004 - ME!
22:30| -02o
Tábata, antes de seguir adiante, pegava o estilhaço amarelo. É um item bem importante, quando consegue-se juntar uma boa quantidade, servindo para aprender poderosos golpes para seus pokemons por toda a Hoen, basta achar o local certo. A garota possuía já dois destes estilhaços, um consigo e outro engolido por Khaki... o passeio até agora estava sendo “produtivo”.
De volta a um caminho que poderia dar em algo e, torcia a garota, não acabasse achando um trajeto sem saída novamente, Tábata tinha que seguir colada à cerca, visto que sua única fonte de luz havia desaparecido, por enquanto. Seria bom a garota arranjar uma lanterna, afinal, queria ir para um Cemitério.... Normalmente são escuros demais. O labirinto estava servindo de aviso para a garota se preparar... ou será que não?
Enquanto percorria o novo caminho, a passos lentos, seguindo seu vagaroso pokemon, o grito de antes se materializou em um pedido de socorro nervosos e desesperado. Apesar de ter suas dúvidas quanto à veracidade daquilo, a garota seguia até onde a voz estava, juntamente com Khaki, e tentava acalmar a pessoa (ou não) por trás daquela voz, ratificando que iria ajudar.
Seguindo pelo caminho, com a dificuldade propiciada pela escuridão, ouve o cry de Khaki uma vez mais..., porém não consegue distinguir o que ele está querendo dizer. Passados poucos segundos, Tábata percebe que deveria ter sido um aviso. As duas pessoas se chocam, batendo cabeça e caem para trás, com uma vermelhidão nos locais do acidente. – Ai! O que está acontecendo?! – Coçando o local vermelho, ela observa Tábata e seu semblante muda, com um olhar desesperado, a menina, com as roupas todas sujas e rasgadas, parecendo que estava há dias ou mais no local, se aproxima da treinadora de fantasmas e começava a segura-la firmemente – Obrigado! Obrigado! – Seus olhos lacrimejam – Pensei que ia morrer aqui... essa “coisa” fica brincando com as pessoas até elas se entregarem para ele. Eu não quis! Sempre tive esperança que iria conseguir fugir! – Ela então começa a lacrimejar copiosamente
Quando ela se afasta de Tábata, levantando e erguendo a mão para ajudar a menina a levantar, a voz do medo, a voz do pavor, a voz do aviso voltava uma vez mais – Querida Lucy... porque foges tanto assim? Apenas quero lhe dar paz. Já sofrestes tanto na vida, venha comigo, venha ser parte do Paraíso. Prometo uma nova vida, sem dor, nem sofrimento... o mundo é um local cruel, não serve para pessoas de bom coração como você – ao contrário dos momentos com Tábata, raivosos e com tons de advertência, a voz parecia meiga e calma com “Lucy”, como se suplicasse sua aceitação.
A garota, virando-se e dando de costas para Tábata, gritando, respondia ao pedido da voz – NUNCA! ESTAR COM VOCÊ É A MORTE! PREFIRO SOFRER A MORRER! – Depois de gritar bastante, a garota estava agora mais cansada e ofegante que antes.
A voz ficou calada e a negativa de Lucy pareceu dar certo... até que ela voltou, agora séria e firme – Pobre passarinho... não sabe o que é melhor para você. Infelizmente, as vezes o livre-arbítrio nos deixa presos em um ciclo de dor e sofrimento... precisa-se de alguém para decidir por nós... – assim que a voz calou, um vulto pareceu percorrer a cerca e se aproximava rapidamente e, poucos segundos após a garota gritar, 5 “dedos” negros surgiam do chão, atravessando o corpo da menina, fazendo 5 buracos: 2 nos olhos, um na boca, 2 no tórax. Morte Instantânea. O sangue jorrava do corpo que pendia preso pelos dedos, imóvel.
Quando os dedos voltaram para as sombras e foram embora, o corpo da garota caiam no chão, em um estado horrendo e cercado por sangue...O que faria Tábata? Voltaria por onde veio, fugindo, ou seguiria até o fim deste local?