Antes mesmo de acordar, Gaspar já havia apostado tudo no cão negro dormindo ao seu lado. Abriu os olhos encarando compenetrado o teto do quartinho, como se nele se desenhassem os desafios que teria de enfrentar na nova jornada de sua vida.
O rapaz levantou da cama e se pôs a trajar suas roupas. O próprio Houndour só despertou ao perceber a movimentação do humano, diferente do habitual. A longa viagem de Sinnoh a Hoenn, percorrida de barco no dia anterior, havia exaurido o pokémon de fogo. Gaspar agachou e fez um ligeiro cafuné na cabeça do pequeno, que bufou, ainda sonolento. Precisava dar outro estímulo ao companheiro. Com uma ideia em mente, deslocou-se até a porta do quartinho e a escancarou. Uma brisa refrescante tomou o aposento, vinda do quintalzinho arborizado que ficava ao fundo da hospedagem. Num tiro, Houndour varou a porta numa corrida ensandecida, a fim de se espreguiçar à luz solar. Gaspar sorriu. Não se cansava de observar as atitudes do pequeno, de cuja companhia ele tirava tanto prazer. Aliás, o rapaz e seu pokémon experimentaram logo de início uma certa dificuldade com a utilização da pokébola. Nem Gaspar estava acostumado com a ideia de manter o bicho no dispositivo, assombrado pela incontrolável impressão de que o pokémon ficaria sem oxigênio; nem o Houndour fazia questão de ficar confinado ali. Talvez mais do que isso, a presença do cão era, mesmo que inconscientemente, o elo, o traçado que amparava o passado de Gaspar ao desconhecido que tinha diante de si. Era desta partilha entre pokémon e humano que sua tranquilidade habitual emergia, era o que não a permitia se dissipar, independente das incertezas e da solidão.
O rapaz moreno voltou para o interior do quarto e terminou de se arrumar. Com seus poucos pertences recolhidos na mochila, se deslocou à sala comum da hospedagem, onde a dona havia disposto um café da manhã singelo, mas saboroso, do qual Gaspar e Houndour se fartaram. Seus planos para aquele dia já estavam bem definidos. Não pretendia perder muito tempo em Slateport, cidade que por si mesma pouco o cativava; mas tiraria proveito do que a megalópole tinha a oferecer à sua jornada antes de partir para o interior do continente.
Gaspar não era exatamente frio, mas tinha muito de calculismo em seu modo de agir. Apesar das muitas apreensões acerca do seu futuro como Treinador, nenhuma decisão dele havia sido tomada no vazio. Sabia bastante sobre o que fazia um Treinador, do que era necessário, e sabia onde devia ir para conhecer o que ainda não sabia. Por isso, partiu da hospedagem rumo ao Centro Pokémon.
De resto, era respirar e jogar no bicho o inexorável dos dias.
O rapaz levantou da cama e se pôs a trajar suas roupas. O próprio Houndour só despertou ao perceber a movimentação do humano, diferente do habitual. A longa viagem de Sinnoh a Hoenn, percorrida de barco no dia anterior, havia exaurido o pokémon de fogo. Gaspar agachou e fez um ligeiro cafuné na cabeça do pequeno, que bufou, ainda sonolento. Precisava dar outro estímulo ao companheiro. Com uma ideia em mente, deslocou-se até a porta do quartinho e a escancarou. Uma brisa refrescante tomou o aposento, vinda do quintalzinho arborizado que ficava ao fundo da hospedagem. Num tiro, Houndour varou a porta numa corrida ensandecida, a fim de se espreguiçar à luz solar. Gaspar sorriu. Não se cansava de observar as atitudes do pequeno, de cuja companhia ele tirava tanto prazer. Aliás, o rapaz e seu pokémon experimentaram logo de início uma certa dificuldade com a utilização da pokébola. Nem Gaspar estava acostumado com a ideia de manter o bicho no dispositivo, assombrado pela incontrolável impressão de que o pokémon ficaria sem oxigênio; nem o Houndour fazia questão de ficar confinado ali. Talvez mais do que isso, a presença do cão era, mesmo que inconscientemente, o elo, o traçado que amparava o passado de Gaspar ao desconhecido que tinha diante de si. Era desta partilha entre pokémon e humano que sua tranquilidade habitual emergia, era o que não a permitia se dissipar, independente das incertezas e da solidão.
O rapaz moreno voltou para o interior do quarto e terminou de se arrumar. Com seus poucos pertences recolhidos na mochila, se deslocou à sala comum da hospedagem, onde a dona havia disposto um café da manhã singelo, mas saboroso, do qual Gaspar e Houndour se fartaram. Seus planos para aquele dia já estavam bem definidos. Não pretendia perder muito tempo em Slateport, cidade que por si mesma pouco o cativava; mas tiraria proveito do que a megalópole tinha a oferecer à sua jornada antes de partir para o interior do continente.
Gaspar não era exatamente frio, mas tinha muito de calculismo em seu modo de agir. Apesar das muitas apreensões acerca do seu futuro como Treinador, nenhuma decisão dele havia sido tomada no vazio. Sabia bastante sobre o que fazia um Treinador, do que era necessário, e sabia onde devia ir para conhecer o que ainda não sabia. Por isso, partiu da hospedagem rumo ao Centro Pokémon.
De resto, era respirar e jogar no bicho o inexorável dos dias.
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Spoiler :
PS: Ei, tudo bom? Não pretendo me demorar em Slateport. Inicialmente meu personagem só quer conhecer coisas básicas (funcionamento do Centro Pokémon, Pokemart, etc.) e partir. Mas nesse meio tempo, pode meter ele nas encrencas que quiser, com pokés selvagens ou outros treinadores, ok? Fique à vontade. Uma ou duas batalhas antes de sair da cidade não seriam nada mal
Última edição por Xavante em Ter Abr 10 2018, 02:06, editado 2 vez(es) (Motivo da edição : ajeitando template)