[001] A Primeira Pesca

Concentrado no seu serviço, o pequeno Ariel continuava a aguardar, silenciosamente, que algo fosse pego pela sua isca, mas até aquele momento nada havia acontecido. Estava tão distraído que nem sequer notou a aproximação da jovem moça até que ela lhe chamasse para uma conversa, assustando-o.

— O que-e-e? — gaguejou o menino sem saber o que dizer e quase largou a sua vara de pescar, que por pouco não caiu no mar. Se ajeitou novamente no assento, sorriu e cumprimentou a menina, corado de vergonha do seu jeito desengonçado. — Olá! Érrr, bem, eu pretendo pescar algo grande e forte. Será que aqui tem Magikarp?

Naquele momento o garoto percebeu o seu erro em relação à pesca pelas palavras da recém-chegada, mas não queria dá o braço a torcer e disfarçou com uma piada. Ele manteve a postura com a isca no mar e voltou a puxar assunto para se distrair ao longo do curso da viagem.

— Você tem algum remédio para enjoo? — decidiu perguntar o menino ainda que constrangido com a presença da desconhecida, porque a saúde da sua Spinda era a prioridade no momento e ela continuava mais zonza que o habitual.  

Foi só muito depois que percebeu a sua falta de educação de não perguntar o nome primeiro e só então fez: “Qual é o seu nome mesmo, moça?”.  

Olá, Tielo! Obrigado por narrar a minha aventura.

Matutou por alguns segundos sobre o convite inesperado de Violet e recolheu a linha de pesca. Percebendo que não havia se apresentado retribuiu o gesto da menina.

— Prazer em conhecê-la, Violet. Eu me chamo Ariel e essa é a Eris. — Indicou a sua Spinda que cambaleava numa dança confusa. O menino aceitou de bom grado o docinho com o medicamento dado por Violet e deu na boca da Pokémon, aguardando que o efeito seja o esperado. — Desde já agradeço pelo remédio e acho que vou aceitar a sua ajuda, porque acho que não vou consegui nada por aqui mesmo.

Mystwal segurou sua Pokémon no colo com bastante dificuldade para ajuda-la a se locomover — já que ela não gostava muito de permanecer na Pokébola. O sol incomodava os olhos do menino que colocou o seu chapéu de palha para proteger o seu rosto, pegou na sua mochila o protetor solar e passou na sua pele alva que se queimava rapidamente no sol. Ele sabia bem como era dolorida as queimaduras do sol por experiências passadas em Dewford.

— Então qual é o melhor caminho para conseguir um bom Pokémon? É preciso de muito dinheiro? Quer um pouco de protetor? O sol não te incomoda? — fez indagações atrás de outras, curioso sobre as possibilidades de conseguir um Pokémon e na busca de ser gentil com Violet — que estava sendo muito educada com ele.  

Ele acomodou a sua mochila com os seus objetos pessoais nas costas, incluindo a vara que ficava com a maior parte da fora, e aguardou as respostas, bastante ansioso com a chance de conseguir o seu segundo Pokémon, ainda mais um raro.

Pronto para partir na jornada pelo navio e animado com a ideia, ele prosseguiu com a conversa.

— Então vamos nos aventurar pelo navio até chegarmos a Slateport. Espero achar algo divertido! — concluiu o jovem ajeitando a pesada Spinda no seu colo, bem desengonçado.

Ele olhou ao redor na busca de algum lugar para explorar e perguntou para Violet:

— Sabe por onde devemos ir? Podíamos começar descendo para buscar algo nas cabines, talvez? 

Empolgado com a ideia de se aventurar pelo cruzeiro, Mystwal pulava na ponta dos pés muito inquieto. A pequena ursa começou a se incomodar com o gesto de seu amigo e sacudiu a cabeça negativamente até que ele parasse. Ficou no aguardo de Violet guia-lo pelo navio para que pudessem achar algo interesse, principalmente um bom Pokémon para Contest.

Ariel abriu a porta e entrou no salão, confiante, e aguardou que Violet o acompanhe. Contudo, não estava interessado num Magikarp comprado, porque precisava economizar, e por isso preferia procurar algo mais útil para as competições de beleza. Diante desse raciocínio respondeu:

— Se possível prefiro procurar algo antes de ir ao vendedor de carpas, aliás, não é muito difícil achar um Magikarp por aí, não é? — Então aguardou as considerações de Violet. 

O garoto alisou a cabeça de Eris, a Spinda, enquanto isso. Ele arrancou o chapéu que naquele cômodo só era um incomodo.