#001 Primeiros Galopes

As duas garotas animadas conversavam para decidir por qual caminho seguiriam. Joelma parecia bastante animada para andar, mesmo se o sol aparecesse. Por outro lado, Illya parecia querer sair dali o mais rápido que pudesse, preferia não correr o risco de o sol aparecer e estragar o seu dia. A pequenina não gostou muito de ser contrariada, e logo estufou suas bochechas e acertou a perna direita da treinadora com seu topete macio. Não foi um golpe muito relevante, mas aquilo pareceu causar algum efeito, já que Illya se abaixou e pegou a pokémon no colo com um forte e carinhoso abraço.

Enquanto as duas estavam distraídas, algo estranho acontecia. Normalmente ali naquela rota as coisas eram bastante diferentes, o clima era sempre ensolarado e aconchegante e com um grande número de pokémon a andar por ali, mas naquele dia estava diferente. As nuvens que cobriam o sol naquela bela manhã não pareciam estar somente de passagem, pelo contrário, elas pareciam ávidas a se juntar em algum lugar ao norte dali. Era um fenômeno bastante estranho, as nuvens se acumulavam rapidamente ao redor de um monte que começava atrás das árvores, mas parecia que a jovem Illyasviel estava segura, já que o monte estava em uma rota diferente da que se encontrava no momento.

Enfim a dupla decidia para qual caminho seguiriam. Illya terminava de abraçar sua companheira, e observava as duas opções com bastante atenção. Depois de uma analise mais detalhada, ela decidia seguir sob a proteção das copas das árvores. Se por um acaso o sol resolvesse se revelar, elas estariam protegidas. Sendo assim, as duas se colocaram a caminhar para a trilha que seguia entre as árvores.

O caminho era estreito, um pouco escuro e bastante úmido. O som dos galhos se arrastando uns contra os outros, se misturava com o som dos pokémon que viviam ali. Joelma parecia um pouco seria com a primeira visão que tinha, ainda mais depois de sua treinadora dizer que poderiam aparecer fantasmas ali. A vegetação era de um verde intenso e belo, combinando perfeitamente com a outra parte da rota, em que tinha flores e um belo gramado verdejante.


Depois de darem alguns passos para o interior da trilha, as duas já se sentiam bastante à vontade. Joelma voltava a seu ritmo de sempre, saltando animadamente e trombando em outra bolinha rosa que surgia do nada como se sempre estivesse estado ali. Quando a Igglybuff de Illya percebia a nova companhia, ela rapidamente inflava e se pendurava na humana, a outra bolinha fazia a mesma coisa, apesar de não conseguir se inflar ela subia levemente como se fosse uma folha e se misturava aos volumosos cabelos rosados da garota gótica.


O novo pokémon começava a interagir com a dupla, como se já se conhecessem, sem um pingo de vergonha. O que a dupla faria diante da situação?

Illya e Joelma pareciam se divertir e apreciar o caminho escolhido. As duas seguiam vagarosamente em direção ao desconhecido, com intenção de chegarem ao Forina Valley. Com um leve receio de que pudesse cair uma chuva ali, mesmo não tendo nenhuma indicação disso, a treinadora resolvia procurar seu guarda-chuva em meio a seus pertences. Por fim, ela não o encontrou, mas aquilo não parecia impedir que elas continuassem.

O caminho parecia bastante tranquilo, e apesar da falta de sol ainda era bastante iluminado. Até que Joelma subiu nos ombros de Illya de supetão. A jovem tentou acalma-la enquanto via o que acontecia, e foi rapidamente surpreendida pelo movimento em seus cabelos. Quando percebeu, uma pequena criatura rosada admirava a macies de seus fios.

- Hoppippiiii! – A criatura pronunciava enquanto levitava ao redor da cabeça da garota. Illya aproveitava a oportunidade para pegar sua PokéDex e descobrir quem seria o pequenino. O aparelho apitava e em seguida mostrava as informações.

Hoppip, o pokémon algodoeiro.
O corpo desses pokémon é bastante leve, e por vezes costumam estar grudados no chão ou em outros de sua espécie, para que não saiam voando levados pelo vento. Hoppip são geralmente encontrados flutuando por aí, e adoram sentir a leve brisa da manhã em suas folhas.

Hoppip parecia feliz em ouvir o que o aparelho tinha a dizer sobre ele, e sorria e se esfregava contra Illya. Agora no chão, o selvagem balançava sua cabeça positivamente indicando que Illya estava certa em sua pergunta. Joelma descia dos ombros da treinadora e seguia em direção ao pokémon recém conhecido, mas ainda estava com um pé atrás com a situação. A pequenina se aproximava do outro, e os dois começavam a conversar. Foi questão de segundos, e os dois já estavam íntimos como se se conhecessem a anos. Eles davam as mãos e começavam a rodar em uma cirandinha de fofura.

Assim que os amigos terminaram de girar e cantarolar, Hoppip ficou um pouco mais calmo e chamou Illya e Joelma para que o seguissem. Ele saltou na direção das árvores, saindo da trilha principal do trajeto, e balançou suas patinhas as chamando. Joelma prontamente atendeu o pedido, indo na direção no novo amigo, mas ainda assim precisava esperar sua treinadora. Ela olhou para trás e fez o mesmo que Hoppip.

As duas acabavam encontrando uma figurinha bastante simpática, mas ele as chamava para deixar a trilha e seguir para algum lugar no meio da mata. Agora Illya era quem decidiria se ficariam na trilha ou se se aventurariam na mata com o novo amigo.

Depois de receber o inesperado convite para se desviar de seu caminho, Illya decidia aceitar. Parecia ser uma boa ideia fortalecer a amizade de Joelma com o novo pokémon, e assim poder usar o vinculo para capturar seu primeiro pokémon depois de sua inicial. Sendo assim, ela confirmou o pedido e pegou sua parceira no colo para evitar qualquer acidente naquele terreno irregular.

O trio seguiu em direção ao sul da trilha, andando entre as raízes e a vegetação alta que começava a cobrir todo o solo do bosque. Hoppip seguia à frente e levitava toda vez que uma brisa soprava. O guia parecia se divertir e fazia sempre questão de olhar para ver se ainda estava sendo seguido. À medida que andavam para mais a fundo na mata, as nuvens de tempestade ficavam mais distantes. Depois de alguns minutos de caminhada, o céu já parecia até bem mais limpo, trazendo um pouco mais de luz ao interior das árvores.

As duas perceberam que tinham chegado a seu destino, quando Hoppip parou ao lado de uma grande árvore de tronco bastante velho. O tronco estava coberto de musgo e alguns pequenos cogumelos. Um grande buraco no tronco dava passagem para seu interior, apesar de não ser suficiente para que a humana entrasse. Hoppip parou ali na porta e começou a dizer alguma coisa incompreensível para Illya, mas que Joelma pareceu compreender perfeitamente o que a fez saltar e entrar no buraco.

Segundos depois, a pequena cantora retornou com um grande sorriso em seu rostinho e uma Oran Berry em sua patinha. Ela ofereceu afruta para sua treinadora e fez um sinal indicando que tinha mais lá dentro. Hoppip olhava ao redor de forma bastante estranha, mas nunca deixava de sorrir calorosamente para a dupla. O que será que estava acontecendo ali? Talvez o pequeno desconhecido estava apenas querendo compartilhar sua comida, ou talvez fosse outra coisa?

Depois de receber a fruta que Joelma lhe trazia de dentro do buraco, a treinadora se animou bastante só de pensar que poderia haver mais ali dentro. Sua pokémon também parecia bastante animada com a situação, e pensava ter feito um ótimo amigo. Porém, quando Illya questionou Hoppip sobre a propriedade das frutas, ele apenas sorriu, sem confirmar ou negar a pergunta. Como ela estava muito animada com aquilo, acabou entendendo que o sorriso era um lindo e belo “sim”, mas quando voltou-se para o buraco, Hoppip voltou a olhar ao redor com uma expressão ainda mais estranha, tão estranha que parecia até desesperada.

A garota começou a procurar uma forma de vasculhar o buraco da árvore logo depois de guardar a primeira Oran Berry em sua mochila, e apesar de não caber seu corpo dentro, descobriu que seus braços poderiam fazer o trabalho perfeitamente. Ela se acomodou no tronco de forma que pudesse esticar um de seus braços para dentro do buraco e distraída com o novo trabalho, começou a tatear o interior do tronco até o fundo.

Do lado de fora, Joelma acabava percebendo a expressão desesperada de Hoppip, mas o outro logo tentou disfarçar dizendo alguma coisa que a inocente Igglybuff pareceu acreditar instantaneamente. Enquanto isso, Illya continuava tateando o interior do buraco, até que encontrava algo bastante duro. Parecia haver ali umas quatro Oran Berry, mas duas delas pareciam maiores, o dobro do tamanho de uma normal.

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