Pokémon Mythology RPG
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n.3 Yertle the Turtle

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Hell Kaiser


A escuridão do outro lado da terra e a brilhante lua, refletindo o sol, agora entravam em cena naquele ambiente de cidade marítima. Slateport era realmente uma bonita cidade. Mesmo portuária, ela aparentava apresentar a versatilidade de uma metrópole e a originalidade cultural de uma cidade histórica. Sendo assim, ela possuía tudo para agradar os moradores mais amargos e os visitantes mais estressados. Desde uma belíssima praia, de areia limpa e uma enseada melodiosa, até comércios e entretenimento de qualidade para todas as necessidades. Contudo, havia uma pessoa que não parecia dar a mínima para nenhum aspecto daquela cidade, ou mesmo nenhum aspecto pútrido do mundo que cercava seu insignificante Ser. Johan, agora passando por um momento de questionamento e reflexão de sua vida — para não dizer que estava passando por uma crise de identidade e existencial — estava pouco se importando com as situações. Precisava somente pensar, vagar, ver, e nada mais.
Sendo assim, chegou à um impasse. De um lado, havia a bela praia, de ondas e marés que quebravam em cima das lustrosas rochas, criando uma melodia suave, acalmante. Do outro, o passeio para uma vida noturna "responsável", voltada para os civis aproveitarem suas noites após saírem de sua escravidão condicional durante o dia, preparados para receber seu pão e circo para não atingirem um nível de insanidade irrecuperável. E havia também o terceiro lado: as ruas comerciais. Estas estavam escuras, os comércios fechados, provavelmente só traria desgraças para qualquer um que resolvesse se aventurar por aquelas localidades, aguardando pelo perigo que rondava a cidade. O treinador parecia tão pouco interessado em fazer escolhas, e tão fora de sua própria mente enquanto perguntava-se tantas coisas que as vezes parecia que não estava pensando em absolutamente nada. Resolveu, então, tomar uma decisão que parecia ser mais confortável para seus gostos, dada a sua vivência: as ruas escuras pareciam tão confortáveis quanto qualquer outro lugar.

Era uma decisão mais inconsciente do que consciente. Vendo que estava desamparado e sem nenhum motivo para continuar caminhando, resolveu se aproximar do lado negro que tanto lhe aconchegara antes. Traiçoeiro, porém, familiar. Ele não se importava. Não parecia estar em plena consciência de suas escolhas e seus atos, e parecia pouco interessado em tomar uma decisão que fosse realmente benéfica para si. Só queria que as coisas voltassem a ser como deveriam ser antes. Tão perturbado quanto nunca, o subconsciente de Hyde resolveu que a melhor opção naquele momento seria "voltar às raízes". Simples assim. Sem se demorar muito, já estando vagando, o andarilho resolveu explorar essas raízes. Já havia conhecido Slateport City anteriormente, fora o primeiro lugar onde desembarcara em Hoenn, após sair do porto de Vermillion City, em Kanto. Porém, dada as condições, provavelmente não se lembraria de nada naquele momento. Tão absorto e afundado em seu conturbado cérebro, que provavelmente nem estava se importando muito para onde caminhasse, mas estava preparado para qualquer interação que viesse até ele.

Sem demorar muito, vagaria por essas escuras ruas a procura de um propósito, um sentido. Se é que viesse a existir realmente algo assim. Mesmo com uma enxurrada de pensamentos alagando até mesmo seus olhos, estava aberto e preparado para qualquer experiência que as condições estivessem dispostas a lhe oferecer. Suficientemente dopado de questionamentos, começar-se-ia desbravando pela primeira rua escura que fosse revelada. Quem sabe alguns diamantes pudessem ser encontrados em meio ao lixo?


Ran - Cupcake Graphics





off: obrigado por decidir narrar, espero q tenhamos uma boa rota. Não tem problema perder o fio, não tinha fio até esse momento pq era mais treino msm ueheuheuh
aliás, fica a vontade e deixa a criatividade fluir. Gosto de roleplay de todos os tipos (principalmente os mais "pesados", particularmente, não sei se é tão bem visto aq), mas fica à seu critério, pois, como disse, meu personagem está aberto à novas experiências (joguei no random e deu a rua escura)

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Slateport - Johan



As ruas escuras, onde a polícia não entraria, embora tivesse muitos bandidos a se prender, era demais para que se pudesse controlar. Eles permaneciam ali, quietos, fazendo suas coisas erradas e não alastrando pro resto da cidade, e eles não precisariam interferir. Era quase um acordo, se não fosse um sistema de comodismo em quase todas cidades existente.

E cada passada de Johan, ele poderia ver diversos comércios abandonados. Alguns em pequeno imóvel simples, galpões e até edifícios de um bom número de andares. Que iam desde um mercado até lojas de departamento.

E era possível ver grupos também. Alguns negociando coisas ilegais, outros apenas consumindo bebida alcoólica, e outros apenas olhando movimento, procurando quem saquear.

Entre todas essas abordagens, prédios de escada escura com vozes conversando animadamente, e o silêncio absoluto de esquinas, uma mulher chora de maneira copiosa, debulhando-se, mas tentando se recompor sem sucesso. Seu choro não era agudo e muito menos alto. Era algo quase silencioso, porém em grande quantidade.

Johan nesse ponto teria duas escolhas à se fazer, entrar no prédio de conversa animada anteriormente, ou investigar a mulher chorosa.

Progresso referente à Johan Hyde :




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Hell Kaiser


Caminhando pelo vale das sombras, ou melhor, ruelas que ao dia estavam abarrotadas de pessoas querendo consumir cada vez mais bens materiais sem necessidade algum, e que agora estavam cobertas pelo véu noturno. Eram ruas simples, pouco complexas, provavelmente projetadas para orientar melhor aqueles que caminhassem por entre elas. Mas estavam tão escuras... somente iluminadas com as luzes da rua, que não pareciam muito bem convidativas, visto que projetavam sombras ainda maiores que elas. O treinador andava pelo vale das sombras, ao menos o vale daquela cidade portuária. Sabia bem sobre a sujeira que corria pelas estranhas do mundo, pelas entranhas do ser humano, e a grossa sujeira — a mais impregnada de todas — que preenchia as enormes rachaduras da sociedade, fazendo tudo parecer tão belo, límpido, liso. Johan, contudo, não sentia que caminhava pelo vale das sombras. Era tão habituado a estar em meio às trevas, e fazer parte desta própria sujeira, como o imundo ser humano que é, que mal fazia diferença o local que estivesse, por mais perigoso e sombrio que este poderia vir a ser. Além disso, o fato de não estar nem um pouco sóbrio e são de si mesmo, fazia com que o treinador pouco se importasse com ambientes e alheios. Talvez pudesse encontrar alguma coisa para que distraísse sua mente, clareá-la, ou simplesmente para fazer com que volte ao seu eu comum.

Era nessa caminhada, onde passava por escuro becos preenchidos com os próprios agentes do vale, indivíduos maculados aos olhos da sociedade, que ouviu alguns sons que o fizera voltar parcialmente à realidade. Ouviu algumas vozes num prédio escuro, abandonado. Porém, a primeira e a mais audível era o murmúrio contínuo e incessante, carregado de melancolia, que o treinador conseguiu ouvir de um lugar próximo. Não sabia, contudo, de onde o choro vinha exatamente, somente conseguia notar que o mesmo estava próximo. Sentindo que este choro parecia se aproximar muito mais de seu estado, a ponto de ser atrativo para o treinador desamparado, Johan resolveu então investigar que personagem estaria tão afundado e lamurioso naquela noite. Estaria sentindo a dor de um ferimento físico? Ou era uma marca deixada em sua consciência?

Sem demorar muito, começar-se-ia a perambular por aquele local em particular, a procura da fonte da melancolia que tanto havia atraído à Johan. O treinador, no entanto, não sabia o que poderia ser tão interessante ao ouvir isso. Talvez, no fundo de sua deturpada esperança, conseguisse encontrar algum Ser fraco, inferior à si, do qual pudesse tirar proveito, implicando e degradando, apenas para que pudesse se sentir melhor por diminuir um semelhante. Ou, talvez, esperasse encontrar alguém que compartilhasse da mesma angústia que perpassava por seu corpo, como um enorme peso em uma corrente, presa a seu tornozelo. Independente do que pudesse ser, o treinador tentaria encontrar a fonte do choro e, se o fizesse, ficaria a uma distância afastada, tentando examinar o indivíduo com certa curiosidade, afim de tentar fazer com que seus vazios e melancólicos olhos pudessem captar corretamente a presença com a qual estaria lidando.

Pobre alma que se arrasta tristemente por este vale — Diria ele para o indivíduo que encontrasse, mantendo sua distância e uma face de expressão apática, misturada com uma angustiante ansiedade — O que a faz com que despeje suas lamúrias sobre terreno tão abastado?

Esperaria uma resposta. Mas não tinha certeza se poderia ouvir a resposta. Estava falando, e estava consciente do que estava vendo, mas parecia vazio, afundado em seus próprios pensamentos e questionamentos. Não tinha certeza se iria ouvir a resposta do indivíduo, ou se simplesmente não queria ouvi-la. Ou seria ouvir uma alternativa tão ruim quanto ser surdo? Bem, talvez tivesse ido até ali somente pela sororidade, e não se importava realmente quem quer que fosse a alma que sofria por entre aquelas ruas escuras. Seria mesmo realmente isso tudo?

É uma alma fraca, e por isso se debulha, ou não tem forças suficientes para ter o que precisa? — Suas perguntas eram frias, e seu tom de voz era cortante.

Era isso o que Johan conseguia externizar naquele momento. Não se importava tanto assim com o indivíduo que estava à sua frente. Contudo, sabia reconhecer um Pokémon, e não se demoraria muito naquele lugar se aquele fosse o caso, provavelmente, algumas olhadas ou outras seriam o suficiente para que deixasse aquele lugar sem que perdesse muito tempo. Tempo... e o que seria o tempo, realmente? Por que Johan Hyde, o Hell Kaiser, teria que se preocupar com tempo? Teria que se preocupar com o tempo, naquele momento? Naquele dito momento em que sua mente não se importava nem mesmo com o próprio propósito, inexistente? Afinal, o tempo não era nada mais que uma mera ilusão. Não se demoraria a demorar, observando a figura que estivesse em sua frente, até que ficasse satisfeito em ter seu momento e finalmente viesse a partir novamente e voltar à caminhada.


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Slateport - Johan



Andando um pouco mais a frente, seguindo o choramingo, era possível encontrar um pequeno beco. Vazio, com algumas portas que davam para o fundo de cada comércio mas completamente trancados e algumas lixeiras enormes.

No centro do beco uma mulher de joelho se debulhava em lágrimas. Algumas piscadas e poderia facilmente perceber que ela não era e nem deveria estar por ali. Um vestido amarelo mais rente ao corpo que ia até mais ou menos no joelho, com detalhes em branco principalmente até a parte do pescoço, pois era um vestido bastante comportado. Seu alto alto e suas luvas igualmente brancos que quase refletiam a luz do luar. E pra completar um pequeno chapéu amarelo, que escondiam um cabelo castanho ondulado quase curto.

Ela percebia a presença de Johan, mas não se importava, não esboçava reação, apenas chorava. Já teria desistido de qualquer tentativa de reação, mas respondeu a pergunta do rapaz em meio à muito choro.

— Levaram ele... Levaram meu filho... Nunca mais o verei...

Em meio à soluços e diversos altos no choro, ficava as opções para o jovem.

Justiceiro anti-herói? Mau-caráter no beco com uma dama indefesa? Nenhum dos dois, iria seguir a vida?

Progresso referente à Johan Hyde :




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Hell Kaiser


Em meio ao acolhedor véu da noite, eis que surge em cena a mais bela das margaridas. Uma donzela, que com o amarelo se vestia, parecia tão abastada e desolada de si mesmo, que nem mesmo sua beleza tiraria a sombra de tristeza que perpassa por seu rosto. A mulher, notando a presença mórbida do treinador também desolado, somente fazia desencanto. Haviam levado seu filho, e a mesma lamentava sua perda. Contudo, não parecia disposta a fazer nada. Não parecia ter forças para tal, nem mesmo pertencia àquele ambiente. Era uma vagante que fora levada até ali. Que tola. Fraca. Tola e fraca. Perdera o filho, e agora só sabia se lamentar. Nada executava. Cometeu um erro, e não tentou nem ao menos resgatá-lo em um acerto. Mas... o que seriam os acertos e os erros? E quem viria a decidir tal coisa? Johan apenas observava, entrando em conflito consigo mesmo. Reconhecia que aquela mulher era desfortunada, provavelmente foi raptada e levada ali por alguns trombadinhas. Um sequestro? Querem dar um golpe?

Agora Johan parecia ter ocupado sua mente. Afina, que momento perfeito parecia aquele! Sua mente, em conflito, parecia vazia demais para ser preenchida com a marca mais profunda do pensamento. Talvez era realmente daquilo que Johan precisava. Algo para ocupar a mente. Um trabalho do dia a dia, como nos velhos tempo. Ia ter que resgatar um pirralho qualquer? Sim, mas não haveria problema. Poderia fazer isso. Mesmo assim, crendo que pudesse ao menos tentar se aproveitar e, ao mesmo tempo, aliviar a dor da fraca alma que ali se estirava, não deixava de continuar com aquele mesmo vazio. Aquele mesmo incômodo. Mas, tendo algo para se ocupar, talvez fosse melhor para passar o tempo e digerir tal questão ao longo dos afazeres. Sendo assim, ainda havia uma pergunta que ele precisava fazer. Com seu olhos vazios, um pouco mais atentos pela moldura das pálpebras, olhou para aquela mulher, coberta de amarelo e tão azarada como era, e começou a falar:

Posso resgatar seu filho com vida, fraca alma. Vendo seu infortúnio, creio que ambos possamos nos ajudar. Contudo, existe um preço, um valor simbólico para uma ajuda, não acha? — Indagaria Johan, parecia um tanto quanto interessado, mas seu tom transmitia determinada confiança vazia — O que pode me dizer, bela donzela, o que tem para oferecer que valha a vida do seu filho? Eu o trago com vida e você me da o equivalente em troca. Feito?

Johan tentava o máximo possível ser persuasivo com seu alvo, mesmo que houvesse um vazio em sua voz. As palavras de confiança eram envoltas em gélido metal, tão pesaroso e massivo, mas ainda assim, tão condutivo. O treinador, mesmo expressando palavras para tentar levar a melhor com alguma recompensa, ainda assim não estava se importando tanto assim com valores. Precisava se ocupar, então faria até mesmo uma promoção para aquela moça. Ela parece ter dinheiro, tendo o filho raptado dessa maneira... provavelmente um grupo de pessoas, querendo levar a melhor com um golpe de sequestro. Se Johan simplesmente conseguisse pegar um pedaço do que queriam para si próprio, já estaria de bom tamanho. Mas precisava, acima de tudo, de algo para ocupar sua perturbada mente. Conturbada como era, ao menos conseguiria focar em algum trabalho.

Se, no entanto, a mulher se negasse a fazer um trato ou não estivesse disposta a pagar determinada quantia "simbólica" para Johan, o mesmo nada teria a tratar com ela. Preferiria continuar com seus próprios pensamentos pesarosos e sórdidos do que ajudar um indivíduo fraco que havia tropeçado em seus próprios erros, em seus próprios resquícios de fraqueza. Não era como se todos fossem perfeitos, ou mesmo que Johan pudesse ser. Contudo, acreditava que erros gerados por mera falta de atenção e fraqueza determinada pela estupidez e mérito próprio já não precisavam de mais nada, poderiam se afundar em sua própria imundice. E não iria pegar as dores de um indivíduo deste calibre sem que ele próprio ganhasse alguma coisa com isso. Era assim que funcionavam as coisas na sociedade. Sem valor, sem reza. E não havia motivos para Johan não aproveitar tal situação, ainda mais por saber lidar desde cedo com este tipo de trabalho.

Só não estava tão acostumado com resgates... em sua época, eram trabalhos mais sujos. Que boas novas pareciam aquelas. Estava agora ocupado, a adrenalina já começava a entrar novamente em seu corpo. Sim, era realmente daquilo que precisava. Mesmo com o pesaroso tumor que rondava seu inconsciente, agora poderia ignorá-lo, ocupando-se com algo. Agora, finalmente, poderia dar alguma razão, algum propósito. Contudo, não é como se tivesse. O sentimento continuava ali... esperando. Johan estava preparado para o que quer que viesse ao seu encalço. Não se importava se teria que trazer um pirralho pra um burguesa desolada ou mesmo se tivesse que eliminar algum alvo... faria de tudo para continuar subindo. Mesmo que as pessoas fossem os degraus.


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Slateport - Johan



A mulher cessa um pouco o copioso choro. Porém sem mudar sequer um pouco o semblante. Neste momento, após a oferta de Johan, apenas o vento que passava na rua sibilava entre janelas e madeiras corroídas pelo tempo. Mas aos poucos, as tonalidades da violência retornavam. Não que houvessem claramente uma guerra ali, mas algumas discussões e sons de objetos trincando ao chão eram perceptíveis bem ao longe.

— Já me fizeram essa oferta... Já o fizeram inúmeras vezes... Mas quando sabem com quem estão lidando... Todos recuam... Já gastei toda minha fortuna em serviços para isso, sempre mal executados... - Disse com um olhar furioso ao chão, porém sua voz era de desapontamento. Seu corpo e sua fisionomia não permitiam quem fizesse justiça por suas próprias mãos. E se fizesse, talvez tomasse um rumo pior que o de seu filho. - Não sei onde ele está agora... Não tenho certeza se está vivo... Sinta-se a vontade para investigar. Tudo que eu tenho é essa pequena quantia... - Mostrou cerca de 250 PK$. - Mais alguns itens que acompanho comigo. - Revelou junto pequenos blocos coloridos, que eram aceitos como moeda de troca em muitos locais. - E também... Está na hora de eu fazer alguma coisa... - Levantou-se com um aspecto sombrio, cerrando os punhos de suas luvas que antes, de um branco quase fluorescente, agora acinzentado pela sujeira do chão em que esfregava.

A nobre dama agora possuía uma alma sombria. Sua pele era jovial, era impossível precisar a idade, mas deduzindo, na casa dos trinta seria um bom elogio.

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Hell Kaiser


A dama estirada à frente de Johan parecia ter forças o suficiente para ouvir a graciosa misericórdia provinda do treinador. Ela cessa suas lamúrias, apenas suspiros e choramingos sendo audíveis, até o momento em que, ao fundo, o treinador ouve os metálicos sons da noite urbana. Alguns barulhos ali, não pareciam serenos, mas ao longe, eram tão leves... Johan se distraía vendo aquela mulher balbuciar algumas coisa sobre pessoas tentando e coisas do gênero, lamentando as situações e qualquer que fosse a história. Parecia até mesmo algo ensaiado, ou ao menos Johan parecia ver como isso. Aquela velha história do sequestro, contratam alguém pra um resgate, fingem tudo e depois dão outro golpe. O inóspito treinador, observando os movimentos daquela mulher, que agora estava de pé, só conseguia pensar em como ela ainda continuava com aquilo tudo. Ainda não havia descartado a possibilidade de ser verdade sobre não ter conseguido salvar e muitos idiotas terem se ferrado com a situação, mas ainda assim, as atitudes eram um tanto quanto suspeitas.

Além disso, parecia tão nobre e delicada estirada ao chão, mas assim que se levantara, revelara apenas um semblante inútil de raiva e desapontamento, reconhecendo a própria fraqueza. Tão fraca e desgostosa com a vida. Podre. Johan ficou ainda mais se perguntando se aquilo tudo era real quando viu a merreca que poderia ganhar para um resgate do filho de um contratante. Se estivesse falando a verdade, aquela mulher era tão fraca e podre que toda aquela história realmente faria sentido. Ou talvez fizesse bastante sentido que fosse apenas mais um meliante em roupas da burguesia querendo aplicar um golpe. Já era complicado, no inconsciente de Johan, formular bons pensamentos e ter um fluxo mental saudável, e aquilo não parecia ajudar muito. Uma paranoia fazia fundo às análises de Johan, embora o mesmo ignorasse tal adendo, distraindo-se com o dilema que presenciava. Era verdade que pouco se importava com o que ganhasse, contanto que ganhasse algo em troca, mas isso não significava que algum determinado valor não pudesse ser, de algum forma, suspeito ou mesmo falso. Além disso, dadas as circunstâncias, não fazia muito sentido uma nobre dama estar jogada no meio de um comércio abandonado. Além disso, ela parecia emanar uma aura sombria, uma presença tão pesarosa que fez o treinador ficar em posição de guarda, embora ele não tivesse esperanças que algo realmente interessante fosse acontecer.

Diga-me, milady, não me importo com valores, preciso saber a identidade da pessoa ou grupo que fez isso e qualquer outra informação que possa auxiliar com a busca, desde possível localização até última pista de onde estiveram, além de local do ocorrido, seja o tempo que passou desde o ocorrido. — Começaria o treinador, com expressão e tons sérios, e logo em seguida curvaria a cabeça para a esquerda, afim de observar melhor a mulher que se postava em sua frente — Inclusive, isso é uma emboscada? Não precisa perder seu tempo, diga logo o que você quer. E se for pra realmente pegar essa pirralho, eu espero que tenha uma recompensa a mais.

Johan tentaria fazer uma certa pressão no ambiente, dada a presença nociva que aquela mulher fazia no local. Não se importaria se realmente tivesse que procurar um pirralho qualquer ou coisa do tipo, e, mesmo notando que talvez ele não voltasse vivo por conta daquela merreca que poderia receber, ainda assim era algo a se considerar. Contudo, caso esta mulher seja apenas uma meretriz e trombadinha querendo aplicar um golpe num otário qualquer, o treinador já estava preparado. Segurava gentilmente a Poké Ball de Gastly, afim de utilizá-lo como um coringa na situação que viesse a ocorrer. Estava preparado para sacá-lo a qualquer momento, tudo dependeria apenas da movimentação do indivíduo com o qual o deturpado protagonista interagia. Ainda tinha suas dúvidas, e os pensamentos voltavam aos flashes.


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Slateport - Johan



A mulher olhava com um certo ódio para Johan, não pela presença dele, mas pela insinuação. Na cabeça dela, já tinha sofrimento o suficiente. E em seu olhar, parecia estar disposta a dar a vida para recuperar seu filho com vida, ou somente seu corpo inanimado. Mas na luz do luar apenas mantinha-se calma.

— Você costuma fazer tantas teorias da conspiração? - Respondeu em um tom sério enquanto batia na sua roupa para retirar os excessos de detritos do chão. - Eu não tenho muito a te oferecer. Somente o que te indiquei. Mas, se talvez te sirva como inspiração e motivação a me ajudar... Um dos capangas mencionou sobre a captura de um Pokémon lendário que estaria ali por perto. - Novamente, parecia mudar a personalidade. Sua maquiagem estava um pouco borrada, e saindo da escuridão e indo para próximo de um poste com uma fraca luz, era possível notar a beleza e encantos da mulher. Assim como sua postura, fina e formidável. - Caso queira me acompanhar, eu preciso, no mínimo, encher um dos capangas de porrada até minha mão quase cair. - Disse em um tom modesto, com que as frases de violência não combinavam. Logo depois, partiu em direção à próximo do porto da cidade.

Obviamente aquela mulher estava com a ideia fixa de justiça, que lhe cegava tanto, que fazia a mesma acreditar na hipótese de sequer conseguir dali sem ser no mínimo assediada, e que conseguiria vencer quem estivesse em seu caminho. Johan teria que tomar sua atitude logo. Acompanhar, ou deixar.

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Hell Kaiser


A mulher parecia estar com tanto asco de Johan quanto haveria de ter dos raptores de seu filho. Parecia não acreditar nas palavras do treinador, e este parecia pouco se importar se um corpo seco e sem vontade nenhuma estava ou não prostrado ali, espero o ar da graça de alguém que poderia solucionar todos os problemas da vida. Que tola. Mas parecia que não era realmente uma emboscada, e sim um trabalho de verdade. Mesmo que o pagamento da mulher não fosse algo próximo de um pagamento de verdade, ela até mesmo parecia disposta a ajudar. O jovem agora se distraia mais com a situação que se encontrava do que com os pensamentos que haviam lhe invadido a mente, e espreitavam para atormentá-lo novamente. Agora, ocupado, tinha decisões a tomar e raciocínios a serem pensados. Considerando que a mulher havia dito algo sobre capangas, estavam agindo em grupos, provavelmente preparados para algum tipo de investida. E Johan só conseguia pensar em como essa idiota estava querendo ir por conta própria até o local depois de dizer não ter forças e querer contratar uma pessoa como ele pra trazer de volta os restos de um casamento fracassado. A cada hora que se passa, a situação se parece mais ainda com uma piada.

Contudo, o treinador admirou a atitude da mulher em querer fazer justiça com as próprias mãos. Como não parecia ter aptidão para tal, e vendo melhor sua bela e frágil aparência em meio à iluminação decadente daquela rua, e considerando que iria receber ao menos um valor simbólico caso fizesse alguma coisa, resolveu que seria melhor que acompanhasse a mulher para onde quer que ela fosse, mesmo que aquilo tudo fosse ainda assim uma emboscada. Estaria ocupando seu corpo, sua mente, e seu tempo, mesmo que por algo tão estúpido e simplório como resgatar um pirralho qualquer. De qualquer maneira, tempo era o que Johan possuía em maior quantidade, e, considerando seu estado atual, não parecia que faria mal matar um pouco dele.

Já que resolve ir até lá, vou lhe acompanhar e dar um apoio moral, senhora. — Diria o treinador, em um tom levemente cínico — Vamos recuperar o que você quer, seja lá o que seja..

E, dito isso, não hesitaria em começar a seguir aquela mulher em direção ao porto, ou qualquer que seja o local onde ela estivesse levando o rapaz. Contudo, ele também não iria baixar sua guarda simplesmente por estar acompanhando uma donzela pobre e retardada que não tinha tantas condições assim de fazer muito pelos próprios objetivos. Restava apenas que o treinador, com sua falta de moral e necessidade de boas vontades, fizesse o que havia lhe sido solicitado. Mas não era como se este fosse seguir as regras à risca. Estava ele próprio se preparando, com a mão próxima das Balls para qualquer movimento inesperado...


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Slateport - Johan



Ela dava passos apressados, ao mesmo tempo que elegante. Décadas de livros na cabeça não fariam isso por qualquer uma. Se Johan fosse mais observador que avoado, veria que muitas de suas percepções foram mais preconceituosas do que uma dedutiva assertiva. Suas vestes ou modo de vestir-se indicava que não era uma pobre qualquer, e sim uma mulher de família no mínimo tradicional de costumes, que obviamente, teriam que ter um fundo maior que o que ele imaginava.

Seu modo de andar era claramente a constatação disso. Ninguém aprenderia a ter determinada elegância em qualquer vila, aliás, era trabalho de anos. E isso não reduziria, em hipótese alguma o casamento de mulher a um fracasso. Obviamente, a vontade, quase suicida, de recuperar aquilo que foi lhe roubado, não era simplesmente ou unicamente amor materno. E sim, o seu último bem. Provavelmente, a donzela era uma jovem viúva. E seu filho, muito mais que seu filho, o fruto de um amor inegável.

E é claro, deduzindo tudo isso, tola, aquela mulher não era. Apenas tinha os principios diferente à Johan, e claramente ela havia percebido todos os seus

— Você deve me achar uma tola. - Disse um poucos metros a frente, com a certeza de que o homem estaria apenas alguns centímetros atrás dela. - Na verdade, não costumo contratar homens do qual eu não conheça. - Aos poucos, os passos da mulher mudavam de ritmo, já chegavam a área portuária. - Mas acho que conheço você o suficiente... Pelas suas vestes e seu odor... - Pausou brevemente. - Você não é daqui, e digo, deste continente. Talvez tenha vindo pra Hoenn com os naufragados. Ou não. Deduzo que seja de Johto ou Kanto. - As caixas pareciam encobrir as ruas que se adentravam para o cais. - Você tem uma mania de superioridade, é perceptível pelo seu olhar de julgamento a tudo e todos. Você ainda está por aqui, numa cidade cheia de navios cargueiros e comerciantes... Um pouco, ou na verdade bastante sádico. E obcecado pelo poder. Se não, não estaria sozinho na pior área da cidade, onde somente delinquentes se atrevem a frequentar. Talvez te remeta algo ao passado? Não... Você parece que se desprende do seu passado. Embora, no fundo, talvez isso não seja mentira. Você as vezes tem algum momento de lucidez que mostra isso. Teve um passado minimamente comum, porém rebelou-se. - A mulher parecia ser tão fria quanto Johan em suas palavras. - E eu descobri isso só em segundos sem falar com você. - Disse encostando-se em um container por ali. - Sou Maryanne. Mais esperta do que você possa deduzir, por isso... Não tente nenhuma gracinha.

Querendo ele ou não, ela havia virado o jogo da discórdia. Talvez assim ela representasse um enigma a mais ou não para o jovem, no mínimo, ela era interessante.

— Alguns detetives que contratei me disseram que por aqui, é o local onde essa gangue está. Porém não sei por onde começar. Pode ter qualquer passagem secreta, pode ser em qualquer navio...

Johan teria alguma ideia?

Progresso referente à Johan Hyde :




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