19:35| 22oA garota pálida como a lua seguia pela rota, estava com pressa para chegar a seu destino..., todavia, ao avistar o velho, teve piedade do mesmo: ele poderia ter sido roubado ou algo do tipo. Apesar de achar também que poderia estar importunando o senhor, sua vontade de auxiliar foi mais forte. O velho, com grossas sobrancelhas brancas que tapavam quase todo seu olhar. As marcas da idade percorriam seu rosto, cheio de rugas. Trajava uma blusa azul-escuro simples e uma calça de couro marrom, além de chinelos de madeira. Ao seu lado havia uma mochila preta comum, junto de uma bengala.
O velho demorou um pouco para notar a garota, estava absorto em pensamentos, até que se espantou ao vê-la. A luz do poste fazia o rosto de Tábata parecer mais “assustador” do que já era – Nossa! Um fantasma! – O velho falava um pouco mais alto, tateando o poste para poder se manter de pé, pegando sua bengala e apontando para a garota... aparentemente não precisava dela para se locomover.
Depois de reparar bem, o homem via que não passava de uma garota e esbanjava um riso constrangido e envergonhado – Ora, perdoe-me jovem, sou velho e minha vista já não é essas coisas kiki. Por essas bandas perto do Mt. Pyre, nunca se pode ter certeza do que é real e fantasmagórico, não acha? Kikiki. Meu nome é Gennai, muito prazer. Se pudesse, gostaria de saber o seu também kikiki... independente disto, o que você estava dizendo mesmo? – Seu tom, passado o susto, era tranquilo e simples, uma aura de “vovô” irradiava dele.
Após a resposta da garota que queria saber se estava tudo bem, o semblante do velho ficava triste novamente – É.… eu estou triste sim garota. Eu estava indo até o Mt. Pyre, fazer minha visita anual até o túmulo de meus antepassados. Mas meu Pichu, um presente do meu neto para me acompanhar na viagem, adentrou este labirinto – apontando para a entrada das cercas de ferro – Eu tentei ir atrás dele, mas me perdi. O local parece meio abandonado, cheio de grama crescendo por todo o lado... não conseguir encontra-lo e quando começou a noite eu começava a ouvir barulhos estranhos do local e resolvi sair. Eu pensei que este fosse um labirinto para crianças e fácil de sair, mas passei horas no local sem saber para onde ir... então sabe como é, sou velho, não posso mais me aventurar assim pelos locais, quem tem cú, tem medo, já dizia o ditado – vendo que era um ditado “xulo”, logo se desculpou.
Sinto muita falta dele, sabe... eu nunca quis ter pokemons e quando meu neto me deu, aceitei so para fazê-lo feliz. Então, depois de um tempo de convivência, passei a ama-lo demais! Agora não vou a lugar nenhum sem ele! – O semblante do vovô mudava para um alegre novamente, falando de seu colega – Passamos por muita coisa e ele me ajuda muito no meu trabalho, aprendi a usá-lo para que pudéssemos fazer cada vez mais coisas juntos... e deu muito certo, até a clientela subiu kikiki. Mas então – voltando ao semblante abatido – Ele se perdeu, desde ontem e eu nunca consegui encontra-lo e ninguém quis me ajudar também ... – terminava a fala olhando fixamente para a garota.