Insetos na rota dos Pikachus!

Operação Swarm!

Finalmente toda aquela batalha sofrida e a situação desgastante com a treinadora de cabelos azuis havia terminado. Restava agora a Sophia decidir o que fazer com os três inconsequentes que encontrou na floresta, sendo que dois deles pareciam realmente arrependidos e até a ajudaram. Sendo assim, a Ranger resolveu que a melhor coisa a se fazer era chamar a Polícia para que assumissem daqui, pegando sua PokéNav e discando o número de emergência. Assim que ela fez isso, os dois rapazes se entreolharam e pareceram nervosos, mas mantiveram-se estáticos apenas observando. Quem resolveu falar algo foi Gale.

— Ei, nós só trabalhamos, sabe? Você vai nos prender por fazer nosso serviço? Sei que não é tão legal, mas é assim que funciona. — Comentou o rapaz, fazendo uma expressão de desagrado ao cruzar os braços. O Pokémon inseto rósea, ainda mantinha-se por perto e ao notar essa mudança de expressão em Gale, começou a encará-lo bem de perto com uma expressão semelhante. Já Julian, que se mantinha calado e assustado, também passou a falar — Senhorita Ranger! São os métodos do Instituto! Eu posso curar seus Pokémon se quiser, mas nos deixe ir! A gente promete que faz qualquer coisa, eu até me demito, mas não quero ser preso! Afinal se eu for preso vou ser demitido de qualquer forma e outros farão o mesmo trabalho sujo — Implorava o mais jovem, quase ajoelhando para ela.

Enquanto isso, do outro lado da linha, a atendente do Departamento de Polícia mais próximo atendia a ligação de Sophia — Olá! Aqui é do Departamento de Polícia de Hoenn, qual a sua emergência? — Questionava a mulher. Sophia precisava decidir como falaria para a polícia sobre a situação atual, desde os envolvidos, passando pelo crime e como a situação parecia "controlada", além do porquê de solicitar o apoio policial. A garota resolveria contar tudo ou omitiria alguns fatos? O destino de todos ali dependia disso. O que a Ranger faria? ◄

Operação Swarm!

Gale e Julian imploravam para Sophia não os prender e ela tinha o tempo da ligação ser atendida para decidir o que faria. Eles estavam extremamente apreensivos, mas a Ranger aliviou para o lado deles, informando apenas do que Brooklyn tinha feito, destruído o equipamento do Weather Institute e colocado muitas pessoas e Pokémon em risco. Ela então combinou o local onde se encontrariam para levar a infratora e recebeu a confirmação de que poderia fazer isso na estrada principal entre Verdanturf e Oldale, ali perto.

— Muito obrigado senhorita Ranger! — Disse Julian, finalmente se ajoelhando de verdade. Ele só levantou porque Gale o puxou pelo colarinho e o colocou de pé, cruzando os braços em seguida — Obrigado... Nós não vamos decepcionar. Agora vai buscar o equipamento para curar os Pokémon dela, Julian! — Bradou o que aparentava ser mais velho e era mais alto. Julian correu até os restos do equipamento quebrado e voltou com uma maleta. Assim que abriu, mostrou-se uma máquina de cura portátil, parecida com a do Centro Pokémon. — Ern.. Ern.. Senhorita! As Pokébolas por favor!

Com as Pokébolas dos Pokémon que necessitavam de atendimento, o cientista apertou alguns botões e os fez ficarem novinhos em folha, devolvendo todas as cápsulas para a garota. Nesse momento a chuva começou a apertar um pouco mais, só não afetando os presentes por estarem debaixo de uma grande árvore. O inseto rósea que não desgrudava de Pikachu, agora parava ao lado de Sophia, imitando (limitadamente), a forma dela de agir. Parece que a brincadeira dessa criaturinha era ficar imitando as pessoas mesmo sem que elas o notassem. Agora a garota precisava decidir como levar Brooklyn até o ponto de encontro e o que fazer com aquele inseto que a perseguia. O que Sophia faria? ◄

Operação Swarm!

Resolvido o problema com seus Pokémon, restava carregar Brooklyn até o lugar combinado. Sophia foi sozinha erguer a menina e apoiá-la em seu ombro, mas desmaiada como estava era praticamente impossível fazer isso. Ela era pequena e leve, mas não tanto. Notando isso, Gale aproximou-se e segurou a garota pelo outro braço, facilitando e muito o processo. Já Julian não se sentia muito a vontade ao se aproximar da menina, mesmo desmaiada. Ele parecia ter medo, o que era compreensível e apenas seguia os demais a uma distância que considerava segura.

A Ranger não enviou todos seus Pokémon para fora da Pokébola, deixando ali apenas Noctowl e Illumise, além de Pidgey e Pikachu, que chamava Venipede para vir junto do grupo. Todos eles caminharam por um bom trecho debaixo de chuva, contornando o lago. Sophia se guiava pelo PokéNav para alcançar a estrada e torcia para que a polícia estivesse lá quando chegassem. Eles precisavam agora só atravessar uma parte mais densa da floresta e até o momento tudo parecia muito bem. Illumise ia na frente, voando baixinho e cantarolando sozinha. Julian prestava atenção na inseto, mas vez ou outra distraia-se com algo no meio das árvores... Num desses momentos pareceu ter notado alguma coisa.

— Vocês viram aquilo? — Comentou ele com uma expressão de dúvidas. Sinceramente ninguém tinha visto nada, mas era engraçado notar que Venipede o imitava a sua maneira, criquetando com uma voz estranha junto dele — Só está meio escuro Julian... Agora... Deixe-nos carregar essa garota em paz, tá? Ela pesa mais do que aparenta... — Respondeu Gale, esbaforido. Juntos, eles finalmente chegavam a uma rua principal onde uma sirene iluminava a copa das árvores. Havia uma viatura já parada ali com dois policiais aguardando a chegada da Ranger — Vocês viram aquilo?Ranger Kurama? Viemos o mais rápido possível respondendo ao seu chamado. Essa é a infratora? E esses dois? São cúmplices ou testemunhas? — Perguntou uma policial, que era acompanhada de perto por um Manectric bastante grandioso, belo e silencioso.

Sophia explicou a situação e os policiais logo colocaram a garota no banco de trás da viatura. Gale e Julian também foram no banco de trás e o mais magrelo fez questão de ir o mais longe possível de Brooklyn, na janela direita. — Obrigado por tudo Ranger, não esqueceremos de você. — Comentou Gale, acenando para a menina, gesto que foi repetido por Julian. Em pouco tempo a viatura ligou suas sirenes e começou a manobrar para sair e tomar a estrada novamente. A Ranger esperou o carro seguir viagem e por um segundo achou que a treinadora de cabelos azuis estava com um olho entreaberto, observando-a fixamente. Uma sensação estranha, mas que parecia apenas impressão quando ela deu uma olhada mais profunda e demorada na garota, mas nada viu. De qualquer forma, um instinto dizia que essa não era a última vez que Peverel veria Brooklyn e seu Sneasel. O que Sophia e seus Pokémon fariam agora que estavam sozinhos novamente? ◄

Operação Swarm!

Assim que a viatura sumiu no horizonte, Sophia pode finalmente relaxar e cuidar dos seus próprios problemas. O primeiro deles não era exatamente um problema, mas talvez uma solução. Pikachu havia ficado amiga de um inseto rósea bastante exótico, que cismava em fazer muitas imitações, mesmo com sua limitada expressividade. Ele os seguia há bastante tempo e apenas agora, com tranquilidade, é que a Ranger resolveu investigá-lo um pouco mais, além de convidá-lo para ingressar no time, se assim quisesse é claro.

Ao apontar a câmera da Pokédex para o inseto, uma tela de carregamento surgiu e deu logo lugar à foto do mesmo Pokémon, indicando ser um Venipede, originário de Unova. Ao que parece, este é uma das criaturas que "invadiram" a região de Hoenn nas últimas semanas. Depois de ler as demais informações sobre ele na telinha do aparelho, Sophia resolveu questioná-lo se gostaria de se unir a ela e os demais Pokémon. Venipede pensou por um tempo, observando também o que Pikachu achava. A Ratinha elétrica segurou os dois lados do monstrinho e sacudiu sua cabeça para cima e para baixo, como se o fizesse dizer que "sim" à força, além de gritar com animação — PI-PIKA-PI! — O inseto pareceu refletir sobre o que Pikachu havia dito, rolando no chão até ficar de cabeça para baixo e agitar as patinhas no ar. (Parece que essa era a posição dele para reflexões)

Depois de um tempo deliberando, Venipede virou-se novamente para sua posição normal e emitiu um som que... ao menos parecia feliz. Era difícil decifrar só de ouvir, mas a animação no rosto super expressivo de Pikachu só podia indicar que o Pokémon aceitou a proposta. Todas as demais criaturinhas fora de suas cápsulas vieram para perto, conversando algo com o mais novo companheiro e dando as boas-vindas. Restava apenas agora usar a cápsula para formalizar a captura, o que enviaria o inseto diretamente para o Storage. Resolvido isso, Sophia poderia finalmente se dedicar ao treinamento dos Pokémon que mantinha consigo, se ainda fosse de sua vontade. Bastava decidir um lugar para ir e treinar. O que a Ranger faria? ◄

Operação Swarm!

Depois de Pikachu tentar manipular a decisão do amoguinho, Sophia deu uma leve "prensa" nela, indicando que isso era grosseiro e que a decisão só cabia ao inseto. Por falar nisso, com a ajuda da Pokédex, a menina conseguiu entender melhor algumas informações importantes sobre a criatura tão exótica, confirmando que se tratava de um dos muitos "invasores" vindo de Unova para as florestas de Hoenn. A Pikachu da Ranger parecia sentir-se envergonhada pela chamada de atenção e abaixou as orelhas, ficando quietinha ao lado do companheiro rósea. Já a treinadora quase soltava uma risada ao ver a forma com que ele "refletia", com as patas para o ar, mas resistiu firme até que ele decidisse o que fazer. E ele parecia ter decidido!

Ouvindo e compreendendo a reação dos seus demais companheiros de equipe, Sophia procurou uma das Pokébolas que trazia consigo, escolhendo a melhor para a situação. Sua escolha final foi uma Premier Ball, a qual tocou o botão central para que ficasse no tamanho ideal de captura. A Ranger então aproximou a cápsula de Venipede, indicando que ele poderia tocar quando quisesse para se juntar ao grupo. O inseto de Unova aproximou-se da esfera e a cheirou por um algum tempo, sacudindo suas orelhas para frente e para trás. Quando se sentiu confortável, o Pokémon cabeceou o botão da bola, sendo sugado em seguida para dentro da mesma. Houve umas leves agitações da cápsula que faziam o botão piscar intermitentemente, mas finalmente as sacudidas pararam e o som de "sino" indicou que tudo havia feito com perfeição.

Pikachu e os outros comemoraram, aproximando-se de Sophia para ver melhor a esfera. Depois que ela finalmente aquietou-se, um brilho a envolveu e aos poucos a Premier Ball "desintegrou-se" em luz prateada, simplesmente desaparecendo. Venipede havia sido enviado diretamente para o Storage da Ranger, mas talvez nem todos ali entendessem isso. A ratinha elétrica começou a correr de um lado para o outro em alta velocidade, procurando o novo amigo, mas não o encontrava em lugar algum, então parou na frente de sua treinadora e choramingou com um som bem agudo e choroso — Piiii?! — enquanto seus olhos brilhavam tentando compreender. Seria interessante explicar o que houve para a elétrica e depois finalmente seguir seu caminho em direção aos seus objetivos principais nessa rota. O que Sophia faria? ◄