#001 Primeiros Galopes

A jovem e seus pokémon se assustavam um pouco por causa do grande numero de selvagens que apareciam ao seu redor. Mas o que eles não sabiam, é que ainda havia mais pokémon escondidos ali, mas ainda não queriam se revelar. Illya rapidamente pensou em um plano para cativar aqueles humildes habitantes da floresta, e logo começou um novo belo discurso. Ela parecia gostar bastante de fazer isso.

Assim que começou a falar, alguns Wurmple desceram das árvores e se juntaram aos Oddish no gramado. Dois Oddish se desenterraram para saber o que acontecia, enquanto um Taillow plainava para um galho bem acima da cabeça da treinadora. Tudo parecia bastante tranquilo até então.

Pensando em deixar as coisas ainda mais agradáveis, e talvez atrair um dos pokémon ali presentes para que aceitasse segui-la por livre vontade, a garota decidiu fazer uma pequena e bela apresentação. Depois de colocar seus companheiros no chão, ela lhes deus algumas instruções e começou a se preparar para sua apresentação. Ximbinha começava a girar as folhas de sua cabeça, para se equilibrar entre as brisas e manter um voo constante. Joelma se acomodava ali no gramado mesmo enquanto aquecia suas cordas vocais. Por fim, Illya ajeitava seu vestido de cosplay, e começava a dançar delicadamente.

Era como uma apresentação de balé ao ar livre. Com bastante delicadeza, Hoppip liberava aos poucos um aroma adocicado no ar, se segurando o bastante para que o vento não acertasse nenhum dos espectadores. Igglybuff escolhia as notas certas para que não fizesse ninguém adormecer ali, e cantarolava um linda melodia, tão doce quanto o aroma de seu parceiro. A garota seguia seus paços de um lado para o outro, seguindo o ritmo da musica de sua pokémon principal. Elas pareciam bem acostumadas em fazer aquele tipo de apresentação, e Ximbinha parecia estar se entrosando bem com elas.

Depois de algum tempo que a apresentação tinha se iniciado, a jovem finalmente percebeu que uma plateia maior havia se formado ali. Todos os pokémon se acomodavam no gramado da clareira, e eram tantos que nem dava para contar em meio a dança. Se o aparelho ainda estivesse ligado, ela teria sua apresentação interrompida pelo grande numero de informações que seriam ditas pela voz robótica.



A maioria dançava e aproveitava a música, exceto um deles, que se mantinha mais afastado e parecia um pouco incomodado. Dentre os que aproveitavam a musica e a dança, Illya poderia conseguir facilmente que eles a seguissem, mas o outro não parecia tão aberto às possibilidades.

Depois de dar uma pausa em sua apresentação, Illya finalmente percebia a presença do Combee ao fundo. Ele não se aproximava do restante dos pokémon, e não parecia estar curtindo muito a apresentação. Como se não quisesse nada, a jovem se dirigiu até ele, se despistando enquanto olhava para longe fingindo procurar alguma coisa. Assim que estava próxima o bastante, fingiu surpresa com a presença da criatura, que quase se assustou com o olhar dela.

Depois de tentar uma rápida interação com o pokémon, ela pegou uma das berries furtadas dos Seedot, a alguns minutos atrás, e ofereceu ao Combee. O pokémon se aproximou, cheirou a fruta e rapidamente se afastou com uma expressão de desgosto em cada um de seus rostinhos.

Enquanto a treinadora interagia com o único pokémon que lhe parecia chamar a atenção em meio aquele elevado numero de criaturas, seus pokémon interagiam com o restante do grupo. Joelma cantarolava alguma coisa juntos dos Taillow que tentavam imita-la, enquanto Ximbinha tentava pegar os Wurmple que rastejam cada um para uma direção e riam animadamente.

Como Illya estava bem próxima do Combee, ela pode ver que ele tinha alguns arranhões em seu corpo. Ele parecia cansado e tinha a aparência de um pokémon que tinha batalhado recentemente. Mas se ela parasse para pensar, ele não tinha cara de ter vencido. Um dos rostinho estava até com o olho fechado por causa de um pequeno ferimento. A garota observava aquilo e esperava a resposta do pokémon. Ele a observava e depois observava o restante do grande grupo. Ele se balançou para os lados e se afastou para trás de um árvore, apesar de não querer se juntar aos outros, ele parecia não querer ir embora.

Illya foi interrompida por Joelma, que gritava chamando sua atenção para lhe mostrar a nova musica que compunha com a ajuda dos Taillow. Ximbinha também parecia bastante interessado em ouvir. O que a garota decidiria fazer?

Depois de perceber que Combee talvez precisasse de cuidados, a treinadora começou a insistir para que o mesmo comece a fruta. A Oran Berry que ela segurava, tinha propriedades curativas que poderiam ajudar o pokémon ferido a se recuperar totalmente. Mas parecia que Combee ainda não acreditava totalmente na humana, mesmo com Joelma tentando ajudar a convencer o inseto, ele ainda se afastava um pouco mais, sempre olhando para Illya.

Os pokémon da clareira começaram a se dispersar um pouco das brincadeiras, e pareciam prestar atenção no que acontecia ali ao fundo. No fim, todos estavam olhando para Combee, e o fazendo ficar ainda mais acuado. Não era a intenção da garota chamar tanta atenção para o visitante, mas acabou acontecendo por causa de sua insistência em oferece-lo a fruta. Mas aquela situação estava prestes a acabar.

- Combee! – Uma voz berrou a certa distância dali. - Onde você está fofinho! – Parecia ser a voz de uma mulher.

Ao ouvirem aquilo, os pokémon da clareira começaram a se agitar um pouco. Já não era comum um humano por ali, quem diria dois. As coisas estavam ficando bem estranhas para eles. Os Beautifly e Dustox rapidamente começaram a se afastar voando para o topo das árvores. Os Silcoon e Cascoon voltavam a se grudar nas árvores para se disfarçarem. Os outros ainda pareciam bastante interessados para se afastarem naquele momento, mas os Wurmple ficavam um pouco mais apreensivos. Os insetos eram sempre os primeiros a fugir.

- Estamos sentindo seu cheirinho doce... Não adianta ficar se escondendo! – A voz novamente, mas dessa vez mais perto.

Combee se encolhia contra o tronco da árvore a qual usava de esconderijo, mas aquilo não parecia suficiente. Lagrimas começavam a deslizar de todos os seus olhinhos, e ele tremia feito um Snorunt. Quem seria a mulher que o procurava, e por que ele tinha tanto medo? Era a chance de Illya descobrir o que estava acontecendo com aquela pobre criatura. Joelma tentava acalma-lo com uma musica calma, mas aquilo acabou chamando a atenção da mulher que se aproximava cada vez mais. - Ué!? Que música é essa? Será que vem de onde Combee está? Então vamos lá!

Depois de ouvir a voz que procurava o pokémon de seu interesse, Illya tentava pensar em uma forma de ajudar o inseto a se livrar de sua caçadora. Pelo espanto que o pokémon sentia só de ouvir a voz que o chamava, ficava nítido de que essa pessoa era a responsável pelos mal tratos contra ele. A jovem percebeu que até mesmo os outros pokémon parecia se assustar com o que estava por vir.

Assim que decidiu ajudar Combee a se esconder da mulher que estava prestes a encontra-los, a treinadora começou a passar instruções aos outros pokémon. Os selvagens deveriam se esconder, enquanto Hoppip e Igglybuff a ajudariam a se livrar da caçadora. Porém, ela acabou tomando uma atitude que Combee acabou não gostando. Assim que terminou de instruir os outros, sem ao menos dizer nada com a abelha, ela o pegou e o colocou em um esconderijo melhor. O problema era que o inseto nem queria se aproximar muito dela, e aquilo o fez entrar em pânico e soltar um grito alto.

- Você está ai! – Dizia a voz novamente, mas dessa vez estava bem próxima. Ao olhar para trás, Illya poderia ver a mulher de vestes brancas, parada atrás dela a uma distancia de aproximadamente cinco metros. Joelma acabou se assustando com o tom de voz usado pela mulher que tinha sido guiada até ali pelo grito do pokémon.


- Obrigado por guardar esse Combee pra mim, mas agora pode deixar que já estamos aqui para cuidar dele. – Ela encarava Illya com uma expressão de satisfação estranha no rosto. - Meu Heatmor adora comer esses insetos docinhos... Muito melhores do que aqueles Durant amargos. Não é bebê? – Ela disse olhando para o lado onde havia um pokémon quase da mesma altura dela, com uma grande língua de fogo saindo do pequeno orifício na ponta de seu rosto.


Os dois estranhos não pareciam nada sociáveis, e nem pareciam ser muito compreensíveis. Talvez Illya precisasse pensar em uma forma de resolver aquilo sem ter de lutar, ou poderia estar em sérios problemas.

Pensando em uma forma de se livrar da treinadora do Heatmor, Illya pensava rapidamente em o que parecia para ela, ser um bom plano. A jovem rapidamente se posicionou de forma bastante casual, para não parecer desesperada, e começou a contar sua mentira. A outra apenas a observava com a mesma expressão a qual tinha iniciado a conversa. Assim que Illya terminava de falar o que queria que a outra acreditasse, a estranha apenas cruzou os braços e sorriu animada.

- Heatmor, bebê. Tá vendo isso? Ela se preocupa muito com o seu bem estar. – Era nitidamente um tom de ironia que levava as palavras até os ouvidos da gótica. - Ela deve estar achando que somos trouxas. – Ela dizia descruzando os braços e dando uma leve gargalhada. - Coleguinha, o que acha que aconteceu com o restante da família desse Combee bobão aí? Heatmor comeu todos. Ele adora esses insetos docinhos. Adora tanto, que acaba não ficando satisfeito em comer apenas um deles, por isso temos que encontrar uma colmeia para ele poder comer todos e se satisfazer. – Ela dizia gesticulando desaforadamente. - Mas tenho uma proposta para você. Uma coisa que Heatmor gosta mais do que comer, é batalhar. Tô vendo que você tem pelo menos dois pokémon aí com você. Então vamos fazer o seguinte. – Ela dizia enquanto passava a mão na cabeça de seu pokémon, fazendo com que ele ficasse menos eufórico e apagasse suas chamas. - Como seus pokémon parecem bastante fracos, tenho certeza que nunca me venceria em uma batalha. Mas como sou boazinha, vamos fazer diferente. Você vai batalhar comigo, pode vir com tudo de uma vez se quiser, mas você terá que durar pelo menos cinco turnos contra meu Heatmor. Se perder antes disso eu fico com o Combee, mas se conseguir sobreviver, você pode ficar com ele. E como sou boazinha, se por um acaso você conseguir me vencer a qualquer momento, te dou um prêmio surpresa. – Ela terminava de falar e encarava Illya com uma expressão mais seria no rosto. - O que me diz?

A tentativa de proteger o inseto, não tinha saído com a garota esperava, mas por incrível que parecesse, sua tentativa de enganar a outra acabou lhe dando uma chance de conseguir proteger o inseto. Combee parecia um pouco mais calmo, e parecia até começar a simpatizar com a humana que tentava ajuda-lo. Os outros pokémon que antes estavam ali, agora observavam tudo de cima das árvores, de menos um pequeno Taillow que estava muito curioso com o que iria acontecer, e permanecia ali no chão observando. Agora a garota tinha que decidir se aceitaria ou não a proposta da estranha.