Bastardos Inglórios

Obstinação de Granito

Depois de uma rápida interação com um Meltan bem diferente do normal, Will e Beverly resolveram deixar o pequeno para trás, seguindo seu rumo em direção a uma saída daquele lugar para finalmente alcançarem seus objetivos. A menina ainda virou-se para trás, enquanto seguia o Carateca e resolveu dar um "adeus" mais carinhoso ao pequeno antes de partir de vez – Adeus amiguinho, espero que encontrei seus amigos! Foi muito legal ter encontrado você! – Disse Beverly, sorrindo e acenando bem rápido. Surpreendentemente, o pequeno Meltan pareceu entender perfeitamente suas palavras e acenou também com uma das pequenas mãoszinhas, fazendo seu corpo meio líquido agitar-se como gelatina, conforme ia ficando para trás, sozinho no escuro.

Em poucos segundos o grupo deixou aquela região aparentemente mais perigosa e alcançou uma região mais escura e profunda do local, contornando o que deveria ser a parte debaixo do ninho de Makuhitas. O trajeto havia sido fácil, pois grande parte da água que alagava o local escorreu pelo buraco em que Beverly quase caiu. – Que estranho... A gente está andando bastante, né? – Questionou a garota, em um tom de quem está cansada de andar, mas não quer dizer claramente isso. Will podia ouvir perfeitamente a garota falar, por causa da acústica daquele lugar, mas em meio às suas palavras, um som atrapalhava um pouco suas falas e soava como uma panela de pressão em meio ao cozimento. Ou ao som de um velho trem liberando fumaça antes de sair da estação. Este som ficava cada vez mais alto, até que todos puderam ver e entender do que se tratava: Gêiseres.

– Que lindo! Eu nem sabia que isso estava aqui! – Dizia Beverly, encantada. Diante do grupo haviam alguns gêiseres. Uns mais fortes e outros mais fracos, que mal alcançavam o teto e apenas espirravam muita água ao redor. Em meio a eles, um chamava a atenção por seu calibre e potência, gerando uma forte corrente de água que atravessava um buraco no teto e continuava subindo por alguns segundos até desfazer-se em gotículas no ar. Curiosamente a água não parecia estar muito quente, como seria comum nesses casos, talvez por ter se esfriado desde o seu ponto de origem, nas profundezas da caverna. Sera que o Carateca e seu grupo conseguiriam usar isso a seu favor? Mas como exatamente? O que Will faria diante disso tudo? ◄

Obstinação de Granito

Por um instante Will acreditou que seria uma boa ideia utilizar os gêiseres para subir até o andar superior e encontrar o tão sonhado ninho de Makuhitas, mas tão rápido quanto a ideia chegou, ela partiu. Afinal, era impossível saber o que os aguardava no final do buraco naquele teto. Sendo assim, mesmo que isso colocasse em risco a chance de achar o tão procurado Pokémon, o Carateca resolveu seguir em frente pelo desconhecido da caverna e assim o fez. O grupo passou a caminhar novamente, ouvindo o som de jatos d'água diminuírem a cada novo passo. Em pouco tempo o chão reto e enlameado foi dando lugar a um solo mais seco e íngreme, mas era como se eles andassem em círculos, pois a "paisagem" mantinha-se sempre a mesma.

– Eu não me importaria de subir naquele jatão de água, deve ser que nem Parque Aquático! – Dizia Beverly em seus pensamentos recheados de criatividade, enquanto caminhava um pouco mais atrás de Will. Ela mantinha as mãos atrás da cabeça, apoiando a própria em seus braços e seguia com um sorriso no rosto, entre risadinhas bastante infantis e inocentes. Já Will, muito provavelmente mantinha-se focado no trajeto, já bastante cansado da aventura e almejando o tão sonhado descanso. Entretanto, parecia que a saída e a cama do Centro Pokémon ficariam para depois, pois estranhamente a dupla havia chegado num lugar completamente diferente, possivelmente depois de subirem uma "rampa" interna que os levou ao andar superior. Era o Ninho de Makuhitas!

O local todo parecia um grande ginásio de treinamento. Haviam rochas de diversos formatos, todos parecendo ter sido esculpidos na porrada pelos próprios Pokémon. Elas formavam obstáculos para treinamento, alvos para treinar golpes, camas, escorregas para os Makuhita mais novos, ou seja, tudo o que era imaginável. Entre esses objetos rochosos, uma infinidade de Pokémon amarelos em uma grande liberdade, era como um Safari de Lutadores. Entretanto, não havia sinal de Hariyamas por perto, o que indicava que este local deveria ser um ponto exclusivo para os Makuhita treinarem e crescerem, antes de se aventurarem pela caverna na forma evoluída. Eles lutavam entre si ferozmente, com tapas e empurrões, como uma luta de sumô onde haviam até marcações primitivas no chão feitas pelas próprias criaturinhas, como um ringue de verdade.

Além dos Pokémon Lutadores, também havia uma daquelas máquinas estranhas que Will já achou em vários pontos da Granite Cave. Ela estava completamente arruinada, possivelmente pelo conjunto de golpes dos Pokémon, o que era um alívio. Entretanto, no mesmo lugar das anteriores, havia um brilho azul que era emanado fracamente dela e poderia ser causado por um Blue Shard ainda encaixado no mecanismo. Agora o Carateca precisaria resolver o que fazer, pois se os Makuhita notassem sua presença e a de Beverly como muito ameaçadoras, poderiam fugir ou simplesmente atacar em bando e nenhuma dessas opções eram boas para eles. Como Will lidaria com toda essa situação? ◄

Obstinação de Granito

Will e Beverly estavam muito perto de finalmente deixar a Granite Cave e aparentemente, se dependesse do rapaz ele nunca mais voltaria naquele lugar que lhe trouxe tanta dor de cabeça, pelo menos não tão cedo. O Carateca resolveu agir com calma agora, talvez por estar tão perto de sair e não querer colocar tudo a perder, Sendo assim, antes de interagir com os Makuhita, perguntou por onde Beverly havia vindo, se é que a garotinha lembrava depois de tantas emoções. Ela se surpreendeu com a pergunta e arregalou os olhos. Com bastante seriedade começou a olhar ao redor até notar uma fresta entre as rochas num canto da caverna espaçosa – Ali! Eu me esgueirei por entre aquelas duas rochas, primeiro engatinhando e depois de lado e consegui passar, mas acho que você não deve conseguir passar com tanta facilidade... – Dizia Beverly um pouco sentida com isso – Mas deve ter outra saída! Tenho certeza que sim! – Completou ela, mais positiva do que antes.

Independente da situação, esse seria um caso a se ver depois, já que haviam coisas mais interessantes por ali. Uma delas era a máquina que certamente abrigava um Blue Shard e é claro, os Makuhita. Will aproximou-se com Samurott ao seu lado, deixando Beverly um pouco para trás. Para demonstrar calma, ergueu as mãos em sinal de paz e conversou com os Pokémon amarelados, perguntando se ele poderia batalhar contra as criaturas, de preferência com o mais forte deles. Em um primeiro instante, os Pokémon simplesmente assustaram-se com a voz do rapaz surgindo do nada, mas assim que o notaram pareciam estar de acordo com a aproximação, sendo mais curiosos que agressivos.

A falta de uma reação imediata ao seu desafio podia até fazer o rapaz pensar que não haviam entendido seu pedido, mas antes que Will pensasse em repetir tudo o que falou, os Makuhita simplesmente entreolharam-se e falaram uns com os outros. Por fim, do meio de todas aquelas criaturas, uma bem maior do que as outras se destacou. Ele levantava um pedregulho pelo menos três vezes maior do que ele, lá no canto escuro daquele "ginásio improvisado". Quando notou que todos o observavam, o Pokémon soltou a rocha fazendo um grande estrondo e limpou as mãos, aproximando-se do Carateca. Seus companheiros de espécie simplesmente deram espaço, evitando assim qualquer conflito. Se Will prestasse bastante atenção no Pokémon, notaria que a criatura possuía uma pele grosseira, mais áspera do que a dos demais.

O Makuhita em questão tinha algumas cicatrizes, como se houvesse sido cortado na palma das mãos inúmeras vezes e isso gerou alguns calos. Ele emanava uma experiência diferenciada ao de seus colegas e pela forma que olhou para Will, demonstrava aceitar o desafio. Ele fazia gestos com as mãos, indicando uma mão fechada de um lado e outra mão fechada de outro. Talvez pedisse um combate 1x1? Em seguida ele apontou para o círculo riscado no chão de pedras, como se chamasse o treinador para a batalha lá. Antes que Will entendesse ou não o recado, o próprio Makuhita seguiu para lá e assumiu sua posição, esfregando areia nas mãos, fazendo poses dignas de sumô em uma posição que até lembrava o de sua evolução, o Hariyama. O que Will faria diante disso? ◄

Obstinação de Granito

O Pokémon selvagem ficou esperando a aproximação de Will até o círculo de combate, pacientemente. Assim que o treinador aproximou-se e fez uma reverência, o adversário lutador também replicou o movimento, colocando uma faixa preta ao redor da cintura em seguida. Parece que a criaturinha estava realmente preparada para um belo duelo e daria tudo de si! – Huuuul! Isso vai ser demais! Vaaaai Will! – Dizia Beverly, dando saltinhos e comemorando, enquanto sentava numa pedra esperando o desfecho daquele combate iminente. Os demais Makuhitas simplesmente assistiam sem muita emoção ainda, formando uma rodinha ao redor dos combatentes.

O Careteca então deixou Aquiles, seu Heracross, sair da esfera e assumir sua posição em campo. Quando tudo parecia ok, Will deu também uma ordem de combate, que seu Pokémon prontamente atendeu. Makuhita manteve-se concentrada, sem sair do lugar, apenas esperando a aproximação do inseto. Quando estava em uma distância segura para o lutador, ele esticou sua mão na direção da cabeça de Heracross, logo abaixo do chifre e aplicou um movimento preciso com a mão aberta, deixando Heracross completamente sem reação e hesitante, perdendo seu timing. Makuhita então recuou para o local de antes, ficando dessa vez na defensiva.

Heracross parecia perdido, mas agitou a cabeça e ergueu voo ao bater de suas asas, tomando altitude suficiente para descer com tudo seu pesado braço na direção do lutador amarelado. Como sabia que não teria velocidade suficiente para desviar e nem força suficiente para defender totalmente o impacto, o selvagem simplesmente tentou receber o golpe da melhor forma. O resultado foi o afundamento da criaturinha nas rochas que formavam o solo tamanho o impacto! As rachaduras da "arena" aumentaram e tomaram proporções de fissuras, por onde água em alta pressão saiu, afastando os dois combatentes. Era certamente os gêiseres vistos pelos treinadores anteriormente que agora acharam uma forma de subir até este andar.

Uma forte torrente subiu na direção dos dois Pokémon lutadores, que afastaram-se e passaram a não se ver mais. Heracross procurava pelo seu adversário, mas Makuhita aproveitou a distração para contornar o inseto e acertá-lo mais uma vez com a palma aberta, mas dessa vez em um ponto muito específico de seu corpo, abaixo das asas. Heracross não sentiu muita dor, mas sabia que algo de estranho aconteceu. Quando ele tentou se mover e se virar, acabou paralisado por uma forte corrente elétrica atravessando seu corpo. Ao que tudo indicava, o movimento certeiro da criaturinha acetou um ponto de pressão do adversário, paralisando-o. O Pokémon não era tão forte quanto Heracross, mas certamente era sagaz em combate. O que Will faria agora? ◄


Campo: Solo pedregoso, com algumas fissuras onde haviam rachaduras superficiais antes do golpe de Aquiles, por onde surge uma forte corrente de água sob alta pressão de tempos em tempos. Há uma marcação circular primitiva feita com alguma rocha afiada que demarca uma espécie de campo de combate de sumô, apesar de estar agora bastante destruída.

Obstinação de Granito

A batalha estava intensa demais, o que fez com que Will pedisse cautela ao seu companheiro, para não acabar destruindo todo o lugar com os golpes no chão um tanto frágil. O Carateca alterou sua estratégia agora que seu Pokémon estava paralisado, usando o movimento , que se beneficia desses estados desfavoráveis para lançar um poderoso ataque. Isto, combinado a habilidade do Pokémon faziam com que seu poder pudesse chegar às alturas, se conseguisse mover-se e atacar é claro. – Que loucura! Aquele Makuhita é bem forte! Mas você consegue Will e você também Heracross! – Comemorava a garota em meio aos demais Makuhitas que agora também pareciam torcer animados pelos seus favoritos.

Nessa nova rodada, apesar da paralisia, Heracross ainda era o mais rápido. Entretanto, ao tentar mover-se sentiu os efeitos do estado negativo e não saiu do lugar. Um prato cheio para o forte Makuhita, que ergueu o adversário pelas pernas e o lançou contra o chão, com força, mas não forte o suficiente para causar qualquer estrago ao ambiente. O lutador então esperou mais alguns segundos por qualquer ação do oponente, mas a paralisia ainda fazia seu efeito terrível, então mais uma vez o selvagem teve a liberdade de erguer Aquiles e arremessá-lo no solo. Diante disso, o que Will faria? Continuaria com a mesma estratégia ou tentaria algo novo? ◄


Campo: Solo pedregoso, com algumas fissuras onde haviam rachaduras superficiais antes do golpe de Aquiles, por onde surge uma forte corrente de água sob alta pressão de tempos em tempos. Há uma marcação circular primitiva feita com alguma rocha afiada que demarca uma espécie de campo de combate de sumô, apesar de estar agora bastante destruída.