Missão do Professor Birch

Rotting Roots

Irritado por ter sido pego em uma armadilha meticulosamente planejada, o treinador apenas criava sentimentos ruins em relação ao culpado de tanto caos. Primeiro invadia Littleroot e a deixava a beira do colapso graças à desordem completa, depois fazia o seu Pokémon ficar agressivo o suficiente para perder a mente. Com certeza eram atitudes que não seriam fáceis de perdoar, se é que mereciam uma segunda chance.

Pior do que tudo isso foi se deparar com a tentativa frustrada de retornar o Charizard para a Pokéball, ele estava resistindo por conta do estado autodestrutivo. A rinoceronte foi chamada imediatamente para ajudar, mas se Gaulvi não estava conseguindo se comunicar com o dragão, quem ela era para surtir efeito?

Urrando o mais alto que conseguia, o Fire Type soprava as suas chamas para o alto, fazendo todos os Pokémon voadores das redondezas fugirem de imediato. Aquilo era apenas a prévia do que estava por vir. Apollo estava se voltando contra o próprio treinador por conta da influência de Mightyena e a única forma de colocar juízo de volta em si era o libertando da confusão... Felicia apreensivamente tomou a frente do seu mestre, aguardando ordens.


Campo: Becos de Littleroot. Caminhos diversos levam de volta para as ruas principais, as paredes estão pichadas com clássicas frases de revolta, algumas bem reflexivas, além de assinaturas estranhas e grafites amadores.

Rotting Roots

Enfrentar o seu próprio Pokémon trazia uma mistura nada agradável de sentimentos ao treinador, uma vez que o Fire Type era o seu inicial e rapidamente havia se consagrado como o parceiro de maior confiança entre os membros de toda a sua equipe. Infelizmente, Apollo não estava se recordando disso no momento, a fúria exalada em cada expiração, os sons emitidos por alguém em crise e o brilho de loucura em seus olhos transpareciam isso com muita clareza.

Ao ver Lef e Cristal o dragão esboçou uma expressão diferente, reconhecendo os dois por breves segundos, antes de voltar a rugir. O carvão que ele segurava começava a entrar em combustão, fortalecendo o movimento mais característico da sua espécie. Sem qualquer remorso, abriu a sua mandíbula e expurgou uma enorme quantidade de chamas do seu corpo. O alvo era o eeveelution, que mal sabia o que fazer para revidar, acabando por receber o golpe, deixando escapar um horroroso grito agoniante.

Entretanto, Leafeon ainda estava de pé e as ordens do seu treinador foram bem claras. Ignorou a dor latejante e a sensação de ardor para cantar uma melodia apaziguante, conseguindo, graças à muita concentração e uma ajudinha da sorte, adormecer o réptil colossal. Em seguida, a dracônica da água se enrolou em seu parceiro, antes de encara-lo com uma expressão intimidadora. Coube à rinoceronte a tarefa de abrir a boca do tipo fogo na marra, usando um poderoso soco para isso. Mesmo adormecido, o Charizard resistia a tentativa dócil de Felicia, então não teve outra opção. O moreno rapidamente enfiou a Lum Berry cortada em pedaços e pediu para a terrestre fazer o dragão engolir, o libertando tanto do sono quanto do estado descontrolado. Ao abrir os olhos, ele olhou para o trio, fadigado e sem nenhuma memória do que havia acontecido.


Campo: Becos de Littleroot. Caminhos diversos levam de volta para as ruas principais, as paredes estão pichadas com clássicas frases de revolta, algumas bem reflexivas, além de assinaturas estranhas e grafites amadores.  

Rotting Roots

Controlar o dragão acabava não sendo a tarefa mais complicada para o treinador, pelo menos alguma coisa positiva dentro da situação estressante. Isso não significava, entretanto, que não havia sido a mais desgastante emocionalmente, tanto que o quarteto estava com as emoções à flor da pele.

A primeira tentativa de ligação de Gaulvi acabava resultando em um fracasso completo, as linhas telefônicas da polícia local provavelmente estavam sobrecarregadas graças ao evento traumático. Já nas tentativas subsequentes, uma única atendente conseguiu ouvir o treinador, mas apenas disse a ele que aquela tarefa já havia sido aceita por uma sociedade qualquer, provavelmente se referindo à própria The Wolves. Para a sorte do jovem, com o professor as coisas fluíam de outra forma, mas também não era da maneira desejada pelo rapaz.

- Então você também o viu? – Sua voz não parecia revelar tanta surpresa, mas estava notavelmente curioso. – Por acaso, Naomi está o seguindo agora... Conseguiu ver alguma característica útil nele? Ela apenas me disse que uma roupa preta estava o ocultando. – O homem parou para escutar o moreno, antes de continuar com uma nova informação. – Não sei dizer precisamente em que lugar ela está, mas a localização que ela me enviou não está muito longe da sua... É do bairro vizinho, siga para fora dos becos até encontrar um restaurante e entre na rua sem saída... Foi a última coisa que ela fez, antes do sinal pegar interferência...

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- De nada. Tentarei te manter atualizado, quer dizer... Se essa maldita interferência não atrapalhar. – O professor disse, queixando-se de algumas picotadas que ocorreram na frase.

Depois de desligar a ligação o treinador seguiu o caminho descrito por Birch. Até então nada havia surgido para atrapalha-lo e o cenário batia com o mencionado anteriormente. Já na saída dos becos dava para ver um restaurante, ele tinha o símbolo de uma Flabébé sorrindo em cima de sua flor vermelha, duas vinhas formavam a inicial do estabelecimento.

O que era difícil de localizar era a tal rua sem saída mencionada pelo homem, pois havia um cruzamento ali e todas as estradas pareciam se interligar as outras. Não havia Pokémon nenhum para auxiliar Gaulvi em sua decisão, mas um sinal discreto acabou atraindo o seu olhar.

Diferente da pistola sinalizadora, esse parecia ter alguma credibilidade relevante. Era uma pequena placa em vermelho com os dizeres: “Atenção! Rua sem Saída.” Uma seta apontava para uma direção ainda não vista pelo moreno, indicando uma ruazinha aparentemente pacata e estreita. Até onde ela levaria? E porque ela foi usada como ponto de referência por Naomi?

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A tarefa de localizar a rua acabava sendo ligeiramente mais complicada do que parecia, mas não representou muito desafio ao jovem, já que era necessário apenas de um pouco de atenção para enxergar a placa. Entretanto, ele logo percebia que alguma coisa estava muito errada naquela localização. Não havia motivos aparentes para o suposto desaparecimento da loirinha, a não ser que o sinal naquele lugar fosse horrível.

Precavendo-se de outra emboscada, o rapaz libertava Navi e Vendome de suas respectivas Poké Balls. A dupla foi rapidamente instruída sobre como deveriam se comportar e o que deveriam fazer para ajudar. O louva-a-deus ainda estava irritado com a situação anterior, queria uma revanche contra a loba e pressentia que ela não estava muito longe. Por outro lado, o cavalheiro andava tranquilamente, sentindo as vibrações energéticas que considerava positivas. Tudo estava normal na ruazinha, apesar das marcas temporais em cada casa e elemento urbano ali presente.

Diferente do seu companheiro, Gallade conseguia sentir a presença de Naomi pelas redondezas, indicando o seu possível caminho para Gaulvi, mas ele logo era interrompido pelo Scyther. A sua pata falciforme esquerda apontava para o lado oposto, de onde tinha a certeza que Mightyena se esgueirava. Por qual das suas sugestões o moreno seguiria?