Pokémon Mythology RPG
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[Parents Meeting: Axégando na Onda do Bronzeado] – Sootopolis City –

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off :


Embora não soubesse ao certo desde quando, descobriu-se incapaz de encarar o espelho.

Sua própria imagem, de alguma maneira, havia se transformado em uma presença estranha: Ao observar seu reflexo, não conseguia se reconhecer.

Talvez, a ausência da necessidade de parar para olhar um espelho fosse a responsável para que o fato até então passasse despercebido mas, desde a Wallace Cup, onde se vira obrigada a encarar a imagem de um mundo invertido tantas e tantas vezes, fosse para verificar as vestes ou algum detalhe visual para a apresentação, observar a si mesma era encarar um passado distante que, àquela altura, não mais era compatível com seu próprio ser. Inconscientemente, as visões em Meteor Falls e sua consequente abertura para o retorno das lembranças que a assombravam desde o Limbo, agora tomavam forma e rastejavam não só pelas profundezas de uma alma fragmentada, como imbuíam e corrompiam sua essência.

Quando a noite caiu mais uma vez após o fim do evento e a cidade mergulhou no profundo silêncio, os martírios encontraram liberdade para ecoar, em segredo, enclausurados em sua mente. Atormentada pelo barulho interior, que não sossegou até que encarasse o espelho outra vez, delimitando com amargura o reflexo com a sombra dos próprios pecados - ou, quem sabe, apenas tormentos que, lá no fundo, não eram realmente sua culpa -, quis apagar o passado.

O desejo silencioso encontrou caminhos com as lâminas afiadas de uma tesoura na penteadeira. Talvez não tão trágico quanto poderia ser, a mão agarrou em uma parte das próprias madeixas, repuxando-a com violência: Num sonoro "snap!", metade da altura dos fios ruivos foi podada de uma vez só, ato que se repetiu uma, duas, três - e tantas mais vezes quanto possível, estragando definitivamente o comprimento que tanto custou em atingir. Não parou quando a raiz dos cabelos ficou dolorida por conta dos puxões, quando os dedos arderam pela força desnecessária a qual apertava o instrumento de corte, mas foi obrigada quando as lágrimas acumuladas borraram a visão e escorreram pelo rosto abatido, forçando-a a estacar a tarefa a poucos milímetros das lâminas se unirem outra vez.

Os dedos soltaram a tesoura, assim como os próprios cabelos. As mãos ocultaram o rosto, e um único soluço foi o segundo responsável por romper a calmaria repentina. Ouviu o estalido metálico quando o objeto se chocou contra o chão, porém, não se permitiu mover. Segundos, minutos, horas - o tempo era apenas um detalhe para uma alma estilhaçada, que não tem pressa alguma de fazer qualquer outro trabalho. Como tal, não soube quanto demorou quando finalmente, ao se recompôr, foi obrigada a, vagarosamente, ajeitar e acertar o corte para evitar um emaranhado desregular quase no meio das costas.

Incapaz de afirmar o que, de fato, era o responsável pelo latejante incômodo que adornava não só o reflexo, como também seu coração, culpou a aparência, e de maneira impensada a sentenciou.

Não dormiu bem, naquela noite.

~x~


O resultado do contest havia sido, sem dúvida alguma, uma surpresa.

Para quem estava apenas planejando espairecer um pouco ao se distrair com a beleza que os pokémons demonstravam durante esse tipo de competições, conquistar o primeiro lugar - mesmo que apenas parcial e, infelizmente, não teve capacidade de manter por conta da maldita batalha que ficou no meio das pontuações - era um fato que aquecia seu coração. Não só pela colocação em si, como pelo esforço e desempenho magnífico de seus pokémons, mesmo que com a desvantagem de jamais terem participado de um torneio daquele estilo. Blue, agora uma elegante Azumarill, havia criado um espetáculo na apresentação solo e, no caso de Ryo, mesmo que não houvesse propriamente ganhado na fase de batalhas, teve a capacidade de fazer tombar seu adversário - e, do fundo do coração, esperava que fosse o suficiente para terminar de deixar para trás os resultados em Pewter, mesmo que estes há muito tivessem ocorrido -. Quem sabe se numa próxima vez não seria capaz de ir mais além, caso ousasse seguir em frente com as participações, nem que apenas casuais, de contests?

...Ou, talvez, só havia tirado uma sorte grande em sua estreia pois, tanto anteriormente quanto no meio da apresentação, havia rogado (de maneira inconsciente, até) o auxílio do oceano, fato mesclado à serena saudade da cidade que por ele foi consumida.

Os quadris se apoiaram em uma mureta de cimento próxima, e as palmas fizeram o mesmo. Com um suspiro vagaroso, o olhar correu o mar que, gentil, vigiava a cidade - e pela cratera que a envolvia era aprisionado. Questionou-se, por um breve momento, se aquela contenção natural contra as garras das águas seria suficiente se, assim como havia sido com seu continente, o oceano reivindicasse a urbe para suas profundezas. Claro, era difícil imaginar; Mas não tinha condições de definir como impossível, afinal, nunca lhe passara pela cabeça tal possibilidade quando, há vários anos, assistia as ondas dobrando-se de joelhos e beijando os limiares de Olivine.

Talvez fosse apenas outra coisa a qual, agora, fora sentenciada à remoer.

Por breves momentos, se permitiu saborear a paz, mesmo que passageira. Deleitar-se com a brisa mansa que arrastava a maresia e envolvia a urbe e, principalmente, o silêncio que ecoava pelas ruas após o término da agitação causada pela Wallace Cup. Sootopolis não havia virado uma cidade fantasma, óbvio, mas era inegável que cada cruzamento se tornava um inferno antes e durante um evento daquele porte - e, sinceramente, preferia mil vezes o depois.

Limitou-se em observar o balanço das águas que, inevitavelmente, fazia emergir as lembranças de sua cidade natal e, em seu profundo azul, se perdeu. Um, dois, três minutos - uma das mãos abandonou a mureta e, com os dedos brincando entre os pertences, recuperou uma das pokéballs que trazia consigo; Com um breve aperto em sua superfície, assistiu o objeto duplicar, triplicar de tamanho, até se acomodar confortavelmente na palma.

Se o abraço do oceano era seu berço, talvez também pudesse ser o de seu pokémon.

Então, num movimento suave, a esfera bicolor partiu uma pequena fresta em seu centro e, dali, um fino fio luminoso escapou. No ar, materializou um formato quase tão redondo quanto o objeto do qual provinha, e este permaneceu flutuante mesmo quando as cores pincelaram o corpo do animal e o feixe se dissipou.

Um sorriso suave decorou seus lábios enquanto observava a maneira que o animal apertava os olhinhos algumas vezes e, vagarosamente, olhava ao redor. Ao se dar conta da treinadora, porém, o pequenino emitiu um manso e tímido cry e, tão veloz quanto possível, zuniu para o peito da moça, que o acolheu em um abraço carinhoso. Os dedos se apoiaram em sua superfície gelatinosa, afagando o topo do espécime com gentileza - não se demorou, porém, e tomou o pequeno animal entre as mãos para o erguer um pouco mais na altura do rosto.

— ...Kaleo. — Observou a maneira como uma expressão confusa adornou o rosto do psíquico e, em consequência, sorriu. Encostou a testa com a do pequeno, e cerrou as pálpebras — Seu nome é Kaleo; E a voz do oceano ecoará em você. — Segredou em um sussurro. Ouviu um som baixo emitido por Solosis, mas não abriu os olhos; E, por um breve momento, teve a impressão de ouvir a repetição do nome no mesmo baixo tom, mas não chegou a realmente ponderar a respeito.

Ao fundo, uma onda deslizou na superfície e se permitiu engolir pelas águas.
Assim como ela, o mar tragou-lhes os corações.

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Vida como Mar, Pessoas como Ondas

Um evento de grandes surpresas havia acabado de se encerrar. A Wallace Cup, um Contest de que eu mal havia ouvido falar anteriormente, me mostrou que Roselia e eu tínhamos habilidades artísticas que desconheciamos, mas que mereciam ser bastante exploradas futuramente. De qualquer modo, havia sido uma oportunidade enriquecedora para nós dois, Buddy saiu ainda mais experiente em combates e eu, com o bolso mais “gordo” com o prêmio recebido, além de ter garantido uma fita azul de Coordenadores, o equivalente a uma insígnia no Mundo dos Contests. Mas enfim... passada a euforia, precisava me organizar e saber o que fazer em seguida. Assim que deixasse Sootopolis, teria que me despedir de Luci e Yuri, que voltariam a passar uma temporada com os pais. Sendo assim, era mais do que justo vivenciar um último momento com eles para depois dizer adeus. E por falar neles, os Macchiato estavam ainda mais empolgados do que eu.

— Luch! Foi tudo maravilhoso, tão lindo e cheio de movimentos tããão graciosos! Buddy estava demais, deslizando pelo campo, com as pétalas tão coloridas… — Dizia Luci, caminhando na frente e imitando os movimentos de Roselia. A menina era uma grande fã de Contests e também era uma bailarina mirim quando ainda morava em Johto, mas não tinha tido a oportunidade de seguir na carreira de Coordenadora ou da Dança em Hoenn, desde que chegou aqui. Enquanto a menina rasgava-se em elogios, Buddy seguia na frente de todos nós, com o ego infladíssimo e eu não tirava os olhos da fita em minhas mãos… Por dentro, me mantinha ansiosíssimo para saber onde seria a próxima competição, já pensando em tudo o que precisaria fazer para me manter no topo da disputa na próxima vez… Eu realmente não sabia por onde começar, afinal as possibilidades eram inúmeras e eu mal possuía um Pokémon para voar facilmente de um lugar para o outro da Região, ainda… Enfim, depois desta epifania própria, notei que Luci falava comigo e insistia para uma resposta — Buddyfoi demais mesmo… Estou até preparando uma surpresa para ele... — Comentei, com uma das mãos tocando a gelada pedra em meu bolso. Certamente era o momento ideal de fazer o Pokémon evoluir…

Enquanto caminhávamos até uma Praça onde pudéssemos fazer todo o “ritual” de evolução, Yuri pareceu notar alguma coisa diferente em nosso caminho, pois passou a caminhar mais devagar e com uma expressão de curiosidade. Notando esta ação, Luci e eu observamos na mesma direção do Macchiato e vimos uma cena interessante — Estão vendo aquele Pokémon? Qual espécie é? Parece muito legal... — Comentou o garoto, ajeitando o óculos como sempre fazia quando mostrava-se intrigado com algo e aproximando-se para ver melhor. Já sua irmã, um pouco mais desesperada, passou direto por ele e foi até uma menina que mantinha-se coladinha com uma flutuante criatura bem conhecida por mim. Era um Solosis e ele era natural de Unova, assim como eu! — QUE COISA LINDA! QUE BEBÊ! — Gritava a empolgada Luci, enquanto eu a segurava pelos ombros e a afastava carinhosamente para não assustar a treinadora e seu companheiro Pokémon.— Desculpe por isso… Luci se empolga facilmente com Pokémon novos… He… He... — Tentava me explicar para a menina com bastante vergonha estampada em minha face e um sorriso amarelo em meus lábios.

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Não sabia se por alguma coincidência infeliz - ou não, quem sabe? - mas, assim como acontece no oceano, seu momento de tranquilidade com Solosis foi perturbado de maneira abrupta. Como tal, as pálpebras se reabriram num susto, e os ombros se retesaram com sutileza; o pokémon em mãos, por outro lado, não se abalou. Ou ao menos foi o que pareceu, visto que durante o intervalo em que o olhar se desviou à inesperada companhia (três, três pessoas! E uma Roselia!) e retornou ao psíquico, se deparou com os olhos negros ainda focados em sua direção, a escuridão profunda tão convidativa e instigante quanto o próprio mar.

Devagar, as mãos foram baixadas na altura do diafragma, carregando Kaleo no desnível, que girou parcialmente na direção do grupo que os abordara - do mesmo modo ocorreu com a atenção da ruiva, que passeou pelas crianças antes de repousar no mais velho. Piscou uma, duas vezes, e gastou alguns segundos para analisar o rapaz. Num primeiro momento, nada significativo captou sua atenção em questões tanto de sentir necessidade de ficar alerta, quanto de que estaria em frente a, sei lá, alguma estrela mundial do axé?

...Que raios de exemplo é esse???

Oh, bem.

Então, ao desconcerto do moreno, respondeu com um sorriso tímido, complacente.

— E quem não? — Libertou uma das mãos para ajeitar uma das onduladas madeixas ruivas por trás da orelha, sutil, e logo tornou a apoiar o pequeno animal nos braços. — Não tem problema. — E, de fato, não tinha. Afinal, se nem Solosis se mostrava aturdido, por qual motivo deveria ficar? — São seus irmãos? — Arriscou. Quer dizer, pelo menos pai não achava que seria. A criatura era alta mas, uh, não era como se parecesse velha só por conta disso… Né? Né???

Então, tão suave quanto até o momento expressara ser, o esverdeado em seus braços levitou, observando de maneira curiosa a entusiasta menina. Volveu na direção da treinadora, inclinando sutilmente o corpo em diagonal, interrogativo. Em resposta, a ruiva tornou a apoiar as mãos na mureta, e um menear positivo de cabeça foi suficiente para que o pokémon se voltasse à Luci e, sem pressa, flutuasse na direção da menina - girou ao seu redor uma, duas vezes, analisando a criança de cima a baixo, antes de parar em frente ao rosto da garota e emitir um cry manso, quase tímido.
Foi impossível para Chase evitar a sombra de um sorriso. O pokémon não era uma graça?

— ...Então... Luci? — Buscou confirmação, apesar de tecnicamente não precisar — Esse é o Kaleo. Ele meio que recém saiu do ovo, então só vou pedir que tente maneirar na agitação, porque ele não é realmente acostumado com isso, ainda. — Um sorriso sem graça. Bem, não era mentira o que a menina dissera anteriormente: Seu pokémon era, tecnicamente, um bebê. Claro, já tinha um tempo… Mas o animal não tivera muitas oportunidades de interagir com desconhecidos, embora houvesse se mostrado tranquilo nessas situações até então. De qualquer jeito, antes prevenir que remediar, huh?

Os orbes cinzentos, então, se voltaram ao mais velho. Bem, irmão ou não, ainda era ele o responsável - e, uh, na verdade, talvez a pessoa mais fácil ali de manter um diálogo? Não tinha como saber, ainda -. Mesmo que um pouco hesitante, de certa forma, estendeu a mão ao moreno.

— E eu sou Natalie. Oi? — Um sorriso sem graça.

Céus, qual havia sido mesmo a última vez que havia interagido com uma pessoa normal? Ah…

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Tão logo a rápida confusão cessou-se, tentei “retornar a mim”, deixando o fluxo sanguíneo voltar ao meu rosto e tirar aquele rubor constrangedor de minha face. Mantive um sorriso mais simpático e menos assustado nos meus lábios e ouvi atentamente o que a bela menina ruiva tinha a dizer. Felizmente ela não tinha se incomodado tanto com o desespero de Luci e minimizou o ocorrido, afirmando ser algo que “acontecia”. Em seguida, perguntou se eu era irmão dos Macchiato, o que dessa vez me fez rir. Eu sempre esquecia que aos olhos de estranhos, aquelas duas crianças acompanhando um jovem adulto solitário não era a coisa mais natural do mundo e certamente poderia trazer algum estranhamento ou, no mínimo, curiosidade.

— Ah não, não… Eles são algo como meus aprendizes… E bem, eu sou o tutor deles enquanto saímos em uma espécie de jornada tripla. Os pais deles são ocupados demais para levá-los em uma jornada por conta própria e inteligentes o bastante para não deixá-los por conta própria viajando por aí sendo tão novos, então me pediram para fazer esse serviço….  — Expliquei rapidamente para a menina sobre o que fazia com um casal de irmãos tão novos em uma cidade tão movimentada, colocando uma mão sobre a cabeça de cada um deles ao falar, o que trouxe uma certa reação imediata deles. Yuri assustou-se e depois passou a ajeitar o próprio cabelo para desfazer a bagunça que eu deixei e a menina, após uma divertida careta para mim, começou a rir sozinha, ainda encarando a treinadora e principalmente o seu Pokémon flutuante.

Assim que começamos a nos dialogar, o tal Solosis passou a observar as crianças e no momento ideal, questionou através de gestos a sua treinadora se poderia aproximar-se de Luci. Tendo “sinal verde”, o psíquico flutuou mais baixo ao redor da Macchiato, num zumbido característico baixinho que a fez girar também para acompanhá-lo, sorrindo largamente com a situação e com a timidez do Pokémon. Buscando mais interação, a menina ergueu uma mão e fez menção de acariciar a criatura gelatinosa. Porém, antes de fazer tal coisa, ela ouviu o que a jovem treinadora tinha a lhe dizer, sobre não agitar-se demais novamente perto de Kaleo - o nome do Pokémon psíquico recém-nascido - e confirmou com a cabeça, ficando um pouco envergonhada por ter gritado anteriormente. Talvez seja por isso que mal respondeu com palavras a esse pedido.

Eu observava todos esses diálogos apenas passivamente, enquanto Buddy aproximava-se de mim e saltava sobre meus braços, passando suas pétalas pelo meu rosto em uma brincaderinha para me fazer espirrar. O Roselia fazia isso sempre, mas exatamente agora parecia ter uma trava em mim, talvez por vergonha, que me impedia de dar um grande espirro por causa do pólen e simplesmente fiquei ali com uma cara de besta, com os olhos quase fechados e respirando com dificuldade, logo quando a treinadora, que se chamava Natalie, apresentou-se e perguntou o meu nome. Ela realmente me pegou de surpresa e num momento um tanto constrangedor, fazendo com que arregalasse os olhos e certamente parecesse mais estranho ainda do que já sou. Mantive o silêncio por alguns segundos e então virei-me para o lado finalmente conseguindo espirrar com muita força. Isso fez Buddy dar uma risadinha maliciosa. Afinal, era exatamente o que ele queria.

— Perdão Natalie… Eu sou alérgico quando cai pólen assim tão perto do meu nariz… Desculpa! — Disse, esfregando o nariz já avermelhado e depois respirando fundo com os olhos fechados para recuperar-me — Eu, eu.. eu sou Luch! Prazer! E esse aqui é o Buddy, um companheiro constante na minha jornada desde um Budew!  Ah, Você já sabe que a Luci é a Luci e o irmão dela um pouco mais novo é o Yuri. — Apresentei não só a mim, mas também Roselia e as crianças. — Fico feliz que tenha entendido esse susto todo que acabamos dando… Estávamos apenas passando para procurar uma Praça onde pudéssemos sentar e descansar. Você conhece algo assim por aqui? Talvez não exatamente uma praça, mas um lugar calmo onde pudéssemos sentar e deixar os Pokémon e as crianças à vontade? — Questionei, com um sorriso amistoso no rosto e passando a mão pelos meus próprios cabelos, na região próxima da nuca, em um “tique” de ansiedade — Se não se importar ou estiver ocupada, pode vir com a gente. Acho que Solosis também gostaria de um lugar assim… Lá em Unova eles adoram flutuar por biomas espaçosos…  — Completei, convidando a menina para vir também, seja lá para onde estivesse indo e acabando por revelar que eu conhecia os Solosis e já havia estado em Unova.

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Por alguns segundos, a garota se viu pega de surpresa quando o moreno se apresentou como tutor das crianças - seria ele mais velho que aparentava? - mas, com a explicação que veio a seguir, compreendeu. De fato, embora já houvesse visto muitas vezes crianças em jornadas solo (raios, já era praticamente comum!), não era lá como se fosse a coisa mais segura do mundo, principalmente quando o casal de irmãos parecia mais novo que o usual. Achou uma graça que o rapaz se dispusesse para tal, e mais graça ainda viu da reação de Yuri ao ter seus cabelos bagunçados; Mesmo que não houvesse sido grande coisa, podia apostar no quão diferentes eram as duas crianças. Felizmente, para poupar dor de cabeça de qualquer um que ficasse responsável, também pareciam inclinados a obedecer limites, percebeu, quando a próxima interação de Luci com Solosis se deu de maneira quase tímida.

Sua atenção, porém, havia se voltado ao moreno - mais ainda quando, num salto rápido, a Roselia se meteu por entre os braços do rapaz e sacolejou as pétalas em seu rosto: E, naquele momento, a visão enquadrou a imagem de treinador e pokémon.

Quase imperceptível, o cenho se franziu - não por reparar na mudança repentina de expressão do tutor, pelo contrário. O conjunto de ambos, tão familiar (e, ao mesmo tempo, haviam acabado de se encontrar), fê-la revirar as memórias em busca de explicação para de onde estaria vendo similaridade: Tempo suficiente para suprimir os segundos de silêncio que, de outro modo, possivelmente se revelariam constrangedores.

Talvez, por esse motivo, o pequeno susto que ocorreu quando o rosto do moreno se virou de uma vez para espirrar fosse inevitável.

Na mesma hora, o pokémon gelatinoso se voltou na direção do rapaz. Os olhos escuros analisaram a expressão do maior e, após segundos de quietude, se remexeu com um som divertido, quase um riso, que se prolongou por poucos segundos. O animal flutuou para mais perto do rosto do treinador, e esfregou a testa em sua bochecha, apertando os olhinhos - então, se afastou em centímetros, observando sua expressão (buscando alguma reação, quem sabe?) e também trocando olhares com a Roselia em seus braços.

A jovem piscou uma, duas vezes, digerindo a torrente de desculpas e apresentações que vieram em sequência. Quase numa reação automática, embora meio tardia, a mão anteriormente estendida se recolheu e o dorso se apoiou frente aos lábios, ocultando o riso suave, quase tímido, que veio em resposta. Ora, ora!

— ...Então… — A mão se afastou do rosto, mas foi incapaz de se livrar do sorriso divertido que coloriu os lábios. Em compensação, não era uma situação que valia a pena tomar a iniciativa de comentar. Vai que constrangia a criatura? — ...Você tá deliberadamente me dizendo que não são irmãos e "Luch" e "Luci" são coincidências do destino? Hmmm… — Brincou, observando a reação do rapaz — ...Olha, os lugares mais quietos que eu vi eram algumas ruas mais perto do mar. Só não sei se por sorte de horário… — Afinal, havia queimado algumas partes de noite pensando e preparando detalhes para o contest, huh. Mas, não era exatamente essa frase da conversa que havia chamado sua atenção. — … ...Você é de Unova? — Quis saber. Até onde lembrava, nunca havia conhecido alguém daquele lugar: Em compensação, tinha pokémons da região os quais, sinceramente, adorava. Não surpreendente, o interesse pelo continente surgia de maneira natural — Como é, lá?

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Assim que espirrei e fiquei com aquela cara de derrota, com o nariz levemente entupido pela reação alérgica, desatei-me a falar com a menina ruiva para tentar disfarçar esse constrangimento todo. Contudo, o que roubava a cena não era o que eu dizia e sim o que o Pokémon da garota fez... Solosis aproximou-se de mim, me analisando. Em seguida, esfregou sua "testa" em minha bochecha aos risinhos, num ato que eu só pude interpretar como carinho. O Pokémon Psíquico alternava seu olhar entre mim e Roselia, que por sua vez, agitava as pétalas para o ar, interagindo divertidamente com a criaturinha flutuante — Hahahaha! Também gostei muito de você Kaleo! — E com cuidado, usei a ponta dos dedos para fazer um carinho no corpo gelatinoso de Solosis. Enquanto fazia isso, era perceptível que Natalie tentava esconder alguma reação, talvez um riso? Não a julgaria por isso, afinal estava sendo tudo muito engraçado desde que nos encontramos! Quando a encarei novamente, a garota acabou comentando o fato de Luci e eu termos nomes tão semelhantes e mesmo assim não sermos irmãos — Sabe o que é isso? DESTINO! Eu acredito nesse tipo de coisa e bem, estamos todos aqui. Também deve ser alguma travessura do destino, não é? Então vamos aproveitar — Concluí, dando de ombros e depois rindo da minha teoria supersticiosa.

Passada essa pequena e divertida interrupção, voltamos ao assunto principal. Um bom lugar para estar em Sootopolis, principalmente quando se quer evoluir um Pokémon e aproveitar um pouco da paisagem. Natalie disse que um bom lugar quieto para ficar era próximo da praia. Concordei com a cabeça e desatei-me a falar  — Vamos! Vamos agora então, por favor. Já estou ansioso pela novidade que guardei para Buddy. Mas assim... Um lugar quieto? Gente... Não vai me sequestrar não né, Natalie? Hahahaha! ... E já peço perdão pelas piadinhas de Tio, mas eu sou uma negação em interação humana... Ainda estou aprendendo a fazer isso e até acho que nesse primeiro mês de Jornada eu já melhorei bastante, sabe? — Respondi, tentando quebrar o gelo, conforme caminhava de costas para o tal lugar, esperando que a garota viesse também. Entretanto, assim que ela perguntou algo resolvi parar e expressei surpresa pelo questionamento, trocando a expressão por um sorriso amigável depois — Se tem uma coisa que eu gosto de falar é de Unova... Então segure minhas Poké Balls que esse é o meu momento! — Falei pra ela, erguendo as mãos em sinal de "pare" e já me empolgando com o que tinha a dizer.

— Unova é um lugar maravilhoso! Pelo menos se você é uma pessoa que gosta de agitação e sempre quer algo pra fazer... Hoenn é incrível também, mas tirando os Centros Urbanos é tudo muito calmo, pacato... Lá em Unova tem grandes estradas, pontes gigantes, por onde passam muitos carros, caminhões, dia e noite. AH! É demais! E você tem que ver Castellia! Cheia de arranha-céus, que te fazem olhar para cima o tempo todo! — E enquanto falava, olhava para cima, simulando a visão de quem está nessa grande cidade, além de deixar as mãos dentro do bolso, como um sinal de que ainda guardava uma timidez, mesmo que tentasse demonstrar extroversão. Enquanto isso, os Macchiato ficavam um pouco distantes, conversando algo entre si — Apesar da grandiosidade dessa cidade aí, eu morava mesmo era em Nimbasa, a cidade mais divertida. Tinha apresentações musicais de treinadores com Pokémon por lá, além de várias quadras de esportes e um Parque de Diversões incrível! Que é onde ficava o Ginásio da Cidade. Legal, né? — Terminei de explicar para ela de uma forma bem parcial sobre Unova e agora só me restava esperar sua reação e saber se viria comigo e as crianças até um lugar mais calmo para que eu evoluísse Buddy.

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Em resposta à reação carinhosa que recebeu do tutor, o psíquico deu um giro em seu próprio eixo, emitindo um cry animado, contagiado ainda mais por conta do balanço das pétalas de Roselia. O pequenino deu uma volta em torno da dupla, dando atenção principalmente ao gramíneo e, então, se aconchegou em seu peito, em um "assento" que concedia uma proximidade especial com as rosas que, sinceramente, pareciam interessantíssimas ao pokémon gelatinoso - seja lá por qual razão.

A moça observou o rapaz por algum momento, enquanto digeria sua afirmação a respeito de "destino". Não era como se fosse um termo novo para si, é verdade, mas o peso que a palavra trazia não deixou de martelar em sua cabeça. Ao mesmo tempo que poderia ser besteira, não tinha condições - raios, quem teria? - de descartar completamente aquele tipo de teoria. E, mesmo que soubesse que foi um comentário displicente que havia passado longe de sequer sonhar em ter algo a ver consigo, não foi capaz de desviar do golpe que a acertou em cheio.

Por um breve momento, o sorriso divertido foi engolido por uma aura inquieta, quase melancólica.

— É difícil ter vontade de considerar o destino, quando se lida com os ônus. — Comentou, em baixo tom. Por outro lado, ponderou se não havia sido um pequeno erro abrir brecha para expor aquele tipo de pensamento. Não sabia que tipo de reação receberia em troca, ou se seria o suficiente para esmagar a pequena interação com uma enorme pedra de gelo: Então, inevitavelmente, se arrependeu. Felizmente, se tratou apenas de curtos segundos antes que a sombra se esvaísse da expressão outra vez, e a calmaria adornasse as feições — Mas, quem sabe? — Interferiu na própria linha de pensamento que conduziu, com um suave dar de ombros, e torceu para que passasse despercebido — O que não me deixa menos curiosa já que, se for pensar por esse ângulo, também não nos batemos à toa, não?

Teve vontade de perguntar a respeito da tal "novidade" que o rapaz reservara para o pokémon mas, hm, tecnicamente deveria ser uma surpresa, então? O que era engraçado, afinal, ele mesmo havia se denunciado, se fosse o caso.

— ...Bem, já que você tocou no assunto... — Por um momento, sua expressão se fechou numa máscara de seriedade — Na verdade, eu ainda tenho que levar um tempo analisando a valia, principalmente para tentar checar se não teria nenhum histórico de família ou algo do tipo em casos que poderiam prejudicar o valor de um rim, por exemplo. Mas, já que você parece à par, vamos tentar fazer isso de um jeito fácil, ok? Se você colaborar, é melhor. — ...Um, dois, três segundos... E, devagar, um sorriso debochado nasceu pelo canto dos lábios: e precedeu um riso, o qual a garota não pôde conter por mais tempo — ...Mas, pra sua sorte, eu posso fazer uma exceção e deixar o trabalho de lado, dessa vez. Agradeça ao Kaleo! — Deu uma piscadela ao rapaz, seguindo seus passos. Não que precisou andar muito, visto que ele logo parou outra vez.

Por um rápido instante, realmente esperou que o rapaz lançasse as pokéballs no ar para que precisasse pegar, e riu sozinha do próprio pensamento ao se dar conta que não, fazer isso não estava no planejamento do pequeno projeto de encenação de Luch. Pelo menos, não naquela versão da apresentação!

A empolgação do treinador não pescou somente a sua atenção, como também recuperou a de Solosis. Então, treinadora e pokémon reservaram aquele curto momento para deixar a imaginação viajar com as descrições concedidas pelo moreno. Inclusive, o psíquico parecia bem envolto nas palavras do tutor - ou, ao menos, havia sido tragado completamente pela euforia deste, visto que chegou ao ponto de até mesmo olhar para o céu quando o rapaz também o fez.

O detalhe que capturou de vez a ruiva, porém, foi outro.
Ao passo que o Drac falou a respeito de sua cidade natal, assim como as atrações da cidade e o ginásio, um pequeno estalo ecoou em sua mente: E, outra vez, parou para prestar atenção nele e em sua Roselia. Não precisou ligar muitos pontos a mais a partir daí, mas em momento algum interrompeu seu interlocutor: Pelo contrário, esperou até o fim, tentando montar uma imagem de cidade que, para si, era desconhecida e, por suas palavras, inevitavelmente atrativa.

Com o término da explicação, porém, encontrou chance para se pronunciar.
Chegou mais perto do moreno, e inclinou com suavidade o corpo em sua direção, as mãos se segurando atrás das costas, os orbes cinzentos avaliando sua expressão mais uma vez.

— Parece encantador! Mas, então, me diz... Você aproveitou pra puxar isso da cidade natal e fez um número de dança, pra combinar? — Arriscou. Finalmente, tinha lembrado de onde diabos aquela dupla lhe parecia tão familiar! Sem pressa, endireitou a coluna, e um breve movimento de cabeça foi suficiente para expulsar alguns fios ruivos da frente da bochecha — Foi você quem foi com a Roselia, ou melhor, o Buddy, no contest, né? A apresentação de vocês foi incrível. Parabéns pelo pódio! — Congratulou, sem dispensar o sorriso que coloriu os lábios.

Se não se enganava, inclusive, o rapaz tinha se classificado desde as primeiras apresentações mas, ao contrário de si, pôde manter após as batalhas. Que feito!

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O amanhã é efeito de seus atos. Se você se arrepender de tudo que fez hoje, como viverá o amanhã?
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Algumas coisas podem passar despercebidas em um primeiro momento, mas é importante estar atento, pois a beleza está nos detalhes. Eu, ansioso ao extremo e empolgado por encontrar alguém com quem pudesse ter uma conversa "diferenciada" daquela que tinha com as crianças, acabei quase deixando passar uma cena muito linda, que demorei bastante para "me ligar". Depois de interagir carinhosamente com o gelatinoso Solosis, o pequeno passou a brincar de forma bastante livre e aconchegante nos "braços-pétalas" de Buddy, que tratou de dar bastante afago ao pequeno. Se me lembro bem, estava falando sobre destino nesse momento, quando parei e apontei para aquela cena gentil e extremamente fofa, sorrindo. Foi aí que houve uma brecha para Natalie fazer um comentário quase que para o vento sobre o acaso. Uma frase que a deixou melancólica e cabisbaixa... Como não era essa vibe que eu queria transmitir às pessoas, resolvi mudar de assunto e foi aí que acabei mandando aquela péssima piada de tiozão.

Entretanto, por sorte, Natalie não era uma menina qualquer. Muito pelo contrário... Ela era o tipo de pessoa que tem o melhor senso de humor do mundo, ou seja, um senso de humor bem próximo do meu. Sendo assim, a garota manteve sua aparência mais séria possível e afirmou despretensiosamente que sim, estava de olho no meu rim. Inicialmente fiz uma expressão mista entre o espanto e a graça, mas felizmente acabei pendendo para o segundo estado de espírito, apontando o dedo para ela, como se indicasse que ela "venceu" — Há! Ok, você é boa... Vamos nos dar muito bem! Me sinto tão compreendido que até fico arrepiado — E depois de falar isso, apontando os próprios braços e esfregando-os, dei uma risada e voltei aos trilhos do assunto. Enfim... Conversa vai, conserva vem, foi ficando notável que Natalie havia perdido algo na minha cara. Não, não de verdade! Apenas no sentido figurado... Ela não tirava os olhos de mim e certamente não era paixão. Eu devia ser familiar para ela, muito provavelmente por causa de toda a reviravolta da Wallace Cup. Isso se tornou um fato quando ela calmamente fez uma referência entre as Apresentações Musicais de Nimbasa e a MINHA apresentação musical com Buddy.

— Aaaah! Ok! Você me pegou! Sou eu, Luch Drac, o dançarino de Joguinho de Máquina de Videogame — Comentei, rindo em seguida e girando no mesmo lugar, como se revelasse finalmente para o "público". Curiosamente, Buddy fez o mesmo movimento, me acompanhando. Por fim, retirei a fita recebida de dentro do compartimento e mostrei para a menina — Inclusive, veja só o que ganhei. A primeira da minha vida! Acredite, eu realmente não sabia muito bem o que estava fazendo, só me soltei... Ainda mais com tanta gente conhecida, que eu mesmo não conhecia, porque não acompanho Contests... A Luci que é fissurada e me falou sobre grandes competidores, tipo aquele que venceu, o tal Lysander Lestrange, também tinha o Valentain, Mathew e o Haruki "O da Cama", que foi com quem eu batalhei! — Comentei, inocentemente, errando o nome do meu oponente. O que fez com que Luci, bem atenta, se aproximasse com as mãos para o ar, pronta para me corrigir imediatamente — Não acredito, seu doido! É Haruki Odayakana, como não consegue se lembrar? E Luch, essa aqui é uma das competidoras também! É a Natalie Chase, que o Pokémon evoluiu na apresentação! — Disse ela, apontando bem claramente a garota e me deixando totalmente envergonhado. Dessa vez, extremamente vermelho. Ela havia mudado o cabelo e por isso, acabei não notando que era a mesma do Contest.

— Não creio! Desculpa, desculpa, desculpa! Não ter te reconhecido! — Disse, apertando os olhos, como se esperasse alguma reclamação, mas já emendando uma continuação antes que ela falasse algo — Eu lembro sim da sua apresentação, seu Marill evoluiu em um Azumarill. Foi maravilhoso! Eu sabia que era uma competidora de alto nível, tinha até umas Poké Balls especiais que saiam uns negócios quando você lançou ele, não foi? Viu como eu lembro? — Comecei a dizer rapidamente, até ser interrompido por Luci, com as mãos na cintura — Só lembrou disso porque eu te lembrei, Luch! Coisa feia! — Disse ela, com um tom sério, mas sorrindo ao final — Não, nada a ver Hehe É o cabelo, que está diferente. E por acaso, está muito lindo assim, sabia? Parabéns — Comentei, cruzando os braços em seguida e olhando a menina Macchiato em um tom desafiador. Enquanto isso, Yuri ficava um pouco distante, como sempre, rindo bastante da situação mas tentando tampar com as mãos ou qualquer outra forma, para não chamar a atenção — Enfim, foi mal mesmo. Como pagamento por essa gafe, que tal eu pagar um sorvete ou alguma outra coisa quando chegarmos lá na praia, hein? — Questionei a garota, enquanto Luci e Yuri cochichavam entre si ao nos olhar, rindo em seguida. Mais uma vez os dois pareciam tramar algo, possivelmente para me deixar encabulado, como foi vez que conhecemos Sophia, em Meteor Falls. Mas enfim... Rsolvi acalmar-me e esperar a reação da menina a tudo isso.

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Felizmente para si, ou o treinador não havia se dado conta do tom da frase que escapulira a respeito do destino, ou também resolveu que era melhor deixar de lado e seguir com o tom descontraído que até o momento se desenvolvera com a conversa. De bônus, ainda assistiram (mais ou menos?) de camarote uma cena adorável entre seus pokémons, que quase pareciam se conhecer há bem mais tempo que alguns minutinhos. Kaleo, inclusive, tinha encontrado um lugar confortável e bonito, pelo visto, pois parou de piruletar por aí para ficar recebendo os mimos de Buddy.

Foi com mais gosto ainda, daí, que apreciou o pequeno teatrinho em resposta à seus planos maquiavélicos sobre o rim que, para plena sorte do tutor, revelou estar abandonando. Quando ele agarrou os próprios braços e tremeu, então, não pôde conter uma risada. Era confortável interagir com o rapaz, e ter uma conversa que durava mais que um minuto, lembrou, era agradável. Não só duradoura, como também que não era entrecortada por algum problema surgindo de sabe-se lá qual nível do inferno.

Tinha quase esquecido da sensação, e tão rápido se sentiu aquecida por ela.
Se por conta de uma pessoa ou daquela pessoa, ainda estava tentando definir.
...Apostava na segunda opção.

E teve mais certeza ainda da possibilidade quando o treinador se confessou em apresentação e girou em sincronia com Roselia - quase sem desgrudar do peito do gramíneo, o pequeno psíquico se viu acompanhando o movimento giratório, que da dupla acabou se transformando do trio. O Solosis piscou uma, duas vezes, e seus olhinhos se ergueram para o rosto do companheiro antes de se fecharem outra vez, emitindo um cry manso, alegre, arrancando um riso suave da ruiva.

— E é um prazer imenso estar na presença de uma figura tão importante, ó, Dançarino! — Brincou, segurando no ar o tecido de um vestido invisível e se curvando para o Drac em uma mesura respeitosa. — E também de seu parceiro glorioso, Buddy, certamente! — Acrescentou, o olhar se desviando rapidamente para o pokémon. Aquecia seu coração a maneira como ambos pareciam tão próximos naqueles pequenos detalhes: E não era pra menos, se estavam juntos desde que o pequeno era só um Budew.

A atenção, porém, logo se voltou à fita que o rapaz exibia. Era delicada e, mesmo não sendo a principal do contest, também tinha sua beleza. Além de, claro, o mais importante: O grande significado que aquele pequeno objeto carregava. Afinal, não era pra todo mundo conseguir se classificar ao pódio num evento daquele nível, tão disputado quanto havia sido, huh?

— ...Você não sabia o que tava fazendo? Ah, conta outra! — Brincou, dando um empurrãozinho leve no ombro do rapaz. Talvez ela própria estivesse começando a seguir o exemplo de Kaleo ao "ficar à vontade", hmm — Se aquilo tudo foi sem nem um preparozinho, tenho medo do monstro que você vai ser se resolver se dedicar aos contests, viu? — Ouviu os nomes que foram sendo citados pelo jovem mas, sinceramente, a maioria deles não significava nada para si. Não por indiferença: É que simplesmente não participava ativamente e nem acompanhava esse tipo de competição e, mesmo tendo estado presente daquela vez, não era como se fosse lembrar de todo mundo por nome, né?

De qualquer jeito, a parte importante é que teve que segurar a língua, dar um nó e esconder dentro da boca pra não mandar uma do tipo "Ah, então esse aí você conhece um pouco mais, né?", quando ouviu o último nome, e aquele sim conhecia: Inclusive, tinha se encontrado com o coordenador algumas vezes! Sua única reação foi um riso segurado, felizmente, descobriu, pois aparentemente Luci estava de orelha em pé pra conversa de ambos, visto que logo veio dar uma bronca no tutor e, vejam só, qual não foi sua surpresa quando a garota revelou estar bem ciente de que também tinha participado da competição?

Aí, de novo, lá vieram os pedidos de desculpas.

— Ah, que é isso... — Deu um riso constrangido — Não sou de alto nível, não. Tanto que eu tomei uma surra na batalha, sem preparo nenhum! — Suave, ajeitou uma das madeixas ruivas atrás da orelha — Foi a primeira vez que eu vim pra um contest, na verdade, tava era que nem barata tonta. Eu pretendia vir só pelo prêmio de participação mas, sei lá, animei no processo, sabe, e acabei ajeitando umas fantasias e a pokéball. — Encolheu os ombros, suave, dando uma rápida olhadinha na garota que denunciava o esquecimento de Drac com todo o gosto, e ofereceu um sorriso à menina — Eu não imaginava que teria um destaque o suficiente pra alguém lembrar, na verdade. Vou aqui entrar na minha ilusão de fama momentânea, valeu, Luci! — Riu — Maaaaas! Obrigada pelos elogios! — Embora tenha sido engraçado ouvir um "parabéns" por ter mudado o cabelo (principalmente se fosse considerar o jeito como aconteceu mas, hah, ele não sabia desse detalhe).

Com a proposta do sorvete para compensação, entretanto, apoiou os dedos de uma mão embaixo do queixo e liberou o indicador para dar leves batidinhas na própria bochecha, num gesto pensativo. O ar travesso que inundava o olhar já denunciava algum planejamento maquiavélico por trás, embora ainda não posto em palavras. Após poucos segundos, afastou a mão do rosto outra vez, e respirou fundo, fazendo uma carinha triste, enfim.

— Bem, eu já ia começar a me lamentar sobre como 'cê deliberadamente partiu meu coração ao deixar bem claro como eu fui invisível o suficiente pra nem lembrar que eu participei... — Fez questão de dramatizar a situação, porque era o que lhe restava para aproveitar — ...Mas! — E, nessa hora, a mão se apoiou no braço do maior (o que, inevitavelmente, a fez se conscientizar outra vez da diferença da altura de ambos. Oh!) — Eu acho que um sorvete parece bom o suficiente para me consolar. Sorte a sua, viu? Vamos, então? — Por outro lado, ao fim daquele pequeno teatrinho, não pôde evitar um sorriso divertido.

Qual é, que direito que teria de exigir que alguém lembrasse de uma apresentação, de uma iniciante, dentre as várias que tiveram?
Isso que a criatura ainda devia estar em êxtase pela própria vitória!
Tava errado? Não tava, ué.

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Eis que se sucedeu uma escalada de informações muito abruptamente. Em um segundo estávamos conversando sobre rins assaltados e na outra, falávamos sobre nossas experiências em Contest e nos descobríamos como competidores no Evento do qual acabamos de sair. Além disso, Luci acabou me fazendo passar uma enorme vergonha por não reconhecer Natalie e tudo isso nos levou até aqui, quando ofereci um sorvete a minha mais nova amiga, que eu acredito poder chamar assim apesar de nos conhecermos há pouco mais de, o que? Cinco minutos? Enfim, essa Rainha do Senso de Humor, ao ouvir meu pedido de desculpas doce e gelado, fez mais uma brincadeirinha, para a qual desta vez me mantinha preparado. Caso contrário, até acreditaria nesta chantagem emocional. Mantive um sorriso cínico no rosto enquanto ela falava e assim que concluiu, acenei afirmativamente com a cabeça, andando lado a lado com ela em direção ao nosso destino — Foi uma interpretação muito boa, acho que merece dois sorvetes por ela! — E por fim, deixei-me sorrir um pouco mais a vontade, enquanto caminhávamos. Buddy e Solosis vieram logo atrás, assim como Luci e Yuri, que conversavam entre si sobre os sorvetes que comeriam. Pois é, podemos dizer que eu estava tendo um momento maravilhoso ali com todos. Parece que surpresas podem surgir de repente e ainda assim serem coisas boas, mesmo que não seja algo tão comum.

— Há! Eu já ia esquecendo! — Comentei com Natalie, virando-me de costas, mas sem parar de andar ainda nesta posição desfavorável. Retirei a Pokédex do bolso e apontei para o pequeno Solosis, esperando alguma reação do aparelho. — Na época em que eu via muitos Solosis voando por aí perdidos, eu não tinha uma Pokédex, aí vim pra cá e ganhei uma. Preciso registrar essa lembrança de casa! — Expliquei, enquanto ouvia atentamente os barulhos eletrônicos do equipamento, até a foto de Kaleo, ou melhor, de algum espécime genérico de sua espécie, surgir na tela, acompanhado de uma voz meio robótica que descrevia os detalhes dele:

"Beep! Solosis! Pokémon Célula! Solosis libera poderosas rajadas psíquicos para afastar predadores. Devido a substância gelatinosa que envolve e protege seu corpo, este Pokémon é capaz de sobreviver em qualquer tipo de ambiente, por mais severo que seja! Beep! Boop!"

— Que demais! Isso quer dizer que dá pra jogar o Solosis dentro de um vulcão e ele vai nadar lá, tipo "tudo bem, obrigado"? Que doideira! — Comentei, virando-me para frente novamente e guardando o aparelho em um dos bolsos da minha calça — Está brincando, não é Luch? Como alguém jogaria uma coisinha tão fofa dessas na lava? — Retrucou Luci, aproximando-se de braços cruzados e um bico em sua face — Mas é claro, Luci! Isso seria loucura! É mais fácil a Natalie me jogar na lava do que isso acontecer — Comentei, caindo na gargalhada em seguida e depois fazendo uma expressão séria — Ei! Não cogite essa ideia, hein? — por fim, falando isso para a garota, mas com um sorriso no rosto. — Enfim Natalie... Como posso te chamar? Naty? Lie? Ou prefere Natalie? Vamos, conte mais sobre você. Você já sabe até o tamanho do sapato que eu visto, fale mais sobre sua jornada e suas experiências, vamos aproveitar pra trocar esse tipo de coisa até chegar na praia  — Resolvi então questionar a ruiva um pouco mais sobre seu passado e quem sabe, aprender algo com ela e suas aventuras.... Se ela não se importasse em me contar é claro.

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