[Rota Especial] O arqueólogo

Mesmo com seu Togetic visivelmente enfraquecido, Misty parecia não desistir de seu pokémon. Brandon poderia ter maiores chances de vitória matematicamente falando, mas a líder de ginásio ainda acreditava nas poucas chances que tinha.

- Você soube como treinar seu Ninjask, Brandon. Lhe parabenizo por isso. Mas sinto que você se apega muito as chances matemáticas e se esquece de demonstrar confiança em seus parceiros. - Alegou a treinadora, confiante de si. - Togetic, vamos repetir a nossa sorte anterior! Repita seu Metronome mais duas vezes!

- Veremos se sua estratégia funcionará, Misty. Boa sorte!

Após o breve diálogo, o combate retornou. Ninjask mais uma vez era o mais rápido em campo e usou sua energia para criar outra cópia de si. Enquanto isso, Togetic balançava seus braços e criava a energia para usar outro movimento. Quando o Metronome se materializou, o pequeno voador foi até o mar e simplesmente começou a jogar água em Ninjask, não conseguindo causar dano algum.

- Isso foi um Splash? – Questionou Brandon, caindo na gargalhada.

- Não ria antes da hora, o combate não terminou. – Disse Misty, ainda confiante em seu pokémon.

Ninjask agora atacava com seu X-Scissor, mas graças as queimaduras que ele havia recebido, os danos foram consideravelmente menores. Togetic então conseguiu se concentrar para usar seu Metronome mais uma vez. Dessa vez, o golpe foi diferente: ele abriu a boca o máximo que conseguiu e liberou um som estridente, deixando todos ali presentes atordoados. Com aquele movimento, Ninjask foi atingido em cheio e foi a nocaute, levando o substituto consigo.

- Mas... como?!?

- Este golpe foi um Hyper Voice. Golpes sonoros são capazes de ultrapassar o substituto e atingir o alvo original. Conveniente, não? Com isso consegui provar de uma vez por todas que você me subestimou.

Misty mais do que nunca estava confiante e radiante. Agora que Brandon havia sido derrotado, qual seria a sua reação?





Campo: Trecho da rota marítima alfa próximo da Granite Cave. O oceano está calmo, praticamente sem ondas. Há algumas pedras pelas redondezas aonde alguns pokémons não-aquáticos podem se ficar.

Apesar da derrota, Brandon permanecia calmo. Ele logo retornou seu Ninjask para sua pokébola e permaneceu com a mesma postura. Antes de falar com a Misty novamente, porém, ele respirou fundo, talvez uma terapia para se acalmar.

- Vejo que me precipitei ao julgar sua jogadas, Misty. Você comprovou ter muita confiança em seus pokémons e isso é algo muito bom. Talvez eu tenha me precipitado em relação a essas cavernas também. Você foi realista ao falar sobre o perigo de despertar o grande titã, mas minha ambição falou mais alto naquele momento.

- Não precisa se desculpar. Ao ver você batalhar, consegui ver que você é um ótimo treinador. Sinto que suas intenções não foram ruins, talvez apenas um pouco inconsequentes. Você na verdade iria tentar a sorte, da mesma forma como eu e Togetic fizemos com o Metronome. Talvez seja uma ideia que funcione, mas sempre corremos o risco de falhar.

A dupla trocou sorrisos e logo perceberam que tinham muito mais em comum do que pensavam. O arqueólogo então se aproximou de Misty e lhe entregou uma curiosa esfera.


- Quero que você fique com isso. Encontrei este artefato em uma exploração recente e acredito que poderá ser muito útil para você. Desejo boa sorte em sua jornada. Espero que nos encontremos novamente.

- Mas isso aqui é uma...

Sim, era uma mega stone. Misty ficou em choque com o presente, mas não conseguiu agradecer a Brandon. Quando ela se deu conta, ele já havia desaparecido de vista junto com seu Solrock.

- Sinto que nos encontraremos de novo, Brandon. Espero agradece-lo pelo presente da próxima vez. Para você ter um artefato desses, claramente não é um arqueólogo comum.

Local misterioso, sábado, 10 horas da manhã.

Brandon finalmente conseguia chegar na base secreta da equipe Magma. Assim como o logo da equipe, toda a estrutura do local possuía detalhes vermelhos e alaranjados. A temperatura do local também era alta, indicando que a base em um local de clima quente.

O arqueólogo foi recepcionado por um funcionário de menor patente na equipe, que logo o encaminhou até um grande escritório. A sala em que Brandon foi levado era enorme e possuía uma grande mesa em seu centro. Sentado em uma cadeira do outro lado do escritório, estava um homem que usava óculos de grau com uma curiosa esfera colorida ao lado da lente esquerda.

- Seja bem-vindo, Brandon. Peço para que se sente.

O homem logo obedeceu as ordens e se sentou na cadeira ao seu lado. Brandon e Maxie, o líder dos Magma agora estavam de frente um para o outro, separados apenas pela grande mesa. Aparentemente já se conheciam, pois Brandon começou a fazer um relato sobre os acontecimentos recentes sem cerimonias.

- Misty é uma treinadora com grande potencial, mas temo que ela não será de grande valor para cumprir seu objetivo principal. Senti insegurança ao questioná-la sobre os golems. Mas acredito que eu consigo conquistar a confiança dela com o tempo. Segui sua sugestão e dei um presente valioso para ela.

- Ótimo. – Respondeu Maxie. Era possível perceber certa alegria em sua voz, mas sua expressão continuava neutra. - E quanto a Pike Queen? Ela está pronta? Precisamos continuar distraindo os treinadores. Quanto maior a insatisfação deles com a situação de Kanto e Johto, mais problemas teremos em nossas investigações.

- Ela está indo bem. Conseguimos completar a construção da estrutura do Battle Pike. Dentro de poucos dias Lucy deverá anunciar a fase de testes.

- Falando em testes... Como Noland está indo com o simulador?

- Ainda está longe de ficar perfeito. Ele pretende adicionar novos pokémons e movimentos ao sistema. Mas acredito que um dia a Battle Factory poderá se tornar uma atração permanente.

- Ótimo. Noland e Lucy serão perfeitos para que eu possa fazer a seleção de nosso recrutamento.