[DIÁRIO] Vincent Moonrose
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[DIÁRIO] Vincent Moonrose
Estou voltando para o fórum depois de muito tempo e voltar e assumir o personagem de onde parei é meio estranho, pois não dá pra lembrar exatamente o que estava acontecendo naquele período. Por isso, optei por colocar o Vincent num novo "lugar", dando um salto temporal de onde parei para preparar uma volta. Nesse diário irei postar espécie de fics narrando o que o personagem fez durante esse tempo. Postarei aos poucos pra não ficar muito grande.
01. A Queda
Gotas de chuva começaram a se desprender das nuvens escuras que cobriam o céu daquela tarde, banhando os dois pokémon que se enfrentavam nas ruas de Heahea. A pequena e vacilante Skorupi apontava suas duas garras para um réptil esguio de escamas negras e olhar suspeito que Vincent Moonrose acabou de conhecer.
– Toxic... Como isso... pode ser possível? – O monotreinador de Pallet balbuciou, completamente chocado. Duas gotas de água caíram sobre o seu rosto pálido, escorrendo como lágrimas perdidas.
A treinadora adversária soltou uma gargalhada. Era uma mulher feita, de um cabelo escuro que à luz parecia verde, um vestido roxo e botas pretas. Disse que se chamava Aya, treinava pokémon do tipo venenoso, e tinha um sotaque de Kanto. Isso foi tudo que Vincent conseguiu arrancar-lhe antes de desafiá-la para uma batalha. Um erro que agora ele parecia entender.
– Patético – Ela disse e Vincent não soube dizer pra quem. “A batalha é patética? Está falando de Skorupi? Eu... sou eu o patético?”, ele se perguntava enquanto a mulher continuava a falar: – Salandit, meu amor, estou completamente entediada. Acabe com isso de uma vez, vamos, use o Flame Burst.
No mesmo instante, o réptil de Aya lançou círculos flamejantes contra o inseto de Vincent. Uma camada fina de poeira se ergueu com a explosão sendo baixada rapidamente pela chuva que se tornava mais forte.
– Skorupi está fora de batalha. Salandit é o vencedor – o juiz amador anunciou, cercado por curiosos que se amontoaram para assistir ao confronto.
O monotreinador correu para abraçar o pokémon desmaiado enquanto Aya se limitou a retornar seu monstrinho para a esfera em sua mão, a treinadora nem ao menos se deu ao luxo de comemorar. A plateia assistia a tudo, sem esboçar nenhuma reação a não ser cochichos inaudíveis que trocavam uns com os outros.
– Um especialista do tipo venenoso, huh? É isso que você diz ser? – Vincent ergueu a cabeça para olhar para o rosto da rival, encontrando uma expressão cheia de desdém. – Fraco e vergonhoso. Eu procuraria outra profissão se fosse você – E então ela deu-lhe as costas, começando a caminhar em direção do leste. O povo amontoado abriu o caminho para que ela passasse. – Tchauzinho querido, espero nunca mais vê-lo.
Sentindo-se extremamente humilhado, Vincent retornou Skorupi para a pokéball que lhe pertencia e se levantou. “Ninguém aqui me conhece, logo voltarei para Hoenn e não verei mais nenhuma dessas pessoas”, disse a si mesmo enquanto também passava pelo espaço em que as pessoas abriram para ele. Ao contrário de Aya, ele o fez de cabeça baixa.
Na noite daquele mesmo dia, Vincent Moonrose enfrentou problemas para chegar ao sono. “Patético”, “Fraco”, ouvia a voz de Aya sempre que fechava os olhos, virando-se para o outro lado do colchão numa tentativa de afastar tais pensamentos. Sem sucesso, foi lavar o rosto no banheiro. “Especialista do tipo venenoso, huh?”, a voz voltou enquanto ele encarava o seu reflexo no espelho. Uma lágrima tola escapou de um de seus olhos, ele logo a limpou com as costas da mão, dizendo a si mesmo que tudo aquilo era uma tolice. De alguma forma, porém, o monotreinador sentiu algo mudar dentro dele, sentiu como se a desconhecida pudesse ter alguma razão.
- Vincent MoonroseMonotrainer - Poison
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Re: [DIÁRIO] Vincent Moonrose
- Capítulo 02:
02. O Passado
– Ei você, treinador, que tal uma batalha? – um garoto de cerca de doze anos perguntou, correndo em direção de Vincent que estava acabando de pegar a pokébola de sua Skorupi no Centro Pokémon. O monotreinador respondeu com um sorriso e um gesto positivo com a cabeça – Ótimo, venha, vamos para o pátio de batalhas.
Vincent deu alguns passos acompanhando o rapaz até que parou de repente. Sentiu a garganta seca e as pernas enrijecendo, como se ele não pudesse mais andar.
– Ei, o que está esperando? – O garoto afobado perguntou, indo em direção do monotreinador com uma expressão de dúvida.
– Lembrei que tenho algo para fazer. Desculpe, fica para a próxima – Vincent mentiu, dando as costas ao garoto e voltando-se para as escadarias que davam acesso ao seu quarto, onde ficou pelo resto daquele dia.
Na manhã seguinte, o monotreinador foi em companhia de sua Charmander até a biblioteca do prédio, onde pesquisou algumas informações. Em um livro sobre a fauna de Alola, o rapaz descobriu mais sobre Salandit e sua incrível habilidade de envenenar até mesmo pokémons venenosos. Aquilo o deixou fascinado e frustrado ao mesmo tempo.
– Há muita coisa que ainda não sei – ele confessou para a Charmander, que o encarou com uma expressão de dúvida. – Não posso esperar aprender tudo batalhando.
O rapaz se pegou pensando em toda a sua trajetória até ali, em como se pôs em risco em diversos momentos, como não tinha conhecimento sobre vários assuntos, mesmo aqueles que deveria saber. Lembrou-se que era um rapaz estudioso, um dos melhores de sua turma, que orgulhava os pais por não ter preguiça de estudar. “Devo encontrar o antigo eu antes de continuar indo em frente”, pensou. E continuou sua pesquisa ao longo do dia, conhecendo os novos monstrinhos que eram encontrados naquele caloroso arquipélago.
Em sua primeira semana em Alola, Vincent adquiriu um hábito de visitar a praia de Heahea durante as tardes. A cidade lembrava-lhe muito Pallet em todos os lugares que ia, mesmo alguns pratos típicos tinham o gosto de casa. Há muito o monotreinador havia perdido o hábito de contemplar o mar, afinal ele foi tão presente em sua infância e adolescência que se tornara comum; agora, porém, após um ano do início da jornada, onde a maioria dos seus dias havia se passado em estradas vastas, cavernas escuras e matagais densos, o rapaz redescobria os prazeres de um bom mergulho na água salgada.
Tentacool e Qwilfish se tornaram companhias frequentes do treinador durante os seus mergulhos, sendo que o primeiro preferia nados mais solitários e com menos agitação enquanto o segundo não se importava em sempre estar ao lado do rapaz. Vez ou outra Vincent trazia um pokémon diferente para ficar na parte rasa da praia ou aproveitar o dia na areia fofa e quentinha. Naquele dia, foi a vez de Nidorino, Bellsprout, Skorupi e Ivysaur, sendo este último o responsável por cuidar dos outros três.
Quando cansou de nadar, Vincent saiu do mar e se sentou na areia. Bellsprout estava em frente dele, com as raízes fincadas na beira do mar, juntando água sobre as suas folhas e lançando para cima. “Ela está tornando isso um espetáculo e eu sou o seu único público”, o monotreinador pensou enquanto assistia a sua parceira com atenção. De repente, uma sombra tampou o sol atrás dele.
– Sentiu minha falta? – uma voz conhecida perguntou, voz de mulher.
Vincent olhou para cima, tendo uma grande surpresa.
– Victoria, como... como você me achou aqui? – E então o rapaz se levantou, dando um abraço forte na colega de viagem que não via há pelo menos três meses.
- Capítulo 03:
03. O Reencontro
Mais de três meses haviam se passado desde o grande desastre de Kanto e Johto, esse foi o mesmo tempo em que Vincent não via seus companheiros de viagem. Enquanto o monotreinador descobria Hoenn e se escondia de uma máfia de ladrões de mega stones, Victoria e Freddie se envolveram em uma missão surpreendente, que a morena contou nos mínimos detalhes para o amigo no dia anterior, quando enfim se reencontraram.
Após enfim chegarem a Hoenn, Victoria e Freddie se separaram. O rapaz se interessou por uma pesquisa em Rustboro City, servindo ao governo que o acolhera com suas habilidades de paleontólogo. Victoria não quis ficar lhe fazendo companhia... ou algo a afastou dali, Vincent percebia que a morena demonstrava certa hesitação em tocar naquele assunto. O fato foi que ela tinha convencido algum piloto a trazê-la para Alola, onde sabia que Vincent estava.
O monotreinador também contou a Victoria sobre seus últimos dias e, principalmente, sobre a última derrota que enfrentara.
– Isso é uma bobagem. Vai ficar se martirizando por conta de uma vadia arrogante? – Ela lhe disse após uma breve discussão. –Você é um grande treinador, eu sei disso. E seus pokémon também.
Vincent sentiu-se grato pela confiança que a mulher depositava sobre ele, mas não partilhava da mesma fé que ela tinha. Sentado em um banco de mármore em uma praça da área comercial de Heahea, o rapaz decidiu mudar os rumos da prosa, sugerindo que eles provassem um delicioso sorvete de frutas regionais.
Três dias depois, os dois desciam as escadarias do Centro Pokémon quando foram abordados pela enfermeira responsável. A mulher vestia trajes mais arejadas que os encontrados nos outros continentes, mas tinha a mesma aparência doce de suas colegas de profissão.
– Senhor Moonrose... Você já está há mais de uma semana aqui e parece que não fez nenhum progresso. Sinto dizer, mas... o comitê de Hoenn está inquieto, perguntando-se quando você retorna para o país.
Por mais que tentasse empurrar para debaixo do tapete, Vincent sabia que a estadia em Alola deveria ser passageira e isso fez com que ele sentisse um frio no estômago. “Estão me expulsando”, percebeu, dando-se conta de que estava sendo empurrado para a sua vida de treinador. Mas quanto mais ele pensaa em voltar para Hoenn, mais desespero ele sentia.
– Nosso estabelecimento foi feito para receber treinadores viajantes, quando não se é um... Bem, digamos que não é permitido que se faça daqui uma moradia, se é que me entende. Para isso há os abrigos que o governo de Hoenn abriu para receber os refugiados.
– Entendemos sim, não se preocupe. Logo ele estará dentro de um avião, partindo em direção da rotina – Victoria garantiu a enfermeira.
O casal de amigos abandonou o prédio em que estavam hospedados e partiu para um bar à beira da praia. O céu estava vermelho quando chegaram lá, com a maresia beijando-lhes o rosto e o som das ondas se chocando com as pedras embalando o fim da tarde.
– Vamos fugir. Podemos furar o bloqueio e sairmos para conhecer as outras ilhas de Alola. Aqui é um lugar fantástico, melhor que Hoenn, para ser sincero. Imagina o que estamos perdendo – Vincent falou de repente enquanto escolhiam o que iam comer.
Victoria abaixou o menu que tampava o seu rosto, encarando os olhos do monotreinador com um olhar suspeito e um sorriso cheio de mistério.
– Me espanta esse súbito de coragem do senhor certinho – ela debochou, mostrando algo no cardápio para o garçom que estava plantado ao lado dela. – Esse aqui meu consagrado, obrigada.
Sem graça, Vincent fez o mesmo que ela, apontando para uma bebida alcoólica com limão. Ele não era acostumado com bebidas, mas naquela noite sentiu vontade de saboreá-las.
– Eu sei o que você está tentando fazer... – Victoria pôs-se a falar de repente. A voz dela não era tão firme como o costume, estava carregando algo que Vincent não era capaz de decifrar. – Fugir. No fundo somos dois fujões, não é? – O monotreinador não entendeu o que ela quis dizer e a morena não parecia disposta a se explicar. – Quando a tua mãe morreu, tu deixaste tudo para trás para começar essa jornada. Agora achas que deve fazer o mesmo por ter esbarrado num problema.
Dois Wingulls pousaram próximos à mesa e começaram a pipilar, um deles bicou uma casca de sorvete que encontrara na areia.
– Você é melhor que eu, Vincent. – o rapaz tentou protestar, mas Victoria continuou a falar, num tom mais alto, interrompendo-o. – É isso que me faz querer estar perto de ti. Você encontrará o caminho de volta para continuar seguindo o seu objetivo, eu sei disso. E acontecerá logo, amanhã mesmo, pois você vai acordar cedo para fazer aquele maldito trial... Nem que para isso eu tenha que arrastá-lo até lá – ela intimou.
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