A redoma das flores.

let's go, darling.

Forina | Trapinch | Rumo ao Valley

O cheiro das hortênsias e gardênias seriam odores que Maggie gostaria de guardar no fundo da memória, algo que pudesse acessar sempre que quisesse. Junto do cheirinho característico do abraço confortável da mãe: almíscar, melaço e rosas azuis. A coroa tinha o fatídico perfume das flores que tanto cuidava.
Outra coisa que sentiria saudade: das flores, da terra fértil e da quantidade infinita de pokémons que iam até a morada dos Flowers apenas para se deliciarem com as especiarias e quitudes de Camélia, que fazia desde bolinhos até doces veganos que era um atrativo para todos os paladares. Sentiria falta de casa, mas Trapinch estava muito bem acoplado dentro da mochila que vinha com um adendo a mais para poder segura-lo, o cabeção do animal balançando de um lado para o outro enquanto ele repetia o próprio nome em uma sucessão de vezes seguidas. Uma chatice sem fim, vero.
O sol brilhava no céu, junto das nuvens fofinhas e branquinhas que dissipava o orvalho da manhã da relva. Com um último aperto firme por parte da mãe, afastou-se sutilmente da mais velha.
- Eu realmente não entendo, minha filha. Você poderia viver aqui, seguir minha carreira. Trabalhar com a terra e o que ela provê. - A mulher falava, a voz engrolada e os olhos marejados pelo choro contido. Se desatasse a chorar, pronto, nunca mais cessaria o berreiro. Era bem conhecedora das lágrimas intermináveis de Camélia; que muitas vezes era só drama. - Vai abandonar sua pobre mãezinha, sozinha, sem ninguém na floresta, solitária!
Ela colocou a mão na testa, os ombros comprimidos e os joelhos encurvados de leve. A famosa pose que quebrava as barreiras de Margaery.
- Mamãe, por favor. A senhora tem o Solaris e o Roseus. - Ditou em menção ao Tropius e o Vileplume da mãe, que eram seus parceiros nas empreitadas botânicas. - E eu vou voltar, tudo bem? Prometo não demorar. E quando regressar, trarei novas espécimes para a senhora.
Acreditava que Camélia começaria a chorar e agarraria a filha única mais uma vez, contudo, não o fez. Um brilho anormal aparecendo nos olhos ao citar novas espécies de arbóreas. A mulher logo se recompôs, fazendo um joinha com a mão ao entregar os itens necessários à Maggie.
- Toma, toma. Vai logo ou vai se atrasar. Hihi. - Onde estavam as lágrimas, afinal? A treinadora crispou os lábios, a mãe era realmente estranha. Mas entregou seis pokeballs, uma surrupiou para, enfim, capturar devidamente o Trapinch; encostando a esfera rubra no testão do animal que estava mais do que feliz em ser capturado ao descer da mochila, abaixando a cabeça ao ser englobado pela luz que verteu do objeto. Estava feito.
Com uma última despedida da mãe e dos costumeiros pokémons que ficavam pelo jardim, Margaery Flowers respirou ruidosamente. O ar saindo entrecortado pelos lábios quando deu o primeiro passo para fora da propriedade que sempre foi seu centro no universo; estava indo em busca de novas coisas. Um passo após o outros.

adendos.: