[Evento] - Subam as Cortinas, O Show Vai Começar!

Depois de chegar em Sootopolis montado em seu belo Charizard, Sckar foi direto ao correio, onde recebeu os itens que sua mão havia lhe enviado. Logo depois disso, o garoto se dirigiu ao Centro Pokémon, onde fez algumas modificações em sua equipe, e descansou da viagem.

Assim que acordou, Sckar se arrumou, e foi correndo para o teatro da cidade. Apesar de não ter a mínima ideia do que fazer, ele parecia bastante empolgado com a nova experiência. Foi direto a recepção quando chegou, enfrentou a pequena fila, e conversou com uma bela jovem vestida de kimono. Ela lhe explicou novamente como funcionaria o evento, e o direcionou até o camarim.

Sckar escolheu um roupa bastante extravagante, e aguardou receber o roteiro da peça. Enquanto aguardava, ele aproveitou para deixar seus ovos e seus pertences aos cuidados de Magby, a orientando a tomar conta de suas coisas enquanto aquecia os ovos. Ele também separou os pokémons que usaria, e aproveitou o momento para organizar as coisas, dando duas vitaminas para Parasect, e trocando o item que Chespin segurava.

- Com licença. – Dizia uma outra garota de kimono. - Aqui está o seu roteiro. Não tem falas, isso você deverá improvisar.

O garoto pegou o roteiro e começou a olha-lo. Para sua surpresa, era apenas uma página, e nem estava totalmente preenchida. Na verdade, era apenas um pequeno resumo do que deveria acontecer... Seria tudo improvisação.

Na divisa de Greenleaf(Grass) e Fontaine(Water), haviam duas vilas, sendo uma de cada lado. Tudo ia bem e todos viviam tranquilamente, até que começaram as guerras. Depois disso, o Warlord de Fontaine, ordenou que a vila da fronteira, cortasse o abastecimento de água da vila vizinha, já que a única fonte de água passava pelas terras do reino. Assim, o Warlord de Greenleaf, decidiu enviar homens para que conseguissem tomar o controle da cidade, e assim voltar a receber água do rio que vinha de Fontaine.

A garota esperou um momento, até que Sckar terminasse de ler o pequeno roteiro. Logo depois ela disse: - Pode se trocar, e em seguida suba ao palco. A última peça acabou de se encerrar. Até você se vestir, já devemos ter terminado de arrumar o palco. - Ela apontou um corredor ao fundo do camarim. - O palco é por ali. Boa sorte! - E em seguida se retirou.

Sckar agora não tinha muito tempo para decidir suas falas ou o que faria na peça. Mas como era uma improvisação, ele poderia agir como quisesse. Era hora de ir.

Logo depois de se trocar, Sckar foi direto para o palco. O palco estava escuro quando ele se posicionou bem no centro, e logo em seguida as cortinas foram erguidas. O garoto ficou paralisado por alguns segundos, ele não sabia como reagir diante da plateia. Não tinham muitas pessoas como havia em um campeonato ou outro evento grande, o local era pequeno e cabiam cerca de 100 pessoas, mas todos os lugares estavam ocupados.

Uma enxurrada de pensamentos passava pela cabeça de Sckar naquele momento. Os segundos que se seguiram, pareceram vários minutos, e por fim, ele se decidiu que não havia problema nenhum para continuar. Ele cerrou seus punhos e tomou coragem para continuar, dizendo as palavra que vieram em sua cabeça, em alto tom.

O garoto andava pelo palco enquanto pronunciava seu texto improvisado. Fazia gestos dramáticos enquanto mudava suas feições. E por fim terminou, pegando um pouco de folego, por causa do tom de voz usado.

- Mas não se preocupe, você não está só. Eu irei com você! – Disse uma voz feminina, vindo de trás do garoto. - Todos os soldados que foram enviados anteriormente, foram derrotados pelos guardas da entrada da vila, em Fontaine. Você não conseguirá entrar na vila sozinho. Se eu for com você... – Ela levantou uma cesta com algumas frutas. - podemos dizer que somos vendedores ambulantes. Assim você vai poder entrar sem problemas.

Agora ele não estava mais sozinho no palco. E além da outra jovem atriz, o cenário começou a mudar. O tablado do palco, era uma espécie de placa giratória, e depois que a jovem terminou de falar, a placa começou a se mover. Ela girava para a esquerda, e obrigava os dois a andar para o lado oposto se quisessem continuar à frente da plateia. O cenário ia mudando de acordo com que o palco se movia, surgindo árvores cenográficas e alguns arbustos de papelão.

A jovem andava, e esperava que o garoto fizesse o mesmo, para parecer que eles estavam caminhando na direção da vila que invadiriam. - O que me diz? Vou poder ir com você, senhor soldado!? -Ela perguntava.

Sckar parecia impressionado com a tecnologia que fazia o palco se mover, mas mal sabia ele, que haviam dois Machokes girando manivelas atrás dos bastidores. Ele acompanhava a garota para não ser deixado fora de vista, enquanto concordava com o plano.

- Sou Vera. E não precisa se preocupar tanto comigo. Sou bastante forte, e não estou sozinha, você estará lá... - Ela deu uma corada. - Não me diga que não vai me proteger!?

O palco parou de se mover, mantendo a paisagem de floresta. A garota também parou e esperou a resposta de seu parceiro de palco.

A atuação de Sckar, era bastante dramática, mas ele estava indo muito bem. Vera ouvia com atenção tudo que ele dizia, e assim que ele terminou, ela começou.

- Tudo bem. Eu concordo com os seus termos. – Ela olhou envolta. - Mas onde estão seus companheiros pokémons? Como você me protegera sem eles? – Ela olhava pra ele como se quisesse dizer alguma coisa que não podia.

Talvez fosse o fato de ele não ter deixado seus pokémons fora das pokébolas, e como aquela era uma peça que retratava a era medieval, seria esquisito pokébolas aparecendo na cena. Ela se virou de costas para a plateia e sussurrou o mais baixo que pode: - Libere seus pokémons atrás do cenário, e depois os chame. Para parecer que eles estavam escondidos. - Ela se virou para outro lado e continuou. - Depois que você me mostrar, nós continuamos.

Apesar de ainda ser muito novo, Sckar era bastante inteligente, e esperto. Então acabou se saindo bem com as dicas de sua companheira de palco. Com muito cuidado para não ser percebido, o garoto liberou seus pokémons um de cada vez por trás do cenário, foi tudo certo até aí. Primeiro o grande Venusaur saiu de trás das árvores de papel, e acabou amassando uma delas; o segundo foi Parasect, que encarava a plateia com aqueles olhos brancos sem vida, na tentativa de enxergar alguma coisa com tanta luz; e por fim, o terceiro, que fora chamado mas pareceu não se importar com aquilo.

Atrás do pequeno arbusto de papelão, Chespin ajeitava sua nova jaqueta vermelha, ele parecia bastante entretido ali. Sckar chamou novamente, mas dessa vez tentou deixar bem claro que estava falando com o pequeno pokémon que se distraia com a roupa nova. Chespin se assustou quando seu nome foi chamado pela segunda vez, e com um salto, ele saiu de seu esconderijo.

Enfim, todos estavam no palco, e assim a garota sorriu para Sckar. Ele não sabia se ela havia gostado de seu pokémons, ou se ela estava mesmo era achando graça daquela encenação.

- Que belos pokémons te acompanham. Fico bastante feliz por isso, e me sinto mais segura. – Ela se virou para o maior. - Acho que esse vai ter que continuar escondido... Ele vai chamar muita atenção.

Ela sorriu novamente para Sckar e em seguida começou a andar na direção da lateral do palco.

- Então vamos continuar. Mas lembre-se, assim que nos aproximarmos da vila, eles vão ter que se esconder novamente.

Logo depois que todos começaram a andar, as cortinas novamente se fecharam, indicando o fim do primeiro ato. O cenário rapidamente foi sendo recolhido, e substituído por outro. Até mesmo a parte do palco que não ficaria visível estava sendo preparada, e três divisórias foram colocadas estrategicamente por toda sua extensão. A garota guiou Sckar e seus pokémons, para o início do palco, e lá eles aguardaram tudo ser preparado.

Não demorou muito, era uma grande equipe trabalhando ao mesmo tempo. Eles arrumaram o cenário, voltaram o palco a sua posição inicial, e quando tudo estava pronto, ergueram novamente as cortinas. Novamente Sckar e seus pokémons estavam à frente da plateia ansiosa. Todos observavam com bastante atenção para saber o desfecho da história. A garota tomava à frente e parava bem próxima da grande porta de madeira, a primeira divisória. - Enfim chegamos. É melhor eles se esconderem. - Ela colocou as duas mãos ao redor de sua boca. - Olá! Tem alguém aí?

Uma voz masculina do outro lado da divisória respondeu: - Claro que tem. Nesses tempos de guerra, sempre mantemos um guarda vigiando os portões. E o que você faz aqui? Bela donzela. - Enquanto falava, uma pequena janelinha foi aberta, por onde foi possível ver quem estava chamando. Os olhos percorreram os dois que estavam do lado de fora. - E quem é esse que está com você?