[JOGO DO DETETIVE] Harper Island! Parte 2.

Uma noite tipicamente comum é o que seguia o trivial dia a que todos tiveram. Veja bem, assim como pássaros cantavam pelas manhas, era normal que os pescadores saíam cedo de sua residência e fossem até a marina, preparar sua redes para mais um longo e cansativo dia; isto não se estendendo apenas à estes moradores da ilha de Harper, mas também a praticamente qualquer outro; e cá entre nós, aqueles que não se encaixassem neste padrão, certamente não seria visto com bons olhos. Enfim, após seus labores diários, muitos destes trabalhadores, assim como vagabundos e demais inúteis, se reuniam no bar local, seja para esquecer de suas mágoas, ou simplesmente relaxar um pouco antes de voltarem a seus lares; para que, após uma profunda noite de sono, o dia se repetisse uma vez mais.

De qualquer forma, aqui estamos, ainda presos neste dia em específico, o dia em que se iniciara uma nova trama; uma trama que, desta vez, teria proporções ainda maiores. Então, chega de enrolação e deixemos que a história se mova. Como dito, muitos se reuniam no bar local, o "Beer Fountain", sob os comandos de Ryousuke, o ansioso proprietário do estabelecimento, que em muitas oportunidades, assim como nesta noite em questão, deixara o lugar antecipadamente, deixando este sob os comandos de Andros, seu amigo e funcionário de confiança. Ali presentes se faziam também algumas figuras que nos acompanharão por essa história, assim como os dois já mencionados.

Selene, que quando não estava embriagada, o que era bem raro, assumia o gargo de secretária de um odontólogo já bem ancião que havia pela ilha;  com quem, assumidamente, mantinha uma duradoura relação, apesar de seu matrimônio com Daisuke, jogava uma partida de sinuca com Grizzly, companheiro de serviço de seu inofensivo marido, Daisuke. Grizzly, já com seus fios grisalhos, parecia estar a se mostrar para a mulher, mais que uma relação de amizade talvez, fato este a que seu amigo nem percebera, pois parecia mais interessado em sua conversa com Luch, que não apenas era seu tio, mas também seu patrão. Luch era muito provavelmente o mais velho dos ali presentes, um tanto emburrado, que viera para aquele lugar apenas após vários dias em que seus funcionários lhes enchera a paciência.

- Olha só para isso. - Cochichava Fern para Hitman, ligeiramente embriagado e também meio emburrado. - Olhe para onde viemos parar! Podiamos ter ido para as Ilhas Maldivas, com belas damas a dançar para nós, mas não! Teve de me convencer a vir para cá!

- Não reclame! - Resmungara Hitman em meio a goles profundos de seu caneco, que não parava de ser enchido por Andros repentinas vezes, mesmo que o rapaz nem mesmo pedisse pelas doses extras. - Viemos aqui pelo apelo histórico! Por todas aquelas mortes, cara! Isso não te fascina? Amanha temos de visitar a tal mansão em que as últimas mortes ocorreram! - Ora, veja bem... Aquelas mortes não pareciam ser assunto que os residentes da ilha gostavam de ouvir, afinal, manchavam sua reputação, além de, todos, em consenso, optarem por esquecerem tais histórias. Contudo, seu voto de silencio não fizera com que, de vez em sempre, visitantes curiosos chegassem à ilha, assim como nossos turistas.

-Humph - Suspirava Artie, que escutara a conversa dos turistas, ainda que se mantesse ao lado de seus amigos, Bedendo e Sckar. - Turistas imbecís. Há tanta beleza nesta ilha... E só se limitam a estas histórias tolas.

- Relaxe, Artie. - Pronunciara Bedendo, que, não abandonando seus dotes de enfermeiro, começava a fazer uma massagem rápida nos ombros de Artie. - Isto já irá acabar. Logo irão partir, como todos os outros. Eu sei. - Bem, um gesto que não causara estranhamento apenas a Artie, que fugira das mãos do amigo, mas também de Sckar, que arqueara sua sobrancelha enquanto simplesmente fitava a situação em silêncio. - Tá me estranhando, é?

Enfim... Até então tudo parece bem calmo, não? Pois foi neste exato momento em que tudo começara a mudar. A porta do lugar se abrira repentinamente, permitindo que o vento frio da noite adentrasse, junto a duas figuras. Um homem, em formato de muralha, trazia consigo o filho de Luch, Hayto, que parecia se espernear enquanto o homem o trazia pelas orelhas.

- Vamos, rapaz. Diga a todos o que me disse! Quero ver o que acham desta sua nova peça. - Pronunciaria o abusivo policial da região, Kloud.

- Não é brincadeira, seu idiota! - Respondia Hayto, que tinha uma má reputação em toda a ilha, causada por suas irresponsabilidades e pelo hábito de tentar chamar atenção. - É sério... Eu vi... Ele irá matá-lo!

- Ora, Luch! Não deveria deixar seu filho sair falando essas babaquices. - Pronunciara Selene, já a muito zonza, que se aproximara da aglomeração para ver do que se tratava.

- Hayto? - Bradava o homem, que até então não havia se preocupado com a situação, sua expressão se fechando ainda mais. Quando se dera conta, já havia se lançado na direção dos locais, indo até o filho e o policial.

- Solte-o! - Dizia ao policial, que o soltara ao chão, em um brusco movimento, seguido por um sorriso um tanto estranho.

- Seu filho tem de aprender a ficar de boca fechada, senhor. - Emitira o policial, que em seguida se sentara a uma banqueta qualquer, fazendo seu pedido. - O mesmo de mais cedo, por favor.

- Pai... Você não deveria estar aqui. - Dissera Hayto, se ruborizando, se levantando e pondo-se a fugir pela porta; seu pai logo atrás.

O que não sabiam é que, escondido, em meio às latas de lixo ao lado do estabelecimento, a este momento, o corpo de uma mulher jazia imóvel, um golpe forte que lhe fora aplicado na cabeça, assim como um corte profundo em sua garganta. Não demorara muito para que um mendigo qualquer, Tyrant, entrasse no estabelecimento, carregando o corpo de Miss Pepper, a morta; lágrimas a cair de sua face, trazendo espanto total a todos os presentes...

É.. A história estava para se repetir. Uma vez mais!