De repente... em Hoenn?

por **Arya** Sáb Abr 21 2018, 23:30

Off:

Não sei quanto tempo passei dormindo. No entanto, quando acordei, o sol já estava se pondo. Ainda permaneci alguns minutos deitada, de olhos fechados, aproveitando meus últimos momentos de preguiça. Sabia bem o furacão que me esperava em Pallet quando mamãe descobrisse o que eu tinha aprontado.

Percebendo que eu já estava acordada, minha Nidoran começou a cutucar minha bochecha com o focinho, provavelmente para chamar minha atenção. Abri os olhos e sorri para a pequena, murmurando um "bom dia", mesmo que já estivéssemos beirando a noite. Ela sorriu com o meu gesto e grunhiu uma resposta em sua própria língua.

- Bem-vinda de volta, mocinha. - Ao levantar, fui cumprimentada pelo pescador que havia salvado minha vida. - Você parecia tão cansada que não tive coragem de lhe acordar.

- Oi. - Sorri de volta para ele, sabendo que devia àquele rapaz muito mais do que a qualquer outra pessoa. Com exceção da minha mãe, claro. - Desculpe, estava um soninho tão bom... hehe...

Ainda estávamos no barco, o mar ao nosso redor cintilava ao refletir os últimos raios de sol daquele dia. Percebi que já estávamos muito próximos da praia, tanto que eu já conseguia identificar alguns guarda-sóis na areia e pessoas debaixo deles.

- Como nós ainda não chegamos? A praia estava tão perto do iceberg... você não saiu do caminho para pescar, saiu? - Perguntei, incrédula. Deviam haver no máximo vinte ou trinta metros separando Pallet da Cold Cave, não era possível que tivéssemos demorado um dia inteiro para atravessar aquela distância.

- Mocinha... você não ouviu mesmo nada do que eu disse ontem, ouviu? - Ele questionou, erguendo uma sobrancelha e usando um tom repreendedor.

- Eh... eu... é... - Gaguejei, sem querer admitir que não tinha entendido uma única palavra do que aquele pescador me dissera. - Mas não foi de propósito... eu só estava com muito sono...

- Podia ter me dito antes... - Suspirou, embora não parecesse realmente irritado. - Estamos chegando, me ajude a desembarcar a mercadoria. Depois lhe explico.

- Ok... - Murmurei, embora estivesse confusa e desorientada. Nesse instante, Nidoran pulou sobre a minha cabeça e se alojou ali. Aquela conversa tinha desviado minha atenção dela, e a pequena não gostara nada disso. Preciso me lembrar de não deixá-la mais mimada do que já é...

***

Após toda a mercadoria ter sido desembarcada, com a colaboração de alguns marinheiros que apareceram para ajudar, duas coisas estavam bem claras para mim. Primeira: o pescador não vivia só de pegar peixes. Segunda: nós NÃO estávamos em Pallet.

- Espere, espere, como assim? Por que foi que você me trouxe pra Slateport? Isso não fica em Hoenn? O que raios eu estou fazendo em Hoenn? - Joguei no rapaz todas as perguntas que assolavam meus pensamentos. Eu tinha pedido para ele me ajudar a voltar para casa, não para me sequestrar e me levar para outro continente!

- Pelo amor de Arceus, não me faça explicar tudo de novo... - O pescador erguia as mãos aos céus, exasperado, ao ver que eu não queria acreditar naquela narrativa. - E pela milésima vez, eu não te sequestrei... ah, desisto! Estou morto de cansaço e tenho assuntos a resolver amanhã bem cedo. Vamos para o Centro Pokémon, a partir de lá você vai ser responsabilidade deles, não minha.

- Não, não, você não vai me sequestrar de novo! - Bati o pé no chão, decidida, e estava prestes a pegar uma de minhas Pokébolas quando o pescador segurou minha mão e começou a andar e me arrastar junto. Embora ele não estivesse me machucando, eu era fraca demais para me soltar. - Ei, me solta!

- Olhe, mocinha, não sei como sua mãe lhe aguentou até hoje... mas só por isso ela já merece uma vaga no céu. - Ele resmungava, e eu desejava não ter retornado Nidoran para a Pokébola.

Ao contrário do que deduzi, o moço realmente me levou para o Centro Pokémon. Uma vez lá, disse que aquele era um lugar seguro para que eu dormisse e me informasse sobre o que havia acontecido em Kanto e Johto. Então saiu às pressas, realmente devia ser um pescador ocupado...

por **Bedendo** Ter maio 01 2018, 12:33

Off escreveu:Bom dia Ingred! Estarei assumindo sua rota!
O que você gostaria para ela?

A garota estabanada havia parado em Hoenn, para seu desespero. Todavia havia seus pokémon ao seu lado, o que era uma coisa boa, ainda melhor por saber que não havia sido sequestrada pelo mercador.

Uma vez no centro pokémon, a garota finalmente poderia recuperar suas energias e dar rumo em sua vida. O mercador conversava com a Enfermeira Joy enquanto Ingred aguardava sentada em um dos bancos.

- Bem garota, é aqui que nos despedimos, tenho muitas coisas para fazer ainda. Boa sorte - Dizia dando um peteleco na testa dela.

A Enfermeira Joy acompanhava o senhor, dava uma pequena risadinha.

- Bem vinda a Hoenn Ingred, acho que precisamos ter uma conversa primeiro.

Assim, a Joy explicava todo o acontecido, a inundação de Tohjo e a migração de boa parte da população para as outras regiões.

- Com alguma sorte, seus pais podem ter vindo parar em Hoenn também - Dizia a mulher de cabelos rosas se levantando - Deixe-me cuidar de seus pokémon enquanto você descansa e toma um banho em um de nossos aposentos.

por **Arya** Ter maio 01 2018, 21:26

Off:

Após a enfermeira Joy me contar aquela história, fiquei sem reação. Parecia surreal que tudo aquilo tivesse acontecido tão de repente, eu nem chegara a ver as chuvas torrenciais das quais ela estava falando... Será que tinha passado tanto tempo assim no iceberg?

- Então... um monstro gigante acordou e inundou a minha casa? - Perguntei, resumindo aquela longa narrativa. - E mamãe e todo mundo que eu conheço podem ou não ter conseguido escapar?

Baixei a cabeça, sem saber lidar com todas aquelas informações que me atingiam como pedras. Eu estava perdida em um continente que não conheço, não sabia como encontrar minha mãe e me sentia totalmente impotente diante do poder do gigante que ameaçava minha terra natal.

- Ah, claro... eles também tiveram um dia tão cheio... por favor, cuide bem deles... - Entreguei à enfermeira minhas Pokébolas, minhas mãos tremiam tanto que até essa pequena tarefa se mostrou um desafio. Contudo, se era de medo ou pelo mero choque da notícia, eu não sabia dizer.

A enfermeira Joy me deu algumas indicações, e apenas assenti em resposta. Depois de tudo, um banho seria muito bem vindo... sempre achei a água muito relaxante, além de me ajudar a pensar melhor. E, naquele momento, o que eu mais precisava era organizar meus pensamentos.

***

"Com alguma sorte, seus pais podem ter vindo parar em Hoenn também".

As palavras da enfermeira não paravam de ecoar na minha cabeça. Eu já estava deitada nos meus aposentos, pronta para dormir... na teoria, ao menos. Porque, na prática, aquela estava se mostrando uma missão impossível.

"E se mamãe estiver sozinha agora? Sozinha em um lugar que ela também não conhece... e se ela estiver em perigo? Se pelo menos eu fosse mais forte... poderia expulsar aquele monstro malvado e mamãe e todo mundo iam voltar pra casa..."

Admito, eu era tola. Nem os próprios líderes de ginásio conseguiram proteger Kanto, então quais chances uma criança fraca como eu poderia ter?

"Mamãe, me desculpa... eu não consegui proteger a senhora..."

Naquele instante, desisti de dormir. Levantei-me às pressas, troquei a camisola pelas primeiras roupas que apareceram na minha frente e corri para falar com a enfermeira Joy.

- Enfermeira, enfermeira! Minha Charmander já está bem? Os outros precisam mesmo dormir bem hoje a noite, mas ela passou um bom tempo descansando... vou sair e levar ela comigo, tudo bem? Esqueci que tenho que fazer uma coisa lá fora, já já volto... - Disse tudo em um fôlego só, minhas palavras atropelaram umas às outras. Já estávamos no meio da noite, Charmander passara o dia todo na Pokébola... ela devia estar pronta para mais uma aventura.

Eu já tinha meu plano bem definido: sair para explorar aquela cidade estranha, tirar o máximo de proveito possível do meu tempo. Sabia que era perigoso, principalmente àquela hora da noite, mas não aguentava mais ficar deitada... precisava me ocupar e abafar aquele turbilhão de pensamentos que não me davam paz.

por **Bedendo** Qua maio 02 2018, 20:38

Um turbilhão de emoções passavam pela cabeça da pequena garota, afinal tudo aquilo era muita coisa para um criança de dez anos processar. Afobada, se arrumava e partia em direção da cidade, para por as ideias em mente e também conhecer um pouco daquela cidade na qual havia ido parar.

Era final da tarde quando Ingred saia do centro pokémon, alguns navios chegavam enquanto outros partiam, ao contest hall, pouca movimentação e a feirinha, uma dos principais chamarizes, se preparava para fechar suas atividades. O pequeno museu marinho se encontrava com as luzes acessas, parecia que algum evento especial estava acontecendo e por fim próximo ao porto algumas crianças brincavam.

por **Arya** Sex maio 04 2018, 13:46

Por maior que fosse, aquela cidade não parecia caótica como as metrópoles que eu via na TV. Já era final da tarde, no entanto, as ruas estavam relativamente tranquilas. Ao longe, eu via algumas embarcações aproximando-se da praia, deduzi que traziam mais mercadorias. Parei por alguns minutos para observar a cena, que não era nada frequente em Pallet.

Será que algum desses barcos está trazendo alguém de Kanto? Comecei a imaginar quantas pessoas chegariam em Hoenn na mesma condição que eu, refugiados que precisavam recomeçar suas vidas em terras desconhecidas. Queria poder fazer alguma coisa...

Balancei a cabeça para afastar aqueles pensamentos. Afinal, tinha saído para me distrair, não para arranjar mais preocupações. Forcei-me a tirar os olhos do mar e avistei uma feira não muito distante de onde eu estava. Pensei em ir até lá, mas lembrei-me do que mamãe costumava dizer: "guarde seu dinheiro para um dia chuvoso". Ou seja, para quando precisar de verdade... e, naquele momento, eu não precisava.

Após caminhar mais um pouco, vi algumas crianças brincando perto da praia. Meus olhos brilharam, aquilo parecia tão divertido! No entanto, será que seria certo eu me intrometer na brincadeira dos outros? Enquanto pensava nesse dilema, um espaço luminoso chamou minha atenção. Olhando melhor, percebi tratar-se de um museu, e algum tipo de evento parecia estar acontecendo ali. Movida pela curiosidade, resolvi ir dar uma olhada. Afinal, era uma ótima forma de conhecer melhor a cidade.

por **Bedendo** Dom maio 13 2018, 18:56

Off escreveu:Perdão por ter desaparecido, juro que é a ultima vez.

Ingred parecia bem centrada, principalmente ao relembrar os conselhos de sua mãe. Caminhando sem rumo encontrava um pequeno grupo de criança, que por mais tentador que fosse, optou por não interferir, afinal ela era uma estranha.

Prosseguir pelas luzes brilhantes do museu, já na porta do local havia uma bela entrada e um painel apoiado em um suporte anunciando o que havia ali, era uma exposição de fósseis que haviam sido recuperados pela Corporação Devon com a ajuda de Steven, eles ficariam a mostra por um curto espaço de tempo e inclusive aquela era a última aparição antes de eles retornarem para os laboratórios para prosseguir com os estudos e pesquisa.

Na porta do saguão havia uma recepção e nela uma bela mulher trajando uma roupa elegante, cuidava quem entrava no recinto.

- Boa noite jovem, o passe para a entrada no museu é de $50, gostaria de uma entrada? - Perguntava a mulher

por **Arya** Dom maio 13 2018, 23:20

Off:

Chegando ao museu, percebi que estava ocorrendo uma exposição de fósseis. Aquela informação foi mais que o suficiente para me deixar entusiasmada: sempre achei os Pokémon pré-históricos incríveis, principalmente o Aerodactyl, e ter a chance de ver um fóssil de perto era uma experiência totalmente nova para mim.

Aproximei-me da recepcionista, quase saltitando de alegria, e acenei animadamente em resposta quando ela anunciou o preço. Tirei a quantia requisitada da minha mochila e entreguei-a à mulher. Não era o suficiente para me fazer falta, e quem sabe quando surgiria outra chance como aquela?

Assim que recebi permissão para entrar, fui atrás do primeiro fóssil que surgiu na minha frente. Queria aproveitar aquele passeio ao máximo, conhecer todos os detalhes daquelas pedras que, tanto tempo atrás, foram algumas das criaturas mais majestosas que já surgiram na Terra.

por **Bedendo** Ter maio 15 2018, 12:53

Pagando o ingresso, Ingred teve acesso ao museu, logo na entrada, se via um lugar repleto de pessoas, grande maioria cheias de pompa, olhavam torto para a garota que se vestia de forma casual.

Na primeira sala, havia materiais a respeito da pesquisa realizada pelo museu em parceria da corporação Devon, dados sobre minérios, pedras e outros tipos de materiais valiosos, haviam também o acesso a outras duas áreas, a passagem pela direita era a clássica exposição sobre animais marinhos, enquanto a outra, e obviamente a que chamava mais a atenção, era a exposição referente aos fósseis dos pokémons. Ao que tudo indicava, os fósseis ainda não estavam expostos, seria liberado o acesso para a sala onde estavam acondicionados em questão de minutos, enquanto isso, na antessala, havia um jovem rapaz que falava sobre os fósseis e sua descoberta.

Com o término da sua fala, uma grande explosão era ouvida, fazendo a estrutura do prédio balançar, e ela vinha próxima da sala onde o grupo estava, mais precisamente de dentro da sala dos fósseis. O pânico começava a se instalar.

O que a garota iria fazer?

por **Arya** Ter maio 15 2018, 14:03

Embora eu notasse que muitas pessoas ali me olhavam torto, continuei explorando o museu como se aqueles olhares não fossem para mim. Afinal, eu não estava ali por causa de nenhuma delas, então por que deveria me incomodar? O que tinha me levado até o evento foram os fósseis, e eles não se importavam nem um pouco com as roupas que eu usava.

Infelizmente, percebi logo que demoraria alguns minutos para que eu pudesse colocar meus olhos naqueles Pokémon fossilizados. A sala onde eles seriam expostos ainda não havia sido liberada, por isso tive que me contentar em ouvir um moço, provavelmente um cientista, discursar sobre as descobertas que haviam sido feitas. Mesmo que fosse interessante, eu mentalmente contava os segundos para que o acesso fosse liberado.

Por muita sorte ou por muito azar - ainda não decidi -, isso acabou acontecendo antes do previsto. Um estrondo, forte o suficiente para fazer o prédio balançar, ecoou no local. Os convidados ficaram em pânico, muitos correram para a saída, e eu estava presa no meio de toda aquela bagunça.

O que eu deveria fazer em uma situação assim? Fugir, como todo ser humano normal faria? Provavelmente. No entanto, aquela explosão atiçou minha curiosidade, que já era alta por natureza. Corri para ver o que tinha acontecido, amaldiçoando-me mentalmente por ter deixado a maioria dos meus Pokémon com a Enfermeira Joy. Se fosse alguma invasão ou roubo, eu estaria em extrema desvantagem só podendo contar com minha Charmander.

por **Bedendo** Qua maio 16 2018, 21:22

A estrutura do prédio balançava e as pessoas que estavam ao redor forçavam sua saída contra Ingred, empurrando-a de tal forma que quando percebera estava na frente do cientista próximo a porta, ele ignorando tudo que acontecia ao seu redor, ia de encontro com sua pesquisa e a garota aproveitava e ia junto.

A sala estava repleta de poeira a altura dos olhos, que ia aos poucos se dissipando. A luz do luar inundava a sala, revelando duas silhuetas, uma era de um homem alto e de ombros largos e o outro era menor, parecia mais uma criança, cada um com uma sacola em seus ombros.

- Adeus perdedores! - Dizia o homem saltando para fora do prédio junto da criança, seguido de um barulho de rodas na terra.

- Esses malditos! - Grunhia o homem - Dome, Root, Armor, Plume, e Sail estão aqui, eram 11 no total, preciso ir atrás deles.

Ele percebia a presença da garota e falava.

- Já que você está aqui, vem comigo, vou precisar de ajuda. - Ele pegava a garota pelo braço, lançava sua pokébola trazendo um Aerodactyl para fora, junto dele vinha junto um Solrock e um Lunatone. - Solrock, Lunatone, lancem uma barreira sobre o lugar, Aerodactyl, vamos.

Assim Ingred acabava junto do homem na garupa do pokémon pré-histórico em uma perseguição em alta velocidade a um jipe.

- Como é seu nome? - Perguntava.

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