só ser mais velho bastava.

O show foi interrompido e Amanda se aproximou. Ouviu com atenção a dúvida do rapaz e, visando eficiência e velocidade, o respondeu de forma completa, logo da primeira vez; sem dúvida nenhuma ela era uma excelente coordenadora:
- Bem, eles não houvem histórias de terror, eles chamam histórias místicas disso, sabe? Iara, Saci, Minotauro... Fantasias mais macabras. Nunca contei uma história de terror para eles e nem recomendo - Instruiu - Mas você tem pouco mais de meia hora, talvez seja legal gastar este tempo assim.

Todas ouviram a história com atenção esperando um desfecho; não o teve, mas não ficaram frustrados. Ao invés disso, reiniciou-se um falatório e uma discussão, pacífica, sobre qual o pokemon preferido. Em sua maioria, ganhou e Eevee, junto com suas evoluções; alguns falaram Pichu ou Minum/Plusle. Quase ninguém dissera algo grande ou com feição assustadora, decidiram ficar entre os fofos e pequenos, que são os mais comuns domesticados, ou ainda, os mais raros domesticados.

Uma das meninas se destacou, mostrando um pouco mais de conhecimento e dizendo que gostava muito, mas muito mesmo, do Jirachi; sonhava em ser astronauta, ir até lá em cima e encontrar com ele e o Deoxys. A garota até pedira para Tielo falar mais sobre esses dois, sem se importar com o fato de, talvez, o rapaz não soubesse suas histórias.

Ninguém, além da garota, conhecia ou o Deoxys ou o Jirachi, mas ficaram interessados com o segundo. Um pokemon que realiza qualquer desejo seu por sete dias??? Ficariam ficos de refrigerantes, balas e pizzas! Inclusive, quase todas as crianças pediram por algo parecido com isto. Claro, por sete dias, há espaço para devaneios maiores, como ser um jogador de futebol famoso, ser muito inteligente, não ter mais que ficar de castigo, mas em geral, os mais pedidos estavam entre comida e brinquedos.

Diferente da maioria, a menina não dissera em voz alta qual seria seu desejo, mas também não há porque Tielo reparar em uma só menina em dezenas de crianças. Não era preocupante tal fato, ela era participativa, talvez só seja um assunto que a deixasse introspectiva. Né? Bem, não iremos saber, a menos que alguém pergunte, mas ninguém da plateia o fez.

Indo e vindo, a pergunta sobre Deoxys deixara o grupo um tanto calado; as informações não eram suficientes para as crianças pensarem sobre uma resposta, então apenas discutiram brevemente até uma da plateia sugerir um outro assunto pertinente ao rapaz:
- Você é treinador né? Fala um pouquinho pra gente de como é - Pediu um garotinho, o mais baixo deles
- Gente, já ta tarde - Amanda interviu - Tielo falará um pouquinho sobre isso e depois vocês precisam deixar ele ir embora!! Seus pais já devem estar esperando!! - Falou para as crianças.